Life Isnt a Word, Is a Felling escrita por JulietCraig


Capítulo 39
Capítulo 31. Music!




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Encontrei Anne junto de Catarina noutro camarim, que Syn reservara para nós as três.

- Anne…Como estás com o Matt?

- Não estou.

Sentou-se ali mesmo e as lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto branco. Precipitei a chegar junto dela, apoiando-me nos seus joelhos.

- Anne, olha para mim, por favor. O Matt gosta de ti, muito.

- Tu não percebes? Ele disse-me! Ele esteve com aquela cabra nojenta! Juliet, ele traiu. Sou apenas mais uma. Mais uma que ele acha que pode comer, e voltar a comer as vezes que lhe apetecer! Não quero isto para mim. Gosto demasiado dele para isso.

- Vá Anne, vamos. Não podes ficar assim.

Ela agitou os ombros, como se nada lhe importasse.

 

O tempo também passou rápido, e as dez da noite chegaram rapidamente.

Os gritos ecoavam estridentes no ar, e a ansiedade aumentava nas bocas dos milhares de fans que enchiam aquele recinto.

Matt foi o primeiro a entrar, despedindo-se de todas e passando a mão pela face de Anne, dando-lhe um beijo na bochecha. Johnny e The Rev seguiram-no, e Syn que me veio abraçar antes de entrar.

Senti-me a ser puxada para um canto escuro daquela lateral. Não reconhecia quem ali estava, mas a sua voz era inesquecível.

- Não tenhas medo, sou eu. – Sussurrou.

Beijou-me intensamente, pegando na minha cintura. Agarrei no seu rosto, completando aquele beijo. Não ia haver “mas” depois dele, era único.

- Vai, Zacky.

Entrou na escuridão do palco. Agradeci a esta, pois tinha a certeza que os olhos de Brian não nos alcançavam.

Uma luz fraca começou a ser projectada sobre o publico, e outra seguidamente sobre o Matt. Ele estava sentado num piano de cauda, cinzento, ligeiramente partido e velho do uso, com bastante pó.

As primeiras notas de Critical Acclaim soavam no palco, e os gritos estremeciam a sala inteira. As guitarras entravam e o meu coração batia com o seu ritmo, o meu sangue explodia nas minhas veias, querendo agarrar de igual forma aqueles dois que exprimiam os sentimentos nas cordas, aqueles dois que eu unicamente amava. A minha respiração era rápida, e dei por mim a cantar e a pular. Zacky sorria para mim de vez em quando e Syn atirava-se as fans que gemiam por ele.

Matt parou para falar com o público, enquanto os outros bebiam. Não agua, mas provavelmente vodka.

- Boa noite!

- BOA NOITE!

Riu-se. Devia ser agradável ter uma resposta tão uniforme e tão bem ecoada.

- Esta vai ser uma noite especial! Sinto-me tão bem por voltar a casa. É tão bom estar com vocês aqui! Esta música chama-se …

Gritos soaram entre a multidão geral.

- ALMOST EASY!

Almost Easy. Tremi ainda mais quando Syn começou a tocá-la, seguido pelo resto da banda. Sabia o quanto era bom tocar aquilo, mas eram outras as recordações que me traziam. Matt tinha uma raiva dentro de si e parecia que ia rebentar em qualquer momento. Estava a sentir aquelas palavras mais do que no momento em que as escreveu. Olhava para Anne cada vez que pela sua boca saia “Come back to me, it’s almost easy!”. Tal como Zacky, sentia aquilo todos os dias, mas agora sim, este tinha-me tido e me perdido, mas eu apesar de difícil era mais fácil de recuperar do que Anne.

Beast and the Harlot e Bat Country eram boas músicas. Aliás, eu achava todas as músicas boas. Como Esmeralda diria já se ouviu tanto que se fosse mau, já parecia bom. Mas Bat Country era especial. O mesmo carinho sentia o público por elas, que já desesperavam das gargantas mas continuavam sempre a cantar com Matt. Algumas ofertas eram atiradas para palco, e Matt fez questão de apanhar todas.

- Uff, um urso Zacky. É para ti!

- Oh uau, não sei o que dizer! Obrigada!

Sorria maravilhosamente, e um grito agudo soltou-se sobre a plateia.

Anne baixou os olhos, mexendo no manuscrito que passara a tarde toda a escreve e guardava ansiosa no seu casaco. Abracei-a. Era difícil para as duas ouvir aquilo. Aliás, era difícil ver o concerto todo.

Catarina delirava com o concerto, gritando tanto como a plateia que aguentara horas para entrar ali.

A guitarra de Synyster Gates tocava-me dentro do coração. Se me dissessem que não era filha nunca acreditaria. Sentia uma ligação demasiado forte ali, como se as cordas da guitarra se soltassem e me prendessem os pulsos, para nunca me separar dele.

Penso que nunca tinha visto uma plateia tão eufórica, e a banda estava a entrar completamente em delírio. Syn e Zacky saltavam por onde desse, Johnny metia-se com Matt, e este fazia o palco quase cair com a dimensão da sua voz. The Rev mantinha-se no top, rodeado de fogo que saltava com o mesmo ritmo da sua bateria.

- Bem, obrigado a todos. Como estão?

- BEM!

Os gritos eram coisa que não faltavam naquela noite. Matt ria-se, e Syn decidiu falar gerando mais gritos.

- Johnny, achas que eles aguentam?

- Não sei, não sei. – Riu-se.

Olhei para o papel com a lista das músicas, a próxima era o Afterlife. Sabia que causava aquela musica, conseguia sentir a mesma emoção que os milhares de fans ali presentes. A alegria, e o sufoco que desaparecia a ouvir aquilo.

A música acabou, escurecendo todo aquele espaço. Um foco de luz apontou sobre Shadows, e ele aproximou-se do microfone, aumentando a ansiedade do público.

- Eu queria dedicar a próxima música a uma pessoa muito especial. Ela acompanhou-me, ela fez-me sorrir, sonhar, amar. Essa pessoa é única e recordo-a sempre. Era incapaz de viver sem ela…

Anne olha para Matt, furiosa. Ele trocou um olhar com ela, e ela virou costas.

Agarrei-a no pulso, impedindo-a de se mover.

- Anne, onde é que vais?

- Não fico aqui a fazer nada, ele que seja muito feliz com a Val. – Uma lágrima caiu do seu rosto, e tirou o manuscrito do seu bolso. – Dá isto ao Matt. Adeus Juliet.

Saiu pela porta a correr.

- … Por tudo isto tenho de lhe agradecer. Porque ela fez-me crescer. Obrigada Anne.

Acabou esta frase, mas Anne já tinha saído. Olhou para a lateral, e a minha cabeça abanou em sinal de que ela já não estava ali. O olhar de Matt baixou, e sentia a sua tristeza. Como se o seu coração parasse. Não tinha conseguido o seu objectivo, Anne saíra antes de ele puder mostrar os seus sentimentos.

Synyster fez sinal a The Rev e a Zacky para começarem a tocar, e ele próprio cantou o inicio da música. Sabia o quanto custa ao meu pai cantar, mas tinha o de fazer.

Matt continuou, sentido as palavras. Conseguia cantar esta musica ainda com mais emoção do que a Almost Easy. O seu rosto estava fixo, e as palavras saiam roucas e puras do seu interior. Zacky olhava para mim sorrindo, abrindo os lábios num “Amo-te”.

O solo de Syn começava tremendo a sala toda, mas as palavras de Matt quando cantou “So, what if I never hold you, yeah, or kiss your lips again? Woooaaah, so I never want to leave you and the memories for us to see, I beg don't leave me” fizeram toda a sala parar. Eram mais que verdadeiras naquele momento, como se nunca mais a repetisse. Uma lágrima escorregou pelo seu rosto, completando o momento. Os gritos das fans quase que fizeram a sala cair, e quando olhei para Zacky até ele se tinha emocionado. A minha garganta secara e estava petrificada a olhar para o palco. Não havia palavras para aquilo, a não ser perfeição, apesar de não ser da opinião que esta alguma vez fosse existir. A emoção elevou-se ainda mais depois daquilo e nunca tinha visto a banda com tanta dedicação como naquele momento.

Quando a musica acabou, os gritos e gemidos ecoaram ainda mais fortes do que durante toda a noite. Matt saiu de palco, para se recompor, e abracei logo que consegui alcançar.

- Obrigado, as duas. – Tentou sorrir, mas estava demasiado perturbado para isso. – Obrigado.

Synyster seguiu por trás dele, para trocar a sua guitarra com Zacky. Estavam os dois parvos com a intensidade da música, e o choque positivo na plateia.

- Alguém me explica como é que isto não caiu todo? – O ar de Zacky não era de gozo, mas sim de espanto. – Nunca vi nada assim.

- Matt, estas bem? – Perguntou Syn.

- Acho que sim.

- Vamos, vamos, temos de continuar!

Não percebia a pressa súbita de Zacky, mas quando olhei para o lado vi-a. Era Valary e Gena. Não era o melhor momento para aquelas duas aparecerem, e duvido que Zacky quisesse falar com Gena.

Um grito rompeu com a sala, e começaram a tocar o Scream. Matt voltava ao normal, gozando aquela música ao máximo. Não sabia no que estava ele a pensar mas devia ser bom para conseguir por tanto gozo e prazer naquela letra.

- Finalmente a outra aprendeu? – O tom de gozo era nítido na voz de Val, não estava a perceber.

- O quê?

- Saiu daqui a correr e a chorar.

- O que é que tu disseste a Anne?

Anne devia estar de rastos. Cruzar-se com a Valary deve ter sido a gota de água. Olhei para Catarina pedindo que ligasse para ela, para ver o seu estado. Ela obedeceu.

- Oh nada. Perguntei se ela estava bem, mandou-me ir ter com o Matt, gritando que ficasse com ele todo para mim. É bom saber que ele ainda pensa em mim, e me dedica músicas.

O seu ar convencido metia-me nojo. Apetecia-me estrangula-la mas Syn olhava para mim e pedia que eu me comportasse.

Scream acabara, e Matt falava com o publico, e os primeiros acordes de Betrayed começaram. Não ouvia quase nada com o estalar da minha ferida, provocado pela raiva que sentia naquele momento.

- Val, ele dedicou a música à Anne. – Estremeci. – Ela saiu antes de ele acabar, pensado que ele estava a falar de ti. Ela soube o que se passou entre vocês, apesar disso, os sentimentos deles mantêm-se iguais.

- Mas não estão juntos. – Fitou-me, erguendo a sobrancelha. – Tenho tempo para mudar a situação. Ou seja, os sentimentos de Matt.

A música acabou, e a banda entrou para a lateral numa pausa mais prolongada. Os gritos do público transformaram-se num apelo. “Sevenfold, Sevenfold” imploravam.

Virei costas a Val, juntando-me a Catarina. Zacky agarrou-me pela cintura, segurando com a outra mão a garrafa de agua que me bebia naquele momento.

- Catarina, conseguiste falar com Anne? – O meu progenitor aproximava-se de nós, curioso.

- Ela não quis falar muito. Disse apenas que tinha ligado ao pai e já estava a ir para casa. Vai partir, amanha cedo para New Jersey, visitar a família da mãe. – Olhou para mim – Pediu para não te esqueceres do que ela te disse, Juliet.

Passei os dedos no papel que não tinha coragem de ler, e nem queria me meter nas coisas com Matt. Este, olhava com desprezo para Valary, e juntou-se a nós.

- Temos de entrar. – Ordenou Matt.

Zacky olhou para Gena, que o fixava com esperança.

- Desculpa Syn, eu depois explico. – Sussurrou.

Syn ficou confuso, tal como eu e Matt. Apenas percebi o que ele queria dizer, quando perante o olhar de Gena, pegou no meu rosto e me deu um beijo curto, mas bastante longo para Brian. Os nervos apoderaram-se de mim, sabia que ele não devia fazer aquilo. O meu pai. O que ele ia dizer.

Tocaram o Walk, um cover dos Pantera. Não prestei atenção, pois tinha o coração a bater forte, e Gena olhava-me com raiva e desprezo. Ela era bem pior que Valary, sem nunca ter aceitado perder Zacky, faria de tudo para me atormentar a vida. Nem que fosse preciso contar aos jornalistas que andávamos, ela arriscaria tudo e todos. Até a própria vida.

Voltaram a entrar na lateral onde pessoas corriam atarefadas para voltar a por o piano no palco, e guitarras acústicas.

Gena aproximava-se de Zacky, como se o fosse matar. Este meteu rapidamente o braço a minha volta, voltando-se para Syn, tendo Gena parado onde estava.

- Desculpa Syn. – Falava baixo para Gena não o ouvir. – A Gena não parava de olhar. Apenas queria chateá-la. Sabes que eu já não gosto dela, mas ela não desiste. Desculpa.

- Okay, não tem mal. – Bateu-lhe nas costas, como sinal de aprovação. – Se a Juliet não se incomodar com isso, faz o que quiseres para te livrares de Gena.

- Obrigada.

Sorriu. Sabia o que ele estava a pensar. Voltou a dar-me um beijo rápido e entrou dentro de palco. “Não abuses da sorte Zacky” pensei. Era óbvio, que ele não queria só chatear Gena, queria satisfazer o desejo.

- Esta é uma música do nosso primeiro cd. Há muito que não a tocamos, mas é sempre bom recordar os velhos tempos e as recordações. Porque por mais que o tempo passe, é fica sempre, e é bom saber que passou imenso tempo e continuo a aturar estes quatros rapazes com a mesma alegria de sempre, e vocês, continuam a apoiar-nos. Obrigada por isso, vocês terão todos sempre um lugar no nosso coração, porque mesmo sem saber o vosso nome, sei que são pessoas incríveis, e fazem com que o sonho seja possível. Assim como espero um dia fazer o vosso. Obrigada!

Matt sentou-se no piano, e as notas de Warmness On The Soul surgiram. A sua voz estava ainda melhor que ontem, e a musica apertava-me o coração. Cantei ao mesmo tempo que ele baixinho. Lembrei da minha mãe e de Zacky. De quando tinha 5 anos, de ontem. Matt certamente pensava em Anne. Ela fazia-lhe bem, pelos o que os gritos do público que há muito não ouviam aquela música concordavam comigo.

As guitarras entravam e o meu coração batia mais forte. Aquela noite era mais do que especial, mas ainda faltava muito para acabar.

Os sons emitidos do palco, davam-me uma certeza. Tocavam Brompton Cocktail. A voz de Matt soltava-se novamente, e o público continuava em si, vibrado cada vez mais com o concerto.

- Esta música é uma música do nosso segundo álbum…Second Heartbeat!

Eu amava aquela música. Não sabia se era pelas guitarras, ou por toda ela. Tinha o que precisava para me sentir viva, para quer canta-la em pulmões vivos.

Quando a musica acabou, os músicos voltaram a sair de palco. Desta vez não era Zacky que repousava no meu ombro mas sim Matt.

- Juliet… - Olhei para ele, estava extremamente cansado. – Preciso da tua ajuda.

- Okay, diz!

- Canta comigo a próxima música.


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