Fearless escrita por Nathalia de Oliveira


Capítulo 5
Five


Notas iniciais do capítulo

Eu tive meio que dificuldades pra escrever esse capítulo, tipo falta de criatividade e etc. Obrigada por todos os seus comentários Little Black Star (se eu errei o nome me desculpe, sério)
Outros leitores, peço que por favor comentem. Eu preciso mesmo disso!
Boa leitura!



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Passei a noite em claro junto com a minha mãe. Ela estava bem assustada, e eu também. Eu estava passando um sufoco, além do sequestro. Sozinha aqui dentro eu só consigo ouvir uma única voz, soando através do barulho. Não consigo lutar contra a minha mente, continua voltando para uma única pessoa, sempre volta pra essa pessoa*. E o pior é que essa pessoa não é o meu namorado, é uma pessoa que fez uma coisa ruim comigo. Peter.

Peter dominava todos os meus pensamentos desde do incidente do sequestro. Eu nunca me peguei pensando tanto em alguém quanto agora. Eu tinha que perceber qual que eu quero, mas pra isso eu tinha que ficar sozinha por um tempo. Será que devo terminar com o Hugo? O sol se abriu no céu indicando que uma nova manhã se iniciava. Era o meu primeiro dia de aula e eu estava bem nervosa. Me levantei e fui fazer o café da manhã para a minha mãe, mas algo me dizia que ela não iria levantar pra fazer nada. Eu me arrumei e coloquei aquele uniforme da escola ridículo. Saí de casa apressada pois tínhamos que chegar cedo pra tal cerimônia de abertura das aulas, sim, meu colégio era muito careta. Vi Hugo na esquina e ele logo veio falar comigo.

Senti uma coisa inexplicável: uma vontade imensa de sair correndo dele. Por que isso? Eu amava ele e não tinha nada pra questionar, mas eu também sentia uma coisa forte por Peter. Aquilo podia acontecer? Isso não fazia nenhum sentido na minha cabeça. E então ele chegou e me beijou, eu me senti beijada por um estranho. Eu estava odiando aquele momento e tinha que terminar com ele de uma vez, porém nada a ver terminar num ponto de ônibus. E o ônibus estava se aproximando. Apenas retribui o beijo e subi no ônibus. Conforme ele ia se afastando do ponto eu mandei uma mensagem "Precisamos conversar" e sem resposta. Porém com visualização. Respirei fundo e desci do ônibus assim que chegou no colégio. Entrei na escola e senti aquele sentimento de todo início de ano.

Me deparei com uma coisa que eu enfrentei durante esse tempo todo: pessoas dividas em grupos, e eu podia ver claramente qual poder os "populares" zombando dos "impopulares". Eu não entendia o porquê de uma pessoa ser mais valorizada que a outra apenas por aparência ou poder financeiro. Fala sério, todos somos iguais, independente de religião, gosto musical, roupas e afins. Somos todos seres humanos que tem sonhos diferentes e personalidades diferentes. Agora está tão padronizado. Essas meninas estão todas iguais, maquiagem, cabelo e quantas bocas vão beijar no fim de semana é mais importante que livros, conhecimento e qualquer coisa relacionada a cultura.Não sou de julgar ninguém, mas minha primeira impressão sobre os colegas que vou ter que aturar durante 2 anos é deprimente.

Passei direto daqueles grupinhos e sentei num banco qualquer, apenas peguei meu romance favorito - Romeu e Julieta - e abri numa página qualquer. Comecei a ler calmamente todos os pensamentos de Wiliam durante o tempo que ele escrevia aquela tragédia. Pra mim, Romeu e Julieta eram o melhor romance já inventado. Durante aquela leitura, confesso que viajei durante as palavras ali escritas naquele livro e comecei a pensar em Peter. Eu tinha que resolver aquilo o mais rápido possível, porém quando eu pensava em conversar com Hugo sobre o assunto eu simplesmente travava, e não sabia o que fazer. Depois que saí do meu "país das maravilhas" eu percebi que algumas pessoas estavam olhando fixamente pra mim. Percebi que não tinha ninguém sentado no banco em que eu estava. Levantei e todos ao meu redor começaram a rir, quando eu vi era um banco que estava com a tinta fresca e agora o meu uniforme estava todo sujo de tinta.

– Tão olhando o que, vão cuidar da vida de vocês - Eu disse
– Ai tadinha, lerdinha nem percebeu que o banco estava com a tinta fresca - Uma menina loira do olho azul como o mar comentou - galera, parando de zoar aí
– Do que você me chamou? - Eu disse chegando mais perto com uma expressão desafiadora
– De lerdinha. - Ela repetiu
– Garota, você nem me conhece. Para de falar dos outros sua invejosa
– Inveja? Eu, Sabrina, com inveja de calouras que nem tem senso de acessório, fica lendo livro de velho e ainda não olha onde está sentando?
– Bom.. SABRINA - Coloquei ênfase no nome dela - Eu acho que alguém que não tem um bom gosto pra leitura não devia comentar sobre a vida alheia
– Eu vi você chegando, sua mãe tem cara de coitada. - Ela comentou e foi seguida de várias risadas
– Garota você vai se arrepender de ter dito isso - Eu disse e logo avancei pra cima dela, a derrubei no chão e comecei a puxar os seus cabelos. Várias pessoas estavam gritando o nome dela, pedindo alguma reação. Porém de tanto bater nela, confesso que devo ter quebrado o nariz dela pois ele estava sangrando muito. Com o tempo, inspetores conseguiram me tirar de cima daquela garota. Fui para a sala do diretor logo no primeiro dia de aula e eu já estava com advertência. Enquanto estavam me levando pra sala ouvi vários gritos de zoações
– Essa garota é maluca, merece se internar
– Não sou maluca, sou destemida. - Eu respondi e entrei na sala do diretor

Fiquei horas ouvindo o diretor falar, confesso que ele falou muita coisa que eu deveria ouvir. Mas chamar minha mãe de coitada foi a gota d'água. Tudo o que a minha mãe não era era coitada, mesmo depois com a sacanagem que meu pai fez com a gente ela continuou inquebrável. Ambas ficamos, pra falar a verdade. Eu tinha que defendê-la. Eu expliquei o que aconteceu porém não melhorou o meu lado. Soube que ela foi pro hospital e que eu sim, quebrei o nariz dela.

Eu fiquei triste pelo o que fiz, tanto que fiquei na sala do diretor chorando e chorando. Ele aconselhou que eu me visse com a psicóloga do colégio. Eu aceitei uma consulta com ela. Eu perdi os dois primeiros tempos e fui liberada pro intervalo, porém, eu bati numa das garotas mais populares, ou seja: a escola toda - até os zoados - estavam contra mim. Eu chorei no banheiro, chorei muito. Me arrependi por ter batido nela, me arrependi por ter começado o ano mal, eu fiquei super triste mesmo.

Eu era... Destemida por fora e quebrável por dentro. Aquilo tudo tinha que se resolver logo.


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Notas finais do capítulo

* Sim, eu coloco trechos de música em todos os capítulos. Until you're mine by Demi Lovato



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