I'm Cold As The Wind Blows escrita por binossaur


Capítulo 1
Capítulo único.


Notas iniciais do capítulo

Ok, muito uso de palavrão desnecessário. Isso aí, por que Natal com neve tem ar triste. E eu gosto de coisas tristes (



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– Lee, pelo amor de Deus, para de palhaçada.

– Não.

– Então é isso? Você não quer mais falar comigo?

– É.

– Ótimo.

A porta da frente bateu, com força.

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– Eu fui um idiota.

– É, eu sei.

– Me perdoa? - sua voz estava suplicante.

Dan suspirou.

– Quando não perdoo?

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– Quer parar com essa porra de mudança de atitude?! Eu não aguento mais!

– Como assim?

– Você, Lee! Para de, uma hora, agir como se eu fosse o amor da sua vida e, na outra, como se eu fosse um nada!

– Eu não estou assim!

– Está, sim!

– Não!

– Para! Que coisa, Lee! O que ta acontecendo contigo?

– E-eu..

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Suspiro.

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Eles se separaram, respirações ofegantes.

– Então era isso - sua voz estava por um fio.

Lee assentiu.

– É-é...

– Bom.

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Outro suspiro.

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– Eu gosto de passar o Natal com a sua família, Lee.

– Sério? Mas, é um tédio. Só eu, meus pais e Anne.

– Ei, é divertido - Dan protestou - Saudades da An.

Lee sorriu.

– É. Eu também...

###

– Lee!

– Anne! - ela correu até ele e pulou em seu colo, Lee a abraçando de volta - Saudades suas, baixinha.

– Ei, sou só um ano mais nova que você! - se afastou dele. - Mas ainda é baixinha.

Anne riu, percebendo o garoto ao lado do irmão.

– Daniel! - o abraçou - Tudo bem?

O garoto a abraçou de volta.

– Anne! - disse - Tudo bem, princesa.

– Vem, mamãe está esperando vocês!

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O garoto loiro grunhiu, passando a mão pelos cabelos. "Porra, Daniel...", murmurou para si mesmo, secando as lágrimas com as cosas da mão. Olhou para a pedra a sua frente e sorriu, se sentindo besta de repente, por alguma razão.

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– Vocês tem certeza de que querem ir agora? Podem passar a noite e ir amanhã de manhã.

Anne os olhou, os olhos brilhando de esperança. Ele sorriu.

– Desculpa, maninha. Ainda vamos passar na casa do Dan, então temos que ir.

Ela assentiu e sorriu.

– Ok. Feliz Natal pra vocês.

– Pra você também.

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As luzes brilhavam, forte. O carro girava a solto na pista. Seus olhos estavam fechados e ele não conseguia abri-los. Queria abri-los. Sentia Dan por cima de si, seu primeiro instinto tendo sido protegê-lo.

Lee queria chorar.

As luzes o cegavam. E a quantidade de sangue que viu o fez ter ânsia de vômito. Daniel estava com a cabeça em seu ombro, um braço ao redor de sua cintura, num ângulo descomunal.

Ele não respirava.

Lee fechou os olhos ao sentir as lágrimas escorrerem, quente, pelo seu rosto.

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O garoto loiro, sentado perto do túmulo, ofegou, enterrando a cabeça nas mãos. As lágrimas escorriam livremente, sem que ele tentasse evitá-las. Seus olhos azuis brilhando ao ler os dizeres naquela maldita pedra pela quinta vez aquela noite.

"Daniel Hood.

Brilhante como sua

adorada Lua"

Lee quis rir por que aquilo era ridículo - mesmo que, sim, Dan fosse realmente apaixonado pela Lua - e nada aconchegante. Ele quis gritar e brigar, mas por que? Com quem?

Grunhiu.

– Dan... - começou, como todo ano fazia - Sinto tanto a tua falta. Não é justo - ofegou - Queria poder ter ido em seu lugar, mas não seria justo contigo. Você que estaria aqui, achando ridículo qualquer coisa que eles tivessem escrito na minha lápide e chorando dez vezes mais, por que você sempre foi o mais sentimental de nós dois, mesmo que não p-parecesse - se sentia tremer - Eu acho. Será que teria seguido em frente? Eu ia querer que sim. E eu sei que você quer que eu faça isso, mas eu não consigo. Sinto a sua falta.

Ele suspirou e se sentou de novo, por que ficar de joelhos estava começando a doer. Assim que conseguiu controlar as lágrimas, continuou:

– Você é um idiota, sabia? - murmurou - O que devia estar escrito aí era: "Daniel Hood. O idiota que pensou em proteger o idiota de um namorado idiota que eu sou em vez da própria vida." E eu nem fiz nada pra te proteger também! - gritou - Não é justo, por que tudo que eu estava pensando era: "Daniel, Daniel, cadê o Daniel? Por que ele não se mexe? Por que ele não respira?" e não é justo, por que eu tinha que ter tentado te proteger também... - secou algumas lágrimas, arfando, antes de olhar em volta do cemitério coberto de neve.

"É Natal, Dan. Costumava ser sua data favorita. E você preferia passar comigo e com a minha família do que com a sua e... Sei lá, isso é estranho. Mas era bom ter você comigo... Ainda é bom ter você comigo, mesmo que eu fale demais e você... Bem..."

Suspirou.

Estava começando a ficar frio, então Lee se abraçou mais no casaco que usava e suspirou. De novo.

– Acho que minha família finalmente aceitou que eu passe os natais aqui - disse - E eu não mantive contato com a sua família, mesmo que eu e sua irmã troquemos cartas no seu aniversário, às vezes. Eu me afastei, pra falar a verdade. Não sentia mais como se conseguisse olhar nos rostos deles - começou a fazer montinhos de neve com as mãos descobertas. Era bom começar a sentir algo de novo - Estamos em 2013. E eu não sei nem por que estou te dizendo isso. Só pra você saber que eu não pulei um ano ou dois para vir falar com você, acho.

Suspirou.

– Anne mandou oi - sussurrou - ela está passando o Natal com Ashton esse ano. Lembra dele? Andava com a gente no colégio... Eles estão namorando agora. É bem fofo, se quer minha opinião - respirou pela boca, apenas para ver a fumaça branca que saía. E para se lembrar de que ainda podia respirar– E eu...

Foi interrompido pelo som de passos se aproximando. Olhou para trás e viu a silhueta de um garoto, andando até ele. Revirou os olhos e voltou sua atenção para o túmulo. Abriu a boca para continuar seu monólogo, mas se interrompeu ao perceber que o garoto parara ao seu lado e o olhava com curiosidade.

Lee o olhou também e não pode evitar ficar um pouco hipnotizado pela sua beleza. Até perceber que estava chorando e secar suas lágrimas as pressas. O garoto se sentou ao seu lado, vendo as rosas que Lee deixara ali quando chegara.

– Então você é a pessoa que deixa as rosas aqui todo Natal - seu tom de voz era simpático.

Lee apenas assentiu.

– Seu irmão? - perguntou. E o loiro podia perceber ingenuidade em sua voz.

Olhou para o chão, suspirando.

– Namorado - murmurou.

O garoto assentiu. Eles ficaram em silêncio por uns instantes, até o loiro secar mais umas lágrimas e murmurar:

– Sou Lee.

O garoto de cabelos cor de areia o olhou, com um sorriso de lado reconfortante.

– Jack.

Lee assentiu.

– Ei, quer ir ao café do outro lado da rua? - Jack perguntou, a voz tremendo - Se não quiser, tudo bem. Só achei que você ia querer desabafar e que eu podia ajudar... Ou não. Esquece. Foi uma ideia estúpida. Estou atrapalhando sua visita - ele se levantou e se afastou, sem esperar por uma resposta.

Lee sorriu de lado para si mesmo, achando graça no garoto, e olhou para o túmulo de Dan, ponderando. Ele quase podia sentir o moreno revirando os olhos e o empurrando para se levantar, dizendo: "siga em frente, Lee. Só não se esquece que eu te amo."

Com os olhos cheios de lágrimas, Lee assentiu e suspirou, se levantando e caminhando atrás de Jack.

– Ei, Jack! - gritou. O garoto se virou, o rosto vermelho - Acho que eu quero ir, sim.

###

– Hey, Dan. É 2014. Viu? Não te esqueci. E acho que nunca conseguiria. Lembra do Jack? Pois é. Estamos namorando a oito meses. Não sei se estou fazendo o certo, pois, com toda certeza do mundo, ainda não segui em frente de você. E vou continuar vindo aqui mesmo que eu siga. Eu te amo. Pra caralho. E sinto sua falta. Pra caralho - suspirou - Até Natal que vem, babe.

###

– Lee, quando você vai voltar pra casa?

– Em dois dias, Dan. Dois dias e eu vou poder te ver de novo.

– Cacete. Sinto sua falta.

– Sinto saudades também, cara. Só mais dois dias.

###

(– Oi, Dan. 2015. É, estou de volta. Sinto sua falta... E eu te amo. Ah, e An e Ash vão se casar. Eu e Jack seremos padrinhos. Estamos namorando a um ano e alguma coisa e ta tudo bem... Eu to bem... Acho... Ainda sinto sua falta pra cacete.... E... Ah, Jack quer falar, então vou esperar no carro. Até Natal que vem, Dan.

– Hmm... Dan? É 2015. Eu não sei por que estou dizendo isso, mas Lee disse que era importante, então... Sei lá. Eu não sei nem o que eu queria dizer. Só que... Obrigado, eu acho. É. Valeu. Eu acho que sei por que você protegeu ele em vez de si mesmo. E... é. Eu teria feito o mesmo.)


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Notas finais do capítulo

Enfim, é.



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