May - Parte VII escrita por PaulaRodrigues


Capítulo 1
O Subúrbio


Notas iniciais do capítulo

Alguns anos se passaram. May parece estar muito feliz, sua vida estava completa, se sentia cada vez mais humana. May acredita que sua vida está tão perfeita que nada de ruim poderá acontecer, que o pior de sua vida já passara. Será mesmo?



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Família. Um termo tão bonito e terno e finalmente eu tenho uma. Tenho uma família onde há amor, compreensão, amizade e harmonia. Confesso que não somos assim o tempo todo, temos nossas brigas, mas nada comparado ao que meus pais faziam. Outra coisa que percebi no termo família é que ela não precisa ser de sangue para ser sua família. Amo meu marido John, meu enteado Nick, meu filho Max, meu irmão Remi, Page e Melissa que começarão uma família com nossos filhos e Pietro, sim, Pietro é minha família, nós temos uma família juntos e eu o amo, ele é um ótimo amigo.

Bom, passaram-se alguns anos desde a festa de natal e vou colocar os assuntos em dia. Max conseguiu entrar para a faculdade como ele sempre quis. Ele moraria no campus da faculdade, na irmandade de Nick. É óbvio que eu chorei, fui aquelas mães choronas que viu seu filho crescer e agora está partindo. Max tentava me acalmar e eu o abraçava tanto. Queria levá-lo ao quarto, mas John me impediu e percebi que Max agradeceu. Não que ele não me amasse, é que seria vergonhoso para um jovem da idade dele. Ai como é difícil ser mãe de rapazes enormes. Max vinha nos visitar todos os feriados, Nick nem todos, mas sei que Max vinha em todos porque ele sabia que Melissa estaria aqui também. Foi em um desses feriados que ele a pediu em namoro e ela aceitou com muita alegria. Fiquei um pouco assustada, mas já esperava por isso e me acostumei fácil com esse fato. Nick e Page ficaram noivos e se casaram assim que Nick terminou a faculdade. Eles vivem em um apartamento mediano no centro da cidade. Nick não aguentava mais o subúrbio.

John estava começando a ter cabelos brancos com mais frequência, mas não estava com aparência velha. Ele tingia os cabelos para parecer mais jovem, mas eu dizia a ele que eu amava ver os cabelos brancos dele, que lhe davam um charme natural e era a mais pura verdade, ele ficava tão sexy com os cabelos brancos. John ainda dava conta do recado em tudo, ele não estava velho, como disse a vocês, ele estava cada vez mais incrível. Há cada ano que passava achavam ainda mais que eu era uma mocinha impostora que vivia com John pelo dinheiro, mas nossos amigos íntimos sabiam da verdade e a guardavam a sete chaves.

Pietro morava na casa da frente, ele se encontrava com Max toda vez que ele estava aqui e pareciam grandes amigos. Pietro começou a frequentar o mesmo círculo de amigos que eu e eles ficavam encantados em como conseguíamos ser amigos mesmo já tendo um filho juntos. Clarisse foi a que mais se surpreendeu com a incrível semelhança de Pietro e Max. Max arrancava suspiros da maioria das mulheres do subúrbio, desde senhoras casadas e solteironas até as jovens garotas que estavam no ensino médio. Ele não achava nem um pouquinho ruim e até acredito que já havia saído com muitas delas. Outra coisa que perguntavam muito, era porque ele havia me abandonado grávida, era a história mais difícil de explicar, já que na verdade ele havia morrido e então decidimos que a história seria porque eu estava com medo de contar a ele e fugi, indo para a casa do meu irmão, o que não era de fato uma mentira total.

– Você já comprou isso antes? - perguntei Pietro enquanto segurava uma lata de legumes de uma marca que nunca usei antes.

Olhei para o lado e Pietro estava conversando com uma mulher na sessão de frutas, ele segurava uma maçã na mão e estava com a mão no bolso. Ele falava e a mulher só dava risadinhas. Ele me olhou rapidamente e eu balancei a cabeça negativamente e ri. Ele então se despediu da moça e veio até mim.

– O que foi? - ee perguntou com um sorriso maravilhoso no rosto.

– Eu não entendo porque você ainda me chama pra fazer compras com você.

Voltei para meu carrinho de compras e coloquei a lata lá mesmo, iria levá-la. Ah sim, Pietro e eu estávamos no supermercado hoje. Ele me chama desde a sua primeira compra para lhe fazer companhia.

– Fazer compras sozinho não é muito legal, sabe?

– Você não fica sozinho, olha o tanto de... amigas que você faz.

– Mas não é divertido se você não estiver aqui.

– Como assim?

– Eu não vejo essa carinha de ciúmes linda que você faz.

– Ah, para! - revirei os olhos e saí do lado dele andando mais rápido.

Ele riu.

– Vai me dizer que estou mentindo?

– Claro que está. Eu não tenho ciúmes de você.

– Tem certeza? Eu acho que tem - eu não olhei para ele e mal sabia o que estava colocando no carrinho. Senti os olhos de Pietro nos meus. - Olha, tudo bem se você tiver, porque eu tenho quando vejo você com o John.

Olhei para ele rapidamente e nossos rostos ficaram próximos e eu me afastei para trás.

– Vai dizer que nunca percebeu isso?

– Não - disse surpresa.

– Você mente tão mal, May. Vai me dizer que nunca pensou que aquelas coisas maravilhosas que fizemos, meus toques, meus lábios, meu olhos, meu sorriso, o jeitinho que eu falava ao seu ouvido, eu poderia estar fazendo com outra pessoa?

Meu corpo começou a esquentar, um calor que eu sentia quando ele ficava seduzindo e que me incomodava.

– Não quero falar sobre isso - disse pegando meu carrinho e continuando as compras.

– Viu, essa carinha me deixa ainda mais louco - ele tocou em meu queixo e continuou as compras dele.

Pietro tinha razão, eu tinha um pouco de ciúmes sim, mas jamais queria admitir isso. Digo também que não trocaria John por Pietro. Pietro é um ótimo amigo e esse amor que temos é o que nos deixa mais próximos ainda. Eu gostava da companhia dele.

Voltamos para nossas casas e eu estava sozinha. John fora trabalhar e Max estava na faculdade. Era estranho ficar ali sozinha, mas eu estava bem, sabia que John voltaria logo e que meu filho me ligaria a noite para falar sobre ele e se ele não ligasse a noite, ele ligaria pela manhã. Recebo então um telefonema.

– Olá May! - era Clarisse.

– Olá Clarisse, tudo bem?

– Sim querida. Você está se lembrando do aniversário de Melissa amanhã, certo?

– Claro que sim, Clarisse - não, eu havia realmente esquecido.

– Ótimo, aguardo vocês aqui amanhã.

Desligamos.

Sorri, a cada dia eu me sentia mais humana e eu achava isso maravilhoso. Saí correndo de casa e fui bater na porta de Pietro.

– Olá meu bem, posso ajudá-la?

– Agora eu vou te raptar pra você me ajudar!

– Hum... onde vamos? - ele respondeu animado fechando a porta da casa.

– Vamos comprar uma roupa linda para ir no aniversário da Melissa amanhã.

– Comprar roupas? Sério? - ele disse achando um pouco ruim.

– Ah vamos Pietro, você vai me ajudar escolher uma roupa linda. Quero surpreender John.

"John", ele pensou com desdém, "tudo é esse John". Pietro ainda não sabia que eu podia ouvir seus pensamentos e isso me divertia.

– Ok, então vamos. O que eu não faço por você - ele disse me entregando a mão.

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A vida de May nem sempre foi tranquila e feliz, veja como a história de May começou: May - Parte I

Ou prefere saber a Origem de May primeiro para conhecê-la melhor? >> May - Parte IV


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Notas finais do capítulo

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Veja como tudo começou >> http://fanfiction.com.br/historia/238365/May_-_Parte_I/
Ou prefere conhecer a origem de May primeiro? >> http://fanfiction.com.br/historia/320845/May_-_Parte_IV/



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