O chá quente em suas mãos, com o qual descrevia o ato de beber, sentado numa mesa de um café no centro de sua cidade, a garçonete se aproximou com uma bandeja em uma mão, e o cardápio na outra, o oferecendo o cardápio. Mas ele já sabia o que iria pedir, e murmurou seu pedido à garçonete.

- Disse alguma coisa, Hyuuga-san? – Não era a primeira vez que ele ia naquele café, e não seria a última.

- Izumi ... Eu não disse nada... – Sua voz arrastada, e seu jeito irreverente de sentar as vezes assustavam a garçonete, mas ela continuava com o belo sorriso no rosto.

Ele deixou várias vezes suas obrigações como detetive àquela semana, apenas para ver o rosto de Izumi outras vezes, e tentar pedir o que viera pedir desde o inicio. Izumi sabia que ele sempre sentaria na mesma mesa, no fundo do café, para não ser fitado por curiosos pelo seu modo de sentar com os pés em cima da cadeira. Sempre que ele chegava, ela já preparava seu chá preferido, Anis, o qual ele bebia com muito gosto. Dessa vez, a garçonete não faria a mesma coisa de sempre, agora ela esperaria ele dirigir a palavra a ela, já era muito estranho o fato dele de repente aparecer naquele café determinada semana do mês, sem nenhum motivo aparente. Quando ele chegou, ela apenas o viu sentar na mesma mesa de sempre, sem dar nenhuma palavra. Quinze minutos passaram, e nada. Ela já estava ficando nervosa, ele não tirava os olhos de seus longos cabelos pretos, e não aceitou ser atendido por ninguém, solicitando ela, apenas ela.

- Desculpe o atraso, Hyuuga-san. – Ela forçou o sorriso, e ele percebeu.

- Não precisa sorrir se não quiser, Izumi. – Ele pediu o de sempre, chá, nada mais, e após o termino do mesmo, saiu sem dizer uma palavra, deixando muito mais do que precisava pagar em cima da mesa.

Voltou no dia seguinte, o sétimo dia. Izumi dessa vez o serviu.

- Traga mais uma xícara. – Ele iria falar o que viera falar desde o começo.

- Mais uma...?

- Traga. – Ela trouxe, e ele a mandou sentar em sua frente, e pediu dois pedaços de bolo a outra garçonete do café. – É a ultima vez que venho aqui.

Depois disso, Izumi questionou os motivos dele de ir, e de parar de ir tão de repente. Ele não respondeu nenhuma de suas perguntas, e saiu pela porta da frente como sempre fez, mas pela ultima vez agora. A garçonete o acompanhou até a porta, e ele parou no meio fio da calçada, daquele jeito curvado, que começava a intrigar Izumi. Ela se aproximou dele, “Eu sou L”, ele disse. Atônita, ela ficou parada ao seu lado, e ele de um movimento rápido a beijou, segurando com força os cabelos de sua nuca. Ela pôde sentir o gosto do chá em sua boca, sua língua invadia a boca dela, em movimentos circulares sincronizados, apesar de nem conhece-lo direito, apesar de não acreditar de que se tratava da pessoa que perseguia o Kira, ela não resistiu... E mesmoque acreditasse, ela não resistiria àquele jeito misterioso do Hyuuga Hideki. Sem tirar a mão direita do bolso de sua calça jeans, com a mão esquerda, a qual ele apoiava a nuca da garota, ele desceu a mão passando por sua cintura, e segurando a mão da Izumi em seguida. Fitou seus olhos por um momento, e virou as costas, deixando-a sem ação. E ao contrario do que prometera, ele voltou todos os dias àquele mesmo pequeno café no centro da cidade depois que ele concluiu sua parte das investigações do caso Kira... Mesmo que ela não soubesse, ele ia sempre lá.