A Inspiração escrita por RayaneParaguai


Capítulo 3
A promessa


Notas iniciais do capítulo

Bom pessoal, Esse é o capitulo das despedidas. Tenho que admitir que adorei escreve- lo, principalmente o final. Espero que gostem. :)

P.s Fiquem á vontade para odiar a Claudia, ela merece. ;)



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Após essa horda de silêncio, fui encaminhada para uma sala dentro do edifício da Justiça, nem por um segundo encarei o Filipe, não podia olhar para ele, simplesmente não podia. A sala era grande e luxuosa, com um tapete felpudo, e um sofá muito macio. O único lugar parecido com esse que eu já tinha entrado na minha vida era a casa do Filipe, e mesmo assim preferia nunca ter entrado. Nesse instante a porta da sala se abriu e meus pai entraram.

Meus pais. Com todos esses acontecimentos eu tinha me esquecido deles, o que seria da minha mãe, a doença dela sempre passava após a colheita, quando eu volto para casa, mas eu não vou voltar para casa. Eu preciso ganhar, mas eu não posso ganhar, se eu ganhar o Filipe morre. Que droga, por que ele tinha que se voluntariar.

Nem um dos dois chorava por incrível que pareça. Nem falamos nada por um tempo. Nos abraçamos apertado, os três ao mesmo tempo.

– Eu sinto muito minha filha. - Agora meu pai chorava. - Sinto muito por não poder te proteger.

– Pai a culpa não é sua. - Disse enxugando suas lagrimas.

– Acredite em mim minha filha. Se eu pudesse eu enfrentaria mil Jogos Vorazes só para você não ter que participar de nem um. - meu pai sempre foi muito sábio em tudo que dizia, suas palavras tinham o dom de me confortar e nesse momento não foi diferente.

– Você o ama filha? - Minha mãe perguntou quebrando o silêncio que se postou na sala.

– Como? - Perguntei confusa.

– O Filipe, você o ama?

– Amo sim, amo muito

– Então você não pretende voltar, não é mesmo? - Simplesmente balancei a cabeça concordando.

– Sinto Muito. - Lagrimas quentes escorriam pelo meu rosto.

– Aaah minha filha eu te amo tanto. - Ela me abraçava com toda força agora. Alguns instantes se passaram, e os pacificadores vieram busca- lós, nos abraçamos pela ultima vez e eu disse que os amava.

Minutos depois, entra na sala uma Nancy aos prantos.

– É tudo culpa minha, tudo culpa minha. - Diz ela aos soluços. - Se você não tivesse pego aquelas tecerás, isso não estaria... acontecendo. Aaah Mel por quê?

– Calma Nancy, você precisa se acalmar.- Ela esta agachada no tapete Felpudo e eu me coloco rapidamente ao seu lado. - A culpa não é sua, a culpa é da Capital, e só deles.

– Mas se você não tivesse pego as Tecerás...

– Olhe para mim. - Digo levantando seu rosto na altura do meu. - Eu peguei, e pegaria quantas vezes fosse necessário, jamais te deixaria passar fome. Nos somos irmãs, lembra? Irmãs fazem essas coisas.

– O Filipe vai com você. - Disse ela enxugando as lagrimas, um risco de esperança brilhando em seus olhos. - Ele vai te proteger, lá.

– Nancy, são os Jogos Vorazes. - Suspiro entristecida.

–Eu amo você Mel. - Exclamou me abraçando forte - Você é minha melhor amiga. Minha irmã.

– Eu também amo você Nancy.

– Por que isso tem que acontecer?- Ela me pergunta com uma voz infantil

– Eu não sei. - respondo. - Acho que a sorte não esta ao meu favor esse ano.

Nancy sai da sala, e eu não consigo suportar mais, começo a chorar como um bebê, querendo poder acordar daquele pesadelo. Quando uma ultima pessoa entra na sala, a mais inesperada e indesejada pessoa que eu poderia imaginar. Claudia Soyer, mulher do prefeito e mãe do Filipe. Ela me odiava com todas as forças de sua alma e eu sentia o mesmo por ela. Entrou na sala com seu famoso semblante, que transpirava arrogância, ela se sentia tão superior por ser mulher do prefeito, que parecia ser de outro planeta. Idiota! Quando a vejo enxugo as lagrimas imediatamente, ela não vai me ver chorar, não vai me ver derrotada, Jamais.

– Feliz agora? - Diz ela com sua voz de rato, seu olhar é pura raiva, mesmo assim ela não demonstra, nem me olha nos olhos, eu não sou digna do olhar de Claudia Soyer. - Você finalmente destruiu a vida dele. Eu nunca vou entender, uma morta de fome, ele se voluntariou para proteger uma morta de fome.

– Eu não pedi isso a ele. - Minha vontade era gritar que eu sabia que a culpa era minha, que me odiava muito mais do que qualquer outra pessoa, que estou morrendo por dentro, que me sinto um lixo completo, mas eu não daria esse gosto a ela, eu seria tão nariz em pé e arrogante quanto ela sempre foi.

– Mas ele fez, e vai morrer por você. - Agora ela me encarava, com nojo. - Eu tive a oportunidade de mata- lá, seria um favor que o Trevor me devia, ele se ofereceu, ai como eu me arrependo, esse meu coração mole sempre passando a perna. Meu filho tem chances de ganhar, mas com você por perto..

– Eu não pretendo voltar, se isso á faz sentir melhor. - Eu estava quebrada, precisava dizer, que não o deixaria morrer, que não deixaria que ele fizesse essa loucura. - Eu não vou deixar que ele morra por mim.

– Eu achei que você não deixaria. - Um sorriso inundou seu rosto. Era exatamente isso que ela queria ouvir. - Eu vou dizer o que você vai fazer, você vai sobreviver ao lado dele, até sobrarem poucos tributos, eu conheço meu filho, você o dará força para resistir nos jogos, pouco antes do final, você vai se matar, longe dele, não há sentimento mais poderoso que a vingança.

– Eu o farei. - disse com a expressão dura.

– Prometa.

– Eu prometo.

– Promete o que?

– Prometo me matar no momento certo, para que o Filipe ganhe os jogos.- Uma lagrima ameaçou escorrer pela minha face, mas eu a contive antes que pudesse.

– E é bom que você cumpra essa promessa, porque se não... seus pais já eram. - Nesse momento seus olhos estavam bem na altura dos meus e eu vi, ela estava disposta a colocar em pratica o que disse, não importa eu também estava.


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Notas finais do capítulo

Eai pessoal gostaram? Eu espero que sim.

P.s Só eu que quero que a Claudia participe de uma edição dos Jogos, onde ela é a única competidora, e tem que lutar contra os mais variados e horrendos tipos de bestantes?