Fearless escrita por Nathalia de Oliveira


Capítulo 7
Seven


Notas iniciais do capítulo

Desculpe por ficar muito tempo sem postar, estamos perto do ano novo então fica meio difícil postar. Estou postando esse capítulo na véspera de natal, só fiz isso por vocês mesmo.
Boa leitura!



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Um mês já se passou depois daquela loucura toda de sequestramento e de pedido de namoro. Eu e Hugo estávamos felizes juntos, e ele estava começando um intercâmbio na Austrália. Claro que eu estava com muitas saudades, mas ele deveria seguir o sonho dele. Assim como eu farei. Não recebi mais ligações e nem mensagens dos sequestradores. Fiquei sem notícias do meu pai, não sei direito o que realmente aconteceu com ele. Estava de madrugada, e estava bem frio. Meu celular apitou, o peguei ansiosa pensando que talvez seria Hugo me desejando boa noite. Mas era uma ligação de um número restrito. Fiquei com medo de atender, porém atendi.
– Alô?
– Filha, minha filha, me escute - Era o meu pai
– Pai? - Eu não poderia acreditar
– Os sequestradores, eles me pegaram e me colocaram numa máquina que soltava gás. Quase morri, mas um deles deixou a porta aberta e eu consegui escapar. Estou no meio de uma avenida. Tem como sua mãe me buscar? Passe o telefone pra ela.
– Pai, claro, perai - Corri pro quarto da minha mãe, que por sorte estava acordada passando roupa. Entreguei o celular e ela ficou um bom tempo falando com o meu pai. Assim que pegou o endereço certo foi buscá-lo. E eu fui junto

O caminho era longo, tínhamos que chegar numa avenida que era a saída da nossa cidade para outra. Encontramos meu pai, sem camisa, naquele frio. Ele estava sujo e amparado, parecia um mendigo. Entregamos casacos e luvas e voltamos para casa. Assim que chegamos, ele tomou um banho quente e comeu - coisa que não fazia faz tempos - eu estava pronta pra fazer mil perguntas. Pois ele estava cansado. Ele dormiu no sofá-cama que eu tinha comprado com minha mesada e eu voltei pro meu quarto. O fato do meu pai ter justamente me pedido ajuda foi estranho. Estranho mesmo foi a minha vontade de querer ajudar. Eu poderia simplesmente deixar ele naquela estrada e desligar o telefone. Mas fala sério, ele é meu pai. Me perguntei por que Peter não ligava mais, o que será que teria acontecido com ele? Eu só queria que todo esse pesadelo acabasse.

[...]

Acordei atrasada para a escola, mas resolvi que não iria naquele dia. Era olimpíadas e eu sou péssima em esportes. Quando meu pai finalmente acordou aproveitei pra perguntar o que tinha acontecido.
– Uma senhora lá da Califórnia colocou um processo no filho do chefe dos sequestradores.
– Peter. - Eu disse
– Então, esse Peter está preso.
– É por isso que... - Parei na hora.
– Por isso que ele não manda mais mensagens pra você. - Meu pai completou - Acabou Filha, finalmente nos livramos desses canalhas.

Eu não estava pronta para viver um momento pai e filha, então voltei pro meu quarto pra contar tudo pro Hugo via-skype. Ele me falou que estava amando a Austrália e que sentia muito a minha falta. Falei também que sentia falta dele, e que o queria por perto. Uma pedra atingiu minha janela naquela hora, falei pro Hugo que já voltava e então fui ver o que estava acontecendo. Peter estava escalando as grades das janelas e subindo no meu quarto. Assustada, não tive outra reação, apenas falei pro Hugo que tinha que sair e desliguei o skype.
– O que você pensa que ta fazendo aqui?!
– Acabei de fugir de uma prisão, tinha que te ver
– Você é louco, sai da minha casa ou eu ligo pra polícia agora. Meu pai está aqui, sabia?
– Eu tinha que falar uma coisa muito importante pra você, Destiny - Ele se caminhou para a porta e a trancou. Fiquei em pânico, não sabia o que fazer. Apenas mandei ele continuar falando - Eu fiquei pensando em você esse tempo todo, eu voltarei para a prisão, mas antes eu tenho que te tocar.
– Sai de perto de mim, seu louco! Eu tenho namorado - Eu tentei lutar contra ele. Mas ele me puxou pra perto e me deu um beijo. Não podia negar: o beijo era muito bom. O empurrei forte demais, e então ele caiu pela janela.
– PETER! NÃO, PETER - Eu tentei correr para salvar ele, mas já era tarde demais. Peter estava deitado no gramado do meu quintal. Desacordado. Meu pai logo veio ver o que estava acontecendo e quando viu Peter desacordado não pensou duas vezes e ligou para a polícia.

A polícia chegou rápido demais e pegaram o Peter. O acordaram e o prenderam.
– DESTINY! DESTINY! - Peter gritava enquanto os policiais o levavam para dentro da viatura. - EU TE AMO, DESTINY!
Eu apenas chorei e abracei meu pai. Eu estava vivendo um pesadelo, e eu queria acordar dele logo. Me senti culpada por deixar Peter entrar na minha vida, me senti culpada por gostar do beijo dele. Me senti traindo Hugo, coisa que eu nunca faria.
– Não quero vê-la falando com esse garoto, ele é um louco - Meu pai ordenou e voltou para dentro de casa.
Subi pro meu quarto e me tranquei lá. Me tranquei no fundo do meu obscuro mundo. Me tranquei no meu país das maravilhas, não queria ver mais nenhum rosto naquele dia. Eu era um monstro, um monstro que seria incompreendido. Eu precisava de um ombro amigo. Não pensei duas vezes e liguei para Daniele, minha melhor amiga do Brasil.
– Alô? - Ela atendeu
– Amiga... - eu falei com voz de choro
– O que aconteceu, Destiny? - Ela perguntou desesperada
Contei TUDO pra ela, desde o sequestramento até o fato do meu pai ter voltado. Ela me ajudou a me acalmar, e graças a ela passei a noite tranquila. Ela me pediu pra contar a verdade para Hugo, mesmo se ele ficar bravo ele vai ver que eu sou sincera com ele. Concordei e decidi que iria ligar para Hugo na manhã seguinte.
Eu só queria que aquele pesadelo acabasse logo.


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