- Lumus!

Um feixe de luz surgiu na ponta de sua varinha. Severus entrou na Floresta Negra, olhou ao redor, mas não viu sinal dos Marotos, eles tinham evaporado, então resolveu seguir um pouco mais adentro e se não os encontrasse voltaria para o castelo.

Ele já havia entrado na floresta durante o dia para pesquisar e conseguir algumas plantas raras, mas à noite a paisagem ficava bastante sinistra, não tinha medo, sua maior ambição era se tornar um Auror e para isso, necessitava saber sobre o inimigo a melhor forma de conhecer o inimigo era convivendo com ele.

Isso ele já havia conseguido, pois Lúcius Malfoy confiava nele e a Arte das Trevas sob o prisma que ele apresentava era muito educativo e conseguiu apenas porque arrumara um desastre para si, pensarem Lílian ainda doía muito e por isso, ele fazia o máximo para esquecê-la.

Ele era expert em não demonstrar as emoções, anos de prática com o pai imprestável, pelo menos para alguma coisa aquele miserável serviu. Severus parou, ele havia se distraído e adentrara demais na floresta. Aqueles tolos idiotas! Se eles queriam arriscar às suas peles o problema era deles. Ele voltaria para a cama. Aqueles estúpidos não mereciam estar na casa a que pertenciam, era ele quem deveria estar na Grifinória, aquele chapéu velho!

Aqueles mentecaptos sempre arrumavam confusões, detenções e eram tão medíocres em sua inteligência. E agora, queriam se meter como uma pedra em seu caminho. Acertaria as contas outro dia, quando não tivesse que fingir que era tapado na frente de todos, pois não queria chamar a atenção para si. Ele resolveu voltar pelo mesmo caminho quando sentiu a presença de um vulto grande, se virou para ver o que era e seu sangue congelou ante a presença daquela criatura grotesca.

- Arogogue com fome e humano jovem é carne fresca.

- Estupefaça!

O feitiço atingiu o alvo, mas não surtiu o efeito desejado, a aranha era grande demais. Severus ouvia apenas o clic-clic chegando antes de se jogar ao chão.

- Aragogue! - uma voz estrondosa soou. –carne fresca trouxe para amiga.

- Hagrid! – a aranha parecia feliz.

- Não comer este garoto, dor de barriga vai sentir.

- Mas... Ele parece tão apetitoso!

- Só parece! – Hagrid disse calmo – Prefere ele que comida de Hagrid?

- Está bem! A carne que Hagrid traz é sempre a melhor.

- Bom apetite!

Severus foi cáustico enquanto via a coisa arrastar a presa sumindo na escuridão. Ele estava estupefato pela conversa amigável entre a aranha e guarda-caça, mas como sempre fechou o semblante e assumiu o controle das emoções novamente, levantando-se para se limpar.

- Sr. Snape! Fazendo o que fora do castelo? A Floresta Negra proibida para estudante.

- Eu me perdi de alguns amigos, Sr. Hagrid – disse irônico. – E como não conheço a floresta tão bem quanto eles...

- Acompanha Hagrid, garoto!

- Claro! Com imenso prazer!

Eles caminharam para saída da floresta em silêncio e já estavam a caminho do castelo quando Hagrid resolveu falar novamente.

- Hagrid precisa contar para professor Sloghorn.

- Eu agradeço seu interesse, mas prefiro que não faça isso – foi enfático em cada palavra que disse depois. - Se não eu teria que contar sobre Aragogue e creio que aquela criatura não faça parte da fauna desta floresta. O senhor teria um enorme trabalho para explicar a presença dela.

- Pequeno infrator chantageia, Hagrid? – ele perguntou zangado.

- De jeito nenhum! – disse sarcástico – Estou apenas negociando uma troca justa, o senhor não fala de minha falta e eu não aponto a sua falta e nem conto as constantes “visitas” que nossos amigos em comum lhe fazem a sua cabana depois do horário.

- Traste! – Hagrid colocou as mãos na cintura. – Antes que idéia mude, suma!

- Pois não! Eles haviam chegado até a porta de entrada do castelo, despediu-se cumprimentando em silêncio, pensou que apesar do homem tê-lo salvado aquele Guarda-caças era um completo idiota.