É, tinha sido um dia legal. Tirando certos momentos em que eu preferia não lembrar.

Mas agora era melhor eu me apresar, as nuvens negras apareciam, e não quero molhar o meu cabelo.

Já começava a trovejar, e pelo jeito não ia dar tempo de chegar ao centro Pokémon, é melhor procurar um abrigo.

A chuva já começava a cair, e a me molhar. A água caia nos meus olhos impedindo minha visão, e para piorar esbarrei em alguma coisa caindo sobre ela.

Abri meus olhos já podia ver melhor no que tinha tropeçado. Aqueles olhos verdes grama eram impossíveis de não reconhecer.

Era o Drew, me levantei rápido, antes que ele falasse alguma coisa.

–Valeu May!-reclamou - pelo tombo que você me deu e a si mesma, quebrou meu guarda- chuva!

–Ok, - falei com presa -agora me dá licença, que eu não quero me molhar mais ainda.

Comecei a andar em passos apresados. Não adiantava muito, já estava encharcada.

–Ei, me espera!-escutei ele falar.

Ele correu atrás de mim, até que vi uma caverna que dava para nos abrigar até a chuva passar. Adiantei-me e ele também logo já estava naquela caverna um pouco úmida por conta da chuva.

Tirei meu casaco, pois estava úmido, colocando em cima da pedra e pegando minha toalha na minha bolsa. Enrosquei-me nela e sentei em outra pedra, direcionei meu olhar para o Drew.

Vi ele tirar sua blusa úmida e logo tratei de olhar para o outro lado com o rosto já avermelhado.

Ele tinha mudado seu estilo.

Usava agora um colete jeans escuro preto, sem mangas com capuz, uma blusa verde um pouco escura de mangas compridas com um símbolo japonês que significava ‘felicidade’ em preto, uma calça comprida jeans clara com um cinto prata, all-star com quadradinhos em preto e verde escuro e uma mochila de uma alça só preta.

Mas eu também tinha mudado meu estilo, agora usava uma blusa preta tomara que caia bem colada com o corpo com estrelas marcadas na blusa, uma saia quadriculada em vermelho, preto e branco com um cinto branco de tecido e a fivela do cinto em formato de uma estrela prateada brilhante, um casaco vermelho que é a partir do tórax de manga comprida com capuz, um salto médio preto que tem como fivela duas pequenas estrelas e ainda uso a mesma bolsa de cintura de sempre, mas agora ela é vermelha.

Ele pegou uma blusa seca depois de se enxugar e a vestiu.

O silêncio era suprimido pelas gotas d’água que caiam forte no chão barrento.

Tentei puxar papo:

–O que trouxe você até essa cidade?-perguntei, na verdade floresta. Mas estávamos próximo da cidade, então dava para considerar.

–O q-que me trouxe?!-ele parecia nervoso.

–É, - disse olhando a chuva cair - nas maiorias das vezes nos encontramos antes do festival, antigamente era mais ou menos duas ou três vezes.

Ele olhou rápido para o outro lado.

–Drew! - reclamei- eu estou falando com você, não foge do assunto, responde!

–Não... -ele deu uma parada- não te interessa!-falou com grossura.

–O que?-me surpreendi - seu... Seu... Seu groso!

–Problema é meu!-retrucou.

É verdade, o problema é todo seu!-coloquei minha toalha na minha bolsa peguei meu casaco e o vesti coloquei minha bolsa na cintura e me virei para ele e falei-passar bem seu... IDIOTA!

Vire-me para fora e sai ficar ali me fazia sentir mal pelo jeito que ele me tratava e eu gostava dele mesmo assim. Preferia pegar um resfriado.

Corri para o lado de fora e logo sentia aquelas gotas fortes caírem em cima de mim, algumas até machucavam e comecei a entrar na floresta, ouvi alguém chamar meu nome logo depois que entrei ,comecei a correr, minha cabeça girava, aquilo me apavorava, ele sempre era groso, ele nunca mudava, será que ele nunca pensou que algumas palavras machucam?!Mesmo sem querer? Tropecei caindo no chão torcendo meu tornozelo e não conseguindo me levantar.

Ouvi a voz se aproximar cada vez mais de mim, queria que a morte chegasse o mais rápido possível para aquilo tudo acabar e eu não sofrer mais, gritei para a morte perceber que eu estava ali e pela dor quando percebi que a pessoa que gritava meu nome já estava do meu lado. Ouvi então aquela voz um pouco calma, mas mesmo assim nervosa falar:

–Você está bem May?-me perguntou.

Olhei então para o dono da voz e sentir meu sangue ferver quando eu o reconheci.

–Seu idiota!-já estava socando o tórax do Drew - quer me matar de susto?!

–Ai- ele segura meus pulsos - isso machuca sabia?!

–É eu sabia. -me soltei dele.

Ele olha para o outro lado e logo vê o roxo que estava ficando meu tornozelo.

–May! Olha o estado do seu tornozelo, melhor levar você para um centro Pokémon imediatamente! - ele falou pronto para me pegar no colo.

–Eu não preciso da sua ajuda!-me larguei dele.

–Mas deixar você aqui eu não vou!-colocando uns dos meus braços em volta do seu pescoço.

–E desde quando você se importa?! - me retirei dele sentando no chão de novo.

–Desde que você virou importante para mim!-ele me olhava nos olhos - desde que eu não posso, mas negar o que eu sinto!

–O que?!- dessa vez minha cabeça girou e ele se aproximou me segurando pelos braços. -Como posso saber que não está mentindo e está tentando me magoar mais uma vez?!

–Confie em mim pelo menos uma vez. - E logo depois senti seus lábios quentes com os meus. Eu rodei meus braços no pescoço dele enquanto ele tinha suas mãos em minha cintura. Logo percebi que estava de pé, minhas mãos acariciavam seus cabelos verdes macios e molhados suas mãos me prendiam pela cintura enquanto seus lábios me faziam um carinho gostoso.

“É loucura

Odiar todas as rosas

Porque uma te espetou...

Entregar todos os teus sonhos

Porque um deles não se realizou...

Perder a fé em todas as orações

Porque numa não foste atendido...

Desistir de todos os esforços

Porque um deles fracassou...

Deixar de amar

Porque seu coração se quebrou... ’’

Créditos ao autor.