Mystic Falls escrita por Larissa Armstrong


Capítulo 15
A lenda


Notas iniciais do capítulo

se a lenda dessa paixão, vai sorrir ou faz chorar (8) parei KKKKKKKKKKKK



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V

–Professor Billie! – eu gritei, correndo atrás dele, quando ouviu ele parou e olhou pra trás, deu um sorriso em seguida.

–Olá Sanches! O que posso ajudá-la?

–Hm, o que eu posso ajudar né professor? – eu disse, pegando alguns livros da pilha que ele carregava. Os livros quase tomavam a visão dele, e eu peguei a metade. Em parte por que queria ajudá-lo realmente, e também por que queria que ele me ajudasse.

–Muito obrigada. – ele sorriu pra mim. Billie era daqueles tipos de cara mais velhos que as garotas se derretiam. E eu também. O seu visual nerd e ao mesmo tempo despojado me atraía muito nele. Hoje ele usava uma calça jeans, junto com uma t-shirt preta bem surrada, o que mostrava seus braços tatuados (o que ficava ainda mais sexy) e seu óculos de armação grossa. – E então...? Me gritou pra me ajudar mesmo?

–Na verdade não professor... Você se importa de me ajudar a descobrir umas coisas?

–Sobre história? É claro que não me importo! Os alunos dessa escola são tão desinteressados que é um prazer ajudar alguém que se interessa! – ele sorriu, cheio de orgulho.

–Não é muito bem sobre esse tipo de história que você aprendeu na faculdade... É mais sobre a história desse internato... – olhei pra ele, cheia de receio.

–Hum... Eu sei bem pouco sobre aqui. Sei mais sobre lendas sabe? Sei mais o que o povo inventa. Não existem muitos livros sobre essa escola.

–Olha, qualquer coisa que você souber já é lucro pra mim!

–Tudo bem então! Você estava indo para a biblioteca? É que eu tenho que entregar esses livros e a gente pode conversar lá!

–Ah, claro.

Segui-o até a biblioteca. Ele colocou num balcão os livros que carregava e falou algumas coisas para a bibliotecária por cima dos livros. Ela riu e olhou pra baixo, envergonhada. O professor pegou os livros que eu segurava e pôs no balcão, deu um beijo na mão da moça e fez um gesto para que eu o siga até uma mesa perto de uma janela grande e alta. A biblioteca é sem duvida o lugar mais bonito desse colégio. Sentei de frente para o professor.

–Então, o que você quer saber sobre aqui? Que data foi fundada essa escola, quem foi que construiu...?

Resolvi falar sem rodeios.

–Na verdade nada disso. Quero saber se aqui nessa escola teve no passado algo relacionado a bruxas. Eu quero que o senhor me diga tudo o que saiba.

–Eu não sei muita coisa. Comecei a pesquisar, mas parei por falta de documentos... Eu sei que foi não foi há muito tempo, eu acho que no século XVIII, século XIX, um bando de homens acreditava que tinham uma mulher nesse internato que era uma bruxa. Na idade média as bruxas na verdade eram mulheres que tinhas idéias meio que futuristas para a época. Mulheres que acreditavam em direitos iguais por exemplo. Alguns historiadores acreditam que elas tinham poderes mesmo. Por exemplo o poder de hipnotizar. Enfim, voltando pro século XVIII, os homens acreditaram que essas bruxas iriam voltar para ‘’se vingar’’ de seus corpos que foram mortos. Para que elas não começarem com isso tudo eles optaram pela idéia de ‘’melhor prevenir do que remediar’’ então mataram diversas mulheres que eu acredito que não tenham nada a ver com isso.

–E como elas eram mortas professor? – eu perguntei, engolindo a seco. Tinha medo da resposta. Mas prossegui.

–Eram mortas queimadas. Assim como na idade média. Eram mortas presas em uma cruz. – o professor falou, com pena.

Meu coração gelou. Minhas mãos suavam. Tudo o que o professor disse coincide com o que eu sonhei, mas por quê? Eu não sabia dessa história, por que estava sonhando com o passado, se eu não tenho nada a ver com isso? E por que a Hayley? E o Stefan? Por tudo isso? Minha cabeça estava girando, mas prossegui. Eu vou até o fim.

–Pr-professor... – respirei fundo - essa é a lenda então?

–Não, não é. A lenda na verdade é que de cada 100 em 100 anos um escolhido adentra a esse colégio. Ele tem a missão de matar a bruxa, matando a bruxa o escolhido terá a vida eterna para ele e para os que ele ama. Ou seja, a família. O que até agora eu não entendi é: como matar uma bruxa que já foi morta a séculos atrás? – ele pôs a mão no queixo, pensando. – Ah, e esse tal escolhido terá a revelação que é a pessoa certa pelos sonhos. Os anciãos diziam isso, que os espíritos ajudavam a pessoa mostrando pelos seus sonhos quem ela deve matar.

Fiquei paralisada. Não conseguia mexer nenhum músculo. Me arrepiei do meu dedo do pé até meu ultimo fio de cabelo. Não conseguia mais controlar minha respiração, minha mão estava gelada, meus pés também. Eu não conseguia pensar direito. O meu estômago dava reviravoltas e queimava por dentro. Senti vontade de vomitar mas tento respirar fundo.

–Hum... Sanches? Você está bem? – o professor perguntou confuso.

–É, eu? – dei um risada nervosa tentando mostrar que estava tudo bem. – To, to sim professor, por que não estaria? – ri novamente – Que história louca não é? Matar uma morta!

–É só mais uma história para crianças mal comportadas! – ele sorriu. – Te ajudei?

–Sim, obrigada professor! Hum, eu tenho que ir, amanhã é sexta, vou acordar cedo! – eu me levantei quase correndo. – Muito obrigada mesmo!

–Espere! Valentina!

Saí porta a fora, atordoada. Isso não pode ser verdade. Mas por outro lado não existem coincidências... Eu não sei. Eu não deveria mexer com isso. Eu vou tentar só levar minha vida, sem tentar descobrir mais nada. Levar uma vida normal. Pelo menos aqui, no internato tentar levar uma vida normal. Respirei fundo. E pus a mão na cabeça, ainda confusa. Eu só queria levar uma vida normal. Sem decepções, sem abandonos, sem lendas idiotas, sem bruxas ou algo do tipo. Queria não ter um relacionamento tão complicado com o Stefan, queria não ficar na duvida de quem eu gosto, queria não ter a Taylor de inimiga, queria não ter esses sonhos malucos, queria voltar ao tempo para não ouvir nada do que acabei de ouvir. Eu sei que é estupidez, mas... Não. Mas nada. Eu não vou ficar aqui que nem uma fraca pensando nisso. Eu ia acreditar em quê da próxima vez? Coelhinho da páscoa? Fada do dente? Nem quando eu era menor acreditava em Papai Noel por que vou acreditar agora em uma lenda idiota que um monte de gente desocupada inventou? Eu só vou esquecer isso. E eu tenho certeza que eu sonhei com o Stefan e a Hayley por que eles estão próximos de mim. Só isso. Respirei fundo, tentando não pensar. Ou melor, tentando pensar racionalmente. Senti alguém tocar meu ombro. Dei um grito. Olhei pra trás, era o Stefan, rindo, não entendendo minha reação.

–O que é que foi isso hein? – ele riu

–Péssima hora pra me dar um susto Stefan. Péssima hora. – respiro fundo colocando a mão no peito. Só o toque dele fez meu coração receber o que parecia ser facadas violentas.

–Tá fazendo o que aqui, tão tarde? – olhei pro relógio. Já eram dez da noite, eu não sei como o tempo passou tão rápido. Eu ia falar pro Stefan a verdade, mas no fundo algo me diz que isso tem alguma coisa certa.

–Hum, só uma pesquisa, pesquisa de ciências – balancei a cabeça, nervosa.

Ele me olhou desconfiado, depois deu de ombros.

–O que acha de nós dois assistirmos algum filme de novo?

–Agora? – eu perguntei confusa.

–É, agora – e ele sorriu pra mim maliciosamente. Cruzei os braços.

–Claro que não Stefan.

–Mas por quê? – ele falava enquanto andava atrás de mim, se ele acha que fazendo essa carinha de cachorro sem dono vai amolecer meu coração ta muito enganad... Ah, merda! Ele sempre consegue me fazer sentir pena!

Cruzei os braços e olhei pra ele, séria.

–Não Stefan. Não.

E saí andando de novo. Ele estava na minha frente do nada.

Como ele consegue fazer isso hein?

–Mas como você...

–Eu já ganhei uma maratona de tão rápido sabia? Em primeiro lugar!

–Até parece Stefan. – revirei os olhos.

Ele riu.

–Mas é sério!

–Tá, tanto faz valeu? Eu não vou assistir nenhum filme. Eu to muito cansada. – eu disse entrando no meu quarto.

–Mas Valentin...

–Tchau Stefan.

–Mas...

–Tchau. – eu o interrompi, me segurando pra não rir, a cara que ele fazia quando estava irritado era impagável.

–Eu precis....

–Tchau. tchau, tchau, tchau, tchau.

–Por fav…

Abro a porta do quarto e entro.

–Olha, até amanhã ta? Tenha uma boa noite. – e bati a porta na cara dele. Ele bateu algumas vezes, mas depois desistiu e foi embora.

Tomei outro banho e escovei os dentes. Eu estava decidida em esquecer tudo isso de uma vez por todas.

Deitei na cama, pondo minha cabeça no travesseiro pensando em tudo o que aconteceu hoje. Começo a escrever um bilhete mental: já que amanhã é sexta, eu e a Hayley estamos liberadas pra sair, vou comprar os tecidos do meu vestido do baile. Suspirei ao lembrar que ia com o Blaine. Estava feliz e ao mesmo tempo triste. Seria legal sair com o Stefan também... Nós estamos nos aproximando de novo, eu sorri ao pensar nele. Depois de algum tempo pensando em tudo, apago.


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Notas finais do capítulo

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