O Senhor de Gondor escrita por Will Snork


Capítulo 23
Capítulo 10 - Tom Bombadil


Notas iniciais do capítulo

Ao terminar o capítulo leia as notas finais explicando sobre o personagem curioso que aparecerá.



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Acordei em uma cama macia dentro de um quarto um pouco curioso. Minhas dores haviam desaparecido, junto com os ferimentos e os ossos quebrados. O quarto era cheio de coisas engraçadas e diferentes, como chafarizes e plantas carnívoras. Pássaros voavam pelo quarto livremente de janela em janela, as quais eram arredondadas e pequenas.

Ao acordar, um homem com uma grande barba e um chapéu muito engraçado colocou o rosto em minha frente me dando um grande susto, dizendo um caloroso “- ola!”.

Ele era pequeno, não muito maior que os Hobbits, e usava um chapéu pontudo e marrom, sua roupa era de um verde azulado com desenhos de flores espalhados, e também usava um grande cinto preto feito de couro. Mas o que mais chamava a atenção eram suas botas amareladas.

Eu olhei para aquele quarto curioso e engraçado, mas nada superava aquele homem no senso de humor, ele estava parado com seus olhos brilhantes e seu nariz batata olhando para mim, enquanto guaxinins perambulavam pelo quarto revirando os cestos de frutas e mexendo em suas coisas.

— Quem é você? – eu perguntei para ele. – E onde eu estou?

— Primeiro me diga quem é você, e muita calma com suas perguntas jovem criança, faça uma de cada vez, pois sou velho e me perco fácil ao meio da conversa. Acho que tenho algum problema com atenção. – respondeu ele rapidamente.

Eu quase soltei um riso de sua voz, que era engraçada, e ele falava de certo modo que suas palavras pareciam ser cantadas, enquanto ele balançava o seu dedo em minha direção.

— Perdão. – respondi. – Eu sou Wallor, filho de Karick, como eu vim parar aqui?

Ele se sentou, e pegou instrumento musical que eu nunca havia visto antes, era como uma caixa revestida com um pano, com um longo braço e algumas cordas presas a ele. Então o pequeno homem começou a cantar.

— Eu estava parado olhando ao céu. Quando uma grande ave apareceu em cima do meu chapéu. Eu corri para ver o que era, e grande era a imensa fera. Caída estava e ela desmaiada. E um homem jogado ao meio da estrada. – Terminou ele o refrão.

— Certo, e onde estamos? – perguntei.

Então ele voltou a cantar ao som de Ding Dong.

— Uma grande floresta, e velha também ela é, até merece uma festa. Sua árvores são grande podemos perceber, e seu galhos são largos é preciso saber. E sabias são as suas palavras, mas somente aqueles que merecem podem escutá-las. – terminou ele.

— Isso é uma metáfora? – Eu perguntei.

— Não. – respondeu ele com raiva. – Você não presta atenção em nada que digo. Estamos na Floresta Velha.

Então eu me levantei da cama rapidamente.

— Eu não posso acreditar que fui parar tão longe! – eu disse ao homem. – Muito obrigado por ter me salvado. Mas eu tenho que partir o quanto antes para Rohan. Meus amigos precisam de mim.

— Mas como você irá até Rohan tão rapidamente? – perguntou o pequeno homem coçando a sua cabeça.

Percebi que estava sem cavalo algum, e caminhar até Rohan demoraria um mês.

— Eu tenho uma ideia! – disse ele.

— Qual sua ideia? – eu perguntei.

Então ele virou as costas e foi até um canto do quarto, lá ele abriu um grande baú, e de lá retirou uma corda.

— Pegue isso! – disse ele me dando aquela corda, que aparentemente não parecia ser uma corda comum, pois era mais resistente que as normais, e ao sol ela emitia um brilho como se fosse feita de algum material luminoso. – Ah, e isso também é seu. – disse ele com a espada que eu havia perdido em mãos.

Ele olhou a espada, e a aproximou de seu rosto.

— Muito boa essa espada. – respondeu ele.

Ele sacudiu a espada e um vento foi lançado dela, chacoalhando a casa e fazendo os animais e os pássaros correrem. E então há colocou em uma bainha de couro e me entregou. E aquilo me deixou espantado, pois ele usava a espada como se fosse uma conhecida.

— Quem é você? – eu perguntei a ele novamente.

— Ah, é verdade, onde estão meus modos? – disse ele me estendendo a mão – Eu sou Tom Bombadil¹.

Eu não entendi muito bem porque ele me estendeu a mão, mas eu a segurei como um ato de comprimento. E ele as chacoalhou, e achei isso muito engraçado.

Então saímos para a floresta, enquanto ele me conduzia para algum lugar que eu não sabia onde era ao sons de Ding Dongs, cantando sobre a floresta, um pouco sobre sua vida e uma certa Fruta D'Ouro, e momento algum ele parava de cantarolar.

— Eu conheço um Hobbit que também se chama Tom. – eu disse a ele no caminho.

— Verdade? E ele também sabe cantar? – disse ele com os olhos brilhantes.

— Não. – eu respondi. – Na verdade ele se chama Tolman, mas o chamamos de Tom.

Então Bombadil abaixou sua cabeça desanimado.

Não demorou muito para chegarmos até onde Bombadil queria. Ele disse para fazermos silêncio, e então ele afastou algumas folhas que estavam em nossa frente, e um fogo azul passou por lá, queimando um pouco a barba de Tom.

Ele batia em sua barba com as duas mãos.

— Quente! – disse ele com a barba faiscando e com a ponta do nariz queimada.

Após ele apagar o fogo de sua barba, percebi que ali estava o grande Dragão Negro, ele estava acordado e soltando seu fogo azul para todos os lados, provavelmente perdido, pois não conseguia enxergar nada e nunca havia entrado em contato com a natureza. E ele não conseguia voar, pois um grande rasgo podia ser visto em sua asa.

— O que pretende fazer Tom? – eu perguntei a ele.

Ele estava fazendo um laço na corda.

— Vamos laçar o dragão, isso vai ser uma simples missão. E voando até Rohan você irá, e seu amigo o dragão será. – cantou novamente.

— O QUE? – eu perguntei a ele.

Então o dragão me escutou, e atirou fogo em nossa direção. Mas nos abaixamos antes do fogo nos alcançar.

— Você veio voando, e voando voltará. – disse Tom.

— Mas como eu irei domar o dragão? – perguntei a Tom.

— Usando isto. – disse ele mostrando a espada. – E isto. – repetiu ele mostrando a corda.

— Você é louco, Tom. – eu respondi.

— Por quê? Você tem uma espada tão boa, isso será fácil. - respondeu ele. – Eu vou ajudá-lo!

Assim Tom me entregou a corda.

Tom saltou em frente ao dragão com minha espada em suas mãos, e gritou para que ele soubesse onde ele estava.

O Dragão se aproximou de Tom Bombadil, e cuspiu chamas em sua direção.

Nesse momento pensei que Tom Bombadil estava morto, pois a chama foi tão forte e intensa que o escondeu dentro de uma bola de fogo azul. Então Tom cortou as chamas com a espada, liberando um vento cortante que acertou o focinho do dragão, o deixando confuso.

— Rápido. – disse ele – Use a corda.

— Mas como? – eu perguntei.

— Apenas gire, e jogue.

Girei a corda em cima de minha cabeça, e a joguei no dragão; e como mágica a corda entrou em seu pescoço.

— Suba em cima da fera, pois ela não é tão nervosa. Apenas precisa de carinho, veja a sua cara de dengosa. – Cantou Tom, segurando a segunda cuspida de fogo com a espada, formando um escudo de ar em volta de seu corpo.

Corri em direção a fera segurando a corda em minhas mãos, e saltei em cima do Dragão. Ao montá-lo, prendi outro laço em seu focinho para conter o fogo.

Então Tom jogou a espada para mim.

— Agora use a espada como uma asa. Bata ela em direção a sua casa. – cantou Tom Bombadil, estalando seus dedos e apagando todo o fogo que já havia se espalgado pela floresta.

Segurei a espada de lado e a asa dele se envolveu em um manto de ar. E assim chacoalhei a espada como se fosse à asa do dragão, e a asa respondia como se fosse tal. E assim o Dragão levantou vôo, e pude perceber Tom logo a baixo segurando seu chapéu para que não saísse voando com o vento.

— Rohan fica para o Sudeste. – gritou Tom Bombadil.

Então assim voei com o Dragão para Rohan, enquanto pensava o quão estranho era aquele homem que havia encontrado.

Em poucas horas pude chegar a Rohan, ao começo as pessoas pensaram que se tratava de um ataque, então flechas foram apontadas para o Dragão, mas o Mago Branco disse para os homens abaixarem seus arcos.

Eles acharam inacreditável o fato de estar montado em cima de um dragão, pois eu era o primeiro homem em toda a história da Terra-Média a conseguir fazer tal coisa. Então após aquele dia, alguns começaram a me chamar de O Domador de Dragões.


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Notas finais do capítulo

1 - Tom Bombadil, é o personagem mais curioso que J. R. R. Tolkien já criou. Citado no livro "A Sociedade do Anél", colocando o Anel de Frodo em seu dedo e não sentindo tentação alguma por ele, e também conseguindo enxergar Frodo quando ele está com o Anel. Tom Bombadil diz que apareceu no mundo antes das montanhas serem criadas e dos elfos chegarem. Ou seja, até hoje ninguém sabe dizer quem ou o que é Tom Bombadil.