Cartas de Lugar Nenhum escrita por Ana Muniz


Capítulo 2
Capítulo 2 - Busca


Notas iniciais do capítulo

Os dois primeiros capítulos são realmente muito pequenos, mas a partir do terceiro, eles ficam maiores.



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Fui à delegacia na esperança de encontrar alguém que pudesse me ajudar a encontrar Ian.

Ele era o curador do Museu das Crenças Antigas, não era alguém muito conhecido fora de Wish.

Além do mais, Wish era uma cidade pacífica, calma e convidativa.

Não que eu tivesse muitas esperanças, mas continuei acreditando que encontraria alguém na delegacia.

Mas ir até lá não foi totalmente inútil, na mesa da recepção havia outra carta.

“Você está mesmo resoluta a encontrá-lo, não que isso me surpreendesse, mas se você está mesmo disposta a colocar sua sanidade e o seu amor em risco, meu conselho é que você visite a cidade onde seu noivo viveu durante sua infância.“

E naquele maldito momento percebi que não sabia onde Ian tinha passado sua infância.

Minha primeira ideia foi procurar na agenda onde Ian anotava tudo – certamente ele deveria falar dessa cidade em algum momento.

Rumei ao museu onde Ian trabalhava. Não encontrei um carro sequer no caminho, isso passou a me assustar.

Quando cheguei ao museu – vazio, claro - encontrei o escritório de Ian com uma estranha tranca tecnológica de quatro dígitos mantendo a porta fechada, tentei a data de aniversário de Ian, mas não, era óbvio demais.

Olhei em volta à procura de alguma dica, nada.

Nas paredes, nada, apenas um calendário com datas circuladas em vermelho, e grande parte riscada, de dias que já tinham passado.

Haviam apenas duas datas circuladas que não tinham sido riscadas: Sete de Agosto e vinte e um de Agosto - sendo a segunda data a do meu aniversário.

Tentei sete de Agosto, a data mais próxima, que seria riscada em três dias.

Surpreendentemente a tranca se abriu, mas minha maior surpresa estava atrás da porta. Ian sempre foi obcecado por arrumação e seu escritório estava todo bagunçado, papel jogado para todos os lados, documentos, relatórios e tudo mais. Isso não parecia obra dele.

Aproximei-me das gavetas de sua escrivaninha. Abri todas, uma a uma, até que na última encontrei a agenda.

Primeiro olhei as datas que tinham sido marcadas - Que novamente eram sete de Agosto e vinte e um de Agosto.

A página da primeira estava em branco, enquanto a página da segunda possuía uma nota de rodapé: “Está na gaveta escondida, não esquecer“.

Gaveta escondida... a procura da tal definitivamente aqueceu minha cabeça e, apesar disso, não a encontrei.

Naquele momento, senti uma onda de raiva percorrer meu corpo e com todas as minhas forças chutei a escrivaninha, uma caixa caiu. Na caixa estava uma folha rasgada, escrita com a caligrafia de Ian.

“Feliz Aniversário meu amor, espero que você complete muitos outros aniversários ao meu lado. Escrevi isso no dia quatro de Agosto, faltando um bom tempo para seu aniversário, mas é porque eu não sei o que pode - ou poderia - acontecer. Eu te amo Lizz, peço-lhe desculpas por tudo e qualquer coisa que você tenha que passar por minha culpa.

Ian.“


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Notas finais do capítulo

Admito que acordar, abrir minha conta aqui e ver que uma pessoa leu o meu primeiro capítulo me deixou muito feliz, espero que eu tenha despertado seu interesse.



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