Confissões de Um Cara em Crise escrita por YuuS


Capítulo 1
Capítulo 1 - Infância


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem dessa história, afinal ela é tão importante quanto qualquer outra já escrita por mim. Espero que acompanhem até o fim.
Vou atualizar logo, porque essa história é como um desabafo sobre minha vida.



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Cap. 1 - Infância

              São Paulo, 15 de Agosto  de 2008

 

    Takashima Kouyou, 15 anos, quase 16 anos.

  Leitor, se você quer uma história de tristezas, sofrimentos e amores, veio ao lugar certo. Começarei a narrar a minha vida para você desde quando eu me lembro.

  Quando criança, com 7 ou 8 anos eu era completamente isolado. Vim de uma ótima família, meus pais me deram tudo do bom e do melhor, e nada me faltou. Nunca. Lógico que às vezes recusavam algumas coisas, mas isso é normal, todos os pais fazem isso, não?

  Mas eu era isolado, eu não tinha amigos, as pessoas da escola não gostavam de mim por eu ser japonês, lerdo e todos debochavam de mim. Nem professoras me apoiavam, sempre colocando defeitos em minha pessoa, sempre, não importava, ou senão, elas simplesmente me deixassem invisível. Quando estava na 1ª série, minha mãe e eu fomos pro Japão. E eu fiquei com medo de ser novamente isolado, e sentir aquela dor chata no coração, mas não era importante assim, era? Mas quando conheci as pessoas, e elas me trataram bem, eu fiquei bem e feliz. Eu gostava de me sentir parte de um grupo, eu gostava de estar rindo com eles, ou fazer palhaçada para nós rirmos. Mas isso acabou. Acabou quando minha mãe quis voltar para o Brasil e eu perdi todos meus amiguinhos.

  E vou lhe contar a minha preciosa memória deles, meu caro Leitor. Lembro de minha professora dizendo:
     - Você não quer ir se despedir deles? – E eu disse que não. E quando estávamos entrando na van para irmos embora, várias e várias crianças saíram correndo para se despedirem de mim. E eu fiquei tão feliz, que ainda posso chorar ao me lembrar disso. Elas corriam para me abraçar, e até fizeram cartas de despedidas pra mim, e ao pegar essas cartas hoje eu sinto que foi o começo de minha vida. Tiramos fotos e nos despedimos. Fora tão bom aquela época que eu sinto saudades.
  Quando voltei para o Brasil, entrei em uma escola pública. Eu achava que não ia conseguir fazer amigos, mas eu fiz, eu consegui. Eu gostava de uma menina um ano mais velha que eu. Mas acho que ela não ligava pra mim. Eu brincava com os gêmeos, e a menina, mas eu andei já andei muito sozinho naquele intervalo, com o choro sufocado em minha garganta. Fiquei lá até a 2ª série, e refiz a 1ª série. Na 3ª série eu fui para outra escola. Aos 9 anos fui obrigado a beijar uma menina numa festa, ela tinha 13 anos. ‘Por que você foi obrigado?’ E eu lhe respondo: Porque não queria perder aquelas pessoas que se disfarçavam de meus amigos. Eu fiquei 5 anos naquela escola mas não consegui achar nenhum amigo de verdade. Eu acho que era popular, porque eu falava com todos daquela escola, e as meninas mais populares. Quando eu estava na 5ª série eu saía com o pessoal da 7ª e 8ª série. E eu me sentia especial e popular, e isso aumentava meu ego, de fato. Mas sabe quando você percebe muito tempo depois que nenhuma daquelas pessoas eram seus amigos de verdade? É uma decepção, frustração e vocês ficam revoltados. Eu me senti assim, e pra mim todos eles eram falsos. Mas eu também fui falso, porque o que eles foram comigo,eu fui com eles. E eu me arrependo leitor, de verdade. Porque talvez, eles podiam ser meus amigos.

 

E agora vou te contar quando fui para a escola pública, mas isso será no próximo capítulo.

Até breve, caro Leitor.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Eu sei que o capítulo um está pequeno demais, mas o segundo está um pouco maior.

Mandem comentários. Beijos. :*