V

Depois de algumas aulas no mínimo entediantes, vou para o refeitório com Hayley. Peguei minha comida e sentei a mesa. Agora que eu reparei, não vi o Stefan o dia inteiro... Vasculhei o refeitório com os olhos, sorrindo ao vê-lo. Franzi a testa ao ver que seu irmão, Damon estava com ele. Ele não tem cara de estudante, não tem jeito de estudante, e eu quase aposto que nem matriculado ele é. Outra coisa que eu não pensei: onde é que ele tá dormindo? Do jeito que os dois se odeiam eu aposto que se eles dormirem juntos um mata o outro a noite. Os dois vinham em minha direção, todas as garotas sendo hipnotizadas por Damon, que sorria de vez em quando olhando pra elas. Stefan parecia entediado com aquilo tudo. Por fim, se juntaram a mim e a Hayley.

–E aí Hermione! – Damon disse se referindo a Hayley, sentando do meu lado. Stefan o fuzilou com os olhos, sentando do lado de Hayley. Ela olhava para Damon com raiva. Aposto que ele tinha o infernizado hoje, por que aquela vibe divertida tinha passado, e o rosto de Stefan tinha se transformado numa carranca. Franzi a testa.

–Primeiro: Quem diabos é Hermione? –Damon riu, balançando a cabeça. Os dentes deles são tão brancos... – Segundo: vocês se conhecem?

–Infelizmente eu conheço esse cara. –Hayley disse, ignorando a minha primeira pergunta. -Que inferno você tá fazendo aqui?

Apesar do tom agressivo da pergunta, Damon apenas riu, colocando as duas mãos na parte de trás da cabeça, se aconchegando na cadeira.

–É tão bom te ver! Sério, sabe a saudade que eu tava de você? – ele sorriu pra ela. Ela mostrou o dedo do meio pra ele, que lhe retribuiu com um sorriso de: ‘’ que meigo de sua parte.’’ –Eu vim pra visitar vocês! Soube até que vai ter um baile aqui... Vai ser legal. – ele sorriu maliciosamente pra mim. E apenas tentei não encará-lo e me concentrei na comida.

–Você não vai ficar pro baile. –Stefan disse, frio e rispidamente. Damon revirou os olhos. E nossa. Como ele é odiado por esses dois.

–Por que não? Quem vai me impedir? Você? – Damon riu, desafiando o irmão. Stefan deu um murro na mesa. Irritado.

–Por que você quer ficar aqui? Por que assim de repente você aparece e simplesmente quer voltar pra cá? – ele estava apontando o dedo para a cara de Damon, o que me fazia sentir medo deles dois brigarem ali mesmo. - Já não basta tudo o que você já fez Damon? Apenas. Vá. EMBORA! – Stefan gritou ferozmente pra o irmão. Podia ver o ódio nos olhos de Stefan, que estava a ponto de explodir. Damon parecia entediado. E eu estava morrendo de vergonha com todos os olhos curiosos em cima da gente.

–Gente, por favor, cara vocês são irmãos! Pra que viver em guerra...?

–Eu já sei o motivo de você está aqui. – Stefan disse, me interrompendo.- O mesmo motivo de sempre não é Damon?

–Deixa de ser idiota. – Damon revirou os olhos, levemente irritado.

–Agora tá tudo explicado. Só que ela não é a Katherine, só pra deixar claro. Você conseguiu arruinar minha vida. Mas não dessa vez. – nunca vi Stefan tão alterado. Seu rosto estava vermelho de raiva.

Me levantei, dei a volta na mesa e o puxei pela mão, saindo do refeitório.

Assim que saímos e achamos um banco, nos sentamos. Stefan encostou a cabeça na parede, respirando fundo. Toquei em sua mão, chamando sua atenção.

–Stefan... o que foi aquilo? Ontem você parecia tão bem e agora...

–Ele tem o poder de me irritar. Eu tentei me controlar, só que eu não consigo. A única vontade que eu tenho é socar ele.

Respiro fundo, tomando coragem e beijando seu rosto. O toque dos meus lábios pareceu relaxa-lo.

–Eu sinto muito, mas... por que tanto ódio? E... Quem é Katherine? – tento não transparecer o ciúme, mas sem sucesso.

– É muito... – ele enterrou o rosto nas mãos, eu alisei suas costas, incentivando-o a me contar. – é tudo muito complicado Valentina. – eu revirei os olhos.

–Consigo entender.

–Não, não, consegue. Vai por mim. – dei de ombros, desistindo.

–Pode me contar pelo menos quem é Katherine?

Ele respirou fundo

–Uma mulher pela qual já me apaixonei. E Damon acabou se relacionando com ela também.

Foi aí que minha ficha caiu. ‘’ o motivo de sempre né Damon?’’ ‘’ ela não é a Katherine.’’ Então isso quer dizer que... Quando ele disse aquilo ele estava se referindo a mim? Stefan está apaixonado por mim e tem medo que Damon ‘’me roube’’ dele?

Meus pensamentos estão confusos, aí lembro de algo que pode nos fazer esquecer um pouco da briga.

–Hm, que tal a gente sair daqui? – perguntei empolgada. Ele franziu a testa.

–Sair?

–É! Me espera aqui. – levantei do banco e fui correndo pro meu quarto, coloquei o primeiro biquíni que eu vi e coloquei por baixo da roupa. Peguei uma toalha e pus no ombro, e voltei pra buscá-lo. Peguei em sua mão e o levei até a piscina que a Hayley me mostrou um dia desses. Estava sem aquelas cordas, o que deixava a piscina maior ainda.

–Tha-rãn! – exclamei, mostrando a ele a piscina. Ele riu.

–A gente vai nadar? Não me parece uma boa ideia.

–Ah, qual é. Não to acreditando. Stefan Salvatore com medo de entrar na água. Ah, fala sério! Eu pensei que você era um nadador e...- Não pude completar minha frase e Stefan já tinha me carregado e pulado na piscina comigo, de roupa e tudo.

Ele riu alto, vendo a minha cara de assassina.

–Isso é o que dá tentar ser legal. – cerrei os olhos. Ele deu de ombros. Nós dois rimos. Stefan tirou a blusa, e eu virei o rosto pra não ver. O abdômen dele me deixa hipnotizada, não quero ficar constrangida.

–É a sua vez agora não? – ele estava em minha frente, dando um sorriso de orelha a orelha. Revirei os olhos. Levantei meus braços e ele me ajudou a tirar a blusa.

–Sabe Stefan... – eu comecei, tomando coragem pra falar com ele. Ele jogou nossas blusas ensopadas na parte lateral da piscina, depois volto a olhar pra mim – Quando você disse ‘’ela não é a Katherine’’ você estava falando... de mim? – engoli em seco, com medo da resposta. Ele suspirou. E afirmou com a cabeça, com um ar de derrota. Depois voltou a olhar pra mim.

– É que na verdade eu... Eu.. – ele tentava falar enquanto se aproximava. – é que.. – então ele respirou fundo, decidindo de uma vez por todas parar de tentar falar e finalmente se aproximou de mim, entrelaçando seus braços em minha cintura, me puxando pra ele.

Conseguia sentir seu coração batendo forte contra meu peito. Nesse momento eu já tinha esquecido como respirar, então me concentrei em manter minha respiração pra não bater as botas ali mesmo.. Ele mordeu os lábios, primeiro beijou meu pescoço, depois encostou sua testa na minha. Fechando os olhos com força.

– Eu gosto de você. E não quero que ninguém tire isso de mim. – ele deu um sorriso torto e então me beijou.

Foram só nossos lábios unidos, mas eu podia sentir que todo sangue do meu corpo indo direto para meu rosto, o fazendo pulsar, arder.

Então ele se afastou, e eu não consegui abrir os olhos só fiquei lá parada, com a boca entreaberta ansiando por mais. Se passou alguns segundos e abri os olhos. Ele sorria.

–O que foi?

–Nada. – ele sorriu mais ainda, então me pressionou contra a parede da piscina, me segurando, fazendo minhas pernas se entrelaçarem em sua cintura, um encaixe perfeito dos nossos corpos.

Eu passei meus braços por seus ombros, mordendo de leve sua orelha. Ele suspirou com uma mistura de rugido. Em seguida segurou em minha perna esquerda, apertando-a com força me fazendo gemer baixo em seu ouvido. Ele parecia respirar com boca, tentando ao máximo se controlar. Isso me fez escapar um sorriso, e me fez querer provocá-lo ainda mais. Entrelacei meus dedos em seu cabelo, puxando seu rosto pra perto do meu. Ao invés de beija-lo na boca beijei seu queixo, descendo para seu pescoço, passando a língua de leve.

–Não faz isso. – ele disse quase rindo, com a cabeça pra trás, se controlando ao máximo. Eu ri também, não posso mentir: eu estava me divertindo muito com aquilo.

Ele me aperta ainda mais contra parede, chupa forte meu pescoço, e posso sentir um volume em sua bermuda, o que me tira mais do sério ainda. Ele chupa com mais força meu pescoço, e então sinto algo afiado em meu pescoço, o cortando, furando-o. Stefan se afasta de mim bruscamente, me fazendo afundar na água. Subo com dificuldade até a superfície e percebo que a água havia se tornado vermelho. Uma poça de sangue me rodeia. Olho pro rosto dele, ele que estava assustado, piscando, boca entreaberta. Toco no meu pescoço e olho pra minha mão, escorrendo sangue.

–Mas o qu...

–Me desculpa. – ele disse pondo a mão no rosto, como se não estivesse acreditando no que fez. Eu estava confusa.

–Você... me... me mordeu? - eu perguntei passando a mão de novo no meu pescoço, não tinha sido fundo, mas ainda saía sangue. Aquilo estava me deixando tonta, e meu corpo estava congelado.

–Eu vou cuidar disso. Só me deixe ver. – ele chega mais perto de mim, mas eu recuo com um ato impensado. Podia ver a dor estampada em seu rosto. – Por favor. Deixe-me ver. – suspiro e confirmo com a cabeça.

–O que é que está acontecendo aqui? – Damon pergunta com um tom de raiva.

Ao invés de Stefan responde-lo do jeito normal (grosso, dando cortes e brigando) ele apenas abaixa a cabeça, como uma criança ouvindo um sermão de sua mãe.

–Eu a mordi. – Stefan fala baixo.

–VOCÊ O QUÊ?