Quero correr.

No momento é esse meu querer.

Quero correr

e saltar o mais alto que puder.

Quero olhar pro céu e ver a lua,

que se eleve essa alma pura

nessa noite de frescor.

Cintilante estrela, liberte seu brilho purpurino,

é certo, então, que brilharei.

E com este pozinho mágico

voarei nessa imensidão,

e alcançarei o universo,

e te tocarei com minhas mãos,

e jogarei ao chão flores e versos.

Em minha escrivaninha está o papel

a caneta e a figura que sente,

adormecida sobre rosas

enquanto a alma cintila e voa.

Dorme, então, corpo,

precisas, sim, desse descanso,

e quando acordares coloca em teu papel

com letras redondas a canção que canto.

Desliga-te desse teu pranto

e sorrias, não chores mais,

pois já não há motivo pra chorar.

Mente, ouve, se tens vida,

coração, sinta, se ainda palpita,

pois eu, alma, já estou livre,

a dor não mais existe,

tornem-se, então, sorridentes.

Coração, sinta.

Mente, não minta.

Conservem essa rima ainda quente.