Enquanto percorria os largos corredores ia pensando na minha tarde.
Eu queria voltar a sentir Edward. Mas eu não queria forçar a barra. Queria que as coisas corressem de forma espontânea, sem grandes arranjos. Talvez de forma inesperada e um pouco apaixonada. Durante estes meses senti falta de tudo isto. Não foi só falta de sexo, foi a falta de me sentir amada e loucamente apaixonada como uma mulher só se sente quando é tocada por alguém que ama. Por alguém que com um simples beijo é capaz de a fazer mudar de órbita, esquecendo o que e quem nos rodeia. Alguém como Edward era para mim. Não que nestes meses não me tenha sentido amada por Edward pelo contrário. Edward demostrava todos os dias o quanto me amava e verbalizava-o sempre. Mas... Eu queria sentir-me amada do outro modo, por assim dizer.
Depois de muito refletir cheguei a conclusão de que não valia a pena preparar nada de especial. Se tivesse de acontecer aconteceria.... O que não significa que durante o jantar eu não possa dar umas dicas e mandar umas indiretas... talvez faça isso...
Depois de comprar tudo o que precisava voltei para casa e foi fazer o jantar. Anthony tinha estado a dormir durante todo o tempo que estive no supermercado e quando chegamos a casa acordou. Permaneceu acordado enquanto preparava o jantar. Ele observava-me com aqueles grandes olhos verdes, exatamente iguais ao do pai, e parecia prestar atenção a todos os movimentos que eu fazia. Eu ia cantarolando algumas músicas que me vinham a cabeça, umas infantis outras não. A dada altura liguei o radio para que o meu filho ouvisse música a serio e não ficasse traumatizado com esse talento da mãe, que dizendo a verdade não era um dos melhores.
Quando pus o jantar no forno começou a dar uma das minhas musicas preferidas. Aumentei o som, moderadamente não queria romper os meus tímpanos e muito menos os do meu filho. Peguei em Anthony e comecei a cantar , ou a tentar cantar na realidade, enquanto rodopiava e dançava com ele. Assim que a musica terminou parei com o nosso pequeno “espetáculo” e ouviu-se alguém bater palmas.
– já acabou? Eu queria mais. Estava a ser muito interessante.- disse Edward.
– Há quanto tempo estas ai?-perguntei indo para ao pé dele, que estava na porta que dava acesso a cozinha.
– há tempo suficiente para ver os amores da minha vida a darem um belíssimo espetáculo!!- disse ele com um sorriso na cara. Quando cheguei ao pe dele Edward deu-me um beijo casto nos lábios e deu um na testa do nosso filho.
– podias ter-te juntado a nós - disse-lhe.
– eu pensei nisso mas depois achei que este momento devia ser registado.- e apontou para o telemóvel que segurava na mão.
– eu não acredito que gravaste. Edward tens de apagar isso!!
–eu não vou apagar!! Vocês estavam fofos e engraçados! E toda a gente tem de ver isto porque se eu contar ninguém acredita!!
– tu não vais mostrar a ninguém!!
– vá la, tu já viste vídeos mais embaraçosos.
– tu estas a dizer que e embaraçoso?- disse fingindo-me de ofendida.
– NÃO!!! Tu percebeste o que eu quis dizer...
– não. Não percebi.
– então...embaraçoso não foi o adjetivo correto. Vocês estavam fofos e adoráveis e muito muito queridos. O que eu quis dizer foi que...-explicou Edward engasgando-se diversas vezes. Acho que ele pensava que eu estava mesmo chateada. Interrompi-o antes que ele se enterrasse mais.
– Amor... -chamei e ele parou de falar olhando me com um olhar piedoso, de quem pedia desculpas. - Eu estava a brincar.
– sinceramente Bella!! Pensei que estava em Sarilhos!!- disse mas riu-se e deu-me mais um beijo. - E tu rapagão a mamã também fez brincadeiras de mau gosto contigo com fez agora com o papa?- disse e eu passei-lhe Anthony para os braços.
– sim porque o papá e uma vitima!!!
– nas tuas mãos sou... -disse fazendo um olhar dramático.- as mulheres tem este efeito sobre nós... Um dia vais perceber isto meu filho.
– Edward não digas isso ate parece que não gostas de estar comigo!! - quem e que agora esta a fazer drama quem é??
– eu não gosto.... Eu AMO estar contigo. -disse ele aproximando-se de mim. Abracei-lhe a cintura, chegando o mais perto de mim.
– acho bem porque eu também AMO estar contigo.- e beijei-o.
Edward foi tomar banho enquanto eu acabava de por a mesa e levou Anthony junto para lhe dar banho também. Quando acabei subi para ver se ele precisava de ajuda a dar banho a Tony.
Ao entrar no nosso quarto passei direta a casa de banho sem olhar para o quarto.
–prec...-as palavras morreram na minha boca. Fiquei a observar a cena durante alguns segundos. Edward estava a tomar banho, provavelmente deu banho ao nosso filho primeiro, e tinha a porta do duche entreaberta. Conseguia observar todo o corpo dele de costas. (E que corpo diga-se de passagem...). Só esta imagem fez com que pensamentos nada próprios viessem a minha cabeça e fez com que um calor já há muito conhecido se instalasse no meio das minhas pernas.
– A vista está boa?- a sua voz fez com que a minha cabeça deixa-se as imagens de lado e voltasse a realidade. Senti as minhas bochechas ficarem vermelhas. Eu tinha sido apanhada a olhar fixamente para o meu noivo enquanto este tomava banho e a minha cara devia demonstrar claramente aquilo em que eu pensava enquanto olhava para ele .
– desculpa eu.... Eu só vinha ver se precisavas de ajuda com o banho...
– se me quiseres ajudar...-disse ele já virado de frente para mim. Deste modo ainda era mais difícil eu parar de pensar naquilo que estava a pensar. Tentei focar-me e responder-lhe coerentemente.
– EDWARD não era no teu banho era no do nosso filho!!-disse. Mas o olhar dele era de pura malicia e o meu devia corresponder ao mesmo. - Eu ate te ajudava no teu mas...
– sim Bella eu já sei. Ainda não podemos fazer nada.
– eu não ia dizer isso. Só ia dizer que o nosso filho estava acordado então não era uma boa ideia. Mas se tu preferires essa razão estas a vontade.
E sai de la sem olhar duas vezes para ele. Da maneira como ele disse aquilo ate parecia que eu lhe estava sempre a lembrar que nos não podíamos fazer nada e que era porque eu não queria e não porque não podia, como acontecia. Estava chateada. Quer dizer eu ia dizer-lhe ali, naquela hora, naquele momento, de forma indireta que nos podíamos fazer "alguma coisa" e ele sai-se com aquela.

CONTINUA.....