Amando o Inimigo escrita por IsabellaC


Capítulo 1
Novo Ano




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Estação King’s Cross, primeiro de setembro, 10:40AM. Acabara de me despedir dos meus pais e atravessara o portal mágico, ao qual eles não poderiam atravessar por serem trouxas, e chegara à plataforma 9 ¾, onde pegaria o trem que me levaria ao início do meu sexto ano em Hogwarts.
Empurrei o carrinho de bagagem sem destino pela plataforma, procurando algum rosto conhecido para não ter que entrar no trem sozinha.
- GINA! – gritei ao avistar uma menina de longos cabelos cor de fogo, que ao ouvir seu nome virou o rosto abrindo um grande sorriso.
-Natalia! – ela falou, enquanto eu deixava meu carrinho de lado e ia ao seu encontro, sendo recebida com um abraço – Como passou as férias?
- Bem. Viajei com meus pais para Miami... Foi divertido. – falei dando de ombros. Nunca gostei muito de viagens em família, sempre são monótonas, mas meus pais adoravam e as faziam pelo menos de dois em dois anos, o que me deixava com um ano de folga para aproveitar com os amigos.
- Agora entendo por que você não recebeu minhas cartas. – ela falou rindo.
- Ah, sinto muito. – falei e ela fez uma expressão como se dissesse “não se preocupe” – Mas e as suas férias? – perguntei, apoiando-me em uma das barras do carrinho de bagagem, me balançando para frente e para trás, o que fezOrheni, minha coruja, piar incomodada com o movimento contínuo.
- O de sempre... Passei o verão n’A Toca com minha família. Hermione veio no fim das férias. Harry também. – ela disse abrindo um pequeno sorriso ao mencionar o nome de Harry. Harry Potter, ou como agora o Profeta Diário supostamente o nomeava, ‘O Eleito’. Harry perdera os pais quando tinha apenas um ano por causa devocê-sabe-quem, e sobrevivera misteriosamente herdando apenas uma cicatriz em forma de raio na testa. Agora era dito como o único que poderia salvar o mundo bruxo d'Aquele-que-não-deve-ser-nomeado. Mas a questão é que Gina sempre fora apaixonada por ele, desde que, segundo o que ela me disse, o viu pela primeira vez na estação King’s Cross, quando ele iniciaria seu primeiro ano em Hogwarts e, mesmo ela tendo “casos” com outros garotos, não conseguia esquecê-lo, o que o fazia ser assunto principal de nossos diálogos, vez ou outra.
- E então...? – perguntei com um pequeno sorriso maroto nos lábios.
- Ah... O de sempre. Mas é melhor do que nada, não é? – perguntou rindo.
- Com certeza.
- Ei Gina, se apresse, o trem já vai partir e... Er, oi? – nossas risadas cessaram quando notamos a presença de um garoto alto, branco e de cabelo ruivo. Era Rony, irmão de Gina.
- Rony, essa é aNatalia. Ela fez parte da Armada de Dumbledore no último ano e... Vocês estudam juntos.
- Ah sim, me lembro dela! Você costuma se isolar um pouco nas aulas, não é? – fiz uma expressão como se dissesse “um pouquinho”, fazendo-o rir – E quase quebrou a perna do Zacarias Smith ao estuporá-lo. Sou um grande fã. – rimos ao relembrar de tal cena nasala precisa– Mas é melhor irmos andando, o trem vai partir e eu tenho que encontrar Harry e Hermione. Até mais. – ele falou e seguimos para o trem, onde Gina e eu dividimos um compartimento com Luna e Neville.
- Bom dia. – sentei-me no banco ao lado de Neville, de frente para Luna e Gina – Belo óculos, Luna. – sorri.
- Ah, sim. Eles são feitos para detectar zonzóbulos. São bastante úteis. – ela falou, voltando a prestar atenção no seu exemplar d’O Pasquim.
- Com certeza... Mas e você, Neville, como passou as férias?
- Em casa com a minha avó. Ganhei um livro sobre plantas mágicas que pude estudar durante esse tempo, é fascinante. – ele falou abrindo um meio sorriso.
- Ah sim... Ganhei um “Excede Expectativas” nos N.O.M’s de Herbologia... Mas até que consegui um “Ótimo” em Poções! Me auto-surpreendi com essa capacidade. – falei e todos rimos, iniciando uma conversa sobre os N.O.M’s que Luna e Gina fariam esse ano, dando exemplos de como era de acordo com as experiências que Neville e eu tivéramos no ano passado.

Ao chegarmos à estação de Hogsmeade, seguimos para as carruagens que nos levariam a Hogwarts para assistirmos à cerimônia de seleção das casas com o velho, porém incrível, chapéu seletor, que a cada ano criava uma nova canção.
O chapéu cantara nos estimulando a nos unirmos para combater o inimigo e logo depois os alunos foram selecionados e se sentaram nas mesas de suas respectivas casas.
Após todos estarem sentados, Dumbledore levantou-se dando os cumprimentos de sempre e nos contou a novidade de que o Professor Slughorn havia interrompido sua aposentadoria e voltaria a lecionar em Hogwarts na disciplina de Poções, e que Snape assumiria o cargo de professor de Defesa contra as Artes das Trevas.
Ótimo, pensei ironicamente.
A refeição foi servida e, como de costume, passei a observar as pessoas ao meu redor. Pude notar Hermione e Rony um pouco aflitos e também percebi que Harry estava ausente, o que talvez fosse a explicação da agitação dos dois.
Instantes depois, Harry apareceu pela porta do salão principal com roupas de trouxa e o nariz ensangüentado. Ele caminhava apressadamente, provavelmente para tentar passar despercebido, algo completamente impossível devido aos seguintes fatos: Ele chegara atrasado; Estava com roupas de trouxa e o nariz cheio de sangue; Ele é Harry Potter.
Depois de finalmente atravessar o Salão Principal inteiro, se aproximou da mesa Grifinória e sentou-se ao lado de Rony.
- Caramba! Que foi que fez no rosto? – Pude ouvir Rony perguntar, quase aos berros.
- Por que, tem alguma coisa errada? – Harry perguntou num tom mais sereno, porém ainda audível, pegando uma colher sobre a mesa para observar seu reflexo.
- Você está coberto de sangue! – disse Hermione – Vem cá... – ela ergueu a varinha e disse: -Tergeo!- e a varinha então aspirou todo o sangue do rosto de Harry.
- Obrigado. – agradeceu, apalpando o rosto agora limpo – Como é que está meu nariz?
- Normal. – respondeu Hermione ansiosa – Por que não estaria? Diga-nos o que aconteceu, ficamos apavorados!
Harry respondeu à pergunta num tom baixo, não me permitindo ouvir, o que me fez perceber que ele não queria bisbilhoteiros em sua conversa, então logo voltei a prestar atenção na comida que ocupava meu prato.

Quando o jantar foi encerrado, segui para o salão comunal acompanhada de Neville, que falava animadamente sobre algum tipo de planta, chamada Arapucoso, acho, ao qual eu tentava (ou ao menos fingia) prestar atenção para que não o magoasse.
- Chizácaro. – disse ao chegarmos ao quadro da Mulher Gorda, que logo se afastou abrindo a passagem à sala comunal da Grifinória.
- Bom, já vou indo, Neville, tenha uma boa noite. – sorri ao me despedir, seguindo em direção à escadaria que levava ao dormitório feminino, ouvindo Neville falar algo como “noite” em resposta.
Notei que havia sido a primeira a chegar no quarto, algo que acontecia continuamente desde meu primeiro ano. Minha meta para o primeiro dia era sempre a mesma: Entrar no trem, comer feijõezinhos, jantar, me jogar na cama e esperar pela morte lentamente. Certo, tirando a parte da morte, já que eu só sentira isso no primeiro ano, pois me achava uma aberração por ser a única com poderes mágicos na família, mas isso é um caso à parte.
Sentei-me na beirada da cama que normalmente ocupava, tirando alguns pertences de meu malão como livros não-escolares, deixando-os em uma mesinha ao lado da cama, um conjunto de pijamas, para poder me arrumar para dormir e um troféu em forma de estrela, o qual ganhara quando tinha sete anos em uma competição na minha antiga escola trouxa e não conseguia viver sem, por isso sempre trazia para servir de enfeite no quarto.
Tirei as vestes da escola, colocando o pijama, e me endireitei sobre a cama para aproveitar a longa noite de sono que teria pela frente.


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