O tempo passava depressa para os alunos de Hogwarts, as aulas iniciaram e eles já estavam em meados de novembro, o frio chegava para congelar os ossos e a solidão de quem sentia a indiferença, estava sendo duro para James descobrir que não havia como esquecer Lílian, ele havia tentando se interessar por outras garotas, mas nenhuma o fazia vibrar tanto quanto o quadribol.

Todos já haviam saído do campo, mas ele continuava a treinar, esperava se cansar bastante para ter um sono profundo, sem sonhos que o levassem a ela, ele procurou evitá-la por mais dolorido que isso fosse, escondia-se nos corredores somente para cumprir o desejo dela de não vê-lo nunca mais, mesmo nas aulas procurava se manter distante e isolado.

Descuidara-se e um balaço o atingiu fazendo-o cair da vassoura e perseguindo-o até que prendesse dentro do baú, deitou-se na relva cansado e avariado pela queda, ficou estirado por um bom tempo até perceber uma sombra sobre si.

 - Você está bem? – era uma voz conhecida sentada ao seu lado. – Vim ver se você estava ferido.

- Para quê? – apoiou-se no cotovelo para vê-la. – Devia fingir que não me viu, já que me odeia.

- Episkey! – disse apontando para sua testa e fechando o pequeno corte – Eu não te odeio! – ela se levantou - Acho que você está bem.

Lílian foi impedida de ir embora, pois James segurava seu tornozelo.

- Larga! – disse aflita.

- Não posso! – sentia-se dolorido, mas conseguiu sentar – Preciso mesmo de ajuda para chegar até o vestiário.

- Posso chamar alguém para ajudar – ela tentou se desvencilhar, porém James ainda a segurava. – Ademais o vestiário é masculino.

- Não tem ninguém lá! E você já está aqui.

- Tudo bem! – ela se agachou – se apóia em mim. E o baú?

James retirou a varinha do bolso e apontou para o baú, que levitou e à medida que eles andavam, o mesmo acompanhava os dois. Eles caminharam em silêncio e ele torcia a cada passo para que o vestiário ainda estivesse longe.

- Pronto! – ela disse saindo debaixo de seu braço extremamente corada – Está entregue.

- Vai me deixar aqui? – encostou-se à parede cruzando os braços. – Você não está sendo muito solidária.

James abriu a porta do vestiário arrastando o baú para dentro com muito esforço e após trancá-lo iniciou sua caminhada mancando e encostando-se na parede. Lílian postou-se novamente debaixo de seu braço e ele sorriu para ela.

- Obrigado.

- Por nada.

E ficaram mudos novamente. Um longo tempo se passou até que James resolveu quebrar o silêncio.

- Você me perdoa, Lílian? – disse finalmente temeroso – Eu fui um troglodita.

- Do que você está falando? – ela fitou-o sorrindo – Mas está desculpado se realmente se arrependeu.

- Obrigado de novo! – beijou-a no rosto rosado – eu não resisti à tentação. Acho que você me deu forças pra correr. Até mais!

James se despediu e saiu correndo, antes de virar o corredor sorriu ao ouvi-la gritar:

- Patife!