Amando o Inimigo escrita por IsabellaC


Capítulo 3
Nova Companhia




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Fui uma das últimas a sair da sala de aula. Analisava atentamente o grande número de lição de casa que Snape havia passado, enquanto caminhava de volta à sala comunal. Afinal, por mais que estivesse no intervalo, era bem melhor que eu adiantasse a matéria que necessitaria para os N.I.E.M’s do que ficar gastando tempo passeando pelo castelo.
Ainda observando as anotações que havia pegado emprestadas de Anna, uma colega lufa-lufa que também pertencera à Armada de Dumbledore, acabei esbarrando em alguém sem querer.
– Sinto muito. – disse, virando-me para me desculpar.
– O que foi? Além de me derrubar no meio da sala de aula, humilhando-me na frente de todos, ainda quer arrancar meu braço fora? – Draco Malfoy, como sempre, respondera de modo arrogante.
– Eu já pedi desculpas. Agora, se me der licença, tenho que seguir meu caminho. – disse, voltando a caminhar, logo sendo interrompida por uma mão que envolvera fortemente meu braço.
– E se eu não der? – ele falou, sorrindo sarcasticamente, com uma das sobrancelhas erguidas, dando-lhe uma expressão sugestiva.
– Olha, Draco, se você não soltar meu braço...
– O que você vai fazer? Espirrar seu sangue imundo em mim? – disse, ainda debochado.
– Não, mas poderia facilmente quebrar sua cara com táticas trouxas. – falei e apertei seu braço, com o intuito de fazê-lo me soltar, o que ele rapidamente cumpriu, deixando um gemido de dor escapar de seus lábios, o que achei estranho. Afinal, desde quando eu tivera tanta força?
Deixando Draco com uma expressão amargurada para trás, segui meu caminho de volta à sala comunal, dando início às lições de casa.

Nota mental: Arquitetar um assassinato, que não deixe pistas, até o final do ano e executá-lo em Severo Snape. Sério, que tipo de professor doentio passaria um dever de casa tão complexo no primeiro dia de aula? Só um mal amado. O que eu não duvido que ele seja.
– Atrapalho? – alguém atrás de mim perguntou e eu soltei um pequeno berro, devido ao susto. Definitivamente, fazer lição me deixava atormentada.
– Ei, desculpa. – Rony, sem graça, disse.
– Ah, não, não foi sua culpa... Esses deveres que o Snape passou estão me deixando desorientada. – falei, desmanchando o rabo de cavalo e colocando o elástico no pulso.
– Muito difícil? – perguntou Harry, sentando-se ao meu lado, de frente para o sofá que estava servindo de mesa.
– Complexo e cansativo.
– Isso para mim soa como impossível. – Rony disse, sentando-se no sofá e fazendo algumas das minhas folhas de estudos ‘voarem’.
– É, quase. – falei, fazendo uma careta provavelmente engraçada, devido à maneira que eles riram.
– Ei... Bom... Você sabe... Hermione não está aqui... E você é inteligente, e... – Rony começou a falar.
– E vocês querem ajuda nos deveres. Estou certa? – ri quando eles balançaram a cabeça afirmativamente.
Peguei o pergaminho onde meu trabalho se encontrava praticamente completo e comecei a ajudá-los, explicando da maneira que havia entendido o conteúdo, e dando ideias de como expressar um mesmo trabalho de maneira diferente, para que Snape não notasse nenhum vestígio de cópia. Como se isso fosse necessário para ele prejudicar a Grifinória.
Algum tempo depois, Hermione apareceu e também começou a nos ajudar. Em pouco tempo, meu pergaminho ficou pronto e os dos meninos faltando menos da metade, que eles concluiriam mais tarde.
Seguimos juntos para o Salão Principal, todos me olhavam como se eu fosse algum tipo de alienígena e, quando ouvi um comentário de um corvinal dizendo algo como ‘Agora o trio virou quarteto?’, pude entender o súbito interesse sobre minha pessoa. Porque, bom, eu estudava aqui há mais de cinco anos e sempre fora vista como um fantasma... Na verdade, fantasmas tinham mais destaque do que eu nesse lugar.
– Ei, Natalia, esqueci de comentar sobre o que você fez com o Malfoy na aula... Aquilo foi simplesmente incrível! – Rony disse com uma cara divertida – Daria tudo para ser você naquele momento.
– A cara de raiva dele foi impagável! – Harry acrescentou e Hermione apenas revirou os olhos.
– Admiro-me que vocês tenham ficados surpresos com a ação dela... Caso você não se lembre, Harry, ela era uma das que melhores se desempenhavam ano passado nas suas aulas. – ela disse.
– É sim... Ela e Gina eram as melhores... – nota mental: contar à Gina do elogio que Harry fez – Assim como você, Hermione. – ele acrescentou e ela riu.
– Voltando a falar do Malfoy... – comecei – Aquele garoto tem problemas psicológicos.
– Ah... Isso não é novidade. – Rony disse – Mas por que está dizendo isso?
– Eu esbarrei nele depois da aula e pedi desculpa, mas ele agarrou meu braço e começou a me ofender... Parece não ter auto-estima, ou tem, em base de ofender os outros. Tanto faz.
– E o que você fez? – Hermione perguntou.
– Nada demais... Só respondi à altura e apertei o braço dele para que me soltasse, e ele soltou rapidinho... Parecia que eu tinha o queimado, ou algo do tipo... – disse, sem dar importância.
– O braço dele? Queimado? Viu, Hermione, mais uma prova! – Harry falou como se fosse o dono da razão e eu fiz uma cara de ‘hã?’ que logo foi respondida por Hermione.
– Harry está obcecado com a ideia de Draco ser um comensal da morte. Então, acha que o fato do braço dele ter doído quando você o apertou é por causa da marca recém-feita.
– Olha... Pode até fazer sentido...
– Viu? – Harry exclamou sorridente.
– Mas eu acho que Draco é muito incompetente para ser um seguidor de você-sabe-quem. – o sorriso que havia em seu rosto se desmanchou, se transformando em uma expressão de descrença.
– Independente da opinião de vocês, continuo a acreditar que Draco seja um comensal.
O assunto se encerrou ali e continuamos o nosso caminho com assuntos mais agradáveis e divertidos.
Entramos no Salão e Harry e eu seguimos indo nos sentar em um dos lados da mesa, enquanto Hermione e Rony iam juntamente para o outro. Acenei para Gina, sorrindo e dizendo um ‘oi’ enquanto me sentava ao seu lado, que me cumprimentou com um meio sorriso, voltando a prestar atenção em seu almoço. Estranhei a atitude dela e continuei a conversar com Harry.

Durante o tempo livre depois do almoço, fiquei conversando com Hermione assuntos aleatórios enquanto ela ajudava Harry e Rony a finalizarem seus trabalhos e finalizava o seu próprio. Não demorou muito e a hora da aula de Poções com o novo professor, Slughorn, havia chegado.
Seguimos para as masmorras e eu me apressei para sentar em alguma mesa quando vi Ernesto McMillan se aproximar do trio. Digamos que sou do tipo que evita contato social. Enfim.
Olhei ao meu redor, procurando ver alguém conhecido e me deparei com três dos quatro sonserinos que haviam sido aprovados, me observando. Teodoro Nott, Pansy Parkinson e Draco Malfoy me olhavam como se eu tivesse algum tipo de doença contagiosa que, olhando pelo lado de eu ser nascida trouxa, para eles era como eu realmente tivesse.
Slughorn logo entrou e cumprimentou a turma: - Ora muito bem, ora muito bem, apanhem as balanças e os kits de poções e não se esqueçam do manual de Estudos avançados no preparo de poções.
Preparei tudo que era necessário sobre a mesa e Slughorn pôs-se novamente de frente a classe e começou a falar:
– Preparei algumas poções para vocês verem, apenas pelo interesse que encerram, entendem? São o tipo de coisa que deverão ser capazes de fazer ao fim dos N.I.E.M’s. Já devem ter ouvido falar de algumas, ainda que não saibam prepará-las. Alguém pode me dizer qual é esta daqui? – O professor apontou para o primeiro caldeirão e pude ver a mão de Hermione se estender.
– É Veritaserum, uma poção sem cor nem odor que força quem a bebe a dizer a verdade. – ela respondeu.
– Muito bem! – elogiou Slughorn – Agora a seguinte, também é uma poção bem conhecida... E apareceu em alguns folhetos do Ministério ultimamente... Alguém sabe?
– É a Poção Polissuco, senhor. – Hermione, novamente, respondeu.
Encarei a poção que tinha uma aparência meio lamacenta, fazendo uma careta.
– Excelente! Agora esta outra aqui... Sim? – ele se viu interrompido ao ver a mão de Hermione estendida mais uma vez.
– É Amortentia! A poção de amor mais poderosa do mundo! – disse.
– Certo! E você a reconheceu, presumo, pelo brilho perolado?
– E o vapor subindo em aspirais características, – respondeu animada – e dizem que tem um cheiro diferente para cada um de nós, de acordo com o que nos atrai, e eu estou sentindo cheiro de grama recém-cortada, pergaminho e... – ela não completou a frase, e pude notar o tom avermelhado em seu rosto.
Concentrei-me no odor que a poção possuía e pude sentir o cheiro de rosas, páginas de livros novos e chocolate. Um pequeno sorriso se formou em meus lábios e eu fechei os olhos, apreciando mais o cheiro delicioso que a poção proporcionava.
Acordei de meu leve transe, voltando a prestar atenção na aula e vi que Slughorn falava algo sobre uma poção chamada Felix Felicis e, ao olhar para o lado, notei um grande interesse vindo de Draco sobre tal assunto.
– Essa é uma poção engraçada... – explicou – Dificílima de fazer e catastrófica se errarmos. Contudo, se a prepararmos corretamente, como no caso, vocês irão descobrir que seus esforços serão recompensados... Pelo menos até passar o efeito. E é essa poção que oferecerei de prêmio nesta aula.
Ele começou a explicar o que deveríamos fazer para ganhar o minúsculo pote de vidro com uma dosagem de porção da sorte de duração de doze horas. Ele disse que deveríamos tentar fazer uma Poção do Morto-Vivo no mínimo apresentável e, então, a melhor poção ganharia o frasco com o conteúdo de Felix Felicis.
Tentei ao máximo fazer a Poção do Morto-Vivo, mas no final parecia mais uma Poção Polissuco, de tão escura e lamacenta que ficara.
– Acho que deverá se esforçar mais na próxima vez, srt.ª Walker. – dei um meio sorriso sem graça e instantes depois Harry foi anunciado como o vencedor por ter preparado a poção perfeitamente. Sorri para ele que retribuiu, voltando a conversar com Rony e Hermione, enquanto eu guardava minhas coisas para poder deixar a sala de aula.


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