Violetta ON

Ele me levou para casa dele e eu fiquei em choque com o tamanho e o luxo. Fui sair do carro, mas minha perna estava doendo muito quando eu andava. Fiquei com uma cara de dor, e ele percebeu.

León: Está bem?

Violetta: Sim, minha perna só está doendo um pouquinho na hora de andar. - ele me pegou no colo estilo noiva. - León, me solta, tá tudo bem!

León: Claro, eu te atropelei, você tá com dor e quer que eu deixe você andar mesmo assim. - continuei relutando, mas desisti porque era óbvio que eu não conseguiria me soltar, e na verdade eu gostei de ficar ali em seus braços. Era confortável, coisa que eu não me sentia a muito tempo.

Entramos na casa e ele me levou até o quarto de hóspedes.

León: Você pode ficar aqui, vou arranjar roupas para você colocar, enquanto isso, pode tomar banho ali. Vou esquentar a água da banheira. - ele foi e eu fiquei sentada na cama esperando. Fazia muito tempo que eu não tocava em uma cama. - pronto, pode ir, já volto com roupas limpas.

Tomei um banho, mas não tinha toalha... O que eu ia fazer? Tentei gritar o nome do León, mas ele não ouvia. Me levantei com muito esforço e fui mancando até a porta. Abri um pouco e vi se tinha alguém no quarto, mas não tinha. Só tinha uma calcinha, que não sei onde ele arranjou mas era só o que tinha, uma calça de moletom e uma camiseta. Decidi me arriscar. Entrei no quarto e vesti a cueca, quando entra alguém. Ferrou.

Violetta OFF/León ON

Eu não sei o que tava me dando, senti uma vontade imensa de ajudar a menina. Levei ela no colo até o quarto de hóspedes porque a perna dela tava doendo, esquentei água da banheira pra ela e fui pegar uma roupa para a mesma vestir. Só achei uma calcinha da minha irmã que ela tinha deixado um tempo atrás quando se hospedou em casa, peguei uma calça de moletom e uma camiseta que tinham ficado pequenas em mim e levei até o quarto. Bati, mas ela estava tomando banho então deixei em cima da cama. Fui assistir TV e um tempo depois lembrei que não tinha toalha. Peguei uma e entrei sem bater, quando vi a Violetta só de calcinha.

León: Desculpa mesmo, não sabia que... vim te trazer uma toalha. - disse olhando para baixo envergonhado. Ela pegou a toalha e se cobriu.

Vilu: Err... tudo bem, eu que devia ter trancado a porta.

León: Você deve estar com fome. - lembrei que ela não devia comer faz um tempo. - Se vista, e eu vou preparar algo para a gente comer.

Vilu: Estou... brigada! - eu me virei para ir embora mas ela me chamou. - León! Posso te fazer uma pergunta? - assenti. - Porque está sendo legal comigo? Eu sou só uma menina de rua! Não tem que se importar comigo!

Aquela pergunta tinha me pegado de surpresa... Eu não fazia ideia de porque estava fazendo isso por ela, não sou muito desse tipo. Podia apenas ter levado ela ao hospital e ido embora, mas algo nessa garota me fez ajudá-la ser uma obrigação. Ela me fazia sentir algo.

León: Se eu te falar vai achar bobo, mas algo em você me fez sentir que devia te ajudar. - ela ficou com um olhar confuso, mas confesso que eu também estava confuso.

Vilu: De qualquer jeito, obrigada, ninguém nunca se importou comigo como você.

León: Não me agradeça, apenas me diga, o que aconteceu com sua família, ou sua casa?- ela fechou a cara, respirou fundo e estava prestes a falar algo. - se quiser, claro.

Vilu: Já é hora de tirar isso de dentro de mim... Nunca fomos dos mais ricos e eu sempre tive que trabalhar desde criança. Não passava muito tempo com meus pais ou com ninguém mais. Ia da escola para o trabalho e assim passava todos os dias. Um dia, quando eu voltei do trabalho meus pais não estavam em casa, eu estranhei mas adormeci. No dia seguinte resolvi uma ligação... e dizia que... - ela já soluçava, mas pareceu determinada a terminar a história. - meus pais sofreram um acidente de carro, quando meu pai estava buscando minha mãe no trabalho,um homem que estava bêbado, passou no sinal vermelho e eles dois morreram na hora, já o homem foi para a cadeia. Isso tudo no meu aniversário de 18 anos, 7 de Agosto de 2013. - gelei... não... aquilo não estava acontecendo, não posso acreditar. Porque comigo? - meu trabalho não dava conta de pagar a casa, então eu fui despejada. Não tinha parentes então o jeito foi ficar na rua...

Minha mente embaralhada ligava os pontos.

Flashback ON

Meu pai chegou em casa e me viu mexendo no tão precioso relógio dele. Ele era muito agressivo ás vezes e sem pensar duas vezes foi pra cima de mim para me bater. Minha mãe entrou em seu caminho e ele ficou furioso. Saiu de casa correndo batendo os pés. Minha mãe se trancou no quarto e ficou chorando, no dia seguinte, meu pai ainda não tinha aparecido, quando vejo no jornal uma notícia com a foto dele.

Carlos Várgas, famoso empresário, dirige bêbado ontem a noite e mata um casal que voltava do trabalho. Foi preso hoje na manhã do dia 7 de Agosto de 2013.

Flashback OFF

Eu era o culpado de tudo.

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