Amando o Inimigo escrita por IsabellaC


Capítulo 2
Ataque Silencioso




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A luz que aos poucos invadia meus olhos me deixava zonza. Apoiei minhas mãos, uma de cada lado de meu corpo, e fiz força para me erguer sobre a cama, ficando sentada com os joelhos dobrados.
Olhei ao redor do quarto, notando que alguém acabara de sair, provavelmente Hermione, e que Lilá e Parvati já estavam acordadas e vestidas com o uniforme. Pude ouvir Lilá comentar algo como “Viu como o Rony está ainda mais bonito do que no último ano?” e algo como “Pois é, pena que Padma não teve sorte com ele no quarto ano” acompanhada de risadinhas.
Revirei meus olhos antes de levantar de uma vez, murmurando um ‘bom dia’ aos seres presentes no cômodo e ouvi um ‘dia’ em uníssono como resposta. Mas afinal, por que todo mundo tem essa mania de falar pela metade? É preguiça ou medo de gastar saliva em excesso? Pelas calças de Merlim!
Não demorei mais que dez minutos para ficar pronta. Arrumei meu cabelo em um alto rabo-de-cavalo durante o caminho ao salão principal, prendendo-o com um elástico vermelho, para não sair do clima grifinório.
O teto do Salão Principal possuía uma cor azul clara, com um fraco brilho de sol que surgia por trás de algumas nuvens espalhadas pelo céu. Andei calmamente até a mesa da Grifinória, tentando localizar Gina que, provavelmente, já havia descido para o café.
– Bom dia. – disse sorrindo, sentando-me ao lado de Gina e de frente para Neville, que tinha Dino Thomas ao seu lado, junto de Simas.
– Bom dia, Nat. Como passou a noite? – perguntou Gina, com um sorriso meigo.
– Ah... Bem, muito bem. – disse, servindo-me com um pouco de suco. – Creio que Lilá está tendo um surto de paixão pelo seu irmão. – sussurrei para que só ela me ouvisse
– A Lilá está afim do Rony? – ela perguntou e eu apenas confirmei com um breve aceno de cabeça, passando a fitar o outro lado da mesa, onde o ser louro fofocava entre risadas com Parvati.
– Bom... Acho que ela está com sorte. – Gina falou sussurrando – No estado de desespero que meu irmão se encontra, ele fica com a primeira que aparecer. – ela concluiu e nós rimos, até notar que o próprio Rony, assim como Hermione e Harry haviam acabado de chegar ao salão principal.
Comi um pedaço de ovo, deixando o bacon de lado, por nunca ter sido muito fã de carne suína, enquanto Hermione sentava-se ao meu lado, de frente para Rony e Harry, que haviam sentado no outro lado da mesa.
– Bom dia. – Hermione disse, com o pequeno, porém simpático sorriso de sempre, e eu correspondi com um leve aceno de cabeça, também sorrindo.
Ela logo voltou a conversar com Harry e Rony. Algum tempo depois, a Professora McGonagall se aproximou, distribuindo os horários dos alunos do 6º ano, que eram programados de acordo com as notas obtidas nas N.O.M’s.
– Tenho que lhe dar meus cumprimentos, srt.ª Walker. De acordo com suas expectativas para o futuro, almejando ser aurora, fico feliz de que sua menor nota tenha sido um “Excede Expectativas” em Herbologia. – ela falou com um pequeno e meigo sorriso no rosto – Aqui está seu horário. Sua primeira aula será de Defesa contra as Artes das Trevas com o Professor Snape. Não se atrase.
– Certo. Obrigada, Professora McGonagall. – sorri agradecida e me despedi de Gina, me direcionando à saída do Salão Principal.
Voltei para a Sala Comunal, vendo que havia poucos alunos na mesma. Acomodei-me em uma das cadeiras perto da lareira que, no momento, estava apagada, e peguei um livro abandonado em cima do sofá, começando a folheá-lo, tentando achar uma maneira de me distrair.
Algum tempo depois, ouvi a passagem da mulher gorda sendo aberta e pude observar Harry e Rony entrando. Ambos começaram uma conversa com Cátia Bell e voltei a prestar atenção no livro que era sobre um romance, aparentemente de autor trouxa.
O tempo se passou e, quando me dei conta, faltavam apenas dez minutos para o início da aula de Defesa contra as Artes das Trevas. Esse sempre fora meu problema com livros, quando começava a ler, sempre me desligava do mundo ao meu redor.
Saí correndo da sala comunal, podendo observar que alguns se assustaram com minha atitude brusca e me direcionei o mais rápido possível a sala onde haveria a aula e, quando estava quase chegando, meu pé decidiu me fazer tropeçar, fazendo com que eu esbarrasse em três inocentes que se encontravam mais à frente no corredor.
– Natalia! Você está bem? – pude reconhecer a voz de Hermione, já que não conseguia enxergar devido à tontura que senti.
– Atrasada... Aula... Snape... – falei desordenadamente e pude ouvir uma risada seguida de um barulho de tapa.
– Vem, levanta. – ouvi uma voz masculina, a qual supus ser de Harry, e vi uma mão estendida à frente, que segurei para conseguir apoio.
– Obrigada. – sorri – Mas, se eu não conseguir entrar no próximo minuto, mato vocês. – rimos e andamos apressadamente em direção à sala.
Instantes depois de entrarmos, houve um estrondo de porta batendo e um Snape, com sua capa preta esvoaçante, apareceu na sala, pondo-se em frente à escrivaninha e passando a encarar todos os presentes na sala.
– Quero conversar com os senhores e exijo sua total e absoluta atenção. – ele falou, ainda a nos encarar – Creio que já tiveram cinco professores nesta matéria. – Ah, sério? Nem percebi. – Naturalmente, cada um teve seu método... – E depois tudo o que eu ouvi foi blá, blá, blá.
Nunca gostei de ouvir discursos iniciais dos professores, minha sorte era que eu sempre fora boa em fingir prestar atenção em algo que eu nem sabia do que se tratava.
Ele andava em volta dos alunos, falando de forma inexpressiva, como sempre, mirando cada aluno com total atenção ao passar e, aos poucos, retornou à sua escrivaninha.
Pelo que pude perceber, perguntara alguma coisa, que, como de costume, Hermione prontamente respondera e, pelo riso debochado de Malfoy, notei que Snape esnobara, como de costume, a resposta da mesma.
Observei alunos começarem a se levantar, dividindo-se em pares e uma voz sem emoção surgiu atrás de mim dizendo:
– Creio que deve se achar superior ao ignorar minhas ordens e continuar imóvel, estou correto, srt.ª Walker?
Assustada, me virei observando os olhos frios de Snape sobre mim.
– Ah, Professor, me desculpe. – disse e me levantei, formando par com a primeira pessoa que vira na minha frente; um sonserino, que era bem alto, possuía cabelos negros, dentes tortos e pele pálida.
Demorei um pouco para descobrir o que devíamos fazer até ouvir alguém murmurar “Fazer feitiços mudos, como se isso fosse possível!”
O garoto com qual fazia dupla, como todos, parecia já ter desistido de realizar tal proeza e começara a sussurrar os feitiços, os quais eu repelia igualmente sussurrando.
Já haviam se passado alguns minutos e a aula continuava nesse estado ridículo, até Snape se pronunciar pela primeira vez durante todo o exercício.
– Patético, Weasley. – ele falou com seu costume tom de desprezo, direcionando seu olhar a Rony, que possua um tom levemente púrpura no rosto – Deixe-me mostrar...
Snape virou a varinha rapidamente na direção de Harry, que instintivamente apontou a varinha de volta ordenando o feitiço Protego em alto e bom som. Depois disso, tudo o que se pôde ouvir foi o estrondo que Snape produziu ao se desequilibrar e bater em uma carteira.
– Você está lembrado que eu disse para praticar feitiços não-verbais, Potter?
– Sim. – ele respondeu.
– Sim, senhor. – Snape retrucou, frisando a palavra ‘senhor’.
– Não é preciso me chamar de ‘senhor’, professor. – Harry respondeu e eu tive que me conter para não dar uma gargalhada como muitos na sala, com exceção de Rony, Dino e Simas, que riram abertamente.
– Detenção, sábado à noite, meu escritório. – disse Snape – Não admito atrevimento de ninguém, Potter... Nem mesmo do Eleito. – ele falou e os risos se cessaram – Agora, para demonstrar o usocorreto de feitiços não-verbais, gostaria de chamar o Sr. Malfoy e... – disse, observando Draco se direcionar à frente da sala – Por que não a srt.ª Walker, que pude observar estar muito à vontadecom a aula?
Direcionei-me à frente da sala, me colocando na frente de Draco, que me fitava com um semi-sorriso sarcástico. Ele empunhou a varinha, e eu repeti o movimento, continuamente ordenando em pensamento, com os olhos fechados, o feitiço Protego e depois tudo o que ouvi foi um estrondo que, quando abri os olhos, pude notar que fora causado por carteiras, que agora jaziam caídas no chão com Draco, que possuía uma expressão de dor no rosto, sobre elas.
Alguns alunos tentavam segurar a vontade de rir da cena, enquanto Snape me olhava com uma expressão de surpresa e eu dividia os olhares em direção a Draco e Snape, com uma expressão perplexa.
– Impressionante, srt.ª Walker. Tão impressionante que me vejo obrigado a dar 10 pontos para a Grifinória... Sem deixar, é claro, de tirar 20 pelo pequeno estrago que causou à minha sala de aula. – ele falou com um sorriso debochado nos lábios que me fez ter vontade de estuporá-lo ali mesmo – Estão liberados.
Aos poucos todos saíram da sala de aula para aproveitar o intervalo.


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