Amando o Inimigo escrita por IsabellaC


Capítulo 7
Beijo No Salão Principal




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Estava distraída lendo um livro, sentada em uma poltrona em frente a uma janela que tinha uma bela visão de Hogwarts sendo, cada vez mais, coberta pela neve, quando notei uma pessoa se sentando em uma das poltronas próximas a minha. Era Rony.
Fechei o livro em minhas mãos, marcando a página em que parara, e direcionei meu olhar a ele.
– Bom dia, Rony. – disse e coloquei o livro sobre um móvel.
– Bom dia, Nat. – ele falou, fitando suas próprias mãos, que pousavam em seu colo.
– Aconteceu algo? – perguntei, preocupada com o modo como ele agia. Ele parecia frio, distante. Diferente do garoto animado e relaxado de sempre.
– Nada... Ainda estou incomodado com o que aconteceu com Cátia. – respondeu – Ela foi enviada para o St. Mungus hoje, sabia? – ele falou, agora, direcionando seu olhar para mim.
– Ah... Espero que ela melhore e volte logo para Hogwarts. – falei sincera. Nunca havia tido nenhuma intimidade com Cátia, mas saber que uma pessoa a qual eu via todos os dias se encontrava em uma situação dessas, não era nada confortável.
– Pois é... Bom... – ele pareceu pensar no que dizer – Como é que foi o resto do seu dia em Hogsmeade? Você saiu com o Colfer, não foi?
– Sim, nós saímos juntos. – respondi.
– E como é que foi? br> - Foi bom. Robert é uma ótima companhia, é bem divertido. – sorri.
Ele apenas assentiu com a cabeça ao ouvir a resposta e, logo depois, Harry e Hermione apareceram, nos convidando para acompanhá-los no café da manhã.
– Eu gostaria de poder saber quem era o verdadeiro alvo do ataque de ontem. – Hermione comentou, enquanto descíamos as escadas.
– Como assim? – indaguei – Não era Cátia?
– Não. Ninguém sabe disso, apenas nós. – Rony falou como se pedisse segredo.
Assenti com a cabeça, como se dissesse “podem confiar em mim”, o que eles realmente podiam, e então ele prosseguiu: - Cátia só estava sendo usada como meio de chegar ao alvo principal – ele disse, aos sussurros, como se temesse que alguém se aproximasse de repente – Usaram a maldição Imperius nela, para que ela entregasse o colar para a pessoa certa. – ele fez uma pausa, suspirando – Só que, durante a discussão com Liane, ela, acidentalmente tocou no colar e... Bom, aconteceu o que aconteceu.
– Então Cátia foi usada apenas para chegar até outra pessoa, que ninguém sabe quem é? – perguntei perplexa.
– Não diria todo mundo. – Harry falou – Naturalmente, o Malfoy sabe. – pude ver Hermione revirar os olhos e Rony fitá-lo com descrença. Eu apenas passei a andar fitando o chão. O resto do percurso foi feito em silêncio e eu não pude evitar em pensar sobre os sonhos que tivera com Draco. A dor e o medo explícitos em sua face em cada um deles... Doía só de pensar.
“Harry está obcecado com a idéia de Draco ser um comensal da morte.”
As palavras de Hermione ecoaram novamente em minha cabeça. Voltei a pensar na expressão de dor que Draco fez ao sentir meu toque em seu braço e no sonho que tivera durante as férias com ele acariciando o próprio braço, levemente, parecendo conter as lágrimas que insistiam em querer cair e... Mas não, nada disso fazia sentido. Draco não era um comensal, não podia ser. Eu apenas havia apertado seu braço com força demais e precisava tomar remédios de nível psiquiátrico para controlar meus sonhos. Afinal, até parece que eles teriam alguma relação com a realidade.

Entramos no Salão Principal e meu olhar, meio que num ato involuntário, se direcionou para a mesa da Sonserina. Draco exibia um estado de espírito mais morto do que de costume e parecia estar bem alheio à conversa de seus amigos.
Seu olhar encontrou o meu e ele exibiu um fraco sorriso, o qual eu correspondi sem jeito, sendo interrompida por um par de mãos que me envolveu a cintura, me fazendo da uma volta de 180º de forma, digamos, graciosa.
– Bom dia. – Robert disse com um sorriso tão bonito que faziam seus olhos brilharem – O que você estava fazendo aqui parada todo esse tempo?
Olhei, discretamente, de volta para mesa da Sonserina e vi que Draco agora brincava com a comida em seu prato.
– Eu... Nada demais. – disse enquanto ajeitava sua franja, que insistia em cair sobre seus olhos.
– Então vamos sentar e comer algo. – ele disse e selou nossos lábios em um rápido beijo, o que me surpreendeu, e pegou em uma das minhas mãos enquanto andávamos em direção a mesa da Grifinória.
Assim que me sentei, comecei a me servir do delicioso café da manhã que os queridos elfos de Hogwarts proporcionavam. Não tinha notado o quanto estava com fome até ver aquela quantidade extravagante de comida na minha frente.
Peguei uma tigela com mingau de aveia e coloquei uma porção de ovos mexidos em meu prato, sem deixar de encher um copo com suco de abóbora e, então, comecei a comer.
– Está com fome, hein... – Gina, que estava sentada ao meu lado, falou.
– Han? – falei e, ao notar que a minha boca ainda estava cheia de mingau, corei, fazendo-a rir.
– Nada. – ela disse ainda risonha – Mas e você e o Robert? – ela falou aos sussurros – O que foi aquilo perto da entrada?
– Bom... Nem eu sei. – falei aos sussurros e ela riu ao ouvir a resposta.
– Só você mesmo, Natalia. – ela falou, ainda rindo, no que eu a acompanhei.
Direcionei meu olhar a Robert, que estava sentado no outro assento ao meu lado, e sorri ao vê-lo entretido em uma conversa com seus amigos.
Voltei a comer e me encaixei na conversa que Hermione e Gina estavam tendo, sem deixar de notar o momento em que certa pessoa deixou o Salão Principal.

Estava na biblioteca, procurando por livros que pudessem me ajudar a melhorar meu desempenho em poções e, após escolher três diferentes, me sentei em uma das mesas e comecei a estudá-los.
O local estava praticamente vazio, a não ser por Madame Pince, um menino da Corvinal que aparentava estar no quarto ano e, bom, eu mesma.
Estava tão concentrada nos estudos, que nem vira as horas passando. Só notei que já passavam das sete da noite quando ouvi um barulho de cadeira arrastando próximo a mim.
– Está tendo dificuldade em poções? – Draco perguntou, pela primeira vez, sem parecer nem frio ou arrogante, como de costume.
– Mais ou menos... Nunca fui extraordinária, sempre tive que estudar bastante para conseguir boas notas nesta matéria. – respondi.
– Hm... Entendo... – ele fez uma pausa, suspirando – Se eu fosse você, me aprofundaria mais no preparo desta poção... – ele falou, passando as páginas do livro que estudava no momento, parando na parte onde ensinava o preparo da Poção Polissuco – Meu pai disse que é uma das mais importantes para as N.I.E.M’s, isso se não for a mais importante de todas.
– Certo... Obrigada. – sorri para ele, voltando a prestar atenção no livro.
Algum tempo se passou e eu não conseguira aprender nada de fato. Só por saber que Draco estava perto de mim, me observando, eu ficava desconcentrada, por mais que sequer ouvisse o som de sua respiração.
Suspirei, fechando o livro, e me virei, passando a observá-lo.
– Terminou de estudar? – perguntou.
– Aparentemente, sim. – respondi, mordendo de leve meu lábio inferior. Tinha mania de repetir esse ato quando ficava desconfortável em alguma situação.
– Você está namorando o Colfer, não está? – ele perguntou, sem expressão nenhuma no rosto.
– Eu... Por que está perguntando isso?
– Você está ou não, Natalia? – ele perguntou dessa vez com um tom ríspido em sua voz.
– E por que é que você quer saber? – perguntei, expondo um tom de raiva em minha voz, por mais que ainda falasse aos sussurros, por estar na biblioteca – Você não tem nada a ver com a minha vida e aposto que você nem sequer sabia da minha existência até eu derrotá-lo na aula de Defesa contra as Artes das Trevas – nesse momento eu já não me encontrava mais sentada, mas sim de pé, em frente a Draco, que continuava a me observar da cadeira – Tenho certeza que só fica atrás de mim, me perturbando, por causa da sua rivalidade inútil com o Harry e, como virei amiga dele, acha que sou mais um meio de ajudá-lo a perturbá-lo, assim como você faz com Hermione e todos os Weasley. Mas não, Draco, eu já cansei. – suspirei ofegante – Não quero mais você atrás de mim, entendeu? Se isso continuar acontecendo, eu não respondo mais por mim. – peguei minhas coisas, virando para ir embora quando o ouvi dizer:
– Você realmente acha que eu não me importo com você, não é? Você realmente pensa que acho que você é só mais uma sangue ruim qualquer, que você e lixo para mim são a mesma coisa, não pensa?
– E se eu não sou isso para você, Draco, o que é que eu sou? – perguntei ainda virada de costas para ele.
Ao apenas receber seu silêncio como resposta, saí andando o mais depressa possível da biblioteca, não me preocupando com nada além de chegar à sala comunal da maneira mais rápida que pudesse.


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