Amando o Inimigo escrita por IsabellaC


Capítulo 6
Hogsmeade




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Era o dia da visita à Hogsmeade. Eu nem havia notado como o tempo havia passado rápido e acho que só havia percebido que o inverno havia chegado devido à neve que caia sobre o terreno de Hogwarts.
Quando acordei, notei que havia sido a última e segui para o banheiro, cuidando da minha higiene e depois me vestindo com uma calça jeans, camisa de manga comprida preta com um casaco branco por cima, botas de cor marrom, touca branca e um cachecol quadriculado em preto e cinza bem escuro.
Seguindo caminho para o Salão Principal, encontrei Gina, que possuía um rolo de pergaminho na mão.
– Bom dia, Gina. – sorri.
– Bom dia. – ela respondeu, também sorrindo.
– O que é isso na sua não? – perguntei curiosa.
– Algo que me pediram para entregar ao Harry. – ela falou, dando de ombros.
– Ah sim... Vai acompanhada para Hogsmeade?
– Vou com Dino. – o rosto dela expôs um meio sorriso – E você, vai com alguém?
– Acho que vou ter que me infiltrar no grupo de alguém. – falei e nós rimos, logo atravessando a porta para o Salão Principal.
Pude avistar Harry, Hermione e Rony mais adiante na mesa da Grifinória, conversando. Gina continuou caminhando até eles e eu a segui.
– Ei, Harry, me mandaram entregar isso. – ela estendeu o pergaminho, o qual Harry logo pegou.
– Obrigado, Gina... É a próxima aula de Dumbledore! – ele falou, seguidamente abrindo o pergaminho – Segunda à noite! – falou, com uma expressão de felicidade no rosto – Quer se encontrar com a gente em Hogsmeade, Gina?
– Estou indo com Dino, talvez a gente se veja lá – respondeu Gina, acenando ao se afastar.
– E você, Natalia, vai com alguém? – perguntou Rony, parecendo ser o único que notara a minha presença até aquele momento.
– Ah, bom... Na verdade... – fui interrompida por uma mão que tocara meu ombro, fazendo com que eu instantaneamente virasse meu rosto para ver a quem a mesma pertencia.
– Posso falar com você, Natalia? – Robert perguntou. Ele usava uma touca azul marinho que deixava uma pequena parte da sua franja para fora, deixando-o ainda mais bonito, além de realçar a cor dos seus olhos.
– Claro que sim. – sorri meigamente – Até mais, vejo vocês em Hogsmeade. – disse me despedindo do trio e notei que Hermione possuía uma expressão sugestiva no olhar e um pequeno sorriso nos lábios. Ri da expressão dela e acenei, seguindo para a saída do Salão Principal, junto com Robert.
Estávamos perto da saída principal de Hogwarts, a grande porta de carvalho onde Filch verificava o nome dos alunos que tinham permissão para ir ao povoado, revistando-os rigorosamente.
– E então, Nat... Posso te chamar assim, não posso? – ele me olhou profundamente com aqueles olhos azuis, fazendo uma expressão de dúvida tão fofa que me deu vontade de apertar suas bochechas.
– Claro que pode Robert. – falei risonha.
– Então... Bom... Eu estava pensando se, você sabe, se você gostaria de ir para Hogsmeade comigo? Entendo se você preferir ir acompanhada de seus amigos, mas não custava perguntar e...
– Eu adoraria ir para Hogsmeade com você. – sorri e peguei em sua mão, o que o fez corar e expor um sorriso tímido.
Depois de uma longa e inútil inspeção feita pelo Filch, começamos a caminhada até o povoado de Hogsmeade. A propósito, bem desagradável por sinal. Estava ventando forte, o que fazia o tempo parecer mais frio do que realmente estava.
Robert segurava fortemente em minha cintura, deixando meu corpo próximo ao seu, no intuito de diminuir a sensação de frio em nossos corpos.
Ao chegarmos a Hogsmeade, vi que a Zonko’s estava fechada. Porém, felizmente, a Dedosdemel, o Três Vassouras e Madame Puddifoot estavam abertas.
– Então... Quer ir para Madame Puddifoot? – Robert perguntou enquanto tentava, inutilmente, proteger as orelhas com a touca. O frio o fazia ficar com um tom levemente corado no rosto e eu me perguntava se estava do mesmo jeito.
– Se não se importa, eu preferiria ir ao Três Vassouras. Os perfumes que usam na Madame Puddifoot são muito fortes e eu espirrei o tempo todo da última vez que estive lá. – corei ao lembrar-me do encontro desastroso que tivera no ultimo ano com Joseph, um garoto que estava no sétimo ano na lufa-lufa. O chato era que eu realmente estava gostando dele na época, mas, pelo menos, ele já havia concluído os estudos e eu não teria mais que vê-lo por Hogwarts.
– Sem problemas. – ele sorriu – Vamos então. – ele pegou minha mão e fomos caminhando até lá.
Ficamos conversando animadamente durante um bom tempo. O ambiente estava bem quente e aconchegante, e a cerveja amanteigada deliciosa como sempre. Robert era uma ótima companhia, engraçado, gentil, inteligente... Não era à toa que vez ou outra sempre se espalhava por Hogwarts várias histórias de garotas “afim” dele.

Estava distraída, olhando todos em volta, procurando por certo alguém em especial. Por mais que não quisesse admitir isso para mim mesma, eu estava procurando pelo rosto de Draco Malfoy.
Lembrei-me do meu primeiro ano em Hogwarts, quando estávamos em pé na escada esperando para sermos guiados ao Salão Principal, quando ele se apresentou para Harry... Naquele dia ele havia despertado certa paixonite por ele, a qual durou uns três anos, até eu perceber uma coisa que sempre fora óbvia para todos, menos para mim: Ele era um filhinho de papai arrogante e preconceituoso, ou seja, nunca teria nenhuma chance com ele. Sem falar que ele provavelmente nunca nem havia notado minha existência até esse ano, quando o “ataquei” na aula de Snape.
– O que você está olhando, Nat? – Robert perguntou, me fazendo perceber que estava há um bom tempo perdida em meus pensamentos, olhando para o nada.
– Eu? Para lugar nenhum. Só me distraí. – sorri, tendo um último flash do rosto de Draco em minha mente e voltando a conversa sobre o acidente que Robert tivera com a varinha de seu pai quando tinha apenas nove anos.

– Por que estão todos voltando para Hogwarts? – indaguei a Robert, quando saímos do Três Vassouras com intenção de ir à Dedosdemel, observando a longa e larga fila de pessoas saindo do povoado.
– Não sei... Mas não acha que é melhor acompanhá-los? – perguntou, enquanto tirava uma mecha de cabelo de meu rosto, colocando-a atrás de minha orelha.
Assenti com a cabeça e segurei forte em sua mão. Estava nervosa, não podia negar. Afinal, ninguém costumava voltar para Hogwarts antes do início do crepúsculo durante um passeio a Hogsmeade, nem mesmo nos invernos mais rigorosos, e passava pouco das duas horas da tarde.
Enquanto caminhávamos, prestava atenção nas conversas das pessoas ao redor. A maioria discutia algo como Cátia Bell ter sido atacada, alguma coisa do tipo, mas eu não conseguia compreender devido à intensa agitação ao redor.
Quando chegamos a Hogwarts, mandaram que cada um se direcionasse à sua respectiva sala comunal. Ao passar pelo quadro da Mulher Gorda, ainda junto de Robert, a primeira pessoa que vi foi Gina, junto com Dino, Simas, Neville, Lilá e Parvati.
– Gente! – disse, de certa forma, desesperada, me aproximando do grupo de amigos, sentando no chão de frente para Gina, que ocupava um lugar no sofá entre Dino e Lilá – O que foi que aconteceu? Onde está Cátia? Eu não estou entendendo nada! – terminei de falar sentindo um toque em minha cintura, seguido de um beijo no topo de minha cabeça, vindo de Robert.
– Acalme-se. – pude ouvi-lo sussurrar em meu ouvido, passando a acariciar levemente meus cabelos.
– Pelo que eu sei, ela foi atacada por um colar amaldiçoado... – Gina falou abatida – Ninguém sabe direito. Rony, Hermione e Harry viram tudo... Estão conversando com a McGonagall.
No exato momento em que ela disse isso, os três atravessaram a passagem para a sala comunal. Eles se aproximaram e sentaram conosco, cada um expondo um sorriso triste no rosto, fazendo todo mundo entender que eles não queriam tocar no assunto.
Peguei a mão de Rony, querendo demonstrar algum tipo de conforto, segurança. Ele apertou-a, correspondendo ao toque e expôs um pequeno, porém sincero, sorriso.
Simas, querendo quebrar um pouco do clima tenso, começou a contar uma história sobre um aluno que havia se acidentado no lago, com a Lula Gigante, na época em que sua mãe estudava em Hogwarts. Todos começaram a se distrair com a história e, aparentemente, deixavam o assunto sobre Cátia cair, aos poucos, no esquecimento. Também tentava relaxar e deixar o assunto de lado por um momento, mas não conseguia. Por mais que eu tentasse, não conseguia. Era como se algo me conectasse ao assunto, mais do que deveria.


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