A Garota dos Meus Sonhos escrita por Meire Connolly


Capítulo 1
Do céu não, um anjo... quem sabe?


Notas iniciais do capítulo

Enfim, essa será uma short-fic feita de presente para a Emilly!
Eu postarei todos os capítulos essa semana, pretendo. Em todo o caso, comentem!



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Corria mais uma vez daquele bando de viciados. Ok, tudo bem, eu também sou um viciado, mas eles são mais! A propósito, sou Jack Frost, ou, como a maioria conhece, o Cara de Neve. Bem, não era para eu ganhar esse apelido, mas, fazer o que?

Enfim, eu estava correndo, porque, bem, digamos que eu não fiz um bom negócio. Meu chefe, que é o que me coloca em encrenca, mandou-me trazer um pacotinho de maconha e receber o dinheiro. Eu fiz isso. Recebi o dinheiro (e, bota dinheiro nisso) e entreguei o pacotinho.

Daí, sai andando. Até ouvir o seguinte: “Foi ele que nos enganou! Pega!

E ai, eu sai correndo. Bem, eu não tinha certeza se eles estavam falando comigo. E, não queria ter essa certeza. Sai correndo. E estou correndo até agora. Aqueles caras acham que fui que não coloquei nada no pacotinho. E, eu não irei parar e devolver o dinheiro como qualquer um faria. Primeiro, porque eles não me escutariam. Segundo, porque eu não quero me fuder com meu chefe. Terceiro, por que... Bem, eu sou muito novo para morrer.

Virei uma esquina e continuei correndo. Foi quando me caiu uma decepção tremenda. A rua era sem saída. Mas, quando eu digo sem saída, é sem saída. Um prédio enorme estava no final da rua, e a minha única escapatória era virar e adentrar em um beco. Que, quando descobri, era sem saída, também.

Ok, estou morto. Podem se despedir de mim.

Os gritos ficaram mais altos, e eu olhei em volta, a procura de alguma coisa para... sei lá. Eu tinha que me livrar daqueles caras. Bem, continuei olhando em volta, até finalmente escutar todos os passos e gritos e de repente eles pararem.

Vir-me-ei com toda a certeza de que eles estavam atrás de mim. E, olha! Acertei! Sabe, se eu não tivesse pronto para morrer, até poderia me tornar um vidente daqueles de televisão, sabe? Acho que ganharia uma boa grana.

- Ora, ora, ora – a voz do magistrado e ilustríssimo Trecck retumbou em meus tímpanos. Sim, você não leu errado, e ninguém escreveu errado. O nome do cara é Trecck com dois c. Fazer o que? – Pegamos você, Cara de Neve.

- Não, não – falei negando com a cabeça. O que eu tinha na cabeça? – Vocês não me pegaram, mas, sim, me encurralaram.

- Da na mesma – Trecck grunhiu dando um passo a frente, me fazendo recuar dois passos. A cada passo dele, eu poderia dar dois. – Você irá pagar pelos seus erros.

- E, os seus? – perguntei, já sem saída.

- Ora, Frost – Trecck riu. – Nenhum anjo irá descer do céu para te salvar. Aceite, você está morto.

- Bem, do céu não, mas um anjo quem sabe.

Não, não fui eu que falei. Nem Trecck, nem qualquer outro que estava ali. A pessoa que falou aquilo ali foi uma menina. Uma garota na verdade. Ou seria uma mulher? Ela tinha os fios louros até a metade de sua cintura, e eles voavam com o vento. A menina/mulher parou na minha frente e percebi que ela estava com os braços cruzados.

- Saia da frente – Trecck ordenou.

- Você vai realmente perder seu tempo com esse moleque, enquanto pode simplesmente pegar seu dinheiro, curtir a vida e deixar com que ele se ferre depois? – perguntou colocando uma mão na cintura. Analisei a menina. Ô, se aquela fosse minha última visão, eu estava super satisfeito.

Ignorei totalmente o fato da menina/mulher ter me chamado de moleque e continuei analisando-a. Vi seus braços se moverem para cima, e depois para baixo. Sua cintura era muito fina, e isso era comprovado pela regata que usava. Perguntei-me se ela não estava com frio. Não chegava a ter neve, mas estava ventando, e até Trecck tinha um casaco sobre seu corpo imenso.

A garota usava uma calça, também agarrada, marrom, e coturnos nos pés. Seu cabelo voou novamente, e pude ver Trecck passar pela loira e se aproximar de mim. Recuei um passo para trás, e me perguntei se meu anjo tinha conseguido me salvar, ou eu era um homem morto mesmo.

Trecck pegou na gola de meu casaco e grunhiu em minha cara, me olhando com raiva e ódio. Quase cuspi em sua cara, mas sabia que se fizesse isso, era um homem morto. Espera, eu já era um homem morto, mesmo. Preparei-me para cuspir em sua cara, quando Trecck me soltou e me empurrou para trás.

Depois enfiou a mão no bolso de meu casaco e retirou o envelope com o dinheiro dentro. Porra, agora que o chefe me mata mesmo. Se eu era um homem morto por Trecck, agora, era um homem morto pelo meu chefe. Adeus vida.

Trecck saiu andando, como se nada tivesse acontecido, e a garota sorriu para mim. Encarei a garota. Tinha a pele branca, e os olhos verdes, totalmente verdes, um verde puro, puro, puro. Olhei para seu corpo. Realmente, aquela garota seria o sonho de qualquer rapaz.

- Vê se aprende – falou enquanto se virava e dava um passo. Segurei seu fino braço e a puxei para perto de meu corpo. Seu corpo, por mais que exposto ao vento gelado, era quente, e isso me deixou com mais desejo de tê-la. – E – continuou enquanto me empurrava para trás – não toque em mim.

- Qual é o seu nome? – perguntei ignorando seu aviso. Eu fazia isso com as meninas. Jogava meu charme, mesmo que ela demonstrasse não gostar de mim.

- Rapunzel – respondeu com certa desconfiança. – E o seu?

- Jack Frost – respondi e percebi um sorriso saltar em seu rosto.

- Oh sim, o cara de neve, não?

- Como sabe do meu apelido? – por essa eu realmente não esperava. Não conhecia nenhuma Rapunzel em toda a minha vida, ou eu achava que não conhecia. E, essa menina fala que me conhece. Bem, tudo bem, sou bem conhecido nessa cidade pequena, mas isso não vem ao caso.

- É impossível não conhecer quando se está no mundo dos vícios – respondeu enquanto abria uma porta que estava em um prédio. Sorri para a garota. Então quer dizer que ela tinha um vicio?

- Cigarros – resumi enquanto a encarava.

- Cigarros – ela falou logo em seguida, sorrindo de um jeito malicioso. Certo, certo, certo, se controle Jack Frost.

- Posso passar aqui amanhã?

- Oito da noite – respondeu de um jeito autoritário. – Não se atrase – e fechou a porta.

Se eu dissesse que sempre sonhei com uma menina, e em todas as garotas vivia procurando uma que fosse dos meus sonhos, estarei mentindo. Mas, assim que conheci Rapunzel, soube que, se tivesse sonhado com uma garota, ela seria a garota. Ela seria a menina ideal para fazer companhia á Jack Frost (que no caso, sou eu). Disso eu tinha certeza.


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Notas finais do capítulo

Enfim, gostaram?