Amando o Inimigo escrita por IsabellaC


Capítulo 19
Epílogo




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Natalia Walker
nascida 15 de julho 1980
falecida 30 de junho de 1997.
“Falta muito para que a inocência tenha tanta proteção como o crime.”



Senti uma lágrima teimosa escorrer em meu rosto e rapidamente limpei-a, enquanto ajoelhava-me em frente ao túmulo de Natalia. Hoje completavam dois meses e um dia desde que ela se fora para sempre; se fora por minha culpa. Suspirei, sentindo-me inútil e enojado pela minha própria existência, voltando a me levantar após deixar uma rosa branca em frente à simples lápide, em meio a uma grande quantidade de flores que provavelmente haviam sido deixadas por seus parentes e amigos no dia anterior. Não fazia ideia de como seu corpo havia sido recuperado pela família, mas seria eternamente grato à pessoa que possibilitara isso.
Passei a caminhar, saindo do cemitério e indo em direção a uma praça deserta que havia ali perto. Sentei-me em um dos bancos e tirei um antigo relógio de bolso, que pertencera ao meu avô, de dentro do bolso interno do meu paletó. Abri-o, não para checar as horas, mas para admirar uma foto que eu mesmo havia tirado de Natalia durante nosso quarto ano em Hogwarts; a única memória material que tinha dela.

Era fim de tarde e eu estava caminhando com Pansy no jardim de Hogwarts. A primeira prova do Torneio Tribruxo havia acontecido àquela manhã e o clima que se instalara no castelo após a vitória de Potter estava insuportável. Insatisfeita como eu, Pansy convidara-me para um passeio pelo castelo, ao qual aceitei, sem ter muito mais o que fazer.
Seguimos para a área externa da escola e comecei a fotografar a paisagem com a câmera fotográfica que meu pai havia cedido para que eu fotografasse todos os momentos do evento histórico que aconteceria aquele ano no colégio. Parei a certa distância do Lago Negro, procurando tirar uma foto que capturasse boa parte da paisagem, e então notei que não estava sozinho com Pansy; havia uma menina encostada a uma árvore, sentada, lendo um livro. Forcei minha visão e então a reconheci: era Natalia Walker, uma estudante da Grifinória a qual sempre me chamara a atenção.
– O que você está olhando? - Pansy perguntou com o cenho franzido, acordando-me de meus devaneios - Essa não é aquela sangue-ruim… Qual o nome mesmo dela?
– Natalia… Eu acho. - respondi, ainda fitando a garota que lia tranquilamente.
– Ela está estragando a paisagem. - Pansy insultou-a infantilmente - Uma pena; esse pôr do sol daria uma foto bem bonita. - deu de ombros.
– Sim. - concordei, sem dar atenção - Está quase na hora do jantar. Você bem que podia guardar um lugar na mesa enquanto eu ajeito o filme da câmera, não acha?
– Está bem, Draco. - concordou - Até mais. - despediu-se, beijando-me rapidamente a bochecha e se foi.
Aproximei-me de Natalia, que continuava parada no mesmo canto. Ela estava tão concentrada que nem parecia ter notado minha presença.
– Sorria para a câmera. - falei ao mesmo tempo em que posicionava a máquina para fotografá-la e, assim como eu pedi, ela abriu um sorriso, abaixando o livro que cobria parte do seu rosto.
– Você não deveria se misturar com uma sangue-ruim como eu, Malfoy. - falou com um sorriso zombeteiro no rosto, enquanto se levantava do gramado - Não faz bem para sua reputação. - concluiu, seguindo em direção ao castelo, deixando-me sozinho com a máquina fotográfica na mão e uma expressão boba no rosto.


Fechei os olhos, procurando me livrar da dor que sentia; sem sucesso. A imagem do rosto de Natalia era presente em minha mente 24h por dia, o que só com que minha culpa e saudade crescessem. Eu não podia ter pedido que ela me acompanhasse aquele dia, não podia. Fora uma atitude impensada, sem razão. Aquele não era o tipo de vida ao qual ela pertencia ou merecia; mas eu havia sido egoísta. Sim, egoísta por não conseguir pensar em ficar longe dela e, como recompensa, recebera sua eterna ausência de minha vida.

“... normalmente ocorre entre pessoas com vidas e personalidades opostas; as quais as escolhas, motivadas pela intensidade da ligação, pode trazer um ou ambos a morte."

As palavras do trecho sobre a ligação que lera há tempos atrás voltara a atormentar minha mente. Sabia que aquilo poderia acontecer, mas tinha esperanças de que não acontecesse. O fato era: errara ao omitir os fatos de Natalia, assim como errara em praticamente todas as escolhas que fizera até o momento. Apenas não errara ao escolher me entregar ao sentimento que nutrira por ela todos esses anos; sentimento que me acompanharia até a morte. O mesmo que eu nunca expressara em palavras, mas que a ouvira dizer em seu último instante de vida - a única razão que me dava forças para seguir em frente.
A única satisfação que conseguira sentir ao acordar depois do desmaio que tivera no momento que Natalia foi assassinada, fora saber que eu teria a oportunidade de vingá-la. Claro que este seria um trabalho difícil, sendo que ainda estava sofrendo as consequências por não ter completado a missão de matar Dumbledore, mas não me importava. Teria a paciência de esperar a hora certa.
Dependendo de mim, Potter não teria que se preocupar em matar o Lorde das Trevas; eu mesmo o faria com imenso prazer.


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