Draco respirou fundo. Os dias em Hogwarts estavam acabando, assim como seu quarto ano na escola. Claro que não parou de ser arrogante e popular, ao contrário. Principalmente na época do baile, em que as garotas praticamente imploravam-lhe por um convite. Mas ele diminuiu as zoações. Até mesmo o grande Malfoy tinha que admitir o quão grande era o Torneio Tribruxo. Com Harry dentro do Torneio, as pessoas pareceram esquecer que o amavam, o que Draco deixou feliz. E ainda havia o estúpido Weasley. Ele realmente tinha acreditado que Harry tinha colocado o nome no Cálice? Aliás, a escola inteira havia acreditado?

Malfoy se sentou na mesa do Grande Salão, longe o bastante para que Pansy e Zabine não percebessem que ele havia chegado. As mesas haviam sido reorganizadas após a ida dos estudantes de Durmstrang e Beauxbatons, voltando à divisão original. Ele não estava com a menor fome, então acabou por observar o Salão. Um pequeno e disfarçado sorriso surgiu em seus lábios.

Granger.

Desde o Baile de Inverno, ela não saía de sua cabeça. O sorriso radiante, os cabelos dourados sob a luz do salão, os olhos. Tão brilhantes, ele pensou. Ela era como o Sol. Naquela noite, ela era o astro. Tirar os olhos dela seria loucura. Pelo menos para ele.

Ela finalmente olhou para ele. Nenhum dos dois desviou o olhar. Ele queria gravar o rosto dela. Queria olhá-la, abraçá-la, beijá-la, conversar com ela. Ele queria que fossem amigos. Até mais que isso.

O garoto abaixou a cabeça. Não era possível. Ela nunca o perdoaria. Todos os xingamentos, as perturbações, os olhares maldosos. Ela nunca seria dele.

Seu coração doía. Como queria recomeçar!

Mas no fundo, Draco sabia que nunca daria certo. Ela ainda era o Sol. E ele, a Lua.

Voltou a olhar Hermione. Ela ainda o observava. Seus olhos transmitiam curiosidade, mas também compaixão. Ela sabia.

Ela sabia.

Ela sorriu.