Cartas de Lugar Nenhum escrita por Ana Muniz


Capítulo 6
Capítulo 6 - Verdade


Notas iniciais do capítulo

Bem, amanhã eu postarei o Epílogo, se você leu até aqui, gostou e demonstrou isso, saiba que me ajudou muito: pretendo postar outras fanfics minhas e quem sabe eu até escreva uma continuação para a Cartas de Lugar Nenhum (não posso dar certeza disso, claro).



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Eu sou noiva de Ian Hunt, não de seu irmão gêmeo do mau.

E eu conheço o meu noivo.

Coloquei a manivela do lado esquerdo e sem ter medo algum, girei.

Um deles voltou, o outro era apenas um espírito.

E não era o espírito do meu noivo, era o espírito da parte ruim dele que nascera com a obsessão por vingança.

– Como? Como você sabia que era ele e não eu?

– Nós estamos noivos, noivos usam aliança de noivado, e isso era algo que você não pôde copiar. Esse era o único detalhe que só Ian possuía.

Eu vi naqueles olhos semelhantes aos de Ian, certa tristeza.

– Você vingou a morte dos Hunt, matou o diretor do orfanato e ainda matou outras pessoas que não estavam envolvidas nisso. Você deveria estar realizado.

– É, mas ninguém jamais vai me ver como um herói, eu sou apenas um vingador, um assassino.

– Sim, isso você não pode negar.

E desapareceu.

Do outro lado da sala, Ian se levantava.

– Ian! Ian, você está bem?

– Lizz, querida, me desculpe, eu não consegui te contar a verdade, a culpa é toda minha, você enfrentou tantos riscos hoje que eu nem posso acreditar. Perdoe-me.

– Ian, não se preocupe, você está bem agora, estamos juntos. Vamos embora daqui.

– Lizz, ainda tem algo que eu preciso fazer.

– O quê?

– O boneco que matou os meus pais, libertou os demônios, que, de certa forma prendeu parte dos meus poderes. Alguns demônios poderosos ficaram presos no boneco, eu preciso destruí-lo. Precisamos ir ao quintal da minha casa.

E caminhamos até o lado de fora do orfanato que estava destruído e à medida que saíamos dele, os demônios fracos que tinham destruído a cidade foram ficando mais fracos, já que a parte má de Ian os controlava, a cidade voltou ao seu estado normal. Mas o quintal da casa de Ian não.

– Querida, pegue o baú que está debaixo da escada, por favor.

– É o baú onde...

– É, é o baú onde meu pai aprisionou os demônios há um bom tempo, e onde eles escaparam.

Eu fui para dentro da casa para buscar o baú, Ian foi até o nosso carro pegar um tonel de gasolina para jogar no boneco. Ian o desenterrou e jogou gasolina sobre ele, eu já estava lá, com o baú no mesmo lugar onde eu encontrara Tommy – ou o irmão gêmeo de Ian – sentado. Depois, Ian pegou um isqueiro que estava em seus bolsos e o jogou no boneco com gasolina. Ele se afastou e veio ao meu encontro.

– Como você está, meu amor?

– Eu estou bem querida, já sinto meus poderes voltando para mim.

Eu só via cinzas em meio do buraco onde o boneco estava, quando o fogo parou, uma fagulha vermelha – os demônios mais poderosos - subiu aos céus e caminhou na nossa direção.

– Querida, fique atrás de mim.

Ian conjurou uma magia e a jogou em direção aos demônios, que caíram no chão, depois, Ian os levantou com sua magia boa e os jogou dentro do baú – que era o lugar de onde eles nunca deveriam ter saído.

Ian esperou até o momento em que eles pararam de se debater para desfazer a magia que os segurava para fazer outra que conjurava correntes de cristal – e seria o que os prenderia para todo o sempre naquele baú.

Assim que as correntes foram feitas, Ian fez uma última magia – aquela que destruiu o baú.

Estávamos livres dos demônios para todo o resto da humanidade.

Eu abracei Ian em prantos – imaginar que eu poderia tê-lo perdido fazia com que meu peito doesse demais.

– Acalme-se meu amor, está tudo acabado, estamos livres. Vamos para casa.

Entramos no nosso carro – o possível acidente era apenas uma ilusão que a parte má de Ian fez para me trazer até aqui, pelo menos foi o que Ian disse – que estava normal, sem um quebrado ou um amassado sequer. Ian deu partida e nós saímos de Nowhere, para todo o sempre.

Assim que chegamos a Wish, eu me animei, as ruas estavam cheias de carros, as lojas estavam abertas, as calçadas cheias de pessoas, não era aquele pesadelo que o lado ruim de Ian me fez ver.

Quando Ian parou o carro, estávamos em casa. Ele me ajudou a sair – eu estava exausta – e entramos na nossa casa, o nosso lar, só nosso.

Enquanto Ian fechava a porta eu me sentei no sofá.

– Eu encontrei isso no seu escritório – rirei a caixinha de veludo dos meus bolsos, Ian perdeu a cor, ou melhor, ganhou uma cor no rosto, um vermelho de vergonha.

– Lizz, eu...

– Desculpe querido, eu não quis estragar a surpresa – nesse instante eu me levantei e entreguei a caixinha nas mãos dele – Eu vou esperar até o dia – sorri para ele.

Quando eu caminhei para voltar ao sofá e descansar, Ian puxou minha mão, eu me virei novamente.

– Lizandra Taylor, você quer se casar comigo?

E naquele instante eu percebi que viver aquele pesadelo valeu a pena, quando eu acordei, passei a viver um conto de fadas.


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