Chances de um novo sol escrita por Anne Caroline


Capítulo 3
Capítulo Três – Corte


Notas iniciais do capítulo

Meus anjinhos desculpa a demora, mas tive sérios problemas com o Word e parei de escrever por um tempo, mas aqui está mais um capitulo. Espero que gostem!!



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Caleb soltou meu braço e passou o dele por minha cintura.

– acho que já estou apegado.

Ele mordeu o próprio pulso e me deu um pouco de seu sangue.

– acho que essa é a situação da qual você disse que seria o necessário mexer na sua cabeça.

– isso seria inconveniente. Não quero esquecer, não quero ter um momento vago dentro da minha cabeça.

Ele pareceu entender já que me soltou. Joguei o cabelo por cima da mancha de sangue do vestido e sai ao lado de Caleb. Um carro nos levou até o aeroporto onde pegamos um avião para a Europa.

A cena das presas de Caleb em minhas veias não se repetiu durante o mês que ficamos em turnê, mas o meu sangue derramando por meu corpo não saia da minha cabeça e durante toda a viagem quando ele me olhava eu lembrava a cena.

Caleb durante esse um mês que viajamos por quase todo mundo não me beijou mais e isso as vezes me atormentava, mas era melhor assim eu não podia me apaixonar por um vampiro. Toda cerimonia da corte eu tinha vontade de quebrar o pescoço de Steven, a tristeza no rosto de todas aquelas pessoas me deixavam deprimida.

O jeito que as pessoas me olhavam como se eu fosse um deles me assustava. Mas eu realmente parecia um deles, além da minha beleza, alguém dava ordens para me manterem sempre arrumada.

Eu parecia tanto com um deles que durante a corte em um país da América Central eu fui dar uma volta pelo local que ocorria a corte e me deparei com uma senhora que servia um clã naquele local. Ela estava cheia de sangue, provavelmente tinham acabado de se alimentar dela. A me ver a senhora ficou tão apavorada que caiu no chão e suplicava para que eu não me alimentasse dela, expliquei que eu era humana e pedi para Caleb ajuda-la.

Eu não gostava que me maquiassem ou que fizessem com que eu usasse aqueles vestidos exagerados. Ethan e Maya pareciam muito felizes durante todas as cortes, eles tornaram grandes amigos, durante o tempo que não estavam me arrumando eu passava as horas com os dois.

Ethan era bem diferente de Maya, ele tinha um ar vingativo e não era ambicioso como ela. Ela queria ter as coisas, já ele queria os pais deles, assim como eu eles achavam que seus pais estavam sobre o poder dos governantes.

Meus assistentes (me permitiram ter dois fixamente) eram educados e realmente cuidavam de mim, fazendo com que eu ainda tivesse esperança nessa raça. Eu passava a maior parte do tempo com eles, mas não sabia o nome, nem como eram seus rostos, creio que por algum motivo eles devessem ficar as escondidas.

Eu passava pouco tempo com Caleb, apenas durante a corte eu ficava ao seu lado depois tentava de alguma forma sumir. Nos primeiros dias ele estava gentil e cuidadoso, mas quanto mais se aproximava o dia de irmos para o palácio ele parecia ficar mais tenso. Faltando dois dias para viajarmos de vez para Washington Caleb cochichou algo na bochecha de seu pai que logo anunciou que escolheriam outra serva para seu filho mais novo. Então eles iriam me matar?

Ele não escolheu durante a fila e entrou de volta para o casarão, fui atrás dele.

– Por que não me matou naquela noite?

Ele estava de costas para mim parado no corredor. Ele usava um calça justa com um sobretudo jeans e um cachecol preto. Eu usava um modelo parecido, mas no lugar do cachecol um lenço e das botas um sapato de salto alto. Meu salto fez barulho conforme eu me aproximava dele.

– eu estou com fome. – ele disse.

– como?

– eu não me alimento de sangue humano a semanas. Eu estou com fome. Não sei como consigo ficar na frente de tantas pessoas sem arrancar a cabeça delas fora.

– não. Vocês têm estoques em suas garrafas que deveriam ser vinho.

– preciso de sangue fresco. E não posso colocar você em risco, me alimentar de qualquer um na rua seria a mesma coisa de dizer que você não está fazendo direito.

Abaixei na altura de sua cintura e enfiei a mão dentro da sua bota, tirei uma faca e levantei novamente.

– nunca diga que não faço direito.

Levei a faca de leve até o pescoço e encostei a lamina, em segundos vi o sangue escorrer. Caleb arrancou a faca da minha mão com rapidez.

– Qual o seu problema? Eu digo que estou morrendo de fome e você se corta?

Ele disse já mordendo o pulso, empurrei antes que ele me desse.

– beba. – ofereci mais uma vez.

Ele obedeceu, suas mãos encontraram minha cintura e com força me empurrou contra a parede. Ele parecia Lia no dia que me intrometi enquanto ela se alimentava de seu servo. O fato de eu estar insistindo que Caleb bebesse meu sangue era porque eu não queria que ele machucasse outra pessoa, ou pelo menos era isso que eu queria achar.

No fundo eu sabia que tinha um toque de ciúmes por pensar que ele teria outra serva. Caleb apertava minha cintura enquanto bebia o meu sangue, estava doendo, mas não tentei impedi-lo de beber mais.

Aos poucos ele foi afrouxando as mãos entorno da minha cintura e as presas foram deixando meu pescoço. Ele olhou para mim que estava ofegante e um pouco tonta, quando ele se afastou cambaleei para frente, mas ele me segurou.

– tudo bem?

Assenti e tentei ficar em pé sozinha. Ele estendeu o braço já sangrando e eu bebi um pouco, mas aquele sangue me deixou ainda mais tonta. Comecei a ver tudo embaçado, eu só via o vermelho do sangue, Caleb falava alguma coisa mais eu não entendia mais nada. A última coisa que senti foi a mão dele tentando agarrar meu braço e depois um enorme vazio.

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Sangue...

Sangue...

Sangue...

Eu estava tentando acordar, mas toda vez que eu conseguia abrir os olhos e só via a enorme bolsa de sangue sendo tirada de mim. Escutava gritos, mas segundos depois algo começava a correr na minha veia novamente.

Foi assim durante dois dias. Quando acordei definitivamente estava em um quarto que não conhecia, reconheci o uniforme preto dos meus assistentes que assim que acordei vieram falar comigo. Eu dormi por dois dias e vim de avião para a Casa Branca, aquele era o quarto de Caleb já que o meu ainda estava em preparo.

Caleb apareceu no quarto e mandou os assistentes sair. Ele se sentou próximo a mim.

– Ei! Como você está?

– aparentemente bem. O que aconteceu?

Ele respirou fundo e passou o braço por meus ombros trazendo-me para mais perto.

– envenenaram você, você perdeu muito sangue – ele bufou. – por minha culpa. Depois para não desperdiçar queriam drenar você, mas não deixei.

– Obrigada.

– por te colocar nessa? Se eu não tivesse pedido outra serva nada disso teria acontecido.

Tentei levantar aos poucos, mas todo meu corpo doía.

– preciso de um banho.

Ele abriu um sorriso.

– isso é um convite?

Sorri e estendi o braço para que ele me ajudasse a levantar. Tomei um banho, sozinha. Vesti uma camisola e voltei a dormir. Só acordei horas depois, estava sozinha no quarto foi quando pude observar o tamanho. Levantei e segui até uma mesa de vidro, mas não foi a mesa que chamou minha atenção e sim a parede atrás delas.

Na parede eu vi uma historia sendo contada através de desenhos. Traços leves, porém determinados. Eram lindos, cheguei mais perto e passei o dedo sobre um dos desenhos, uma garota em um balanço, o rosto não aparecia, mas ela parecia triste e fraca.

A porta rangeu e eu me afastei. Era Caleb, ele estava com roupas diferentes das quais só havia visto em filmes. O cabelo estava molhado e algumas gotas escorriam por seu rosto. Fixei meus olhos nele, ele estava todo molhado, olhei para a janela e vi a tempestade que caia lá fora.

Percebi o olhar dele para minha mão que antes tocava desenho dele. Fiquei sem graça por estar mexendo em suas coisas. Ele se aproximou e tocou minha mão de leve a pegando depois com força. Ele parecia determinado a fazer algo e só não sabia o que.

Mas eu sabia o que eu queria. Queria beija-lo, deis do nosso ultimo beijo, mas eu sempre me lembrava de que ele pertencia a uma raça que eu deveria odiar e esquecia de qualquer vontade que eu tinha. Levantei um pouco os pés e ele me sustentou com seu braço em volta da minha cintura.

Seus cabelos estava macio o que facilitou meus dedos deslizarem por eles. Eu não sabia o que era, talvez uma doença ou um feitiço, mas algo nele me atraia de uma tal forma que comecei a me preocupar. Ele beijou minha bochecha, um beijo até demorado e depois seguiu para minha boca.

Eu odiava aquilo. Eu queria ter um controle sobre mim, queria poder salvar meus pais, queria ter o amor da minha irmã de volta, queria que os humanos tivessem uma chance de escolha, mas eu, justo eu que tanto quer essas coisas estou ali rendida aos beijos de um vampiro.

Não um simples cidadão vampiro, mas o filho de um vampiro que já exterminou metade da raça humana. Tudo isso passava em minha cabeça enquanto o beijo, a raiva começa a subir por minhas veias e a intensidade do beijo começa a aumentar a ponto dele deslizar até a parede e me prensar contra ela.

Ele parecia eletrizado, já eu estava um pouco assustada, mas cedi aos seus beijos. Sua mão encontrou minha coxa e ergueu até sua cintura. Ele afastou o tecido de seda da minha perna e passou a mão de leve, fazendo com que eu me arrepiasse. Ele voltou para minha cintura e me apertou mais contra a parede. Senti o impacto.

– aí! – reclamei.

Ele afrouxou a mão e olhou para mim assustado. Minhas costas estavam doloridas, desconfiei de algo quebrado. E realmente tinha algo quebrado, não minhas costas e sim a parede. Olhei para trás um rachadura havia se aberto na parede. Levantei um pouco da camisola e vi o roxo onde a mão de Caleb estava.

– desculpa. – ele disse.

Respirei fundo e dei de ombros. Ele sempre conseguia acabar com o momento, e o pior de tudo sempre me machucando. Ele pareceu pensativo, estava de costas para mim com as mãos atrás da cabeça.

Caleb parecia mais nervoso do que eu, chutou uma cadeira e me assustou quando se aproximou de mim. Ele pegou em meu braço de leve.

– deixe eu faze-la uma vampira.

Apertei os olhos com receio de não estar acordada.

– o que? –perguntei.

– você, vampira. Deixa eu te transformar.

Ele estava falando serio? Isso não podia ser serio. Ele estava planejando me transformar em... Um monstro? Soltei-me brutalmente dele.

– Não. Não! – falei alto. – jamais serei como você.

– como eu? – ele abriu um sorriso sarcástico. – um monstro? Sim. Eu sou um monstro e não posso mudar isso apenas para você ficar feliz.

Ele saiu do quarto e bateu a porta com toda a força. Eu não sabia se eu chorava ou gritava de raiva. Ele tinha acabado de me propor virar o que eu mais odeio, mas o pior não foi o pedido foi eu ter cogitado aceitar.

Cai sobre os joelhos e comecei a chorar. Eu era serva dele, ele podia fazer o que quisesse comigo, e se ele me transformasse? Eu nunca teria uma família, jamais teria uma vida normal, jamais teria minha vida de volta. Eu não podia permitir isso.

Ouvi uma batida leve na porta e depois vi a silhueta magra de Maya passar pela porta. Ela se apressou em se aproximar de mim.

– o que houve?

Balancei a cabeça e continuei chorando. Ela segurou meus ombros para que eu olhasse para ela.

– Millie o que houve? – disse ternamente.

– ele quer me transformar. – respondi entre soluços.

Maya sabia que aquilo era uma das piores coisas para um humano. Ela me abraçou forte e me embalou até que eu me acalmasse.

– vamos dar uma volta?

Algo no olhar dela, dizia que eu deveria acompanha-la.

– preciso me vestir.

– irei chamar seus assistentes.

Assenti e levantei enquanto ela saia. Cinco minutos depois, meus dois assistentes estavam diante de mim com a muda de roupa que eu deveria usar. Coloquei a roupa estranha, uma calça de couro preta, combinando com a bota de couro também e uma blusa de uma manga só. Um casaco que caiu bem e amarram meu cabelo em um rabo de cavalo simples.

– aqui na capital, eles se vestem como os humanos antes de tudo. – eu já havia ouvido esse “tudo” antes só não sabia o que significava. – mas eles obrigam os outros estados a usarem roupas de outra época para mostrar como são inferiores. – ele bufou.

– prefiro as roupas de época. Aqueles vestidos, corpetes, ombreiras... por que não nasci naquela época? – resmungou o outro assistente.

– essas são bem legais. – digo a respeito das que uso.

– é. Você está pronta.

Olha para o espelho e para alguém que vestia roupas doadas, aquilo estava bem acima do nível que eu poderia esperar ter algum dia.

– Obrigada. – digo enquanto saio.

Encontro Maya no fim do corredor com carpete vermelho, ela agarra minha mão e me puxa para outro corredor tão grande quanto o outro. Chegamos até as escadas e depois seguimos para uma enorme área externa. Avisto Ethan parado perto de um arbusto um pouco distante.

Quando ele percebe minha presença abre um enorme sorriso e me abraça. Sinto segurança em seu abraço e ele demora um bom tempo para afrouxar seus braços.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Digam o que estão achando... Eu não gostei muito desse, não tive muito tempo pra escrever. Prometo que irei melhorar os próximos. Beijosss!