Loving The Prince escrita por Taty Magnago


Capítulo 1
Único.


Notas iniciais do capítulo

Vamos ler lindos!



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Aleera andava rápido.

Ah não.

Não rápido.

Agora ela corria. Estava atrasada. Muito. Sempre. Duas aulas de poções e... Seu estomago revirava.

Uma aula agora. A primeira.

E então outra. No ultimo horário.

Começando o dia e terminando o dia com a turma da Sonserina. Outro salto no estomago.


Ótimo. Muito bom.

— Senhorita Lovegood, pensei que não chegaria tão cedo.

Ótimo. Novamente ótimo.

Para completar o professor Horacio era um fofo. Ate usando ironia. Ironicamente fofo.

A menina se apressou para se sentar. “Esse lugar não”, “será possível?”. Eram alguns dos pensamentos. Quando sentou ao lado de um rapaz corpulento que usava óculos de sua turma. Yoham. Ou algo do tipo.

Estudava há cinco anos com ele, mas nunca se interessou em saber qualquer coisa.


Seu interesse estava do seu outro lado, com um pequeno corredor que dividia as cadeiras, separando.

Seu interesse era sombrio, quieto e recluso.

Vestia com orgulho o verde e prata. Era também amigo de seu único irmão, Asphar. Que coincidentemente estava sentado com ele.

— Psiu, ei... Lee? — ela ouviu alguém sussurrar.


Esperou o professor virar as costas e então olhou para o lado.

— O que foi? — ela sussurrou de volta.

— Atrasada de novo, hm? — seu irmão perguntou. Debruçando um pouco mais no amigo ao seu lado.

— Por Merlin, me erra!

Ela respondeu, estava virando-se para frente, quando viu que sua resposta arrancou um sorriso. UM SORRISO. Do menino amigo de seu irmão.


Um sorriso rápido, ele nem olhava para ela. Estava virado para frente e para todos os efeitos, prestando atenção na aula e alheio ao amigo implicando com a própria irmã.

Mesmo estando entre os dois.

Mas ele sorriu.

E isso fez com que Aleera sentisse que ia explodir.

Cinco anos. Cinco anos tentando chamar a sua atenção. E nada.

Depois de cinco anos ela ganhou finalmente um sorriso. Que não foi direcionado a ela. Mas surgiu pelo o que ela disse.

Depois de cinco anos tinha conseguido alguma reação humana, vinda de Severo Snape.


Aleera sempre o acompanhava.

Severo Snape era um rapaz impopular, excêntrico, inteligente. E usava dessa inteligência para o bem próprio.

Ele também era solitário. Tinha alguns colegas de sua casa, um deles era o próprio irmão dela.

E tinha ela.

Lilian Evans.

Somente o som do nome dela era capaz de irritar Aleera.


E foi o motivo de detestar as aulas de Transfiguração e Astronomia. Já que essas aulas, a Corvinal tinha com a Grifinoria.

Em contra partida, adorava aulas de Poções e Defesa Contra as Artes das Trevas. Por um motivo obvio, resumido em duas palavras: Severo Snape.

Lilian era metida a boazinha. Inteligente e prepotente. Mas não era tudo o que os outros diziam, se fosse assim, estaria na Corvinal e não na Grifinoria afinal.

Ela também parecia causar um grande efeito em Tiago Potter.

E isso servia para irritar ainda mais Aleera. Já que Tiago e seu namoradinho inseparável, Sirius Black, atormentavam Snape.

Mas no intimo, bem lá dentro. Aleera tinha inveja de Lilian. Isso, ela tinha inveja da sangue-ruim.

Ela conseguia sorrisos, olhares e admiração, vindas de Severo.


Ele a venerava, a amava e isso era extremamente claro.

Ele fazia com Lilian o que nunca faria com ela.

Se bobeasse, ele nunca se quer tinha olhado uma vez para Aleera, nem quando esta em horários vagos, com seu irmão.

Mas com Lilian, era o tempo inteiro... E isso matava aos poucos Aleera.

Ela o amava. Ele deveria olhá-la uma vez, talvez gostasse. Ou a repelisse. Apenas uma vez.

A verdade era que enquanto Lilian fosse a melhor amiga dele, enquanto Lilian Evans existisse. Severo Snape nunca olharia para outra pessoa.

O dia inteiro passou sem surpresas, então chegou o momento da ultima aula. Que era novamente Poções.


Dessa vez ela não estava atrasada. Na verdade parecia mais uma aula livre. Já que tinha gente com caldeirão, outros conversando banalidades. Outros estudando. E os mais íntimos de Horacio, puxando saco.

Ele estava bem no canto, sozinho. Lendo e escrevendo no livro de poções. Escrevendo num livro. Quem em sã consciência escreveria no próprio livro?

Era o momento oportuno.

— Snape? — ela chamou.


Viu-o parar sua mão calmamente, e então erguer os olhos.

Os cabelos escuros e lisos caiam no rosto. E ele a olhou por menos de dois segundos, antes de voltar a escrever.

— Fale. — ele resmungou diretamente.

— Fiquei sabendo que é ótimo com poções. — ela disse, incerta de sua coragem.

— E não me diga que esta precisando de ajuda. — disse com ironia.

— Na verdade, sim.


Severo parou novamente de escrever e voltou a olhá-la. Dessa vez sem desviar o contato.

— Talvez eu não acredite. Visto que os alunos da sua casa se gabam por serem os mais inteligentes. Ou são sempre fúteis o bastante para comemorarem o posto de mais belos.

— Não sou os “alunos” da minha casa. — colocou toda verdade na frase.

Ele parou por quase um minuto.

— Sábado ás dezoito horas na sessão reservada.


Eles não trocaram uma só palavra nos dias que se seguiram depois disso. Mas a menina caminhava nos corredores e a cada aula com a outra casa, num nervosismo sem tamanho.

Era como se seu sonho finalmente se realizasse.

E no sábado, no horário combinado, na sessão reservada, se viu bem em frente ao seu sonho juvenil.

Ele apontava o livro e ela constatou que ele realmente escrevia em todo ele.

E passou algumas dicas sobre determinados ingredientes e suas formas de agir.

— O bezoar, por exemplo, deve ser para desenv... Aleera? Aleera?

— Desculpe, divaguei.


Ela corou.

Afinal a razão por ter divagado era justamente ele.

A forma que seu cabelo caía no rosto, e quando falava incessantemente o ar o fazia chacoalhar.

O ar. Ela sentia o hálito dele a invadir completamente. Deveria ser uma loucura.

Os olhos eram um profundo oceano negro e ela se perdia agora tão próxima. Obvio que não dava para ignorar o nariz, mas ninguém era completo. Imperfeições davam o ar de sobriedade.


— Preste atenção! — ele advertiu.

Mas teve que chamar sua atenção pela segunda vez, e dessa vez fora o rapaz quem corou. Percebendo que ela se distraia enquanto o olhava.

Os dois tiveram mais alguns fins de semana de aula. Pelo menos ate a prova de Poções, que seria no outro dia.

Snape ficou ate depois da aula auxiliando o professor Horacio, e essa ocasião, se mostrou a ruína do plano feminino.


— Essa lista se trata de...? — ele perguntou apontando para uma lista sobre a mesa do professor.

— Ah, são apenas meus melhores estudantes.

— Aleera Lovegood? — perguntou a si mesmo, estranhando o nome dela numa posição tão alta.

— Essa menina é uma de minhas melhores alunas!

O professor disse com orgulho, guardando alguns frascos. Severo pensou se suas aulas estavam fazendo tanto efeito assim, ao ponto de transformá-la em uma das melhores?


— Tem pouco tempo?

— O que? A lista? Ou esta interessado na senhorita Aleera?

— Não senhor professor, é... A lista.

— Ela desde o primeiro ano é uma ótima aluna. Atrevo-me a dizer que é melhor em Poções do que Defesa Contra as Artes das Trevas. É quase tão boa quanto você, Snape.

Quase tão boa quando você.

Que palhaçada era essa?


Ela o tinha procurado para ter aulas, alegando que não era boa em Poções, e agora ele descobria que ela não só era boa, como era MUITO boa.

E o rapaz aguardou o jantar terminar. Era valido já que ele e Lilian tinham discutido novamente, então não restava nada para fazer. Encarava a garota baixinha que jantava alegremente na mesa dos sábios.

Que impertinente. Mas ela iria ver só.

— Aleera. E ai?

— Ah, oi Severo. — ela respondeu, sentindo o coração a mil. Ele a estava cumprimentando num local bem publico.

— Posso dar uma palavrinha com você? Apenas um adiantamento já que amanha tem prova de Poções.

— Ahm, certo. Na biblioteca?

— Não. Venha aqui...


Ele entrou em uma das muitas salas que não eram usadas. Ela inclusive estranhou tal atitude. Afinal ali não daria para estudar e...

— Estava auxiliando o professor Horacio hoje, advinha o que descobri?

— Algum ponto surpresa para a prova?

— Não. Descobri que você é uma das melhores alunas de poção do nosso ano. Incrível né?

— Se-se-sev... Snape, eu posso...

— Explicar? Eu realmente quero saber o que te motivou a mentir dessa forma. É alguma pegadinha?


Ela se desesperou, nunca o vira com tanta frieza.

— NÃO! Claro que não.

— Então porque fez hora com minha cara?

— Eu só... — respirou fundo. — Eu só queria uma desculpa.

— Desculpas para fugir de que?

— Não. Esta confundindo tudo. Eu só queria uma desculpa para estar com você. Para passar mais tempo contigo.

Ele arregalou os olhos, essa garota estava maluca. Só pode.

— Como é que é?

— Com certeza você percebeu. Snape eu só queria estar perto... — admitiu envergonhada.

— Mentiras nunca servirão de justificativa.

— Era apenas um pretexto, não pode ser classificado como mentira!

— Serio que não?

— Eu gosto de você!

— Então acho melhor nossas aulas terminarem aqui e agora!

— Snape, não. Olha...

— Não tem necessidade, afinal você sabe muito bem, ate demais sobre Poções.

— Severo, por favor.

— E eu não gosto de você.


Ela sentia que ele falaria isso, uma hora o outra. E o rapaz ardiloso utilizou tal frase para finalizar o papo.

Era um chute em seu estomago. Em seu ego feminino.

Nesse dia ela desejou que Snape não existisse. Desejou nunca ter o notado.

Desejou poder amar outro homem, alguém que merecesse esse amor.

Aleera fechou a prova no dia seguinte, e não olhou mais para o lado. Sabendo que encontraria ali. Na verdade ela admitiu em desistência que teria de olhar.

Snape era uma péssima droga que a tinha viciado.


E como previsto, ele sequer tinha o rosto virado para seu lado, na mesma posição. Ignorando-a agora deliberadamente, já que tinha consciência de seus sentimentos.

Era isso que devia merecer por tentar se aproximar!

Não fora uma mentira, ela apenas usou de desculpa, como mais poderia chegar-se ate ele?

E conforme os dias se passavam, ela tinha que engolir o desprezo. Engolir os idiotas da Grifinória pegando no pé dele. Engolir Snape e Lilian andando para cima e para baixo juntos, como melhores amigos, ou como namorados.

Ela odiava ainda mais essa ruiva sebosa!

Será que Severo não percebia que ela estava totalmente na teia do Potter? Qualquer um veria isso!

***

Quase todos viram a cena.

Após as provas num ato de total covardia que Tiago e Sirius sempre dispunham. Era típico e habitual para os “Marotos”.

Afinal sempre tinham uma vitima, e Severo Snape era por vezes o prato principal.

Provocações escolares nunca fora uma novidade, em meio a bruxos, trouxas e em qualquer instituição. Sempre haveria os valentões que buscavam apelidar e coagir outros, principalmente os solitários ou fracos.

Snape se enquadrava no termo solitário.


E Tiago apenas não se emoldurava como valentão, porque dependia de outros três para cumprir sua perseguição.

Chamou atenção não só dos que tivera terminado seus exames, como também de outros alunos de diversas idades.

Foi vergonhoso e ate covarde.

Aleera queria intervir, mas limitou-se a assistir tanta picardia. Ate que Lilian entrou em cena, fazendo com que a menina da Corvinal sentisse um forte desejo de azará-la.

Porem fora Snape quem a colocou para trás da forma mais dura possível. E acabou levando com isso.

Essa brincadeira tinha custado muitas coisas além de somente vergonha.

Custado uma amizade.

Custado a devoção.

***

Ela sabia que ele estava em alguma sala abandonada, mas qual...

Tinha que sentir, o coração estava a mil, ia saltar do peito, definitivamente.

Como aquele menino foi capaz?

Como aquela vadia pode fazer isso?

Tudo bem que Snape não fora feliz em sua agressão verbal, mas ela fez como todos os outros, ela fez como Sirius e Tiago.


Severo devia estar devastado, ela tinha que encontrá-lo.

— Te procurei em todos os lugares, sabia que estaria por aqui. Mas preferia que não estivesse. Ainda mais nesse andar.

— Saia daqui agora! — ele rosnou.

— Não pode ficar assim. Severo...

— CALE A PORRA DA BOCA! Aleera saia daqui!

— Posso te ajudar.

— Ninguém pode, fiz uma merda e ninguém pode me ajudar.


Ela respirou fundo. Típico ele se culpar, estava cego.

— Não fez uma merda, apenas disse a verdade.

— Não. Sua louca. Não penso isso dela.

— Pensa. Lá no fundo você pensa. Mesmo gostando dela. Pensa porque quando estamos com raiva, falamos sem pensar, mas nunca falamos mentira.

— Não... Eu... Eu a amo.

Aleera sentia um aperto no peito, bem lá no fundo. Rasgando tudo. A destruindo completamente.

— Não precisa ser assim.


Ele a olhou. Sua vontade de chorar dando lugar à raiva, o tipo de raiva que você quer descontar em alguma pessoa. Tinha que descontar, precisava sofrer e fazer sofrer.

Então seu impulso o fez empurrar os braços finos. Pressionando-a contra parede enquanto se beijavam.

Se antes estava doendo, agora ela estava anestesiada.

Severo Snape a beijando. Como sempre sonhou.

Ele beijava rápido e firme, os cabelos dele caiam no rosto, quando ela tentava o olhar.

As mãos dele tocaram, abusadamente, seus seios. Se apressando a abrir cada botãozinho do uniforme.

Ela nunca pensou que as coisas funcionariam assim.

Sua primeira vez seria numa sala pequena da escola. Bom... Mas ela estava com Severo Snape, e isso mudava tudo.

Podia ser na beira do lago, no Grande Salão. Ela não se importaria. Se fosse com ele.

Ele tinha dedos longos e a mão fina. Típica de quem nunca trabalhou duro. Típica de quem gasta muito tempo estudando.

Ele sequer se deu o trabalho de desfazer de suas roupas, ou da saia dela. Saia era bom, facilitava o serviço.


— Severo... — ela murmurou. Uma vontade forte de fazê-lo enxergar que era Aleera ali.

— Hmm.

— Sou eu, não se esqueça.

Ele deu um sorriso de lado antes de deitar o corpo sobre o dela.

Não poderia esquecer isso, e nem queria esquecer.

Aleera era baixa, magra e tinha cabelos longos e negros. Em nada parecia Lilian.

E ate mesmo o cheiro das duas era completamente diferente.


Ele estava com Aleera e não com Lilian. Nesse momento odiava Lilian e deseja Aleera.

Nesse momento ele queria apenas ser um filho da puta.

Sentiu a resistência do corpo feminino em sua primeira vez, primeiro sua tensão. E depois amolecendo em seus braços.

Prazer. Em sua forma mais simplória e forte.

Aleera estava deitada no braço dele, ainda entendendo tudo o que tinha ocorrido. Snape tinha brigado feio com Lilian, talvez nunca mais reatasse a amizade, e ao mesmo tempo ela e ele tinham acabado de ter momentos altamente íntimos.


Era contraditório de varias formas, era tanta plenitude... Mas sua mente aguçadamente inteligente no mesmo instante passou a bloquear o amor.

Aquilo que os dois tiveram não fora simbolizando o amor, talvez o amor dela. Mas identificar o lado dele no ocorrido causava uma frieza em sua coluna.

— Acho melhor voltar. — ele disse.

“Voltar e não voltarmos”. A frase não passava despercebida a ela.

— Vamos? — arriscou mesmo assim.

— Você volta, não eu.

— Certo. Não precisa ser tão frio, acabamos de...

— Trepar. Nada diferente do normal, não seja idiota!

— Severo... — murmurou aflita.


Afinal ele não tinha necessidade de ser tão duro, o fato de terem transado a deixava sensível. E ele parecia disposto a destruir tudo.

— Vai embora.

— Como assim, e nós?

— Não existe nós. Não pode se achar especial por causa de uma transa, qualquer uma faz isso.

Qualquer uma”.

Ela sentia o coração borbulhar de pavor, temendo aquilo. Severo não era uma boa pessoa. Aleera percebia isso da pior forma possível.


— Você é um monstro! — ela disse com olhos injetados de decepção.

— Acho que finalmente percebeu. — o rapaz murmurou sem hesitação.

A vendo ficar de pé e ajeitar sua roupa. Mas na verdade ele hesitava, por dentro hesitava.

Ela não tinha culpa dos erros dele. Snape causou os erros de Aleera. Ele era sua falha. E não entendia essa necessidade de fazê-la sofrer ainda mais.

— Você, Severo Snape, você merece ficar sozinho! Merece sofrer sua vida inteira. Merece morrer só!


As palavras dela cortaram o ambiente, e soavam como uma maldição sendo lançada.

Eles nunca mais se falaram. Nem naquele dia, nem naquele ano. Nem no ultimo ano.

Ultimo ano esse que Snape passou a maior parte do tempo sozinho, já que Lilian e Tiago estavam namorando.

Sempre quando a Sonserina tinha aula com a Corvinal, em passeios, jantar ou ate mesmo no Clube do Slugue. Ele via Aleera.

Flash daquela noite pipocava em sua mente, e uma sensação que sua inteligência levou tempo para decifrar: arrependimento.

Não por ter ficado com ela, oh não. Aquele momento, todos os instantes nunca saíram de sua cabeça.

Arrependimento pelo o que fez depois. Por cada palavra. Arrependimento na sua pior forma crua. Porque ele sabia que tudo o que foi falado não poderia ser retirado. Então não tinha volta.


“Era uma noite fria de cinco de Junho. A dinástica mansão se erguia, e hoje estava em festa.

Afinal, o herdeiro de todo aquele império estava aniversariando. Dez anos.

Dez anos de quase solidão, tantos anos desde que tivera uma segunda chance. E após cumprimentar os donos da casa, donos esses que eram amigos de longa data de Severo Snape.

Pensava que seria apenas mais uma das tantas festas espalhafatosas que os Malfoy davam sem esforço algum, mas nessa data, na comemoração dos dez anos de Draco, uma presença ilustre fez com que o homem controlado se sentisse... Vivo.

Aleera Lovegood estava ali, bem no centro da mansão.

Tinha virado uma mulher, uma mulher linda e com um sorriso sedutor sob o batom vermelho escuro. Ele se lembrava de Asphar, seu irmão, ter dito algo sobre após Hogwarts, ela ter ido para França.

E obviamente o rapaz era amigo de Lucius, o que explicava a presença dela aqui. Era uma mulher... Uma mulher.

De repente a noite naquela salinha inutilizada na escola voltou em sua maior proporção.

Snape não se importaria em repetir o ocorrido com ela nesse estado. Estava ainda mais desejável, e quem sabe os anos a tinha feito esquecer-se do tórrido acontecido.

Ele duvidava, mas...

E também, o que ele podia oferecer além de uma noite mais? Não tinha por que se envolver, não queria.

Os olhos femininos correram pela sala e pararam nele. E naquele instante Snape sabia que ela também o tinha reconhecido, e ainda se recordado. E que, pelo cenho franzido e a cara de nojo, desejava distancia dele.

Decadente, era o que o agora “professor Snape” era para Aleera. Claro que ainda mexia com seus sentimentos, nunca seria capaz de tirá-lo de seu coração. O que esta dentro não pode sair, porem ela se esforçaria para não entrar nada mais.

Nada dele.

Snape era apenas uma lembrança ruim. Lembrança do que pode acontecer quando se entrega de corpo e alma a alguém.”




FIM




| Segundo relatos da própria Joanne Kathleen, nossa amada J.K. Rowling, Snape não apenas teve um amor pelo qual sofreu a vida inteira, como também foi amado.

A quem diga que o “foi amado” seja referente à Lilian o amar.

Obviamente isso não faz sentido, quem ama perdoa e esquece, quem ama quer viver junto, quem ama valoriza e defende. E tantos adjetivos que faltavam para Lilian.

Então ficou claro que Snape teve alguém que O amou.

Como sou uma pessoa que apesar de amar um drama, também amo o romance, irei complementar a historia. |




Afinal, como seria se depois daquela noite de sexo numa salinha de Hogwart, Snape não a tivesse dispensado.

Se após aquilo ele percebesse que existe alguém que desejava seu bem, que o aceitava mesmo que ele nunca correspondesse ao sentimento:::


Porque era esse o drama de Aleera.

Estavam no sétimo e ultimo ano. E namorava Severo Snape, mesmo que muitos desacreditassem.

Era difícil lidar com ele quando estavam em local publico e o casal Lilian e Tiago passeava felizes da vida.

Ela o entendia, mesmo que os ciúmes por saber que ele estava mal por causa da outra, às vezes a cegava.

Ela o amava, e estava disposta a tudo para vê-lo bem, disposta a amá-lo sempre mais, quem sabe seu sentimento o alcançaria?


***


— Agora façam fila e me sigam. — a professora Minerva disse.

As crianças entravam empolgadas ate passarem pelas portas duplas, chegando ao Grande Salão.

O lugar era enorme, esplendido e iluminado.

Quatro longas mesas estavam postas e com outros alunos no aguardo.

No teto, varias estrelas brilhavam lindamente.

— É enfeitiçado para parecer o céu lá fora, li em Hogwarts, uma historia.

Uma garota estranha, com cabelos bagunçados e dentes levemente grandes, disse presunçosamente.

Logo após, a professora Minerva colocou um banquinho e em cima dele, um chapéu de bruxo, velho e sujo.

Que alguns segundos depois, abriu sua boca e começou a cantar.

Varias crianças murmuravam encantadas, algumas ainda mais curiosas com seu futuro ali. Outras apenas aguardando.

E agora só lhes restava vestir o chapéu e aguardar.

— LUFA-LUFA!

— CORVINAL!

— LUFA-LUFA!

— GRIFINORIA!

— SONSERINA!

Crianças eram enviadas para seus devidos lugares.

— Hermione Granger! — a professora chamou. A menina foi, praticamente correndo de tanta ansiedade.

GRIFINORIA!



Um rapaz com cabelos ruivos e sardas gemeu de desgosto.

— Neville Longbottom!

Um menino extremamente atrapalhado foi ate o banquinho.

GRIFINORIA! — após ser declarada sua casa, ele correu com o chapéu na cabeça, fazendo não só os novatos, como quase todos ali presente, gargalharem.

— Draco Malfoy! — finalmente um rosto conhecido. O loiro sentou arrogante no banco, e o chapéu anunciou sem ao menos tocar sua cabeça.

SONSERINA!

Os alunos se distribuíam e espalhavam.

— Harry Potter!

Um rapaz magrelo, que usava óculos sentou-se.

Sem ter muito que aguardar, o chapéu logo o enviou para Grifinória.

Morganna Snape!


A menina era magra e tinha enormes cabelos negros. Olhos expressivos e azuis. Ela também sentia todo o nervosismo vir à tona, quando caminhava ate o banquinho. Evitou olhar para a mesa dos professores, tinha pavor de se imaginar desagradando seus pais.

O chapéu levou — contados — trinta segundos para se decidir.

Sonserina!

Ela deu um sorriso de alivio, então aí sim, olhou para mesa dos professores.

Onde Severo Snape, seu pai, e professor de poções. Aplaudia de pé.

Foi recepcionada com comemoração e abraços em sua nova casa.


Harry Potter nunca foi famoso. Nunca existiu o menino que sobreviveu.

Lorde Voldemort estava em Azkaban, pelo menos ate que descobrissem a razão de nunca conseguirem matá-lo.

Não existiu Rabicho traindo os amigos, porque nunca houve uma profecia.

Snape ganhou absolvição de seus crimes de quando comensal, com ajuda de Dumbledore.

E aprendeu a base de dor e força, quem merece nossos sentimentos mais doces.


Aleera agüentou, fez por ele o que ninguém mais faria, passou ao seu lado o que só alguém com muito valor e amor passaria. Deu um presente que não conseguiria em lugar nenhum.

Morganna era extremamente inteligente e prodígio.

Ela era curiosa e sempre media o nariz — graças a Merlin —, pequeno e arrebitado onde não era chamada.

Seu humor era azedo e cauteloso, como sua mãe.


“— Faz de novo papai... — ela pedia.

Expecto Patronum! — Snape murmurou.

E de sua varinha saiu uma espessa fumaça branca que formava uma corça.

A menina batia palma e ria. Fazendo Aleera e Severo entrarem juntos na alegria.

Lilian estava presente. Seu patrono demonstrava isso. Talvez nunca amasse ninguém como um dia amou aquela mulherzinha.

Mas não trocaria sua vida, e o que Aleera o oferecia, sem esperar nada em troca — como sempre foi —, por nada.

— Agora é hora de dormir, princesa.

— Não mamãe... Só mais uma vez papai, por favor.

— Ultima vez. Expecto Patronum!

Agora esse era o novo... Para Sempre”.



— Nox.


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Notas finais do capítulo

Ah gente, espero de verdade que tenham curtido.Foi uma forma de Snape ter algo dele... Já que aquela sangue-ruim ruiva conseguiu tirar tudo (me crucifiquem).Enfim, se gostou sintam-se a vontade para favoritar, comentar, recomendar e tal.BEIJÃÃÃÃÃO e FELIZ NATAL!