Life Isnt a Word, Is a Felling escrita por JulietCraig


Capítulo 25
Capítulo 21. I Won't See You Tonight


Notas iniciais do capítulo

 



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Capítulo 21. I Won't See You Tonight 

 

Part 1

Musica: http://www.youtube.com/watch?v=aNHqsFVIAFg

 

Juliet POV

 

Procurei, e voltei a procurar.

Apenas de uma coisa estava certeza. Estava perdida.

Olhei para todos os lados daquele bosque denso. As árvores eram enormes, e pareciam que me iam engolir, e o frio raspava-me a pele de tal forma, que sentia o estalar dos meus ossos.

Tudo me poderia passar na cabeça naquele momento. Porém, apenas o porque de estar ali procurava encontrar. Nem sabia muito bem por onde tinha vindo, apenas me lembrava da luz forte de um camião a ofuscar-me os meus pequenos olhos castanhos, e de me projectar para o meio da terra, como um desvio. Rastejei, por entre as folhas sujas e a terra molhada, tropecei em pedras e ouvi os gemidos de animais antes de serem refeição de outros. Por fim, parei e por ali deixei o meu corpo cair.

Reabri os olhos, semicerrados ainda pela luz brilhante do sol. Apesar de estar finalmente consciente da razão porque estava ali, as mesmas perguntas que me obrigaram a conduzir pela aquela estrada de alcatrão molhado voltaram a sugerir em mim. Agora já sabia, de onde tinha vindo. Sabia que partira do lugar, onde chamava casa. Mas nem sabia bem por onde seguiria.

As imagens voltaram todas a passar-me pela cabeça. O nojo era constante. Não de quem eu própria era, mas de quem me tinha posto no mundo. Talvez, também de me ter envolvido com alguém que se tornara agora tão desprezível. Talvez, o nojo fosse mesmo de mim própria.

A sensação que percorria a minha alma era horrível. Se me pedissem para escolher um momento para morrer, teria certamente sido aquele.

Mas a morte, não é algo que se possa escolher. Acredito que temos bem marcado o dia em que morremos. Mas pensar se existe realmente o destino não era algo que me preocupasse, porque neste momento não pensava sequer em pensar.

 Os gemidos, pareciam reais, e o sufoco na minha alma aumentava gradualmente ao relembrar eles os dois.

Percebia o sonho agora. Ele tinha mesmo a traído, mas seria alguma vez eu capaz de o matar? Afinal também eu tinha sido traída. A única pessoa que amara, tinha me traído com o meu pai, fazendo com que ele traísse a minha mãe. Será que me a minha mãe já alguma vez o traíra também? Vendo bem, ela e o Jack tinham uma relação muito próxima.

O que eu estava a pensar. Era claro que ela não o traíra. Ela não o faria.

Sentia-me demasiado fraca, e toda eu estava completamente suja. Olhei para o meu telemóvel, mas estava completamente enlameado. Não podia pedir ajuda.

Ainda pensei em pegar na mota para sair dali, mas não a consegui encontrar. Nem sabia muito bem onde estava. Levantei-me, e andei para encontrei a saída. Andei muito, e parecia que estava a andar em círculos. Por fim, encontrei uma estrada e aguardei que alguém passasse.

Vi um carro familiar passar. Era ele. O carro do Zacky. Parou junto de mim.

- Precisa de ajuda? – Uma senhora de volta de quarenta anos parou. Não era o Zacky, eu estava a sonhar.

- Sim… - Senti a minha voz a falhar sobre a minha insegurança. - Queria voltar para a cidade.

- Bem, pode entrar. – Ofereceu amavelmente. - Eu vou para junto do Hotel Yogi, mas se precisar de ficar noutro local diga, que se for a caminho não vejo problema em a deixar lá.

Entrei, sentia-me repleta de medo e fome. Poderia cometer um erro enorme mas ia arriscar a vida.

Dentro ia uma criança, com cerca de cinco anos, olhando para mim, como se eu me tratasse de um mostro.

- Bem, eu chamo-me Helen Baker.

Baker.

- Juliet. – Um nó formou-se na minha garganta, ao expressar a palavra seguinte. – Haner.

- Esse pequeno diabrete é Richard. – Apontou para a criança que estava sentada no mando de trás do carro. - O que se passou contigo? Estás ferida?

- Penso que não.

- Não seria melhor ires ao Hospital? E os teus pais? Devem estar preocupados, estás com ar de quem se perdeu…

- Tem um telemóvel que me empreste?

- Claro!

- Mama, porque é que ela está aqui? - Richard perguntou na pura inocência do medo.

- Querido, a menina precisa de ajuda.

Marquei o número da Anne. Ela devia estar com o Matt, e ele podia me ajudar.

- Anne?

- Juliet, onde tens andado? O Zacky está louco a tua procura. Aliás estamos todos. Onde estás? Estás com alguém? Está tudo bem?

Era difícil falar, o nome Zacky mexia comigo.

- Anne, estás com o Matt?

- Sim, mas.

- Pede para ele ir ter comigo ao Hotel Yogi.

- Mas onde estás?

- Faz isso.

- Okay, fica descansada.

- Não avises o meu pai. Muito menos o Zacky. Diz ao Matt para ir sozinho.

Permaneci calada, tentado pensar para onde ia a seguir. Era arriscado ir para casa do Matt. E a casa do Thomas, tornava-se ainda pior. Seria o primeiro sítio que Zacky procuraria, mesmo tendo de engolir o orgulho para isso.

Raquel. Era a solução.

Éramos amigas, apesar de ela neste momento devera estar magoada por não lhe ter contado que era filha do Syn, mesmo sabendo que ela amava a banda.

Chegamos rapidamente ao Hotel. E o Matt já lá estava, sozinho, como eu pedira. Tinha um capucho e óculos de sol para não ser facilmente reconhecido, mas eu sabia que era ele.

- Helen, está ali o rapaz que eu pedi que viesse ter comigo. Muito obrigada.

- Espera… - Pediu-me.

- Oh claro, eu pago-lhe a viagem.

- Não querida, que disparate! – Soltou uma gargalhada. Gostava desta mulher. - Apenas quero falar com ele.

Será que era uma fan? Não me parecia.

Aproximamo-nos lentamente, e o Matt correu para me acolher.

- Juliet! Onde raio te meteste? – Gritou furioso. - Oh, desculpe. Eu sou o Matt. Quer dizer, Matthew Sanders e …?

- Helen Baker, prazer! Este pequeno é o Richard.

- Hum… Baker. Giro.

- Desculpe?

- Tenho um amigo Baker.

- Você não é daquela banda, Avenged Sevenfold? – Perguntou, reconhecendo-o.

- Sim sou. – Riu-se.

Helen acompanhou o seu riso.

- Espere, você não é prima do Zachary?

- Bem, sou. – A mulher sorriu mais uma vez. – Como ele está?

Prima? Senti o meu corpo a arder por dentro.

- Está bem, e vocês estão bem lá pela cidade?

- Bem, depois diga ao Zachary para ir lá um dia com vocês todos! Matt, pode ir ali comigo, por um momento? – Pediu-lhe.

Eles afastaram-se e eu fiquei a brincar com o pequeno Richard. Outro Baker. Este ao menos era inocente.

Apenas via o Matt assentar com a cabeça. No fim disse a Helen, para ficar descansada.

Despedimo-nos, e a seguir ordenou-me que entrasse no carro.

- Matt, eu não quero ir para casa.

- Não vamos. Vamos falar.

- Falar?

- A Helen disse que estás bastante perturbada, e te encontrou junto a uma estrada assim toda esfarrapada. A moto do Brian não estava em casa. O que raio te deu na cabeça?

- Nada, precisava de apanhar ar.

M: Ar? Isso implica meteres-te em cima de uma mota que nem sabes conduzir, e atiraste para berma da estrada. E se a Helen não aparecesse? Se nem sequer tivesses sobrevivido?

- Era preferível.

- E ver o Zacky sofrer?

- Ele contou-te?

Estava admirada. Pensava que ele não queria saber. Se quisesse não estava ali a trair-me com o meu pai.

- Juliet, ele anda louco a tua procura. Olha!

Mostrou-me o seu telemóvel, estava coberto de chamadas perdidas e mensagens do Zacky.

- Para não falar do teu pai! Não sai de casa, não come, não sabe o que há-de fazer para te encontrar sem chamar à atenção dos jornalistas.

- Ficou bêbado outra vez?

O meu tom de voz foi de desprezo. Não era novidade, ele beber.

- Está tão sóbrio que dá dó. Agora explica-me o que se passa.

- Estamos a ir para a onde? Não quero ir para casa. – Reclamei, sem conseguir reconhecer o caminho em que seguíamos.

Matt ignorou a minha pergunta, voltando à sua questão.

- Juliet, o Thomas disse que tu estavas bem quando esteve contigo. O que aconteceu depois?

- Nada. – Menti.

- Juliet, eu sei que tu estás com o Zacky. Mas o que é que ele fez?

As lágrimas roçaram-me os olhos. As suas palavras repetiam-se na minha mente, e o seu toque juntava-se no meu corpo.  

- Ele contou ao Syn?

- Não, ele nunca iria contar ao Syn.

- Claro, ele nunca o trairia. Não é verdade?

O nojo voltou a pertencer-me, e o sabor a sangue seco subia-me pela garganta. A sua imagem assombrou os meus pensamentos, e os seus lábios tocavam noutros, que não os meus.

- Leva-me até casa da Catarina. – Pedi, sem deixar Matt falar.

- Okay. Eu desisto, mas vou dizer ao Zacky que tive contigo e onde estás.

- Tudo bem.

Teria tempo de fugir. Mal Matt virou costas, segui para casa da Raquel.

As pessoas olhavam para mim, e vinham falar comigo. Era obvio que já todo o mundo sabia quem eu era. Corri, fugindo elas. Fugindo de mim.

 

Part 2

Musica: http://www.youtube.com/watch?v=qRzj-S9daiU

 

Ela abriu a porta a medo, e eu abracei-a.

- Juliet, estás bem?

- Desculpa, desculpa. Devia te ter contado.

- Que eras filha do Synsyter Gates e da Johanna Craig?

- Sim. – Confirmei, timidamente.

- Bem, eu tinha as minhas desconfianças. Eras extremamente parecida com ele, e o nome era realmente estranho, mas era estúpido de mais para ser verdade. E até me levaste à loja da tua mãe.

Era verdade. Uma vez uma das namoradas do Zacky fez-se passar por minha mãe. O que me magoava agora relembrar isso.

- Era namorada do Zacky.

- Tu conheces o Zacky! É claro. Oh meu deus que sorte. Ele é espectacular!

Suspirei, combatendo as lágrimas que ameaçavam cair.

- Desculpa o entusiasmo. – Raquel percebeu a deixa. - E porque é que estás toda … suja?

- Perdi-me. No mato.

- Anda, vamos trocar de roupa.

Tomei banho e vesti um dos seus vestidos pretos.

Olhei para as paredes do seu quarto. Tinha imensos posters do Zacky e do Syn.

- Bem… Gostas mesmo do Zacky? – Surpreendi-me.

- Amo-o. Até escrevi uma FanFic com eles. Tu até entras, tinhas um caso com o Johnny. Se eu soubesse!

Rimo-nos.

- Com o Johnny, bem não.

- Já agora, como é mesmo o Zacky na realidade?

Foi inevitável. Comecei a chorar como se me arrancassem um bocado de mim.

- Desculpa, se falei em algo que não devia.

Limpei as lágrimas, tentado recompor-me.

- Não é isso, apenas estou com pouco magoada com o meu pai, e também o Zacky.

Tocaram à companhia, e a Raquel foi abrir. De repente oiço um grito.

Foi a correr acudi-la.

Bem, talvez não fosse preciso. Devia ser normal gritar quando o nosso ídolo entrava na nossa casa. Era o Syn.

- Ah…Raquel?

- S…i…m… - Gaguejou. - Sim, eu.

- Calma, sou uma pessoa normal.

Riu-se com o seu sorriso maravilhoso.

- Claro, desculpe.

- Trata-me por tu. A Juliet está aqui?

- Sim, está lá dentro.

Syn aproximou-se da porta do quarto de Raquel, onde eu o esperava.

- Pensei que estivesses ido para casa da Catarina. Foi o Thomas, que me disse que provavelmente estarias aqui. O que aconteceu Juliet?

- Não me parece que lhe tenha de dar satisfações. O que quer?

Iria trata-lo com o desprezo que ele merecia. Ele entendeu a deixa, e não me abraçou.

- Querida, eu não sei o que se passou!

Não lhe respondi. Limitei-me a revirar os olhos.

- Juliet, penso que não seja a melhor altura para falamos. Apenas, queria me despedir.

- Despedir?

- Vamos dar uma mini-digressão. Voltamos dia 18 de Dezembro, e dia 20 damos o nosso último concerto aqui. Depois entramos de férias uns seis meses, e gravamos o próximo álbum. – Passou a explicar, mesmo sabendo que não me interessava. – E, Juliet eu sei o quanto vocês são amigos. Por isso, o Zacky está lá em baixo caso queiras…

- Diz-lhe que faça boa viagem.

 

Anne POV

 

- Anne…

- Sim.

Estava mais descansada agora que o Matt tinha estado com a Juliet. Mesmo assim algo perturbava o Matt.

- Vou em digressão. – Disse bruscamente.

- O quê?

O meu coração parou. Não podia ser.

- Volto daqui a um mês. Não me vou esquecer de ti. – Prometeu. - Amo-te.

Beijou-me e depois saiu sem me deixar falar.

- Matt!

Não me valeu de nada gritar. Ele tinha partido, prometendo-me amar.

Agora a idade não ajudava. O medo voltara em força. O medo de o perder.

 

Juliet POV 

 

O meu pai tinha partido, e levado com ele o Zacky. Eu sabia perfeitamente que eles podiam ter esperado mais um dia ou dois, mas o Zacky sabia que a culpa de eu estar assim era dele, e julgou que uma despedida resolvesse tudo.

Poderia voltar para casa. Tinha a esmeralda para me proteger e cuidar de mim. Além do mais, tinha de recuperar toda a matéria perdida.

- Bem, calculo que voltes para casa não é?

- Sim, desculpa teres conhecido assim o meu pai. E de não ter chamado o Zacky, para o conheceres.

- Não tem problema. É sempre bom conhecer o nosso ídolo de qualquer maneira.

- Quando eles voltarem, passas lá por casa.

- Combinado! – Ela deixou-me um sorriso meio apagado.

- Obrigada, por este momento. – Agradeci.

Abracei-a e sai dali.

A noite tinha invadido a cidade, o que me alegrava pois desta forma era mais difícil ser reconhecida.

O nojo fazia as minhas lágrimas caírem fortemente no chão sujo, enquanto caminhava em passos rápidos até casa. Sabia que estava vazia, e não precisava de ninguém. Não queria ser vista naquele estado.

Sentia-me magoada com tudo, e com todos.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Capítulo beem grandinho , fui generosa x)
Espero que gostem, deixem reviews, com sugestões e criticas