Life Isnt a Word, Is a Felling escrita por JulietCraig


Capítulo 37
Capítulo 29. A end make a new start




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Quando cheguei a casa senti-me feliz, há muito que não estava assim com eles. Conseguiam tirar de mim, tudo o que pensava, toda a minha dor, todo o meu nojo. Estar com o Thomas não me deixava feliz. Zacky, porem quando tudo parecia o início e ele era a pessoa que eu conhecia, era o único homem que eu desejava. Amanha, voltava tudo ao que era, mas hoje tínhamos estado como os putos que éramos e ainda somos.

 Na escuridão do meu quarto, peguei no telemóvel, começando a escrever uma mensagem para o Thomas. Não o queria magoar mais.

“ Thomas, tenho de falar contigo. As coisas entre nós não resultam. És o melhor amigo que posso ter, mas não o namorado. Não porque sejas mau, apenas porque eu gosto do Zacky e tu sabes disso. Quero falar contigo, resolver tudo. Adoro-te, Juliet.”

Enviei sem reler. Recebi uma mensagem, e o meu medo apavorou-se de mim. Tremi-a, e sem ter a certeza que queria ler aquilo abri a mensagem. Também tinha sido rápido demais para ser o Thomas, e se fosse a Anne era bom lhe responder.

Zacky. Não podia escapar a ele, mesmo que o Matt entrasse pela porta dentro sem deixar tempo para falar sobre “nós”, algo que não existia.

“Zacky: Haner…”

“ O que foi?”

“Zacky: Juliet, hoje… Primeiro no carro, tu mandaste-me ir ter com a Gena. Depois tudo fica perfeito. É preciso que alguém nos interrompa para as coisas correrem bem?

“Era apenas preciso que tu não me usasses como um brinquedo. Esquece o hoje.”

“Zacky: O que é que tenho de fazer para acreditares em mim? Amo-te Juliet. E vou fazer tudo para tu perceberes isso, fiques ou não comigo. Podes ficar com o Thomas, mas quero que saibas o que sinto.”

“ Acabei tudo com o Thomas.”

“Zacky: A sério? Mas disseste que gostavas dele.”

“Oh Zachary, não sejas irónico. Segui o teu conselho. Tu não me deixas confusa, deixas-me certa que quero alguém. Essa pessoa apenas não é Thomas. Agora imagino que consigas perceber quem é.”

“Zacky: Preferia ouvi-lo da tua boca.

“Vai dormir”

“Zacky: amo-te.”

Tinha mensagens, mas preferi desligar o telemóvel e ler amanha. Era demais para um dia, e neste momento os pontos começavam a repuxar o que provocava dor e cansaço suficiente.

Penso que adormeci antes de tudo fazer sentido, nem mesmo nos meus sonhos algo fazia sentido. Tive a certeza disso quando acordei com o batimento do coração em contratempo com a minha respiração. Outra vez aquele sonho. O meu pai traia a minha mãe, e queria mata-lo. Mas agora antes que eu carregasse no gatilho, o Zacky aparecia com a boca a escorregar sangue, implorando para não o fazer. Eu revira os olhos de onde escorriam lágrimas que cortavam as cicatrizes que invadiam agora toda a minha cara, começando na da testa e prologando-se para baixo, como raízes, e mantinha o dedo fixo. “Por favor. Eu amo-o” implorava, cortando-lhe a voz. “Eu amo-te Juliet.” E acabava. Os gritos devem ter rompido o silêncio daquela casa, pois Syn que já estava vestido, veio a correr ter comigo. Mas quando me finalmente fiquei consciente, ele estava segurando as minhas mãos sem soltar a voz.

- Pai, se o avo traísse a avó, eras capaz de o matar?

- Não Juliet, não sei mas penso que não. Porque essa pergunta?

- Sonhei que te queria matar, pai. – As lágrimas começavam a escorrer novamente para a minha face. – Depois o Zacky aparecia cheio de sangue a implorar que eu não te matasse, porque ele te amava.

- Oh querida. – Abraçou-me. – O Zacky não me ama. Eu sei o que te viste, e desculpa. Não queria que tu…

- Não vale a pena explicar pai. Eu sei que é difícil, o Matt já falou comigo.

- O Matt é um grande amigo, aliás são todos. Cuidam mais de ti, do que eu. Desculpa por isso. Devia ser melhor pai, mas é difícil.

- Eu prefiro, ter 9 pais e 2 mães.

- Sim a banda da tua mãe tem sido impecável, assim como a esmeralda.

- Bem, vamos falar de coisas boas! O concerto, vão para lá a que horas?

- Estava a espera que acordasses para te deixar em casa de alguma das tuas amigas. Hoje é um dia muito complicado sabes disso não sabes? Tens de passar de despercebida, e talvez seja melhor tratar de alguém para afastar os jornalistas.

- Não é preciso pai. Nós damos conta do recado, e os pais da Anne podem nos ir lá por, depois estamos protegidas.

- Então mete umas roupas numa mala, para te vestir com calma em casa da Anne, porque eu estou cheio de pressa! Veste um fato de treino e saímos já.

Vesti-me à pressa, e meti as roupas numa mala. Pelo caminho, fui ganhando coragem para ligar o telemóvel. Porém era difícil, e o sabor do sangue subia-me a garganta cada vez que começava a pressionar o botão.

- Juliet, liga isso de uma vez.

- Desculpa pai.

Manteve os olhos na estrada. Estávamos a chegar a casa da Anne, mas o trânsito era demais para andar a grande velocidade.

Talvez, Syn tivesse razão, por isso liguei o telemóvel para passar o tempo.

5 Mensagens. Comecei a ler, tentado não mostrar sentimentos sobre elas.

“Anne: Juliet, amanha a Catarina vem cá ter de manha connosco.”

“ Thomas: Hum, claro. Se é isso que queres. Amanhã encontramo-nos. Eu gosto mesmo de ti, não sei como é que ficas com alguém como o Baker, mas tu lá sabes. Afinal são os dois iguais.”

“Catarina: Estou com medo, pela Anne. Achas que o Matt está lá com a Val?”

“Zacky: Bom dia Haner!”

“Zacky: Juliet, vens com o teu pai de manha? Tragam-me um café, que este aqui não presta.”

Ri-me. Naquele momento apetecia-me chorar, mas a mensagem do Zacky alivia o momento.

- Syn, o Zacky pediu para lhe ires buscar café.

- Hum, tu e o Baker.

- O que foi? – Assustei-me.

- Nada. – Riu-se. – Voltaram ao que eram, isso é bom. Tinha saudades de vos ouvir aos berros. Preciso de alguém que cuide de ti, e sim diz-lhe que eu passo no café que ele gosta.

Revirei os olhos alegremente. Respondi ao Zacky e a Anne. Disse a Catarina que não sabia, e ao Thomas pedi que fosse ter comigo ao recinto do concerto.

Paramos junto à casa da Anne, saindo discretamente do carro. Subi, e os braços da Anne logo envolveram o meu corpo.

O seu quarto estava arrumado, com a roupa escolhida em cima da cama, e as malas feitas para o Natal. A Catarina aguardava-nos sentada no puff, e eu juntei-me a ela.

- Tenho medo. – Disse Anne. - Se a Valary estiver lá, eu não sei mesmo o que faço.

Catarina olhou para mim pedindo que eu respondesse aquilo, pois ela certamente não sabia o que dizer. Os dedos de Anne roçavam uns nos outros ansiosos, e eu sabia que não era o mais certo dizer que o Matt a amava, pois ela não acreditaria, mas também não era eu que tinha de contar o que se passara naquela semana.

- Anne… - Suspirei, aumentado o medo geral. – O Matt jurou-me que é mentira. Mesmo que ele tivesse ou tenha estado com ela, ele conhece-a e a Val é demasiada protegida para ficar grávida.

- Ele esteve mesmo com ela não foi?

A cara de Anne mantinha-se pálida e seria, e a angústia de Catarina era nítida.

- Não sei. – Menti.

- E o Zacky? – Perguntou Catarina.

Mantive o silêncio, abanado apenas os ombros.

- O Thomas? – Rematou Anne. Ela sabia de Zacky.

- Acabei com ele. Pedi para ele ir ter comigo à porta do concerto.

- Como é que ele ficou? – Perguntou.

Mostrei a mensagem.

- Ele gostava imenso de ti. Alias quando começaste a pensar que gostavas dele, foi a razão porque ele se separou. Percebeu que também gostava de ti. Tu apenas estavas enganada, como o Zacky. Tu e o Zacky eram os melhores amigos, mais que tu e o Thomas alguma vez foram. Era obvio que iam gostar um do outro.

Estava confusa com as palavras de Anne, mas ela tinha razão. Não gostar do Zacky, era fugir. Fugir ao destino. Algo que talvez fosse mais correcto, mas era eu que traçava o meu destino. Fugiria do que eu própria desejava inconscientemente para mim? Sim, fugia.

- E a tua ferida está melhor?

- Sim, como costumamos dizer em pequenas, os beijinhos curam tudo. E é verdade.

Deixei escapar um ligeiro sorriso, e elas olharam para mim de forma de desprezo, expressando o veredicto final numa só voz – Zacky. – E riram-se de seguida.

- O Matt apanhou-nos! – Confessei.

- Oh meu deus! – Expressou Catarina.

Anne manteve os olhos fixos no chão. Era mau falar agora do Matt.

Saímos de casa de seguida, e apesar do trânsito foi fácil ao recinto de espectáculos. Fiquei parva ao ver a quantidade de fans que já ali guardavam lugar, e a outra imensidão que tinha passado ali a noite ao relento, em pleno Dezembro, para ver o meu Pai e o meu Zacky. Era uma pequena grande mancha escura, com uma mistura de cores, apesar de o inverno não favorecer esta. Bastantes rapazes dormiam em cima de mochilas, mas as raparigas permaneciam acordadas e ansiosas pela aquela noite, cantado inúmeras canções. Cartazes com fotos do meu pai, do Zacky, do Matt, do The Rev e do Johnny estavam espalhados por toda a parte, e ouvia-se confissões sobre o quanto giro o Syn ou o Matt era em todo o canto. Algumas falavam igualmente sobre a minha mãe, sobre mim, e sobre o facto de Matt e Zacky não terem namorada, o que nas suas ilusões as agradava. Anne olhou para mim, levando as sobrancelhas como que diz “Enfim”.

Liguei para Zacky, não por ordens do meu pai, mas porque tinha saudades dele.

- Baker, eu tenho frio.

 O que é que tenho a ver com isso?” – A sua voz era alegre e bem-disposta.

- O meu pai quer que me protejas.

“Mas prepara-te para correr.”

Esperamos 5 minutos, e o Zacky apareceu com o seu casaco, e o capucho posto. Ele não podia disfarçar era obvio que era ele. Abraçou-me, e a multidão começou aos berros, ao mesmo tempo que os seguranças já preparados, a travava. Porem não eram suficientes.

- Corre. – Sussurrou-me.

Corremos o mais que podemos até a porta. Lembrei-me de súbito da minha promessa à Raquel, que lhe apresentaria a banda mal eles voltam-se. Voltei-me para atrás, mas Zacky impediu-me.

- O que pensas que estás a fazer?

- Fiz uma promessa. – Tentei soltar o meu braço. – Disse a Raquel que lhe apresentava a banda. Tenho a certeza que ela está ali. Vocês são a banda preferida dela.

- Tu és louca. – Suspirou. – Já resolvemos isso. Agora anda.

- Mas…

- Nada. Anda.

Agarrei-me ao braço dele, e seguimos para dentro. Estava ligeiramente aborrecida, mas por dentro sabia que ele resolvia a situação.

Estar ao seu lado sabia-me bem, mas a mágoa era ainda muita. Não era capaz de acreditar nele, mas o desejo aumentava proguessivamente. Baker envolvia o seu braço no meu ombro, levando a minha mão até a sua cintura.

Catarina e Anne comentavam o que se passava mas não me importava. Apenas não sabia como ficar longe do meu pai, e estar com Zacky, apesar da dor que me provocaria, e apenas a solução procurava encontrar.

Aquele espaço era enorme, e vazio, ocupado ao mesmo tempo por uma correria de técnicos preparando a noite. O palco tinha inúmeras plataformas a subir e a descer, e sinceramente nem me interessava saber o porque daquilo.

Aproximamo-nos da banda que estava a ouvir musicas e a beber café. Penso que o objectivo deles era manterem-se sóbrios até o concerto. Syn estava junto de uns técnicos, e acenou-me alegremente.

-Olha Johnny, voltaram aos velhos tempos. – Jimmy comentou, ao ver-nos abraçados.

- Daqui pouco estão a jogar a apanhada ai. – Revirou os olhos. – Eu não jogo desta vez!

- Eu não te queria. – Disse Zacky.

Matt e Anne trocaram olhares profundos. Matt parecia implorar que ela voltasse, mas Anne não estava disposta a isso.

A vibração do meu telemóvel não me permitiu observar mais tempo os seus olhares. Era Thomas.

- Estás ai fora? – Perguntei, ao atender.

“Estou.”

Desliguei.

- Porta das traseiras. – Disse-me Zacky.

O sorriso de Zacky era perfeito.

- Queres que vá contigo? – Perguntou.

- Não, eu faço isto sozinha.

Corri por aqueles corredores fora, vendo o rosto de Zacky de preocupação. Cheguei lá fora, pus o capucho e Thomas esperava-me sentado num banco.

Tinha medo de falar. Ele era meu amigo, não o queria fazer sofrer mais. Tinha sido um erro estar com ele, mas na altura foi a única forma de suportar a dor. Dor que agora permanecia.

Olhei o nos olhos, e ele apenas se levantou, olhando-me de igual forma. Mantinha-se intacto de pé, sem expressar um único movimento, uma única palavra. Eu, era mais fraca. Abracei-o com força, com as lágrimas a escorrer dos meus olhos, ignorando completamente o facto dos milhares de fans que se encontravam do outro lado e os jornalistas que passavam ali constantemente.

- Desculpa. A sério, desculpa.

- Não peças. Pede ao Zacky, no fundo traíste-o.

- Não. Ele traiu-me.

- Isso quer dizer… - Ele tinha uma vaga esperança que eu não quisesse mais olhar para a cara de Baker. Sentia-o na sua voz.

- Não, ele fê-lo antes de mim, e tu sabes disso.

- Eu sou uma vingança. – A sua voz desanimou.

- Não! Eu adoro-te! – As minhas lágrimas atormentavam o correr da minha voz. – Apenas…Desculpa. Ficamos amigos?

- Creio que isso seja impossível. Para agora. Desculpa, tenho de me afastar. – Percorreu o meu rosto, com a sua mão. – Por favor, não faças nada que te venhas a arrepender.

- Podes estar descansado. Não contes nada de mim e do Zacky, a ninguém.

- Eu não sou parvo. Não quero confusões. Adeus Juliet.

Voltou costas, preparando-se para ir embora. Agarrei-lhe o braço, puxando-me para junto de mim. Abracei-o novamente, mas desta vez com toda a força que me restava. Chorava desesperadamente.

- Não vás. – Implorei. – Preciso tanto de ti. Como amigo. És a melhor pessoa que eu conheço.

- Não digas isso.

Ele abraçou-me também. A sua respiração era nitidamente mais calma que a minha, mas não deixava de ser ofegante.

Libertou-me, segurando-me levemente os pulsos. Olhou-me nos olhos antes de falar, obrigando-me a virar a cara. Com a mão direita, rodou novamente na sua direcção.

- Ouve Juliet. – As lágrimas escorriam do meu rosto, e era difícil concentrar-me, mas fiz um esforço por ouvir todas aquelas que poderiam ser as suas famosas últimas palavras. – Eu gosto demais de ti para te deixar, apenas só ia piorar manter-me junto de ti. Mas se te faço sofrer estando longe, eu fico. Preferia que me espetassem 13 facas no peito que ver-te chorar, pior era se chorasses por mim. Mas digo-te que acredito que o Zacky goste de ti. De verdade. Mas ele é mais velho que tu. Vais sofrer muito. Por isso é que te avisei para não fazeres nada que te arrependas mais tarde.

- Eu não vou voltar para ele.

- Eu sei. Mas, promete que te portas bem.

- Prometo.

- Agora tenho de ir. Hoje não consigo ficar aqui mais tempo, desculpa. É demais para mim. Amo-te.

Libertou-me completamente, deixando-me ali sozinha no meio do nada, rodeada por pessoas a um grande raio de distancia.


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