Mystic Falls escrita por Larissa Armstrong


Capítulo 29
Damon tem o autógrafo de Jonnhy Ramone




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V

–Pronto. – Damon me disse, assim que me colocou na cama. Minhas pernas ainda doíam, e parecia que a dor estava se alastrando pelo meu corpo numa rapidez preocupante.

–Você pegou minhas roupas?

–Aqui. – ele me entregou as roupas. Eu ia vestir, mas ele me interrompeu. – Ei, você não pode usá-las assim.

Franzi o cenho.

–Por quê?

Ele revirou os olhos.

–Esqueça o que eu disse sobre você não ser burra.

Eu já ia me levantar pra dar um soco no meio do seu olho quando ele tirou as roupas em minha mão. Ele torceu-as, fazendo molhar o chão do quarto.

–Molhadas. Dã. – ele revirou os olhos. – espere um pouco.

–Vai fazer o que tirar um vestido do closet dele?

–HÁ.HA.HA. – ele riu sarcasticamente e pegou uma mala marrom e de couro do canto do quarto. Damon abriu, pegou uma garrafa do que parecia vodka, destampou então tomou um gole. Depois pegou outra garrafa, e pela cor parecia ser conhaque, então bebeu de novo, depois pegou outra garrafa, com um liquido vermelho, não sei se era vinho ou... sangue.

–Isso é...

–Suco de uva? – ele perguntou com um sorriso cínico. – Isso aí. O mais saboroso e poderoso dos sucos de uva. – ele levantou a garrafa - Quer provar? É delicioso! – sorriu novamente.

Mostrei o dedo a ele, que deu de ombros, de um modo como dissesse: você não sabe o que está perdendo.

–Que diabos você está procurando hein?

–Isso. – ele levantou e me jogou o que parecia ser uma blusa preta, estendi para vê-la. Ela parecia grande e larga pra mim, mas era melhor do que ficar de biquíni molhado. Virei a blusa para ver sua frente, e era estampada com o símbolo dos Ramones.

–Você...

–Se eu gosto? Acho que é óbvio. É a minha camiseta preferida. Olhe-a dentro. – ele cruzou os braços, orgulhoso. Na parte interior tinha um autografo com uma caneta branca:

Para Damon Salvatore, meu parceiro na guitarra.

Johnny Ramone, 1976.

Eu estava perplexa. Damon, o tão irritante Damon era fã da minha banda preferida. Ele conseguira o autografo do meu ídolo, Johnny Ramone, o homem que me fez querer tocar guitarra. Johnny, o cara que eu tinha pôster em todo o quarto, o cara que eu nunca cheguei a conhecer. Vendo o brilho nos meus olhos, Damon me pergunta:

–Quer ficar com ela? – e me lança um sorriso encantador. Eu estava quase chorando.

–É sério? Ai meu Deus, é claro que eu quero!

Ele sorriu de volta.

–Que pena. É só minha. Mas te dou a honra de usá-la hoje. – ele me disse com um ar de superioridade.

–Você... você é um...

Ele gargalhou.

–Você é muito infantil!

–Tá, tanto faz, eu nunca daria essa camisa a alguém. É a única coisa que eu amo.

Eu pensei no que ele disse. E nossa. Será que ele nunca amou alguém?

–Você não vai se trocar? Tirar esse biquíni molhado e... – ele mordia os lábios olhando para os meus seios. Eu os cobri com o lençol. Pensei no que Stefan me disse ‘’Qualquer coisa é só gritar’’

Ele ri em seguida percebendo meu medo.

–Qual é, você acha mesmo que eu tava te tarando? – ele gargalhou. – Eu conheço garotas bem mais... Como posso dizer... – ele tamborilava os dedos no queixo, procurando a palavra certa. – garotas bem mais apetitosas. – ele riu do duplo sentido da palavra. – e o melhor: apetitosas e que se derretem por mim – ele sorriu pra mim. Forcei uma cara de entediada pra disfarçar o quão ofendida fiquei.

–Parabéns garanhão! Agora pode me deixar eu me trocar? – revirei os olhos.

–Você é idiota? Eu não posso te deixar sozinh... – ele não pode nem terminar de falar, e eu já tinha jogado uma estatueta de Buda que Stefan tinha no quarto, bem na cara de Damon. Ele simplesmente desviou do meu golpe, fazendo a estatueta se espatifar no chão.

–Sério. Você é totalmente agressiva. Não sei o que Stefan viu em você. – ele revirou os olhos.

–Ninguém manda você me chamar de idiota. – dei de ombros.

–Mas se você é uma... – peguei outra estatueta, dessa vez de um dragão e mirei nele.

–EI, EI, EI! Calma, calma. – depois de baixar a mão e respirar fundo ele continua falando. -Enfim, eu sinto muito, ou não, mas eu não posso te deixar sozinha.

–Mas por quê?

–Eu não posso e pronto. Você tem que aprender a não fazer perguntas comigo. - eu já ia perguntar por que, mas deixei pra lá.

–E como eu vou me trocar? Eu realmente não quero que você me veja sem roupa.

–Não vai ser a primeira nem a ultima garota que eu vejo sem roupas. – ele parecia entediado.

–Eu não quero saber ok? Eu vou me trocar no banheiro.

–Não Loira. Você precisa ficar na cama, você pode cair no banheiro e ficar presa lá, e pode apostar as portas desse maldito internato não são anda fáceis de arrombar, pode crer – ele riu sorrindo, como se estivesse lembrando algo. Franzi o cenho.

–Como você sabe?

–Sempre as arrombava para transar com garotas. – ele deu de ombros, desleixado, como aquilo fosse normal. Uma pontinha de mim faiscou ciúmes não por Damon, mas por Stefan. Se Damon fazia isso, quem garante que Stefan não o acompanhava?

–Tá, tanto faz quantas vadias você pegava na época das cavernas.

–Ei! Eu posso ser um vampiro, mas não sou tão velho assim. – ele parecia ofendido. E eu me divertia.

–Eu só sei que eu preciso me trocar. Então... hm, feche o os olhos.

–Ah me poup...

–FECHE!

Ele estremeceu com meu grito.

–Tá, tá bom.

Ele tapou os olhos com as enormes mãos.

–Hm... ok. Não abra os olhos agora, mas estou tirando a parte de cim... – não pude completar e ele tinha tirado a mão do rosto. Olhei pra ele de braços cruzados, olhos cerrados.

–Você não disse que ia fechar os olhos?

–E você não disse que tinha tirado o biquíni?

Não quis discutir com ele, ele sempre ia achar que estava certo. O fiz prometer que se ele abrisse os olhos eu poderia ficar com a camisa dos Ramones. Ele não quis apostar, mas acabou cedendo. Me sentei a cama, pegando a camisa e tirando o biquíni. De repente um clarão adentra o quarto. A porta se abriu. E eu estava lá, com os seios a mostra, nada para cobri-los e instintivamente me abracei.

Então uma silhueta se formou, e Stefan entra no quarto, ele fechou a porta e olhou pra Damon, de olhos fechados. Franziu a testa.

–Mas por que você está de olhos fechad... – ele parou de falar quando me viu na cama. Ele estava boquiaberto, e eu não sabia o que fazer. Eu disse algo inteligente como:

–Hã... é...

–Olha, estou de olhos fechados, mas sei que você está babando os peitos dela, então, por favor, deixem a transa pra depois, não estou confortável de olhos fechados, então loira, vista-se logo por favor, e Stefan, pare de babar que nem um otário.

–Eu não estou com os peitos a mostra, idiota. – eu disse revirando os olhos.

–Sério? Muito interessante. VESTE ESSA MALDITA BLUSA.

–Tá! Hã... Stefan.. você pode...

–Ah, claro. – ao invés de tapar os olhos ele tirou o biquini molhado do chão e o colocou na mesa. Depois sentou numa poltrona do lado da cama. – pode prosseguir. – ele parecia sério.

Eu ri alto. E ele riu também.

–Sério, deixa eu me trocar. – ele parecia desapontado, mas colocou um travesseiro na cara. Quando tive certeza de que ele não estava olhando peguei e vesti rápido a camisa. Só que pelo avesso.

–OH, merda...

–Quer que eu te ajude? – Stefan me disse, com um tom de riso.

–HÁ.HA. Eu me viro sozinha, obrigada.

Vesti a blusa, agora com mais calma. Ela tinha um cheiro bom, amadeirado, um cheiro másculo.

–Terminei.

–NOSSA! Até que enfim. – Damon disse, tirando as mãos do rosto, como se aquilo fosse a maior tortura que ele já passou.

–Eu preferia do outro jeito. – Stefan disse com a mão no queixo, sorrindo. Eu baixei a cabeça encabulada.

–Agora uma calça. – Damon falava sozinho perto da sua grande mala. Tirou uma calça cinza de moletom e jogou pra mim. – aqui.

Eles se viraram novamente e peguei a calça de moletom (um pouco maior que meu numero) e a vesti. Foi meio difícil com minha perna doendo, mas consegui.

–Pronto.

Os dois abriram os olhos ao mesmo tempo. Stefan sentou aos meus pés na cama, fazendo carinho em minha perna dolorida. Seus olhos ficavam fixos nos meus.

–Onde estão? – Damon pergunta.

–Na mesa. – Stefan responde sem tirar os olhos de mim. Ele passou para os meus pés, e aquele carinho estava tão bom que quase recostei na cama e fechei os olhos para sentir suas mãos me massageando.

–Dói muito? – ele perguntou a mim com cara de preocupado.

–Mais ou menos. – menti.

–Não precisa mentir pra mim. – ele deu um riso fraco, culpado.

–Não estou mentindo. – tentei sorrir.

Queria fazer carinho em seu rosto, mas não conseguia. Minas pernas pesavam mais do que qualquer outra coisa. Suspirei.

–Você fica... gostosa com roupa de homem.

–Não precisa mentir para mim!

Ele ri e fez carinho em meu tornozelo por baixo do moletom folgado, subindo pela minha canela, até meus joelhos, minha coxa. Fechei os olhos e joguei a cabeça pra trás ao sentir suas mãos habilidosas e seguras chegarem perto da minha virilha.

–Então é assim? – Damon disse - Eu estou aqui, preparando as ervas enquanto você fica acariciando ela? Você que devia ter interesse por que... – e Damon tagarelava como uma velha rabugenta. Stefan olhou pra mim, rindo.

Pegou minha mão e a beijou, então foi em direção a Damon, cuidar das tais ervas. Sorri pra ele.

E então eu lembrei por que estava ali, deitava, esperando dois homens irresistivelmente lindos fizessem um chá pra mim. Estava ali deitada por Stefan me mordeu. Os dois homens irresistivelmente lindos eram vampiros. Meu cérebro me diz ‘’corra!” e meu coração manda eu dar uma oportunidade dele falar seu lado.

–Stefan. Preciso conversar com você. – eu disse a ele, que sentou na cama.


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