A Inspiração escrita por RayaneParaguai


Capítulo 2
A colheita


Notas iniciais do capítulo

Bom pessoal, escrever esse capitulo me causou arrepios, consegui sentir claramente o clima pesado que ficou naquele palco, espero que vocês também consigam.

Comentem please. >



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Quando entrei em casa minha mãe estava furiosa.

– Onde você estava menina, não viu as horas? - Perguntou. - Ah não importa, o seu banho já está pronto á um século, com certeza a água já esfriou.

Ela estava certa, quando entrei a água já estava praticamente congelada, e o banho foi uma tortura.

Faltavam 20 minutos para as 14:00 horas, quando cheguei até a praça da cidade, o lugar já estava abarrotado de gente, como chegamos muito em cima da hora meus pais tiveram que ficar na outra rua e assistiriam a cerimonia por um telão. Me desejaram um "Boa Sorte" e eu segui para fila da coleta.

As seções são divididas por idade, sendo que os Tributos com 18 anos ficavam na frente, e os de 12 atrás. Embora ainda tenha 15 anos, fico na seção de 16, já que meu aniversario esta próximo. Me posto ao lado de Nancy e ela me da a mão. Agora já são 14:00 horas em ponto e a cerimonia da Colheita vai começar.

Cornélia Layle, é de longe a criatura mais Bizarra que eu já vi, cada ano com uma peruca diferente, ela é a representante do Distrito 8 na Capital, esse ano estava com um vestido amarelo berrante, combinando com a peruca da mesma cor, suas unhas deviam ter uns 80 cm e estavam pintadas de rosa Chok com uns desenho de flores verdes. Dando o seu famoso pigarro, começou.

– Olá Queridos e Queridas. - Sorriso de orelha a orelha. - Animados para a 46º edição dos Jogos Vorazes? - Silêncio absoluto. - Eu sei que vocês estão. Mas antes um filme.

Um vídeo de mais ou menos 15 minutos, que repudiava os Distritos por terem se rebelado contra a cidade que os alimenta, e nos explica que nos merecemos lutar em uma arena até a morte por causa de nossa rebeldia, foi passado, o hino de Panem e finalmente o sorteio.

– Bom, então que comece o sorteio. - E sempre com aquele maldito sorriso no rosto. - Garotas primeiro.

Ela se encaminhou até á bola de vidro que estava no seu lado direito e puxou um papelzinho bem lá do fundo. Todos os anos nesse instante eu fecho os olhos com toda força e penso " Por favor não seja eu", porém esse ano eu estava com tanta raiva que até esqueci de fechar os olhos. Eu só conseguia pensar " Por favor Anitta Fayle, por favor Anitta Fayle". Mas não foi esse o nome que Cornélia anunciou.

– Melanie Roy.

Se Nancy não tivesse apertado minha mão com tanta força, acho que até agora eu não teria me dado conta. Dois pacificadores já vinham em minha direção, e eu os segui até a frente, estava completamente desorientada e não sabia o que fazer, até que meus olhos encontraram os dele, bem na frente, seção 18 anos, ele não tinham nem uma expressão exata, na verdade parecia nem saber o que estava acontecendo. Tanto tempo brigados, sem se falar, eu ainda o amo sei disso, e essa é a minha ultima chance de dizer. "Eu te amo", balbuciei com os olhos marejados, nem sei se ele entendeu. Mas sua próxima ação me provou, sim, ele entendeu, e fez tudo errado.

Meus pés estavam alcançando o primeiro degrau quando o ouvi gritar.

– Eu me ofereço, me ofereço como tributo. - Meu mundo caiu, agora definitivamente. Ele correu na minha direção.

– Não. - Gritei para Cornélia. - Ele renuncia, por favor, ele renuncia. - Filipe colocou as mãos no meu rosto, eu estava chorando desesperadamente. - Por favor renuncie, por favor eu imploro.

– Ele não pode renunciar queridinha. - Cornélia e sua risada idiota, quero que ela morra. - Vamos, subam, subam.

– Não. - Gritei novamente.

– Mel por favor, nós precisamos subir.

– Você é um idiota. - Disse em meio as lagrimas.

– Eu sei, sempre fui. - Ele deu um meio sorriso, tão doce, tão gentil. - Esse é o único momento em que eu não estou sendo.

Eu não queria subir, mas os pacificadores chegaram e nos arrastaram até em cima.

– Que coisa mais linda. - Disse Cornélia. - Qual é seu nome queridinho?

– Filipe Soyer. - Cornélia prendeu a respiração.

– Sério? O filho do prefeito. Que emocionante! - Não ousei olhar para os pais do Filipe, que estavam sentados no palco, um lugar privilegiado, provavelmente seus olhos ardiam de raiva, de mim. - Quanta coragem Filipe. - Continuou ela. - Mas creio eu, que essa mocinha, Melanie esteja envolvida na sua escolha. Estou certa?

– Esta sim. - Sua voz estava um pouco embargada. - Eu a amo.

Suspirei e mais uma lagrima escorreu pelo meu rosto, ele não chorava como eu mais seus olhos estavam marejados.

– Owwnt. - Disse Cornélia também suspirando. - E você vai lá para protege- lá?

– Vou. - Disse confiante.

– E você meu bem? - Agora ela se dirigia a mim. - Não tem nada à dizer sobre isso?

Sim eu tinha, tinha a muito a dizer, mas não para ela, não na frente de todas aquelas pessoas, então minha resposta foi o silêncio e um olhar raivoso a Cornélia.

– Tudo bem então. - Continuou ela constrangida. - Senhoras e Senhores vamos aplaudir os Tributos da 46º edição dos Jogos Vorazes. - Silêncio novamente, foi tudo o que ela recebeu.


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Notas finais do capítulo

Eai pessoal o que acharam??

A opinião de vocês vale ouro, então por favor comentem ;)