Amando o Inimigo escrita por IsabellaC


Capítulo 8
Grifinória X Sonserina




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Era o dia do primeiro jogo de Quadribol da Grifinória contra a Sonserina.
Já haviam se passado alguns dias desde o meu último ‘encontro’ com Draco na biblioteca e, desde então, eu agia como se ele não existisse. Durante as refeições no Salão Principal, eu não olhava uma vez sequer para a mesa da Sonserina, por mais que fosse um hábito observar todas as mesas ao entrar no salão, eu havia excluído a existência de tal na minha mente. Nas aulas que tínhamos juntos, eu me sentava o mais longe possível de seu grupo e sempre que o via pelo castelo, agia como se ele estivesse usando uma capa de invisibilidade.
Se isso tudo é infantil? Pode até ser, mas é melhor agir como se ele não existisse do que demonstrar ódio no olhar cada vez que o visse. Tudo bem que ele não fizera nada além de perguntar se Robert e eu estávamos namorando, porém, não havia sido a pergunta que me incomodara, mas sim o modo como ele a fizera. Estava cansada do modo arrogante que Draco tratava as pessoas e não iria deixá-lo fazer isso comigo ou com meus amigos sem reagir. Não mais.
Mas o que ele dissera antes de eu deixar a biblioteca havia me deixado intrigada. Tanto quanto o seu silêncio após minha pergunta.
Após tomar meu banho, me vesti com uma calça jeans azul escura, suéter preto, uma camisa de manga comprida vermelha com o brasão da Grifonória estampado por baixo, o cachecol do uniforme listrado em amarelo e vermelho e botas de neve pretas, para poder pisar na pouca neve que ainda cobria o terreno de Hogwarts sem preocupação.
Desci com Hermione para a sala comunal e encontramos Gina e Robert à nossa espera para tomar o café-da-manhã.
– Bom dia. – eu e Hermione dissemos ao mesmo tempo.
– Bom dia. – Gina respondeu.
– Bom dia, Hermione. – Robert disse, levantando-se do sofá e se aproximando – Bom dia, Nat. – ele falou e me beijou.
Depois da “cena do beijo” no Salão Principal, Robert havia me pedido, formalmente, em namoro. Quando cheguei à sala comunal aquela noite, ele me esperava sentado junto com nossos amigos e, ali mesmo, no meio de todos os alunos, ele me fez a proposta e eu aceitei. Não podia negar que estava gostando dele. Apesar de tudo, ele era uma das únicas pessoas que conseguia me fazer sentir bem.
– Então... Vamos? – Hermione perguntou constrangida por interromper o nosso “momento de casal”.
– Vamos! – Robert disse – Preciso ver Rony antes que a partida comece. Apostei dez galeões na Grifinória, preciso pôr um pouco de pressão para ele não fazer besteira. – ele falou em tom de piada e Hermione e Gina fingiram um riso.
A verdade é que as duas estavam chateadas com Rony. Gina, pelo fato de ele ficar se metendo no seu namoro com Dino. Hermione, pela antipatia com que ele ultimamente estava agindo. Rony parecia estressado nesses últimos dias, creio, principalmente, pela aproximação do jogo de hoje.

A agitação no Salão Principal era a mesma que sempre havia nos dias de jogos. A Sonserina xingava e vaiava sempre que um jogador da Grifinória entrava. A mesa da Grifinória, uma mancha vermelha e ouro, em contra ataque, sempre os aplaudia e, quando Harry e Rony entraram, o som dos aplausos foi significativamente maior.
– Anime-se, Rony! – Lilá gritou – Sei que você vai ser genial!
Rony sentou-se, ignorando o comentário, ainda com uma expressão abatida no rosto.
– Quer chá? – perguntou Harry a ele – Café? Suco de abóbora?
– Qualquer coisa. – respondeu, mordendo um pedaço de sua torrada.
– Animados para o jogo? – perguntei, tentando puxar assunto.
– Espero que estejam. – Robert disse, antes que qualquer um dos dois pudesse responder – Apostei na Grifinória. Não gostaria de perder dinheiro para o Louis.
Louis era um garoto estranho, de dentes tortos e olhos esbugalhados da Sonserina. Ele não tinha nenhum amigo e estudava poções junto com Robert.
Rony respondeu com sorriso sem graça e voltou a comer.
– Como é que vocês estão se sentindo? – Hermione perguntou, evitando olhar para Rony.
– Estamos ótimos. – Harry respondeu – Tome. – ele ergueu o copo de suco de abóbora para o amigo. Quando ele estava prestes a tomar um gole do suco, Hermione disse:
– Não tome isso, Rony!
– Por quê? – perguntou, sem entender.
– Harry pôs alguma coisa nesse suco! O frasco ainda ta em suas mãos. – reparei na mão de Harry, que continha um pequeno frasco. Era Felix Felicis, que ele havia ganhado na aula de Slughorn!
– Não sei do que você está falando. – ele disse e guardou o frasco nas vestes.
– Você poderia ser expulso por isso, eu nunca pensei que fosse capaz! – ela disse, exaltada e Harry respondeu algo aos sussurros, deixando-a ainda mais indignada.
– Melhor irmos logo. – ela falou, dessa vez, direcionando-se a mim e Robert – Boa sorte no jogo, Gina. – ela falou indo para a saída do Salão Principal, logo sendo seguida por mim e Robert, após de, assim como ela fizera antes, desejar sorte a Gina, assim como a Harry e Rony, no jogo. Coisa que, creio eu, não faltaria para Rony.

Pouco tempo depois de sentarmos para assistir o jogo, o mesmo foi iniciado ao sinal de Madame Hooch. Rony defendia os aros com uma habilidade impressionante e eu não pude deixar de notar que Harry disputava a conquista do pomo com um garoto, de acordo com o que respondera Hermione, que se chamava Harper, e não com Draco. Por que será que ele se ausentara do jogo? Tal pergunta se esvaiu da minha mente ao ouvir os gritos dos alunos da Grifinória perante a conquista do pomo por Harry, trazendo a vitória do jogo para nossa casa.
Depois do jogo, Robert e eu decidimos caminhar pelos terrenos de Hogwarts, para aproveitar o pouco da neve que ainda restava e o clima frio e gostoso para ficarmos juntos.
Algum tempo depois, decidimos voltar para a entrada do castelo. Ele sentou-se no chão de mármore, encostando-se à parede, e eu sentei em seu colo, observando a bela paisagem a nossa frente e aproveitando o silêncio entre nós que, ao invés de ser constrangedor, era reconfortante.
– Ai está você, Robert! – alguém falou e nos viramos para ver quem era, nos deparando com Jullian, que possuía os cabelos louros mais bagunçados do que de costume. – E claro, você também,Natalia. Linda como sempre, se me permite dizer.
– Poupe seus elogios à minha namorada e diga logo o que quer, Jullian. – Robert falou.
– Está rolando uma comemoração lá na sala comunal, vocês não vem?
– Daqui a pouco. – respondi. - Vocês quem sabem. Até mais. – ele falou e voltou correndo para dentro do castelo.
– Então, vamos? – Robert perguntou, ajeitando uma mecha de meu cabelo, uma mania que ele havia adotado desde o nosso primeiro encontro em Hogsmeade.
– Vamos. – respondi, levantando-me de seu colo e, logo depois, entrando no castelo de mãos dadas com ele.
Quando chegávamos à passagem da Mulher Gorda, vi uma menina de cabelos castanhos volumosos mais adiante, que eu tinha certeza pertencerem à Hermione.
– Robert, vai entrando que daqui a pouco eu te encontro, ok?
– O que houve, Nat?
– Nada... Só preciso resolver uma coisa. – disse, beijando-o no rosto e indo atrás de Hermione, ouvindo o ruído da passagem para sala comunal sendo aberta ao me afastar.
Ouvi um barulho de porta batendo e me deixei ser guiada por ele. Aproximei-me, abrindo a porta devagar, vendo Hermione sentada sobre a escrivaninha do professor, sozinha, exceto por um pequeno círculo de passarinhos amarelos que piavam, voando ao seu redor, que visivelmente haviam sido conjurados por ela.
– Como é que você consegue fazer feitiços estando assim? – perguntei, observando sua expressão chorosa – Eu não consigo nem quando estou bem. – falei e me aproximei dela, sentando-me ao seu lado e colocando minha mão sobre a sua, em sinal de apoio.
– Estando assim como? Estou completamente normal. – ela falou com a voz dura, porém não tirou sua mão da minha.
– O que aconteceu, Mione? – perguntei, mas antes que ela pudesse responder, pudemos ouvir a porta se abrindo novamente. - Hermione? – Harry disse, entrando na sala.
– Ah, olá, Harry. – ela disse, com o mesmo tom de voz de quando falara comigo – Estava praticando e a Natalia me encontrou aqui.
– Ahn... Sim... Percebi. São realmente bons. – ele comentou.
– Rony parece estar se divertindo na comemoração. - ela comentou.
– Ah... Está?- Harry perguntou.
– Como assim? O que Rony fez? – perguntei.
– Não finja que não viu. – Hermione respondeu a Harry, como se eu nem tivesse dito nada – Ele não estava se escondendo, estava...
Novamente o diálogo foi interrompido pelo som da porta se abrindo, e Rony, puxando Lilá pela mão, entrou na sala.
Agora sim estava tudo fazendo sentido! Lilá enfim conseguira ficar com Rony, e Hermione, como já era de se esperar, havia ficado com ciúmes. Não acredito que não havia conseguido deduzir isso.
– Opa! – Lilá disse, em meio a risinhos, recuando e fechando a porta.
Um estranho silêncio permaneceu na sala durante algum tempo, até Rony pronunciar-se:
– Harry! Estava me perguntando aonde você teria ido.
– Você não deveria deixar Lilá sozinha. – Hermione disse baixo – Daqui a pouco ela vai começar a se perguntar aonde você terá ido. – ela levantou-se da escrivaninha, ergueu sua varinha e gritou: -Oppugno!
E, de repente, todos os pássaros que antes rodeavam a Hermione, se organizaram em uma fila reta, atacando Rony. Ele tentava se proteger, pondo a mãos sobre o rosto, mas os pássaros continuaram a atacá-lo, bicando-o em todas as partes do corpo que conseguiam do garoto.
Melivradisso!– ele berrou e Hermione, com uma expressão vingativa no rosto, saiu da sala, batendo a porta ao passar.
Olhei para Harry, vendo a mesma expressão que eu possuía em meu rosto no dele. A de tristeza.
Trocamos um olhar, nos comunicando através dele e me levantei da escrivaninha, indo ajudá-lo a livrar Rony dos pássaros.


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