A Inspiração escrita por RayaneParaguai


Capítulo 10
A avalição


Notas iniciais do capítulo

Eai pessoal. Bom, esse capitulo é um pouquinho confuso e eu não me surpreenderia se vocês ficassem tipo... hãm?? Mas relaxem, no próximo cap tudo se esclarece. Espero que gostem.

Beijos e Boa Leitura. :)



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Ia fazer um mês que eu e Filipe tínhamos terminado. Naquela noite Filipe havia ido até minha casa, mas eu pedi a minha mãe para não abrir a porta e ele ficou lá fora na chuva, até que foi embora. Minha mãe ficou horrorizada quando viu o estado em que eu me encontrava, e eu e meu pai tivemos que segura-la para ela não ir "Quebrar a cara daquela Vadia" como ela disse.

Eu e Eric estávamos no refeitório do colégio, Nancy havia ido ao banheiro. Ontem o casamento de Filipe e Anitta foi anunciado, na praça da cidade, como se fosse alguma merda importante. O casamento seria no dia 20 de Dezembro. "Que filhos da p*." Diz Nancy do meu lado, quando a data é anunciada, eu cerro os punhos, o ódio queimando minhas orelhas. O dia do meu aniversário, quem poderia imaginar?

Filipe e Anitta estavam almoçando, no outro canto do refeitório, de vez enquanto o olhar dele caia sobre mim, mas eu fingia não perceber. Tentando ao máximo ignorar a risadinha irritante de Anitta.

– Uou acho melhor você se acalmar. - Diz Eric.

– Eu estou calma. - Respondo rispidamente.

– Não é o que o copo tá me dizendo. - Responde dando uma risadinha. Olho para minhas mão, e entendo o que ele está falando, o copo em que eu estava bebendo água, esta completamente amaçado. Jogo- o em baixo da mesa, torcendo que ninguém tenha percebido e forçando um sorriso.

– Sabe, eu acho que você devia se vingar. - Continua Eric. Ele é uma ano mais velho que eu, filho de Anandra a Curandeira, Nancy era apaixonada por ele desde os 11 anos e ele também parecia gostar dela, para ser sincera não sei porque eles ainda não ficaram juntos.

– Me vingar como? - Pergunto interessada.

– Sei lá, faz ciúme nele, igual ele tá fazendo com você. - Ele dá de ombros. Um sorriso, desta vez verdadeiro inundou meu rosto, a ideia brilhando em minha mente.

– Quer saber de uma coisa? Você tem toda razão. - Sem pensar em mais nada, agarro Eric e o beijo, no começo ele não corresponde, provavelmente surpreso, mas logo esta me agarrando também.

xx

"Acorda Mel, acorda." Ouço a voz bem longe. Abro os olhos e vejo Filipe.

– Oi, você estava rindo enquanto dormia, achei melhor te acordar. - Diz ele intrigado.

– Aaah. - Respondo ainda sorrindo. - Não é nada, só lembrei de uma coisa.

– Que coisa? - Pergunta, também sorrindo.

– Deixa para lá. - Digo, lembrando da reação de Filipe ao beijo.

Tomo mais um banho demorado, se tem uma coisa da qual eu vou sentir falta, depois de partir, vão ser os chuveiros da Capital. Estou procurando uma roupa no armário para vestir quando Verne entra no quarto. Não me preocupo em me cobrir com nada, afinal de contas ninguém conhecia meu corpo melhor na Capital do que Verne e Filipe. Não que eu tivesse escolha.

– Olá princesinha. - Diz ele.

– Oi. - Respondo intrigada. - O que você tá fazendo aqui? - Pergunto, tentando não ser indelicada.

– Hoje é o dia da sua avaliação individual. - Arqueio a sobrancelha como quem diz "E daí?", Ele bufa impaciente. - Você tem que estar deslumbrante, afinal, um rostinho bonito pode render uns pontinhos á mais. - Ele pisca para mim e eu reviro os olhos.

– Ok, então.

Verne me veste com uma calça azul escura, um tanto apertada para ser sincera. A blusa é preta e caída de lado. O cabelo vai solto, com uma bandana vermelha com o número 8.

– Maquiagem? - Choramingo quando Verne pega a sua maleta. - Isso é uma avaliação de habilidades ou um casamento? - Ironizo. Eu odeio maquiagem, se pudesse nunca usaria.

– Você é mesmo um dinossauro, sabia garota. - Responde Verne, passando base no meu rosto. - Olhe só essas olheiras, você não dorme não? - tento sufocar uma risadinha, mas falho. Ele parece entender o que faço durante a noite e ri também. - Aiai só você mesmo. Está linda.

Ele sorri me admirando. Uns segundos se passam e ele balança a cabeça, como se acordasse de um devaneio.

– Vamos, você precisa tomar café. - Assinto e seguimos para fora. Subitamente me lembro que ainda não falei com Cornélia. E meio hesitante pergunto.

– Hum.. Verne, você sabe da Cornélia? - Ele me olha e aqueia a sobrancelha, mas logo em seguida suspira.

– Ela está na sala de jantar, com os outros. - Assinto e fico um pouco para trás pensando no que dizer. Vejo um vaso com flores em cima de uma bancada no lado esquerdo. Pego as flores e sacudo para tirar a água. Cornélia é sensível, vai gostar disso.

Pouco antes de entrar na sala de jantar, já ouço a conversa no ar. Entro com as flores cobrindo um pouco do meu rosto e caminho até Cornélia.

– Será que você podia perdoar essa tributo ignorante? - Pergunto fazendo beicinho. Estendo as flores e ela tenta manter seu ar arrogante, mas logo ela suspira com os olhos marejados, pegando as flores e me abraçando alegremente.

– Aaah tudo bem. - Diz ela, com um largo sorriso. - A Natalie também me irrita as vezes. - Ela revira os olhos, e escuto Natalie resmungar no canto.

Falta 5 minutos para irmos para a avaliação individual, e Brandon estava nos enchendo de conselhos.

– Façam com que sejam lembrados, ok? Algo que surpreenda os idealizadores. Muito mais do que patrocinadores, se eles gostarem de vocês, podem ajuda- los na arena.

– Distrito 8. Melanie Roy. - A voz ecoa, na sala de espera. É a minha vez. Filipe me abraça e sussurra. " Arrasa, gata". Assinto e entro na sala.

Os idealizadores dos jogos estão em um canto me observando. Dentre todos eles, só reconheço Snow que é o idealizador chefe.

– Melanie Roy. - Me apresento, tentando parecer sensual. Dica de Verne. Não sei se consigo. Os idealizadores balançam a cabeça para que eu continue.

Pego um cinto com 5 adagas e prendo na cintura. Alguma coisa reluz na minha visão periférica, é um machado graciosamente ameaçador, sinto seu peso avaliando se é confortável para mim, por fim decido usa- ló também.

Entro no box, onde uma simulação holográfica vai testar minhas habilidades. Lavignea fecha a porta e programa o simulador. A luz no box se apaga e eu fico em uma completa escuridão. Seguro o machado com força, em posição de ataque. Ouço um silvo atrás de mim, e quando a luz se acende um holograma com uma espada já está em cima de mim. Aparo o ataque com o machado e com a outra mão consigo pegar uma adaga no cinto, cravo- a na barriga do holograma que se desfaz. Imediatamente mais dois hologramas vem em minha direção, a flecha de um passa zunindo ao meu lado, mas eu me jogo na parede do box desviando da mesma, eles correm na minha direção, antes que eu possa levantar dou uma banda no holograma que está com a foice e me surpreendo ao vê- lo cair, corto sua cabeça rapidamente com o machado e ele se desfaz, o que está com o arco me lança outra flecha e novamente escapo por um triz. Ele está preparando outro ataque, pego mais uma adaga do cinto e lanço- a no holograma atingindo bem em cheio o seu olho, não me vanglorio muito com isso já que eu estava mirando no peito. Por mais uns cinco minutos sem fim, sou alvejada com ataques de hologramas com todos os tipos de armas imagináveis. Um dos hologramas acaba de atingir minha perna esquerda com uma faca, a dor aguda que sinto é tão real que olho para minha perna em busca do ferimento, mas não há nenhum. Alcanço o machado que tinha deixado cair e com um movimento único corto o holograma ao meio, ele se desfaz e a prova acaba.

Saio arfando do box, o suor escorrendo pela minha testa.

– Parabéns 8. - Diz Lavignea com um quase sorriso, mas longe disso. Dou um leve aceno de agradecimento.

Estamos todos reunidos em frente á grande televisão no 8º andar, o anuncio da nota dos tributos acabara de começar. o Hino de Panem foi tocado. As fotos de cada tributo brilhava na tela com o número de sua nota. Torin 10, Cat 8, Sam 8, Vania 10, Blaster 5.... Ravina 9... Filipe tirou uma nota 9, e todos o estavam parabenizando. Finalmente minha foto brilha na tela e quase caio para trás com o que vejo.. Melanie 4. " O QUÊ?" Grito dentro da minha cabeça, 4? Eu tirei 4? Isso é impossível, é menos do que o garoto do 3, e ele nem consegue andar direito. Um silêncio brutal, habita a sala, até que com um pigarro Brandon quebra o silêncio.

– Hãm.. Você não disse que tinha ido bem? - Hesito um segundo.

– Eu achei que tinha ido. - Mas eu fui bem, Lavignea até me parabenizou, será que ela estava debochando de mim, será que eu fui terrível na prova? Não, só me acertaram uma vez e não foi nem um ferimento fatal, alguma coisa estava errada. - Eu vou para o meu quarto. - Digo me levantando, ninguém diz nada, apenas me olham com... pena, eu acho.

Me tranco no quarto, e penso incansavelmente no que eu possa ter feito de errado, para receber uma nota tão baixa. Nada, é a única resposta que recebo. Um tempo se passa, estou sentada em frente a penteadeira, me olhando no espelho, até que sem perceber começo a cantarolar.

xx

Estou prestes a bater na porta quando Melanie começa a cantar, paro imediatamente, sei que se entrar ela vai parar a musica. Todas as poucas vezes que escutei Melanie contando foi escondido, pois ela morre de vergonha, embora tenha uma voz perfeita para isso.

" Eu não sei onde estou

Eu não conheço este lugar

Não reconheço ninguém

Só o mesmo velho rosto elegante

Vê essas pessoas? Elas mentem,

E eu não sei em quem mais acreditar"

Presto atenção na letra que embora triste, fica adoravelmente bela na voz de Melanie.

" Olhos suplicantes que quebram meu coração

Então espera que eu possa sentir

Mas eu sei que devo fazer a minha parte

Minhas lagrimas eu devo ignorar"

Desde o dia em que a conheci, debaixo daquela árvore, que eu sou apaixonado por Melanie, com seu jeito todo raivoso de ser. Escorrego pela porta, sentindo o peso daquelas palavras.

" Lá vem você para me manter seguro do perigo

Lá vem você me manter em seus braços

Isso é apenas um jogo?

Eu não sei

Mantê-lo seguro do meu coração "

Embora ela não diga, sei que ainda não me perdoou por eu ter me voluntariado, não espero que ela entenda, nem eu entendo para ser sincero, mas a verdade é que quando se trata de amor, não existe razão. Eu decidi que não posso viver sem ela, e por isso vou morrer em seu lugar e mesmo sabendo que isso não faz o menor sentido, é a única coisa que eu posso fazer para salva- lá.

"Pegue minha mão e meus batimentos cardíacos

As chamas iluminam nossos rostos

E nós estamos pegando fogo

Mande um beijo para a multidão

Eles são a nossa única esperança agora

E agora eu sei o meu lugar

Somos apenas peças no jogo deles."

Um baque surdo, acompanha a última frase da musica, Melanie bateu em alguma coisa, indignada com aquela verdade tão arrebatadora. Então percebo, que não há como salva- lá, ela pode vencer os jogos, mas ainda vai estar submissa a isso, sempre seremos apenas peças no jogo deles.

xx


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Notas finais do capítulo

Falla ae gente, o que acharam??

P.s A musica que a Mel canta nesse cap, se chama "Just a Game" da Birdy, e eu a amo completamente, quem ainda não ouviu eu sugiro que o faça, a musica é perfeita. *_*

Beijos Ray



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