Amando o Inimigo escrita por IsabellaC


Capítulo 11
A Toca




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Lia um livro tranquilamente sentada dentro da cabine do Expresso de Hogwarts. Gina estava deitada, ocupando todo o espaço do outro banco, cochilando. Hermione devia estar fazendo alguma coisa pela plataforma.
Fechei o livro, marcando a página e guardando-o em minha bolsa, ao mesmo tempo tirando um “diário” da mesma. Na realidade, não era um diário. Eu não costumava relatar meu dia-a-dia por escrito em um caderno, mas tinha mania de fazer anotações, desenhar, escrever letras de músicas e, até mesmo, escrever histórias. Na realidade eram pequenas crônicas, baseadas no mundo mágico que tinha o prazer de desfrutar em Hogwarts.
Comecei a folhear o caderno, que já tinha as páginas meio amareladas de tão antigo que era – havia comprado-o no meu primeiro ano na escola bruxa, e por ser um caderno relativamente grande e usarmos apenas pergaminhos para os trabalhos da escola, decidi guardá-lo até hoje – e parei em uma página onde havia escrito versos de uma música da banda trouxa “The Who”, uma das favoritas de meu pai.
“No one knows what it’s like to be the bad man, to be the sad man, behind blue eyes.”
(Ninguém sabe como é ser o homem mau, o homem triste, por trás de olhos azuis)

Parei por um instante para analisar a letra da música. Alisava os versos escritos sobre o papel com a ponta dos dedos quando Hermione entrou na cabine com cara de poucos amigos e sentou-se ao meu lado.
Fechei o caderno instantaneamente, apoiando-o sobre meu colo. Olhei para Hermione e notei que ela estava com uma expressão no rosto que praticamente dizia “não fale comigo”. Entendendo isso, apenas a abracei de lado e ela, retribuindo, apoiou sua cabeça sobre meu ombro e, nesse silêncio, seguimos a viagem até a hora que a senhora do carrinho de lanches passou pela cabine.
– Agora você acorda, né? – comentei rindo ao ver Gina acordar apenas com o som do carrinho sendo arrastado pelo chão do trem, dava pra ver que esse vício por comida era de família.
Seu cabelo ruivo estava levemente em pé e ela esfregava os olhos enquanto fazia cara de reprovação ao meu comentário.
– Não sabia que era contra a lei sentir fome. – respondeu mal humorada, como sempre ficava depois de acordar – Pega uma caixa de feijõezinhos de todos os sabores para mim, Hermione. – pediu à garota que já estava em pé na porta da cabine. - Ok, aqui está. – disse Hermione, dando o doce pedido a Gina – O que você vai querer, Nat?
– Ah, o mesmo que Gina... E sapos de chocolate! – falei entusiasmada. Amava aqueles sapinhos de chocolate.
Ficamos comendo e conversando durante o resto da viagem. Quando desembarcamos na King’s Cross, o relógio já avisava nove horas da noite.
Nos despedimos de Hermione e seguimos com toda a família Weasley e Harry para os carros que o Ministério da Magia havia disponibilizado para irmos à Toca. Estava animada por ir a uma casa de bruxos pela primeira vez na vida, tinha ficado extremamente feliz quando recebera a carta de meus pais que permitia minha ida, tão feliz que Orheni até se assustou com minha reação.
Nos dividimos em dois caros, no primeiro foram o Sr. Weasley, Rony, Harry e Jorge; no segundo a Sra. Weasley, Gina, Fred e eu. Era estranho ocupar um aposento com apenas um dos gêmeos, era como se fosse algo anormal ou até mesmo insano ver os dois separados, mesmo que por tão pouco tempo. Ficamos o tempo todo conversando e rindo das piadas de Fred, até mesmo quando a Sra. Weasley ralhava com ele. Passaram-se mais ou menos duas horas de viagem de carro e finalmente chegamos à Toca.
A casa era simplesmente algo... Inimaginável. Parecia que haviam montado pequenas casinhas uma em cima da outra, de forma completamente desajeitada, devido à forma torta que apresentava. Não dava para ver muitos detalhes devido à pouca iluminação, mas uma coisa era certa: ela era simplesmente encantadora.
Entramos na casa e logo a cozinha pode ser avistada, acoplada à sala. Era tudo bem simples, mas muito bem ajeitado e cuidado. Na cozinha, um prato se lavava sozinho e na parede havia um relógio com o rosto de todos os Weasley, agora apontando para “casa”.
– Isso ajuda a mamãe saber como nós estamos, mesmo à distância. – explicou Gina, apontando pro relógio.
– Brilhante. – disse, sorrindo.
– Melhor vocês irem para cama, já está tarde. – falou o Sr. Weasley – Suas coisas já estão lá em cima.
Demos boa noite uns aos outros e cada um se dirigiu ao seu respectivo quarto. Fui guiada por Gina até o primeiro andar, onde ficava seu quarto. O cômodo era pequeno, porém bem arrumado. As paredes, cobertas por pôsteres das Esquisitonas, o time galês de quadribol Harpias de Holyhead, um inclusive destacando a capitã do time, a qual não lembrava o nome, possuíam a cor da própria madeira da qual foram feitas e as janelas eram cobertas por cortinas de cor rosê, combinando com a roupa de cama das duas camas de solteiro presentes no local.
No espaço que sobrava entre as duas camas havia uma mesinha com um abajur em cima, onde, assim que entrara no quarto, Gina havia colocado sua varinha. De frente para as camas havia um armário antigo e grande, onde nossos malões e a gaiola de Orheni se encontravam.
– Olá, Orheni. – falei, enquanto tirava sua gaiola cuidadosamente de cima do armário – Como foi de viagem? – perguntei, tirando-a de dentro da gaiola e acariciando-a nas penas.
Ela piou baixinho e bicou de leve meu dedo, contente com o carinho. Direcionei-me à janela, ainda acariciando suas penas, soltei-a e deixei que voasse noite adentro, para poder caçar.
– Então é melhor dormimos, concorda? – Gina perguntou, seguidamente dando um bocejo, me fazendo rir.
– Sim, sim. Estou morta de cansaço. – respondi e então trocamos nossas roupas por pijamas e nos deitamos para dormir.


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