A Filha da Morte escrita por Ruan


Capítulo 12
Capítulo XII - Eu corro para me salvar


Notas iniciais do capítulo

Eu falei que postaria em breve, viram só? Gente, é o seguinte: Eu mudei o estilo de escrita porque me adapto melhor com a narrativa em primeira pessoa, ok? E acho que fica mais divertido e emocionante também. Boa leitura ♥



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O que fazer quando encontrar uma pessoa praticamente igual a você?

Você cumprimenta? Tipo... “Oi, como você está? Então, eu notei que somos praticamente idênticas, por um acaso você também acha isso?” Hm, um pouco estranho. Outra opção é não ter reação, como está acontecendo comigo.

Sério. É bizarro. A menina se parece muito comigo. Claro, têm algumas diferenças: O cabelo dela é todo cacheado e longo, parando na altura dos ombros. Sua pele, em comparação a minha, é mais morena, como se ela tivesse se bronzeado. O seu corpo é mais curvilíneo e com alguns músculos, como se estivesse treinando há um bom tempo. Para melhorar o figurino ameaçador, ela tem um olho de cada cor, pois um é verde, igual ao meu, e, o outro, vermelho.

— Quem é você? – Edward pergunta em tom ameaçador.

A tensão paira no ar entre nós. Ela realmente parece ameaçadora. Engulo em seco, tentando disfarçar o medo que estou sentindo. A adaga está presa em mina perna, coberta pelas folhas que prendem em meu vestido. Contudo, não sei usá-la, embora a filha de Ártemis tenha me ensinado algumas posições de ataque.

Estou bastante focada na menina e por isso, percebo que ela movimenta lentamente os dedos, quase que imperceptivelmente. Instantaneamente, o chão treme sob os meus pés. Minha atenção se volta em direção do tremor, momento em que me deparo com raízes saindo da grama, as quais caminham ameaçadoramente em direção a Edward. Elas rastejam como se fossem cobras.

O ar em minha volta muda, e sei que minha suposta gêmea utiliza as suas habilidades. Não consigo me movimentar, pois estou paralisada devido ao pânico.

Edward, por sua vez, tenta se desviar das raízes, mas suas tentativas são em vão, pois elas envolvem seus pés e sobem rapidamente, traçando um tipo de teia que o cobre até a cintura, junto com as suas mãos.

Finalmente, consigo sair do meu lugar e me aproximo dele. Tento tirar aquilo de cima dele. Não consigo. Parece que está colado.

— Merda! – Eu solto involuntariamente. – Edward, o que eu posso fazer? - Suplico por respostas.

— Corre. – Ele grita, claramente desesperado. Não consegue mover as pernas e os braços, circundados pelas raízes. – Você corre para o mais longe possível.

— O que? – Questiono. - Não posso te deixar sozinho!

— Agora, Bella! – Ele grita furiosamente. Seus olhos âmbar me fitam em desespero. – Ela é perigosa. Vá!

Eu olho para a frente e vejo a garota se aproximando a passos lentos, como se estivesse garantida que chegaria perto de mim. Sinto o chão estremecer sob os meus pés e tenho quase certeza que ela vai usar o truque das raízes comigo. Finalmente, faço o que o filho de Zeus quer e dou as costas, me pondo a correr.

Meu instinto me alerta ao fato de que não devo voltar para o acampamento das filhas de Ártemis, e por isso, pego o caminho da direita e simplesmente corro. Não sei para onde eu devo ir, ou o que fazer. Mas, dessa vez, vou obedecer ao filho de Zeus, porque não me parece uma boa alternativa não o ouvir. Ele tem mais experiência em batalha. E a minha gêmea parece realmente assustadora. Maldita.

Estou muito suada e sinto que meu coração vai soltar pela boca, mas não tenho outra alternativa. Não posso parar, pelo menos pretendo continuar até... Bem, até não conseguir mais correr. Eu pulo pelos gravetos e desvio das pedras no caminho. Ainda estou usando o vestido de noivado cheio de folhas, então preciso segurar as barras para que meus pés não tropecem.

Eu finalmente faço uma parada rápida e olho para os lados. Tudo que eu vejo são as árvores, muita grama, algumas plantas silvestres e um vasto céu estrelado. Claramente o cenário perfeito de um filme de terror. Inesperadamente, sinto o meu corpo todo estremecer e o ar em minha volta parece mais pesado. Um claro indicador de que alguém está usando magia. Olho para todos os lados, arfando, e não encontro ninguém.

Uma rajada de ar violenta bate em meu rosto e quase vou para trás com o impacto. Em meus pés, várias folhas secas formam um redemoinho, e lentamente, voltam a cair na grama, mas, dessa vez, formando uma pequena estradinha que leva floresta a dentro.

Edward. Penso instantaneamente. De alguma forma, sei que preciso seguir o caminho que as folhas estão formando.

Estou pronta para voltar a correr na direção indicada. No entanto, por esguelha, noto um par de olhos de cada cor se formando na escuridão. Finalmente, o corpo todo toma forma e ela aparece há poucos metros de distância.

Engulo em seco. Dou a volta e fico de frente com a maldita. Estamos há 4 metros de distância uma da outra. Ainda bem.

— Te achei. – Ela diz. Sua voz é igual a minha, só que muito mais ameaçadora. - Você pode correr, mas não se esconder por muito tempo.

Tudo bem. Eu posso estar me tremendo de medo, mas não vou deixar essa desgraçada fazer qualquer coisa contra mim. Não sem lutar.

— Você é um verdadeiro pé no saco. – Digo, irritada.

Ela esboça um meio sorriso. Vagorosamente, ela levante seu braço esquerda e faz um movimento no ar. Tenho aquela sensação de novo. Instintivamente, eu olho para cima e me deparo com corvos, todos pousados em cima dos galhos das árvores, fitando-me como se eu fosse a sua presa. Há uma fila de pelo menos três metros de todas eles. Antes que eu possa reagir, todas aquelas aves tenebrosas abrem as assas e levantam voo em minha direção, com os bicos abertos.

Estou começando a ficar com ranço de aves. Sério.

Tudo aconteceu muito lentamente. Enquanto eu grito de desespero, os corvos avançam em minha direção e penso que é o meu fim. Não tem como sobreviver com um ataque daqueles. O meu corpo inteiro formiga e as pontas dos meus dedos parecem que estão em chamas. Eu uso o meu braço para me cobrir em um gesto de defesa. Por esguelha, eu vejo que em minha frente, está ganhando forma um tipo de escudo, revestido de chamas. Eu reconheço o fogo, pois é o mesmo que matou a Harpia.

Sou eu que estou fazendo isso.

Quando me dou por conta, o escudo queima em chamas ameaçadoras, separando-me das aves e da garota ameaçadora. Os corvos posicionadas na linha da frente foram tão rápidos em minha direção que não conseguiram parar e por isso, colidiram com a barreira. Bom, não restou nada, a não ser muita fumaça e um cheiro de podre no ar.

Não espero para ver o resultado. Apenas dou as costas e sigo pelo caminho que continua se formando com os as folhas secas.

Estou ficando tonta com a falta de ar, pois meus pulmões protestam dentro do peito. Mais para frente, vejo que a floresta termina, pois se abre um imenso abismo. A lua cheia brilha convidativamente, como se eu pudesse tocá-la se eu me jogasse de lá.

Ai, caramba!

Estou correndo tão rápido que não noto a esguelha de uma pessoa em minha frente. Eu esbarro com tudo e quase caio para trás, se não fosse os braços fortes me segurando. Olho para cima e me deparo com Edward. Estou tremendo da cabeça aos pés.

— Vamos! – Ele ordena, pegando a minha mão, puxando-me para frente.

Eu pego a sua mão e corro no mesmo ritmo.

Não paramos.

A cada instante, estou mais perto da lua. Ouço o barulho de várias aves se aproximando. Sei que estão perto.

A grama finalmente acaba e pulamos no abismo.


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Notas finais do capítulo

Estou gostando bastante do rumo que história está ganhando, e digo uma coisa: tem muito mais para vir. Então, comentem, que estou curioso para saber o que vocês estão achando. Eu posto o próximo até o final de semana, ok?

Aliais, o que acharam da narrativa? Sei que comecei a história com outro tipo, mas resolvi que esse é melhor, até para escrever, pois me identifico mais.

Vejo vocês nos comentários.

Abraços ♥



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