Life Isnt a Word, Is a Felling escrita por JulietCraig


Capítulo 41
Capítulo 33. Save Me




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- Claro, tinha de ser!

A voz da minha mãe a gritar parecia rebentar com a minha ferida.

- Mãe! – Soltei-me dos braços de Zacky e abracei-a. – Que saudades!

- Belo estado o teu pai! – Começou a bater-lhe na cara. – Brian! Acorda por favor!

- ah!? – Os olhos dele abriram-se devagar. – Jo!

Beijou-a, no chão e longas gargalhadas se prolongaram na sala acordando o resto da banda.

- Xii, calem-se lá! – Segurava a sua cabeça enquanto falava. Devia estar de ressaca. – Este vosso amor mete nojo.

- Oh Matt’zinho! Olhem lá, natal? Casa do Jack?

Olharam-na como se fosse um monstro. Era obvio que o sono ainda me mantinha neles, e sabia que iriam estar insuportáveis o dia todo. Era dia de ir ver guitarras, e fazer compras, porque era a única forma dos meus pais se manterem os dois contentes, quando um deles estava de ressaca.

- Sim, é o melhor sítio, penso eu. E o ano novo?

- Brian, não disseste que havia aquela festa de bandas?

O meu pai deitava a cabeça no colo de Jo, enquanto esta lhe tirava os cabelos da cara, suportando o cheiro a álcool e vomito que Syn tresandava.

- Hum, penso que sim.

- Então estás tudo combinado!

Sorriu. Estava nitidamente satisfeita por resolver os problemas calmamente com um bando de bêbados.

- Olhem, vou para casa. Estou estafado. Zachary dás-nos boleia?

Passei os dedos pelo papel caligrafado por Anne. Tinha de o dar ao Matt.

- Posso comer antes?

Matt olhou com ar de vómito. Zacky tinha se portado razoavelmente bem na noite passado, podia comer sem vomitar a seguir.

- Tinha de ser. Cozinha. – Resmungou o meu progenitor.

Zacky saiu contente, e pedi a Matt que viesse comigo até ao meu quarto. Ele assentiu, e preparei-me para saber o que Anne queria tanto com o papel, que me recusara a ler.

- Diz…

Olhava para mim, ansioso por saber de Anne.

- Bem. – Parei para ganhar coragem. Não tinha a certeza de a ter naquele momento, mas já tinha começado. – Anne pediu para te entregar uma coisa.

 Os seus olhos brilharam, e eu tirei o papel amachucado no bolso das calças. Entreguei a medo, e o brilho dos olhos de Matt desapareceu.

Abanava a cabeça conforme lia aquele papel húmido das calças, e os seus olhos fechavam-se como culpados. A minha ansiedade aumentava, aumentado também a dor na ferida, que ainda não havia sarado. “Lá para o Natal” disse o médico. Não me pareceu que percebesse alguma coisa do assunto e olhava-me curioso, tentado perceber de onde conhecia a minha cara. Perante o meu nítido aborrecimento, calou-se e mandou-me sair.

Os olhos de Matt param de percorrer aquela carta. Não consegui desvendar a sua expressão. Estava confuso, e os seus olhos não brilhavam de saudades, mas sim das lágrimas que ele queria soltar. Não falou uma única palavra, pelo que decidi ser eu a tomar iniciativa.

- Matt, o que é que ela escreveu? Foi muito mau?

Contrai os meus lábios, tentado não lhe arrancar a carta das mãos. Matt continuava sem prenunciar uma única palavra através dos seus lábios. Esticou o braço, entregando-me a folha de Anne, outra vez. Ordenou que lesse, sem contestar.

 

“Como isto aconteceu? Eu apenas virei-me e lá estavas tu. Eu não consegui pensar duas vezes ou apenas racionalizar, porque eu sabia... que havia mais alguma coisa do que apenas química. Isto era apenas bom de mais para ser verdade. Eu não consegui encontrar algo no céu, que me ajudasse a encontrar-te outra vez. As pessoas costumam dizer que as coisas boas levam o seu tempo... mas porquê? Porque é que tu és apenas um em um milhão? Ajuda-me a encontrar esse tempo, para conseguir achar as oportunidades de conhecer outra vez, a luz que me faz sorrir. Todo este tempo estive a procurar o amor; porque honestamente, tu tiveste sempre na minha mente. Eu lembro-me quando nos beijamos, eu continuo a sentir nos meus lábios. Agora eu sei, eu estou a desperdiçar o meu tempo.

Tentei perceber o porquê do que fizeste, com todo o sofrimento em mim. A razão, por teres partido, deixa-me sem qualquer pensamento, ou qualquer acto perante qualquer coisa, ou até mesmo qualquer pessoa. Se eu pudesse, neste momento, estaria indo atrás de ti. Procurar-te. Procurar-te, e perguntar-te porque é que tu me partes o coração, de cada vez que me olhas com os teus olhos negros como a escuridão do teu ser. Diz-me que me amas, como se eu fosse descansar nos teus braços, e nunca mais acordasse. Agora estou eu aqui, a única esperança que tenho é a luz, que me atinge sem qualquer tempo de paragem, queimando os meus olhos de alegria. Vem, salva-me.”

 

Parei. Anne amava-o.

Olhei para Matt esperando que ele falasse, mas manteve os olhos presos ao chão.

- Eu lamento. – Tentei alcançar os seus olhos, que eram agora tão distantes. – Talvez devesse tê-la impedindo de ir embora.

- Juli, a culpa não é tua. Não lamentes. – Sorriu-me suavemente. – Ela ainda me ama.

Sorri também. Aquilo era uma verdade.

- Vou ter com ela.

- O quê?

Estava confusa. Onde é que ele pensava que ela estava?

- Matt, tu estás em Londres. – Relembrei-o.

- Vou para New Jersey. Nem que demore dias, semanas, meses. Vou falar com ela e tentar tudo de novo, não quero desistir dela.

A porta do meu quarto abriu-se. Os meus lábios rasgaram-se num sorriso quando vi Zacky a entrar com uma sandes na mão.

Sentou-se ao meu lado, beijando-me a face esquerda.

- Não passas o Natal connosco pois não?

- Não.

Os dois pareciam satisfeitos com as suas vidas. Zacky não me tinha mas eu também não aguentava sem o ter. Matt ia ter o que nunca chegara a perder.

 

 

Era Véspera de Natal. New Jersey era gelado, por isso vesti uma blusa de lã grossa, umas calças fortes e umas botas de pêlo.

Estava cansada de estar enfiada naquela casa, e pensar nas palavras de Matt. As palavras que apagavam tudo o que ele dizia sentir por mim, as palavras em que ele dedicava a música a Valary.

Olhei para a televisão. Passava o Afterlife. Olhei para os olhos de Matt naquela televisão rouca, que os meus tios faziam questão de manter. Amalie sentou-se junto a mim, erguendo as suas botas brancas de pele sobre a pequena mesa em frente ao sofá. Observou com atenção o vídeo que passava.

- Qual deles é?

- ah!? – Interroguei-a, tentado voltar ao mundo de ali.

- O Matt, o Zacky, o The Rev… Espera é o Gates?

Ri-me. O Gates, dava-me nojo só de pensar.

- Só gosto desta música. – Disfarcei.

- Vá lá Anne, esses olhinhos não enganam ninguém! É o Syn? Eu acho o Syn bastante giro. Mas ele tem uma filha.

A voz dela mudara quando falara de Juliet. Nenhuma fan achava piada ao Synyster Gates ser tão comprometido.

- Sim eu sei.

Tive de me desmanchar a rir. Era inútil estar a olhar para aqueles cinco, e fingir que não tinha passado horas a conviver com eles.

- Qual é a piada? – A sua sobrancelha depilada levantou-se, interrogando-me.

- A piada é que eu conheço a filha dele. Aliás, ela é a minha melhor amigo, eu conheço a banda toda. Talvez bem demais.

Baixei os olhos. Um aperto cortava-me o peito, só de pensar em Matt.

- Espera. Tu, o quê?

Peguei na minha mala que se encontrava ao meu lado, e tirei um caderno com fotos. Abri-o, e passei a Amalie. A sua cara foi expressando espanto ao ver-me com a Juliet, com o Synyster, com o Zacky… com o Matt.

- Porque é que nunca me contaste? Meu deus, tu conheces gente famosa!

- A Juliet não queria ser reconhecida.

-Ah, sim, eu li qualquer coisa sobre eles terem-na “revelado ao público” recentemente. – Parou, olhando-me novamente. Desta vez estava desconfiada. - Então mas porque aqueles olhos para o ecrã?

- Já te expliquei que apenas gosto da musica.

Tentei parecer descontraída, mas toda eu tremia. Amalie, divertia-se com o álbum enquanto eu mudava de canal desesperadamente, procurando novamente Matt. Nada, nem um único sinal de Avenged.

- Posso usar o teu computador?

- Hum, claro.

Amalie respondia me sem me olhar directamente.

A minha prima tinha mais um ano que eu, mas aparentava sem dúvida mais. Os cabelos pretos davam-lhe pelo meio das costas longas, e os pequenos olhos azuis revelam-se em todos os momentos.

Percorri o Youtube. Queria ouvir a voz de Matt.

Inúmeros vídeos do último concerto enchiam a página, e entrei no Little Piece of Heaven. Os meus olhos colaram-se ao ecrã quando Juliet, a minha Juliet, cantou com Matt. “Uau!” para filha do Syn, ela não se safava nada mal. Mas o que me deu mais vontade de rir foi quando Matt fez de padre, para o Zacky e a Juliet. Amalie, ouviu e correu para perto de mim para ver o que se passava.

- Oh deus. Esse Matt é louco não?

Assenti com a cabeça. Não queria falar dele.

- Até ficavam giros, os dois. Olha lá, são quase do mesmo tamanho, e ele tem um ar de puto incrível!

- E ficam. Mas são só grandes amigos, aliás Zacky é como o pai dela.

Ri-me, e Amalie acompanhou-me. A porta tocou, e eu mantive-me no mesmo lugar, enquanto a minha prima abri-a. Certamente, os meus tios e pais tinham voltado mais cedo do passeio devido ao frio daquele final de manhã.

Amalie demorou a voltar, pelo que soube que não eram eles. O seu regime de voz era baixo demais para eu conseguir perceber. Também não me importei muito. Apenas quando ela se aproximou, e aumentou o volume, o meu medo voltou.

- Anne, o padre quer te ver.

Riu-se e Matt deu-lhe uma cotovelada.

Olhei para ele chocada. “O que ele fazia ali? Em New Jersey?”. Tinha a minha carta na mão, e tentava sorrir apesar de sentir o seu medo presente.

- Hum, eu vou preparar o almoço.

Saiu da sala, deixando-nos sozinhos. Peguei na mão de Matt, e levei-o até ao quarto da minha prima, onde eu estava instalada. Fiquei de pé após lhe largar a mão, e ele manteve-se a minha frente sem se mover.

- Okay Sanders. O que é que estás aqui a fazer?

Ele aproximou-se de mim, olhando para a minha alma, através do meu olhar.

- Vim-te salvar.

Aproximou-se lentamente de mim, sorrindo. Afastava os meus cabelos do meu rosto, com a respiração cada vez mais perto da minha. As suas mãos frias, moldavam a minha cara, e eu perdia cada vez mais o controlo. Fechei os olhos, e deixei que os seus lábios passassem suavemente nos meus. Abri os olhos, puxando o para mim, beijando-o prolongadamente. O sabor do seu beijo era ainda melhor, e o seu corpo juntava-se ao meu. Parei-o.

- Desculpa, se…

- Não. – Interrompi-o.

Tranquei a porta do quarto à chave, e Matt levantou-se, agarrando-me pela cintura de forma a encurralar-me entre a porta e ele. Não tinha saída possível, mas também não queria ter. As suas mãos percorriam o meu corpo, a medida que me beijava cada vez mais intensamente. As minhas continuavam no meu rosto, mas avancei, levando-as até ao seu tronco, abrindo-lhe o casaco e atirando-o de seguida para o chão. Assim sucedeu o mesmo com o resto da roupa, caíram uma por uma no meio do chão do quarto. Matt agarrou-me ao colo deitando-me na cama onde eu dormia agora, olhando-me fixamente com os seus olhos brilhantes.

- Tens a certeza disto?

Beijei-o.

- Tenho.

Sorri, e ele continuou, beijando-me os ombros, continuando para o pescoço. Finalmente, os nossos corpos tocaram-se, sendo aquele momento mais perfeito do que da primeira vez. Não existia medo, apenas saudade misturado com desejo e ansiedade. Não me importava tudo o que ele tinha feito. Tinha vindo ter comigo, de longe, tinha perdido o Natal com a família. Estava comigo e não com Val. Isso é que realmente importava.

- Anne…

Olhei-o, deitando-me sobre o seu tronco nu.

- Prometes que ficas sempre comigo?

- Visto que me conseguiste salvar. Eu prometo e tu?

- Nunca quis outra coisa. – Beijou-me novamente. – O Seize the Day, foi dedicado a ti.

- Mas… - Engoli em seco. Tinha sido eu a errar. – Desculpa Matt. A sério desculpa.

Parou a minha fala, passando o dedo indicador pelos meus lábios. Voltou a beijar-me. Queria ficar ali eternamente com ele. Ele mostrou o mesmo quando me soltou para falar.

- Amo-te.


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