Amando o Inimigo escrita por IsabellaC


Capítulo 5
Sonho Estranho




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– Olá, Walker. – Encostado ao lado de uma coluna de mármore, na entrada para o castelo, com um sorriso torto e sarcástico no rosto, estava Draco Malfoy.
– Hm, olá, Malfoy. – disse, entrando no castelo.
– O que foi, Walker? – ele perguntou, frisando meu sobrenome – Está me evitando? Está com medo de que seu namoradinho, ou melhor, namoradinhos, fiquem com ciúme?
– Namorado? Você bateu com a cabeça? Não que realmente precise disso para agir como um completo desequilibrado, mas...
– Você e Potter andam bem grudados ultimamente, e todo mundo viu a troca de olhares entre você e Colfer durante o café da manhã. Não se contenta com apenas um perdedor por vez? – ele perguntou risonho.
– Por acaso anda me espionando, Draco? – perguntei e ri da expressão de confusão que seu rosto possuía – Você deveria gastar seu tempo com coisas mais úteis e produtivas, sabia?
– Ah, claro. Você verá o resultado das coisas com que gasto tempo. – ele falou de um modo tão frio que até senti um arrepio subir pela espinha – Até mais, Walker. – ele disse e saiu andando, enquanto eu retornava para dentro do castelo.

Passei o resto da tarde sozinha na sala comunal, me aprofundando mais na matéria de Transfiguração. Hermione estava em algum lugar dos terrenos de Hogwarts junto a Harry e Rony, o primeiro ao qual eu decidira me afastar aos poucos, para que ele não notasse que eu o evitava, para, então, a reconciliação com Gina ficar mais fácil. Algo que não estava progredindo muito.
Coloquei uma almofada sobre o braço do sofá e encostei minha cabeça na mesma. Suspirei, fechando meus olhos por alguns segundos, e decidi dar uma volta pelo castelo.

Draco estava novamente no sétimo andar. Seus olhos possuíam certa aflição ao olhar ao redor, provavelmente certificando-se se estava sozinho ou não, enquanto começava novamente a fazer o caminho em direção à Sala Precisa.
Segui-o silenciosamente e ele, diferentemente da última vez, não olhara nenhuma vez sequer para trás. Deu as três voltas seguidamente, dessa vez sem nenhuma das garotas estranhas por perto, e entrou na sala. Apressei-me em segui-lo e consegui chegar à porta antes que ela desaparecesse, conseguindo, então, entrar no local.
A sala parecia diferente da última vez que entrara nela. Estava lotada de móveis, livros, objetos de decoração, entre várias outras coisas, tudo de aparência velha e desgastada. Draco encontrava-se de frente para um móvel esquisito, a luz crepuscular que havia na sala criava um contraste em seu rosto, iluminando apenas um lado de suas feições, enquanto a outra se encontrava em completa escuridão.
Dei um passo à frente, silenciosamente, a fim de me aproximar do garoto, mas minhas pernas petrificaram ao ouvir a baixa e grave voz de Draco dizendo:
– O que faz aqui?
– Bem, eu...
– Como conseguiu entrar? – ele disse, mas já não se encontrava mais de costas para mim, e sim me fitando intensamente com seu par de olhos cinzentos e gélidos.
– Eu... Eu abri a porta. – disse, falando a única e mais estúpida coisa que me viera à mente.
– Isso era de se suspeitar. – ele falou, sarcasticamente.
– Mas e você? O que faz aqui? Não é a primeira vez que o encontro vindo pra cá.
Ele se aproximou mais, ficando perigosamente perto de meu corpo e, praticamente aos sussurros, falou:
– Você não gostaria de saber, Walker. – pude sentir seu hálito quente bater contra meu rosto.
– Como pode ter tanta certeza disso? – perguntei igualmente aos sussurros e ele soltou uma leve e baixa risada.
– Há coisas tão óbvias no mundo que não há nem necessidade de se discutir sobre. – ele disse enquanto se afastava.
– Eu discordo. – disse, segurando-o pelo braço, impedindo de que se afastasse e, novamente, pude ouvir um pequeno gemido de dor escapar de seus lábios – O que você tem nesse braço?
– Nada. – ele disse rispidamente, logo desvencilhando seu braço do aperto de minha mão.
– Porque você é tão frio? Não vejo você agir diferente nem com seus amigos... Se é que você considera as pessoas com quem anda 'amigos'.
– Há certas coisas que você não pode contar às pessoas sem deixar de matá-las depois, Natalia... Natalia...
– Natalia! – tudo o que conseguia ver à minha frente era um borrão vermelho que, aos poucos, se transformou em Gina Weasley – Está na hora do jantar. – ela falou com um sorriso sem jeito no rosto.
– Ah... Certo. Obrigada. – sorri e me levantei do sofá – Voltou a falar comigo? – perguntei sem jeito.
– Bom... É... Mas se você não quiser, eu vou... – não a deixei completar a frase e a abracei.
– Estava com saudades de você, ruivinha. – disse e rimos.
Seguimos juntas ao Salão Principal, conversando distraidamente, mas, mesmo assim, uma coisa não saía da minha cabeça: Eu havia tido um sonho estranho. Um sonho estranho envolvendo Draco Malfoy e, o pior, não era a primeira vez que isso acontecia.
Já havia tido sonhos envolvendo Draco pelo menos duas vezes durante as férias. Em um deles, ele estava acompanhado de uma mulher loura, que chorava desesperadamente em seu colo. E, no outro, estava sentado, aparentemente encostado a uma cama, passando os dedos levemente em seu braço, com uma expressão de dor. O significado? Sabia tanto quanto sabia do que tivera agora há pouco: Nada.

Assim que entrei no Salão Principal, a primeira coisa que vi foi um par de olhos azuis cinzentos e gélidos fixados em mim. Continuei andando até a mesa Grifinória, evitando notar o olhar de Malfoy e voltei a pensar sobre o sonho que tivera. Esse, de todos os sonhos que já havia tido com ele, havia sido o mais estranho e sem sentido. Afinal, o que ele estaria fazendo parado de frente para um armário de modo tão sombrio? O que teria de tão sombrio em um móvel velho? Eu provavelmente estava sofrendo de problemas psicológicos.
– Oi, Natalia. – Robert, que se sentava ao meu lado, falou. Estranho, já que eu nem me lembrava de ter sentado à mesa.
– Oi, Robert. O que faz aqui? Você costuma se sentar no final da mesa... – disse, sorrindo.
– Ah, eu... Bom, acho que... Acho que vale à pena mudar de vez em quando, não é? – ele possuía uma expressão de dúvida engraçada no rosto, a qual me fez rir.
– Com certeza, sim. Vai ser um prazer ter você como companhia. – disse e ele sorriu. E posso dizer que tinha um dos sorrisos mais bonitos que eu vira em toda minha vida.
Continuamos a jantar e todo mundo conversava animadamente. Gina, Harry, Rony, Hermione, Neville, Simas, Dino, Robert, eu e mais dois amigos de Robert, Jullian e Rodolph que, assim como ele, também estavam em seu sétimo ano.
A noite havia sido completamente perfeita, mas eu não tinha certeza se todo esse clima de felicidade iria durar.


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