Amando o Inimigo escrita por IsabellaC


Capítulo 15
Envenenamento




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Janeiro e fevereiro passaram rapidamente e já estávamos no 1º dia de março. Era aniversário de Rony e, infelizmente, não poderíamos mais comemorá-lo no Três Vassouras, já que a visita a Hogsmeade havia sido cancelada devido ao mau tempo e – por mais que não admitissem – o acidente que acontecera a Cátia da última vez, que por sinal, continuava no St. Mungus.
Teríamos mais uma aula de aparatação naquela manhã, após o café. Não havia ocorrido nenhum avanço nas últimas aulas. Na realidade, o maior feito até agora havia sido quando eu aparatara em cima de Draco, além dos outros alunos que também haviam conseguido estrunchar.
Desde aquele dia eu não tivera mais nenhum contato direto com Draco, porém estávamos sempre trocando olhares durante as refeições, nos corredores, quando passávamos um pelo outro e nas aulas de Poções e DCAT. Pode me chamar de louca, mas parecia que um elo estava crescendo entre nós, por mais que não tivéssemos nenhum contato direto, eu me sentia ligada a ele, sentindo seus sentimentos e emoções passarem para mim apenas através de seu olhar, sem a necessidade de toque ou mesmo de palavras, e algo me dizia que ele sentia o mesmo.
O problema era que, por causa disso, eu começava a concordar com as contínuas suspeitas de Harry sobre ele ser um comensal, por mais que eu não comentasse nada, pois a probabilidade de tudo ser alucinação da minha cabeça era grande. Afinal, era eu a garota que vivia tendo sonhos bizarros e sem sentido, não era? Por mais que eu não houvesse tido mais nenhum desde que estive n’A Toca.
Prendi meu cabelo em um coque e me vesti com uma calça de veludo vinho e um suéter de lã listrado em branco, cinza, rosa e amarelo. Calcei um par de botas e rumei à sala comunal junto com Hermione, onde Gina, sentada em uma poltrona, se encontrava nos esperando.
– Bom dia. – dissemos juntas.
– Bom dia, meninas. – Gina respondeu enquanto nos sentávamos no sofá.
– Onde está Rony? – perguntei, vendo Hermione revirar os olhos discretamente. Esta briguinha estava demorando demais para acabar.
– Creio que ainda esteja dormindo. – Gina falou – Ou abrindo os seus presentes.
– Ah sim. Espero que ele goste do meu. Não sabia o que comprar então eu optei por uma caixa com várias unidades de sapos de chocolate.
– Do jeito que ele gosta de comer, esse provavelmente será o seu presente favorito. – ela comentou e todas nós rimos, inclusive Mione.
– Mas olha só se não são as meninas mais lindas de toda Hogwarts que temos aqui. – a voz de Robert soou na sala e eu pude sentir seus lábios mornos depositando um beijo em minha face – Bom dia. – ele falou e nós contribuímos com um riso no rosto devido ao que ele dissera anteriormente, enquanto ele se sentava ao meu lado no sofá.
As coisas com Robert andavam meio frias. Eram raros os momentos que passávamos juntos e sempre havia alguém a mais conosco, nunca tínhamos um tempo só nosso. Encontrávamo-nos mais no Salão Principal e durante alguns minutos, de vez em quando, na sala comunal. Ele dizia estar estudando para as N.I.E.M’s, que estavam cada vez mais próximas, mas o estranho era que na maioria das vezes que eu me voluntariava para estudar junto a ele, ele dizia que não era necessário que eu me dedicasse a isso, porque só teria que fazer o exame no ano seguinte. Era uma atitude a qual achava estranha, devo confessar, porque estudarmos juntos já havia se tornado um hábito comum no nosso relacionamento, mas não insistia muito para não dar uma de namorada chata.
– Parece animado, hein, Colfer? - Gina comentou divertida.
– Acordei de bom humor. – ele falou com um sorriso no rosto – Como se pode ficar mal humorado quando se tem a melhor namorada do mundo? – ele me roubou um rápido beijo e pude ouvir as meninas dizerem um “aw” em coro.
– Bobo. – disse rindo, sendo interrompida por um barulho vindo do meu estômago.
– Melhor irmos tomar nosso café, não é mesmo? – Hermione disse risonha e eu concordei sem graça.
Seguimos para o Salão Principal e encontramos Jullian e Rodolph próximos à entrada da mesma, juntos com três garotas Lufanas. Jullian envolvia uma menina loura, a qual, se não me engano, se chamava Drizella, e Rodolph, a menina a qual havia convidado para a festa de natal de Slughorn, Lucy. A terceira menina, que se chamava Candice, tinha cabelos castanhos bem claros e grandes olhos azuis acinzentados. Ela me fitou de cima a baixo, com certo desprezo, e depois direcionou sua atenção a Robert, adotando um sorriso malicioso em sua face.
Eu não tinha gostado disso. Não mesmo.
– E aí, caras?. – Robert cumprimentou os amigos.
– E aí, Rob? – Jullian falou – Meninas. – sorriu.
– Olá. – dissemos juntas.
– Seu cabelo está mais bagunçado que o normal, sabia, cabeludo? – brinquei.
– Ah... – ele riu baixo – Sabe como é, né? – ele olhou sugestivo para Drizella. Pelo jeito não havia sido ele mesmo que bagunçara seu cabelo dessa vez.
– Não sei e nem quero saber. – disse e todos nós rimos.
– Melhor entrarmos, né? – Rodolph disse e assim fizemos.
Ambos se despediram de suas garotas com um beijo e o restante de nós apenas acenamos e, novamente, pude notar a tal Candice fitando Robert, da mesma maneira maliciosa, porém o mesmo não parecia notar nada – ao menos eu achava que não.

Estávamos saboreando nosso café da manhã quando fomos surpreendidos pela notícia de que Rony estava inconsciente na ala hospitalar, dada pela professora McGonagall, que não entrou em muitos detalhes. Não fomos à aula de aparatação que haveria e ficamos o dia inteiro esperando por notícias junto a Harry, inclusive Robert veio conosco, porém logo teve que nos deixar porque tinha que estudar.
Já era noite e a ala hospitalar estava silenciosa. A única cama ocupada era a de Rony. Estávamos eu, Harry, Hermione e Gina sentados à sua volta. Madame Pomfrey só havia nos deixado entrar quando o relógio anunciava ser oito horas da noite e exatamente dez minutos depois, Fred e Jorge também chegaram ao local.
Harry contava mais uma vez a história do acidente, só que dessa vez para os gêmeos. Explicou como Rony havia sido enfeitiçado com uma poção do amor, que na realidade era destinada a ele, e que ele procurou ajuda com o professor Slughorn, que havia dado um antídoto a Rony. Após o feito ele oferecera taças de hidromel a eles, para brindarem o aniversário de Rony, porém o líquido estava envenenado. Ele, que havia sido o primeiro a tomar todo o conteúdo rapidamente, logo caiu no chão e só sobreviveu graças a Harry ter lembrado e encontrado um bezoar.
Eles continuaram com as especulações sobre o envenenamento, enquanto eu apenas fitava a Rony adormecido sobre sua cama, até que, novamente, eles tocaram no ponto que mais havia me perturbado até o momento.
– Mas você disse que Slughorn tinha pensado em dar a garrafa a Dumbledore no Natal! – Gina falou – Então o envenenador poderia muito bem estar atrás de Dumbledore.
– Então o envenenador não conhecia Slughorn muito bem. – falou Hermione, pela primeira vez em horas, com a voz fraca – Qualquer um que conhecesse Slughorn saberia que havia grande probabilidade do professor guardar uma coisa gostosa para si mesmo.
– Bem... Eu já vou. – disse enquanto levantava meio tonta – Mantenham-me atualizada de todas as notícias, certo? – sorri fraco e me despedi com um “boa noite”, a qual todos igualmente responderam.
Sai da ala hospitalar ao mesmo tempo em que Hagrid entrava apressado.
Segui para a torre da Grifinória, pensativa e aflita. Eu havia sonhado com tudo aquilo antes. Não com o envenenamento de Rony, mas com Dumbledore no lugar. A garrafa com líquido envenenado, o homem coberto por uma extensa barba grisalha, quem mais poderia ser? E por que eu sonhava constantemente com ataques contra este mesmo homem? Era tudo complicado e estranho demais.
Cheguei ao sétimo andar e segui para a passagem da sala comunal. Instantes depois, Robert passou pela mesma passagem, parecendo ofegante e, sem nem me notar, relaxou sobre uma das poltronas.
– Tudo bem, Robert? – perguntei e ele pareceu se assustar ao notar minha presença.
– Tudo ótimo, Nat. – ele sorriu – Está há muito tempo aqui?
– Acabei de chegar. – respondi, me sentando no sofá – Passei o dia na ala hospitalar.
– Ah sim. – ele respirou fundo – Rony está melhor?
– Ainda inconsciente. Passará o restante da semana lá. – disse e ele apenas assentiu com a cabeça.
– Bom, eu vou dormir. – ele disse – Estou cansado, passei o dia inteiro estudando. – fez uma careta.
– Imagino. – sorri – Também já vou me deitar.
– Boa noite, então. – ele levantou e me beijou a testa, seguindo para o dormitório masculino.
Fiquei mais alguns minutos sentada em frente a lareira, pensando em tudo o que estava acontecendo, e depois fui para o quarto, me ajeitar para dormir.
Eu não sabia e não entendia praticamente nada do que estava acontecendo ao meu redor, porém eu, de algum jeito, me sentia conectada a tudo, por mais que não fosse algo bom.


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