Amando o Inimigo escrita por IsabellaC


Capítulo 9
Mais um dia em Hogwarts




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A neve novamente batia contra as grandes janelas de Hogwarts. O natal estava se aproximando. O Salão Principal estava decorado com as costumes doze árvores, as velas perpétuas pareciam ainda mais brilhantes do que de costume, guirlandas de azevinho e franjas metálicas enfeitavam os balaústres das escadas e, vez ou outra, grandes ramos de visgo pediam no teto dos corredores, nos quais as garotas sempre se aproveitavam para tentar arriscar algo com algum garoto. Uma das maiores vítimas era Harry, como já era de se esperar. Uma das outras maiores vítimas era Robert, algo que definitivamente não me agradava e me fazia ficar emburrada durante um bom tempo, o que ele dizia ser adorável.
Estava com Hermione, estudando, em nosso quarto. Ela e Rony ainda não haviam voltado a se falar, então ela raramente passava seu tempo livre junto a Harry. Gina passava maior parte de seu tempo com Dino, e Robert estava começando a usar parte dos seus tempos livres para estudar para as N.I.E.M’s, o que fazia com que eu e Hermione ficássemos juntas na maior parte do tempo, estudando ou apenas conversando.
– Como é que você sabe todos esses detalhes? – perguntei, enquanto estudávamos o preparo da Poção Polissuco. Só faríamos as N.I.E.M’s no ano seguinte, mas como já havíamos concluído todo o estudo dos conteúdos que haviam sido dados até agora para as provas finais, decidimos começar o estudo de alguns tópicos que iriam ser cobrados para as N.I.E.M’s. Obviamente, os que já haviam sido dados pelos professores.
Depois de uma pequena pausa, ela falou:
– Promete não contar para ninguém? – perguntou e eu apenas afirmei com a cabeça.
– No segundo ano – ela começou, falando bem baixo, como se temesse que alguém ouvisse, mesmo que fôssemos as únicas presentes no quarto –, eu fiz essa poção. Peguei tudo o que seria necessário para fazê-la no estoque do Professor Snape, e a preparei no banheiro da Murta Que Geme.
O banheiro da Murta Que Geme era um toalete feminino que se encontrava no 2º andar. Era chamado assim porque o fantasma de uma antiga aluna de Hogwarts habitava lá, sempre chorando, se lamentando e vez ou outra, inundando o banheiro. Por isso, raramente alguém ia lá. Eu mesma nunca havia ido.
– Para que você precisaria dessa poção, Mione? – perguntei, curiosa.
– Eu, Harry e Ronald – ela começou, sem disfarçar o tom de desgosto na voz ao mencionar o nome de Rony – estávamos curiosos para descobrir quem era o herdeiro de Slytherin. Você se lembra da primeira mensagem de sangue escrita na parede, que houve após a câmara secreta ser aberta, não lembra? – respondi afirmativamente, apenas balançando a cabeça, lembrando do transtorno que fora aquele ano com todos aqueles ataques.
– Então - continuou –, Rony-ald. Ronald – corrigiu rapidamente e eu tive que abafar um riso – suspeitou que Draco Malfoy fosse o herdeiro e eu pensava o mesmo, então tive a ideia de fazer a poção para que pudéssemos entrar na sala comunal da Sonserina.
– E vocês conseguiram?
– Bom... Eles sim. Eu, sem querer, peguei pelo de gato ao invés de um fio de cabelo das vestes de Emília Bulstrode, então, bom... Você já deve imaginar o que aconteceu. – ela falou, corando, e eu não pude deixar de dar uma risada ao imaginar Hermione como uma garota metade humana, metade gato.
– Então se arriscaram de todas as maneiras possíveis para descobrir se Draco era o herdeiro de Slytherin... Deve ter sido bem decepcionante descobrir que ele não era.
– De certa forma. – ela afirmou. – Bem, falei para Harry que o encontraria na biblioteca por volta das seis horas. Melhor eu ir indo. – falou, levantando-se – Até mais.
– Até mais. – respondi, me ocupando em arrumar os livros, ouvindo apenas o barulho da porta ao fechar.
Depois de arrumar tudo, decidi ir para cama. Vesti-me com meus pijamas e deixei minha varinha sobre a mesa, junto ao meu pequeno troféu, e me deitei na cama, aos poucos adormecendo.

Uma mão pálida carregava uma varinha de madeira escura. O corpo, coberto por um terno negro, se movimentava, parando em frente à outra pessoa, coberta por uma capa cinza até os pés.
A mão com a varinha se estendeu e um feitiço foi conjurado, fazendo o outro homem, com uma extensa barba branca cobrindo seu rosto, cair no chão.

Acordei assustada, observando Hermione, Lilá e Parvati dormindo em suas respectivas camas.
Pude ouvir Lilá falar algo como ”Eu também te amo, Uon-Uon” enquanto dormia e, enfim, tive certeza de que tudo não passara de um sonho.
Deitei minha cabeça sobre o travesseiro novamente, atormentada pela sensação de conhecer as pessoas em meu sonho. Tanto a que matara, quanto a que morrera.
Suspirei pesadamente e fechei os olhos, torcendo para que o sono me tomasse novamente, coisa que não aconteceu. Observei o sol nascer através da grande janela do quarto e, um bom tempo depois, Hermione acordou e, notando que eu também estava acordada, me chamou para que fosse até o Salão Principal tomar café da manhã com ela.
Deixei que Hermione usasse o banheiro primeiro e, nesse meio tempo, separei vestes limpas para vestir.
Depois de ambas estarmos prontas, saímos do dormitório, vendo poucas pessoas na sala comunal, e seguimos direto para o Salão Principal. Avistei Harry e Rony sentados juntos a Neville, conversando enquanto comiam. Robert estava sentado mais adiante, com Jullian, e foi para lá que eu e Hermione fomos.
– Bom dia. – disse, sentando-me ao lado de Robert e beijando o mesmo.
– E eu? Só recebo um bom dia? Nenhum beijinho? Isso é preconceito. – Jullian disse, enfiando um pedaço de bacon na boca.
– Sim, ela tem preconceito com você. Com você e esse seu cabelo louro e nojento. – Robert disse – Por isso ela me ama. Por que eu tenho cabelos castanhos, sedosos e cheirosos.
– Que bom hein, cara... Está com uma garota só porque tem um cabelo legal, porque o resto... – Jullian respondeu e eu e Hermione rimos, enquanto Robert revirava os olhos.
– Ah, parem com isso! – disse ainda risonha – Vocês dois tem cabelos lindos. Se bem que pentear essa cabeleira uma vez ou outra não te mataria, não é, Jullian? - disse e ele riu, porém seu rosto parecia expor mais um sorriso do que apenas um riso – E se fosse para ficar com algum garoto só pelo cabelo, eu ficaria com o Rodolph. – conclui e os dois me deram olhares estranhos – O que foi? Cabelos negros são lindos. Principalmente em pessoas como Rodolph. – continuei – Os olhos cor de mel dele combinam muito com a cor do cabelo e... – eles continuaram a me dar olhares estranhos, dessa vez, acompanhados de Hermione e eu parei imediatamente de falar, sem conseguir deixar de corar.
– Acho melhor você tomar cuidado com o Rodolph, hein, Robert... – Jullian comentou zombeteiro.
– Falando de mim? – Rodolph sorriu, sentando-se ao meu lado, logo se servindo com um copo de suco de abóbora.
– Nem queira saber. – Hermione falou, antes que Jullian se pronunciasse, e pude ver Gina se aproximando, sentando-se ao lado de Hermione.
– Bom dia. – ela disse, mas não prosseguimos com o diálogo devido ao grande número de corujas que entraram no Salão Principal para entregar o correio.
Surpreendi-me ao ver uma das corujas soltar uma carta em frente a mim. Meus pais raramente me enviavam algo quando estava em Hogwarts, achavam estranho ter que enviar cartas através de uma ave, só o faziam em caso de extrema urgência.
Abri o envelope e comecei a ler as palavras:

"Querida Nat, sei que deve estar estranhando receber esta carta, mas precisava entrar em contato com você o mais rápido o possível, e a única maneira de isso acontecer seria através do correio-coruja.
Acontece que você terá que passar seu natal em Hogwarts esse ano. Eu e sua mãe iremos viajar, pois está ocorrendo um problema na filial da empresa em Nova York e eu tenho que solucioná-lo.
Você não tem ideia do quanto ficamos tristes com este ocorrido, mal podemos esperar pelo momento de tê-la perto de nós novamente. Mas como tenho que partir uma semana antes de você retornar da escola e, como você sabe, sua mãe odeia ter que passar as noites sozinha em casa, tivemos que tomar essa decisão.
Seu presente de natal também chegará através desse correio-coruja na manhã de natal. Espero que goste do escolhemos para você.
Com amor,
Henrique Walker, papai."


– Ah, legal. – murmurei irônica, deixando a carta de lado.
– O que houve? – perguntou Hermione.
– Terei que passar o natal em Hogwarts esse ano.
– Não terá não! – Gina falou sorridente, e a respondi apenas com uma expressão facial como se dissesse "han?".
– O que acha de passar o natal n’A Toca comigo e minha família? – ela perguntou.
– Seria ótimo! – respondi sorridente, e a sineta anunciou o fim do café da manhã.
Parei na porta do Salão Principal, para nos despedirmos de Robert, Jullian, Rodolph e Gina, antes de eu e Hermione seguirmos para a nossa primeira aula do dia.
– Não se esqueça do jantar de natal do Professor Slughorn esta noite, certo? – Robert disse.
Ele era um dos alunos favoritos do Professor Slughorn e sempre era convidado para os jantares que ele usualmente oferecia. E, como dessa vez cada convidado poderia levar um acompanhante, Robert decidira me chamar para ir com ele.
– Está bem. – assenti – Até mais tarde. – beijei-o rapidamente antes de seguir para aula de Transfiguração com Hermione.

Durante a aula, tivemos que praticar como mudar a cor de nossas próprias sobrancelhas.
Demorou certo tempo até que consegui mudar a cor de uma de minhas sobrancelhas para um laranja bem berrante. Hermione ria abertamente das tentativas fracassadas de Rony, que até conseguiu, sem querer, se presentear com um bigode em forma de guidão, o que também me fez soltar uma risada discreta.
Distrai-me, mudando a cor de minhas sobrancelhas continuamente. A que estava laranja, adotou uma cor púrpura e a que ainda estava com sua cor natural mudou para rosa. Professora McGonagall elogiou ao notar a facilidade com que fazia as transformações e eu sorri, agradecida.
A sineta tocou, e eu pude ver Hermione saindo rapidamente da sala, deixando praticamente todo seu material em sua mesa, parecendo conter lágrimas nos olhos. Harry pegou os materiais que ela deixara para trás e saiu, parecendo ir atrás dela, antes que eu pudesse perguntar qualquer coisa sobre o ocorrido.
Fiz com que minhas sobrancelhas voltassem à cor original e sai da sala, sem deixar de lançar um olhar de desprezo a Ron e às hienas que riam a sua volta, Lilá e Parvati. Eu tinha certeza de que eles tinham algo a ver com o que havia acontecido à Hermione, só não sabia como havia me distraído a ponto de não notar o momento em que tudo ocorreu durante a aula.
Alcancei Hermione, encontrando-a no caminho para a torre da Grifinória.
– Ei, Mione, espera! – gritei, ofegando, enquanto corria.
Ela parou, parecendo evitar me olhar nos olhos, e eu me aproximei.
– Mione... – falei baixo, segurando em seu rosto para fazê-la olhar para mim – Melhor você parar de chorar, não acha? Rony não merece suas lágrimas pelo o que fez.
Ela deu um meio sorriso, esfregando as lágrimas no rosto e eu sorri.
– Afinal, o que ele fez mesmo? – perguntei com uma careta no rosto e ela riu.
– Como sabe que foi ele, se nem sabe o que aconteceu? - perguntou, ainda rindo.
– Eu... Bom, apenas te conheço mais do que achava que um dia iria conhecer. – respondi e sorri, sendo correspondida.
Pirado convidou Luna para ir à festa! Pirado ama Di-lua! Pirado aaaaaaaaaaaama Di-luuuuuuuuuuua! – Pirraça apareceu, logo se afastando velozmente, espalhando a notícia de que, pelo o que entendi, Harry havia convidado Luna para a festa de Slughorn esta noite.
– E por falar em festa... – falei, aproveitando a deixa que Pirraça dera – Vamos logo lavar esse rosto, porque ainda temos algumas aulas antes do almoço e depois temos que deixá-la mais linda que o normal para poder se encontrar com Córmaco! – disse a fazendo rir novamente, e seguimos para sala comunal.
Bolas festivas.– Hermione disse à Mulher Gorda, atravessando a passagem.
Estava quase entrando na sala comunal, quando tive a impressão de ter visto alguém por perto. Virei o rosto, percebendo que não havia ninguém ao redor, e atravessei a passagem, indo me sentar junto à Hermione, em frente à lareira.


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