Duas semanas depois...

– Pai, faz uma pose natural. Assim parece que você está passando mal - Eu disse.

Meus pais estavam bem de novo. Eu soube que eles tiveram um encontro e resolveram seus problemas. A gente estava tentando tirar uma foto em família, mas não estava dando certo.
– Sempre exigente né Destiny
– Puxei ao senhor.
– Ta, só mais uma, se não der certo eu desisto! - Minha mãe disse. Já era a 10° tentativa
Sorrimos e a câmera tirou a foto no tempo do timer. Quando fui ver a foto ela estava linda. Finalmente conseguimos tirar uma foto decente. Queria passar mais um tempo com meus pais já que estávamos juntos de novo. Mas eu tinha que ir pra escola, não podia ficar evitando a Amber. Além do mais, dentro da escola tem cursos para pessoas mais velhas. Hugo estava fazendo no mesmo horario das minhas aulas. E os nossos intervalos eram juntos. Então seria muito mais fácil com o meu namorado lá. Já que Peter não tem controle nenhum sob mim, não na escola. Peguei minhas coisas e quando desci do prédio lá estava meu namorado. O beijei como se não fizesse aquilo fazia muito tempo. Entramos no carro e chegamos na escola.

No caminho, Hugo me falava que estava muito animado com o novo curso. E ainda mais por ser no mesmo lugar em que eu estudava. Eu disse que estava feliz por ele finalmente seguir seu sonho. Quando o motorista do Hugo estacionou na escola eu vi um pesadelo: Peter estava no meu colégio, com mochilas e conversando com alguns meninos da minha classe. Era só o que faltava, ele realmente estava estudando lá? Pedi pra Hugo esperar no carro e desci primeiro.
– Meu amor... - Peter ia me dar um beijo mas me esquivei. O puxei para um canto mais próximo e logo o ameacei
– O que você está fazendo aqui? Já basta interferir na minha casa, agora no meu colegio. Você não tem mais limites né?
– Eu preciso estudar junto com a minha namorada.
– Você esta fugindo da polícia, como te deixaram entrar aqui?
– Destiny, querida. Eu não sou amador. Sei usar documentos falsos. Sabe com quem aprendi isso?
– Com o seu pai?
– Com o seu pai.
– Conta outra, você quer me atingir
– Se você pensa que seu pai era um sem sal que nem o seu namo... o seu EX-namorado você está enganada.
– Sem sal é você, e eu não estou afim de fingir que estou contigo aqui dentro
– Ou você finge ou seu namoradinho e seu pai já era. A escolha é sua.
– Garoto, você simplesmente não entende que eu estou feliz com meu pai e com o Hugo? Por que não me deixa em paz?
– Chega Destiny. A escolha é sua. Ou é por bem, ou é por mal
– Vamos acabar logo com isso.

Dei um selinho nele e imaginei Hugo com seu coração partido. Olhei pra trás e ele já tinha saído do carro. Olhei pra ele e ele olhou pra mim com um olhar de desaprovação. Aquele jogo não seria fácil. Eu precisava de mais aliados. Mas mesmo assim hoje seria missão, eu conseguiria todas as provas que eu preciso para acabar com Peter.
– Sabe Destiny, daqui a pouco você vai sentir algo muito forte por mim.
– Duvido. Você é um inutil
– Seu pai é tão inútil que nem assassinar uma pessoa sozinho ele consegue - Ele parou por um instante como se houvesse falado demais.
– Como assim?
– Nada, Destiny.
– Ei... Me conta.
– Seu pai é inútil. Precisou de ajuda do meu pai pra assassinar uma pessoa.
Não pensei duas vezes. Peguei meu celular e coloquei no gravador.
– Então quer dizer... que meu pai não foi o único a agir no crime?
– Na verdade ele nem queria. Seu pai era um coração mole mesmo. Meu pai que fez tudo. Meu pai é que nem eu: prático, bonito e inteligente.
– É... Muito inteligente - Parei a gravação e dei um sorriso de leve. Eu já tinha conseguido o que eu queria. - Vou no banheiro.

Me levantei e fui pro banheiro. Lá estava Amber, ela estava chorando. Procurei não perguntar o que era. Apenas peguei o fone e ouvi a gravação. Estava tudo gravado. Logo logo eu, meu pai e Hugo estaríamos livres da mão do Peter e todos os sequestradores. Mas antes eu tinha que fazer as pazes com a minha melhor amiga.
– Eu sei que vacilei... Mas, fala sério. Quem nunca errou que atire a primeira pedra.
– Eu sinto sua falta, Destiny. Agora você anda com aquele garoto todo macabro. Seu namorado veio falar comigo.
– Hugo?
– Sim... Ele deixou escapar tudo o que você está passando
– Eu consegui as provas, Amber. Eu consegui tudo o que queria. Eu vou ser livre agora.
– Ta, você está perdoada.
– Obrigada, eu te amo. - A abracei e senti que tudo estava voltando a fazer sentido.

[...]

Depois da quarta aula eu já estava cansada de mandar beijinhos pro Peter. Amber estava me ajudando muito. De vez em quando ela mandava algumas indiretas pra Peter. Mas o idiota não percebia. Voltei pra casa assim que pude ser liberada. Subi de elevador pra minha casa e quando cheguei lá tinha um bilhete na cozinha escrito:

"Fomos comer japonês. Amo você."

Sorri pois eles estavam fazendo os programas de antes. Entrei no meu quarto e Hugo estava lá, me esperando.
– Senti sua falta. Foi uma tortura ver você dando selinho no Peter - ele disse
– Eu sei, mas eu consegui as provas. Tudo estará acabado meu amor. Quando a gente chegar na polícia
– Vamos agora?
– Acho que eu tenho que falar com o meu pai antes.

Hugo me puxou para um intenso beijo e assim ficamos por um tempo. Era tão bom ter alguém ao seu lado em todos os momentos. Hugo era o melhor namorado de todos. Ouvi um barulho da porta de entrada batendo, deduzi que fosse meus pais. Fui lá falar com meu pai. Mas não, era Peter. Ele saiu me empurrando e entrando no quarto
– O que esse garoto está fazendo aqui? - Hugo me perguntou. Eu estava sem reação, todo o plano. Ia por agua abaixo.
– Eu sei de tudo. Sei que vocês fingiram ter terminado, sei que você gravou a nossa conversa, Destiny.
– Como você sabe de tudo isso?
– Sua melhor amiga. Amber me contou tudo
– Não, ela não faria isso
– Bom, Destiny. Parece que você não me conhece... - Amber entrou no quarto e deu um beijo em Peter. Eu não podia acreditar no que eu estava vendo. Eles dois eram cúmplices? E como eu não tinha percebido isso antes? Ambos estavam de pretos. Pareciam dois agentes secretos.
– É hora de apagar. - Peter disse e deu um soco em Hugo que o fez desmaiar e Amber me deu uma pancada forte o que me fez apagar por alguns momentos...