The Women's Revolution escrita por mrsbriel


Capítulo 25
Capítulo 25




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– Alguém pode me explicar que diabos está acontecendo aqui? - George grita. Jake está nos olhando, a expressão assustada e os braços cruzados na altura do peito. Ele observa o alarde de George silenciosamente, como se não estivesse disposto a explicar nada.

– Foram questões de segurança. - Derek inicia.

– Questões de segurança? Deixar Tess e eu perdendo a noção do que era real e do que era imaginário, deixar-nos loucos? Questões de segurança?

– Tivemos que fazer isso. Tivemos que simular a morte de um de vocês para que aliviasse um pouco o nosso lado.

– O lado de quem? - Grito. - O seu lado, Bailee? Eu já deveria imaginar. Já deveria imaginar que isso tudo era obra sua, já que estávamos em sua casa. Por que fizeram isso conosco?

– Jennette e seu bando estão procurando apenas você e George agora. Desistiram de Jake, pois pensam que ele está morto.

– Estão dopando-o com Lyniop? É isso? - George questiona, sem diminuir o tom da voz.

– Foi um...mal necessário. Estamos dopando-o com Lyniop desde que ele teve seu pescoço cortado por Wes. Desde quando foi para a enfermaria no Continente Masculino. No chão de minha casa, exatamente onde vocês estavam, havia uma falha. Um buraco que ao ser pressionado, empurrou Jake para o subsolo antes que a casa explodisse realmente. A diferença, é que contamos tudo a ele. Ele sabia de todo o plano, tirando o fato de que deveria fingir sua morte. Ele realmente se sacrificou por Tess de boa vontade.

– Isso deveria me agradar? Porque não me agrada, Bailee. Qual é o seu problema? Qual foi a vantagem de mantê-lo em cativeiro nas semanas em que George e eu perdíamos toda a nossa sanidade?

– Tess, não julgue-a.

– Por que fez isso conosco, Derek? - Grito. Estou tão insana quanto estive durante essas últimas semanas. Não posso ao menos acreditar que Derek tinha a mínima noção desse plano estúpido.

George deixa a sala, batendo os pés com força no assoalho podre de madeira. Ele empurra a porta da frente da sala e posso ouvir o barulho do acelerador do nosso carro. Ele se foi.

Bailee suspira fundo quando percebe a ausência do filho.

– Não deveria ser assim. Mas Dylan precisava acreditar que vocês estavam mesmo em luto. Que estavam enlouquecendo de culpa e medo. Dylan é o mensageiro de sua mãe dentro de nossa casa, Tessa. - Bailee explica.

– Então, por que não o matamos, assim como fizemos com Katy? A questão não é garantir a segurança? - Opino.

– Porque ele é sua propriedade, querida. Se quiser matá-lo, fique a vontade.

– Não tenho o direito de decidir até que ponto ele pode viver sozinha. Vou pedir ajuda a George.

– A questão é: por que ele está se rebelando dessa forma? - Jake fala pela primeira vez desde que foi chamado ao quarto.

Sorrio ao ouvir sua voz, que me parecia tão distante. Olho fixamente para os olhos azuis que eu jurei que nunca mais veria antes e me agarro a uma tentativa falha de não chorar.

As lágrimas que escorrem pelo meu rosto, são de alívio e ao mesmo tempo, a forma de esquecer a saudade que eu sentia até então. Ele está ali. Bem em minha frente.

– Jake. Você quer mais Lyniop? Percebo que a fórmula está perdendo seu efeito...Você pode morrer.

– Não. - Ele olha para mim e lança um de seus sorrisos capazes de me deixar tonta por uma semana. - Eu tenho uma âncora na qual me agarrar quando o efeito estiver terminando, Bailee. Obrigado.

– Deixe a mente dele ser restaurada sozinha, Bailee. - Digo em concordância.

– Derek, vamos até a sala e deixá-los a sós por alguns minutos. - Bailee sugere. Lanço-lhe um olhar de agradecimento e ela pisca para mim, fechando a porta quando sai do quarto.

– Ei. - Jake diz. - Deveríamos conversar o mais rápido possível, para que não veja uma parte quase morta de mim depois do efeito do Lyniop.

– Eu senti tanto a sua falta. - Começo, dizendo a mais completa verdade.

– Eu...

– Pensei que nunca mais o veria.

Ele avança dois passos para frente e sorri quando meus olhos estão bem em frente aos seus.

– Por favor, me belisque para que eu tenha certeza de que não estou sonhando. - Digo.

Ele segura o meu pescoço e sorri.

– Vou fazer algo melhor.

Jake me beija. E com certeza, era tudo o que eu poderia pedir desde o último dia em que nos vimos. Seus lábios percorrem uma trilha pelo meu rosto. Ele beija minha testa, depois a ponta do meu nariz, minhas duas bochechas, meu queixo e por fim, chega em meus lábios, calmamente.

Eu não tenho como descrever o alívio que sinto ao perceber que isso não é um sonho. Isso é real. Jake é real.

Ele para de me beijar mas não se afasta de mim. Minhas mãos ainda estão enroscadas em seu cabelo, mas ele diz, aos sussurros:

– Eu acho que estou morrendo.

– Não. Você não está morrendo, Jake. Não de novo.

– Eu te amo. - Ele diz.

– Eu sei. E te amo o dobro do que você me ama, com certeza. - Assumo.

Ele sorri para mim e sai do quarto. Me deixa sozinha, talvez por acreditar que eu não suportaria vê-lo sentindo a abstinência do Lyniop em suas veias, vê-lo enlouquecendo e acreditando não ser bom o suficiente para ninguém, como eu fiquei. Novamente, Jake está certo a meu respeito.

Saio da casa rapidamente, deixando Bailee e Derek acompanhando o processo doloroso de desintoxicação que pulsa pelo corpo inteiro do homem que eu amo.

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– Oi, Jamie. - George e eu dissemos ao telefone assim que volto para a casa. Dylan está segurando um livro que tampa o seu rosto e o agradeço por isso. Todas as feições delicadamente perfeitas que ele tinha, o sorriso despreocupado e o contorno dos lábios, não chamam mais a minha atenção. Aliás, chamam a minha atenção para algo perigoso. Dylan é perigoso.

– Oi, gente. - Meu irmão diz do outro lado da linha. - Como vocês estão? Estou morrendo de saudades de vocês. Tomei café da manhã hoje na hora do almoço. Droga, eu não deveria estar falando isso, porque Tessa provavelmente vai brigar com Clover. Ah, e Clover me deu muitos livros para ler. Tem um livro de uma mulher que quer alcançar a presidência do grêmio estudantil e para isso, ela mata a sua concorrente com uma chave de fenda. Eu fiquei bastante pensativo a respeito disso, mas acredito que quando se quer alguma coisa, você faz de tudo por ela, inclusive estive pensando que talvez George pudesse ser essa garota do grêmio estudantil e poderia ter matado Dylan por Katy, que no caso seria o grêmio estudantil. Não que ela seja tudo isso, mas é só uma suposição. Ainda bem que George não fez isso porque senão ele seria preso, possivelmente. Ufa, também li outro livro um dia desses. Contava a história de uma garota que tinha um coelho e o coelho teve uma parada cardíaca. Pobre Sr. Tompson...Morreu tão jovem. Não é triste quando alguém morre jovem? Bom, eu particularmente acho que o dia está muito bonito hoje. Clover me disse que em dias bonitos, eu posso sair para caminhar, mas não creio que ela vá me deixar sair hoje, porque não terminei o dever de casa de ontem. Droga, eu também não deveria estar falando isso. George está ouvindo e provavelmente vai brigar muito comigo por isso...Enfim, quando vocês vão voltar? Vocês precisam ler a história do pobre coelho Sr. Tompson. Ou do grêmio estudantil. Disseram à vocês que...

– Certo, Jamie, me passe o telefone. - Clover diz, do outro lado da linha.

– Mas, Clover, estou contando a eles a história do pobre Sr. Tompson, o coelho. Não sei se já lhe contei sobre isso, é uma história de um coelho que nos...

– Já me contou mais de mil vezes, agora me passe esse telefone.

– Mas, Clover...é uma história muito bonita de superação pois a menina, Gemma, era muito apegada ao seu coelho que no caso era o Sr. Tompson que morreu de...

– Ataque cardíaco. - George, Clover e eu dissemos em uníssono.

– Uau. Vocês já leram esse livro? É muito triste a maneira como Gemma narra a morte de Sr. Tompson, que é um coelho que morreu de...

– Tudo bem. - O telefone faz um ruído, que é provavelmente a luta de Clover para tomar o aparelho das mãos do meu irmão. - Oi, meninos. É a Clover.

– Oi. - George diz. - Está tudo bem por aí? Jamie parece...agitado.

– De fato, ele está. Teve um pesadelo está noite e não dormiu desde então. Não quer dormir, pois tem medo de voltar para o mesmo sonho. Foi até a enfermaria, sem minha autorização, e pediu para que uma das enfermeiras lhe aplicasse uma dose de cafeína na veia. Este menino está muito esperto e creio que o motivo seja sua sede intelectual por livros e conhecimento. Falei com Derek nessa manhã e ele disse que Tessa era da mesma maneira.

– Eu imagino que ela tenha sido mesmo. - George diz, olhando com desdém para mim. Dou um tapa forte em sua cabeça e ele me olha feio.

– Quais são as novidades? Acharam o corpo de Jake?

– Sim. - Digo. - Achamos o corpo de Jake... - Olho ao redor e vejo os olhos de Dylan fixos, atentos à conversa. - Em cinzas, é claro.

– Pobre, Jake. - Clover soluça do outro lado da linha.

– É. Pobre Jake. - Sorrio para George, que pisca para mim.

Lembro-me que nesse momento ele deve estar passando pelo processo de desintoxicação para voltar para o que chamamos de revolução. E é exatamente o que é.

Estamos em uma revolução. Todos nós estamos, embora boa parte da população de ambos os Continentes, não queiram ESSE tipo de revolução. É a que temos. É a que prevalecerá. É uma questão sobre a igualdade.

George desliga o telefone e me tira do meu transe voltado para os meus pensamentos.

– Onde estão Derek e Bailee? - Dylan questiona.

– Creio que não seja da sua conta.

– Coitada da Clover. Sempre demonstrou tanto amor por Derek, que não a merecia nem por um segundo. Provavelmente está rolando numa cama com a mãe de George, nem lembrando de existência dela. - Dylan comenta.

Levanto-me do sofá e avanço na direção dele. Apanho meu arco do lado do sofá e encaixo rapidamente uma flecha nele.

– Cale essa boca. Você não sabe de nada. Nunca soube de nada. É só um garotinho mimado e de todos os homens é o único que merecia continuar sendo um escravo. De preferência, de uma garota que usasse um eletrosingular todos os dias da sua vida, até que morresse de forma violenta.

Dylan solta uma risada.

– Eu costumava ser seu ponto fraco, assim como Derek é, sabia? Se lembra disso?

– Preferia não me lembrar. Preferia que você nunca tivesse existido em minha vida. Preferia que...

– Você não tem o que preferir, garota estúpida. - Ele se levanta.

George levanta-se segundos depois. Ele para ao meu lado e olha fixamente para Dylan.

– Sente-se de novo. Agora. Estou ordenando. - Ele diz.

– E quem você pensa que é? - Dylan retruca. Seguro o arco com mais firmeza, preparada para feri-lo a qualquer momento, ou até matá-lo.

George apanha uma arma na cintura e sorri, de um jeito que me deixaria amedrontada caso o sorriso de uma indiferença rigorosa pairasse sobre mim.

– Eu sou o filho da governadora.

Dylan pisca.

– É mesmo? E eu sou o escravo que acaba de entregar vocês dois para os pensadores masculinos que tem o objetivo de reverter a revolução igualitária. - Ele sorri.

A porta se abre e cinco homens invadem a casa. Dylan corre para o lado deles. Aperto com força meu arco e colo meu corpo ao corpo de George. Fomos pegos.

Uma figura caminha por trás dos homens e para na frente de todos eles. Ela. Seu cabelo está preso em um coque no alto da cabeça e os olhos castanhos brilham numa aura que indica poder e sede de sangue.

– Olá, filha. Quanto tempo. - Jennette Stolpeen está parada em nossa frente.


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