Amada Imortal escrita por CaHhS, Haruka Lina


Capítulo 6
Capítulo 5 - Um Passo Para o Futuro


Notas iniciais do capítulo

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Hermione adentrou pelas portas gigantes. Seguindo o velho mordomo passou por uma sala pequena, que funcionava como um hall de entrada. Ele era quase branco e possuía raízes em seu interior que davam a impressão de serem veias gigantes. Elas trançavam-se em volta das colunas jônicas e subiam pelas paredes em uma harmonia linda.

–Isso é lindo! – ela disse a Avery. O velho homem sorriu.

–As raízes tiveram muitas eras para crescer. Os vampiros gostam muito do habitat natural. Em tudo que é possível, tentam não mexer no mundo a sua volta. Eles gostam mais de se adaptar ao ambiente do que fazer o ambiente se adaptar a eles. Mesmo em meio ao luxo das casas senhoriais, a senhoria encontrará diversos objetos rústicos e austeros.

Hermione sorriu:

–Nunca encontrarei local mais bonito do que este.

Avery andou e abriu enormes portas de bronze polido.

–Não tenho tanta certeza disso.

Hermione o seguiu e quase caiu de cara no chão. Meu Deus! As paredes do interior do castelo eram gigantes. Possuíam entalhes e desenhos em cada canto, contando histórias tão antigas que o tempo quase havia esquecido.

Havia vampiros, cavaleiros e até mesmo dragões pintados nas paredes. Uma cerejeira gigante estava no centro dos afrescos com botões de um rosa quase transparente. Um óleo especial havia sido passado nas pinturas fazendo com que uma leve luminescência aparecesse.

–Ó Avery... Isso é incrível! Quem fez essa obra de arte?

–Infelizmente, não vivo a tempo suficiente para saber tal informação. Mas garanto que talvez encontre algo em nossa biblioteca.

Hermione estancou.

–Vocês tem uma biblioteca? – ela quase guinchou. O vampiro riu.

–Sim, senhorita. É a maior biblioteca dos sete reinos.

Hermione sorria igual uma boba. Seus pés não paravam de saltitar no chão, tamanha a sua ansiedade.

–Venha para seu quarto madeimoselle. O Lorde a estará esperando.

Caminharam juntos pelo resto da propriedade. Era tão grande que se perder ali dentro era fácil.

Continha uma sala de jogos, com todos os aparelhos que se poder imaginar; uma sala de filmes; piscina interna e externa; um jardim de inverno que passava por dentro do castelo e que encantou Hermione enormemente; vários e vários e vários e vááários quartos; sala de armas e até mesmo uma pequena capela. Era linda, feita de madeira escura e brilhante.

Após conhecer todos os aposentos, Hermione caminhou para seu quarto onde foi deixada para descansar e relaxar.

Seu quarto era de uma cor de vinho linda, e tinha uma grande tão grande que poderia abrigar um lobo gigante das neves. O closet estava completamente abastecido de roupas finas...

Hermione pegou alguns vestidos nas mãos e suspirou. Meu Deus, como eram lindos! Alguns eram de festa, outros do dia-a-dia e outros ainda eram incrustados de pedras preciosas.

Ela nunca havia recebido nada disso. Seus olhos se encheram de lágrimas... Ela não pertencia àquele mundo. Esse lugar luxuoso em que Tom a colocou não fazia parte da sua vida. O que faria ali?

Caminhando, entrou no banheiro feito de mármore branco e retirou suas roupas sujas e velhas. Não tinha nem como compará-las com as roupas do armário. Não era á toa que os Cruzes a olharam com tanta repugnância.

Tomando banho, Hermione tentou se esquecer de tudo e esvaziar a mente. Se concentrou apenas em limpar sua pele e tentar entender o que faria de sua vida dali pra frente.

*************************

Uma leva batida na porta a acordou. Hermione acabou adormecendo após o banho. Relutante, levantou-se e abriu a porta. Avery estava do outro lado, todo sorrisos.

–O senhor a espera, Milady. Por gentileza...

E saiu andando antes mesmo de Hermione dizer algo. Caramba! Tenho que me acostumar a esse ritmo rápido deles. Andando por salas anteriormente vistas, o mordomo a conduziu para um florido aposento. Lá dentro havia uma grande mesa cheia de todas as iguarias que Hermione apenas sonhava em um dia poder comer.

Sua boca se encheu de água e sua barriga roncou ao imaginar tudo aquilo. Sentido uma presença atrás de si, virou-se e se deparou com Tom.

–Vejo que esta faminta – ele disse ao se aproximar – Venha. Pode comer à vontade.

Ele delicadamente puxou uma cadeira para ela sentar e Hermione fez o possível para parecer digna de sua presença.

–Gostou dos vestidos? Mandei trazê-los especialmente para você.

–Eles são lindos! Obrigada!

Tom apenas assentiu, passeando seus olhos pelo corpo de Hermione. Ela emudeceu e desejou desesperadamente que seu coração parasse de dar trovejadas.

–Tenho uma visita para você.

–Visita? Para mim? – ela não havia entendido.

–Você praticou magia no meio de muitas pessoas Hermione. Quero que saiba que nunca antes um humano havia feito isso. Apenas vampiros são capazes de praticar magia, como você bem sabe. O seu feito foi encarado com muitos protestos perante a Corte.

–O quê? Mas... Que corte? – ela não estava entendendo nada.

–O tempo em que você ficou descansando, eu fui até a Corte falar com os Lordes das várias casas da Cidade Velha.

O medo se apoderou de Hermione.

–Mas... Tom, o que eles queriam?

Ele foi direto.

–Matar você.

Assustada, Hermione levantou tão rápido da cadeira que ela caiu.

–Ó meu Deus! Significa que eles vão vir aqui... Me matar?

–Não. Significa que eles tem medo do que você pode fazer.

–Medo? Mas Tom, eu não sei fazer nada.

–Muito pelo contrário. Você não sabe o que é capaz de fazer.

–Aquela pedra Tom... Foi um acidente infeliz. Talvez... Talvez Lorde Lucius estivesse com seu poder abrandado... Não sei...

–Os vampiros podem não demonstrar seu verdadeiro poder, mas isso não significa que não fiquem com a guarda totalmente erguida, Hermione – Tom disse calmamente. – Lucius é meu Chefe da Cavalaria, a mais alta força de ataque do nosso mundo. Ele não deixaria suas defesas abaixadas nem mesmo por um segundo.

–Isso significa que eu desmontei a defesa dele? – Hermione estava perplexa.

–Sim. – Tom respondeu resolutamente – Um fato realmente extraordinário, eu diria.

Hermione começou a rir descontroladamente. Tanto que lágrimas começaram a descer de seus olhos.

–Ah Tom... Isso é impossível! Eu sou uma humana!

–Exatamente. Por isso que te trouxe para cá. Você será treinada apropriadamente na arte da magia, espada, literatura e todas as outras ciências presentes no nosso mundo. Será ensinada pelos melhores mestres vampiros e será matriculada na Escola de Hogwarts.

–Eu... Em uma escola de vampiros. Mas senhor... Os vampiros detestam os humanos. – Hermione tentava se explicar – Não posso entrar para uma escola assim. Eu nunca fui ensinada a fazer nada. Só sei ler e escrever porque você me ensinou quando era criança e mesmo assim já faz tanto tempo que eu acho que até esqueci.

–Você não esquecia algo assim – Tom disse. – E não tem outra escolha Hermione, você terá que estudar lá.

–Por quê? Porque está fazendo isso comigo?

–Duvessa... – Tom disse – A magia tem que ser controlada. Nenhum vampiro que comece a dar sinais de magia interna pode ficar sem ter ensinamentos básicos sobre ela. A magia deve ser domada com a força da mente e da vontade. Um vampiro que não consegue controlar a magia acabará fazendo mal tanto a si quanto aos outros. É por isso que você não pode voltar.

–Significa que se eu tivesse demorado a vir para cá, poderia ter machucado meus amigos? – Hermione ficou horrorizada.

–A longo prazo sim. Ainda bem que conseguimos interceptá-la antes de qualquer incidente acontecer.

–Como você sabia? Como sabia que eu tinha essa magia Tom? – Hermione olhou para ele com outros olhos. Saindo do âmbito de amor e gratidão para entrar no do Rei. Ele era o Soberano do reino e muitos diziam que seus poderes estavam além do imaginável. Mas... o quão além seus poderes iam?

–Eu não sabia – ele disse lentamente – Foi uma surpresa para mim, assim como foi para os outros.

Hermione pensou a respeito do que Tom havia dito. Será que realmente precisava ir para uma Escola que a odiaria? Como seriam seus professores? Todos no reino sabiam que eram esplêndidos, afinal de contas, Hogwarts era uma escola procurada por todos no reino.

–Avery – Tom chamou.

–Majestade – o velho mordomo apareceu com eu uniforme negro – Em posso servi-lo?

–Chame nosso convidado.

Com uma reverência o mordomo saiu.

Hermione estranhou a conversa.

–Convidado? – ela perguntou.

–Eu lhe disse que você iria conhecer alguém. Tenho que lhe explicar algo: na Escola de Magia e Bruxaria e Hogwarts cada aluno possui um mentor. São diversos membros da mais alta aristocracia. Esses membros fazem parte de escolas especiais que chamamos de “Casas”. Cada “Casa” tem um diretor especial que cuida dela e protege seus escolhidos, que são os alunos que foram designados para aquela casa específica.

–Entendo – Hermione pensou.

–Assim, temos ao todo quatro Casas: Grifinória, Sonserina, Lufa-Lufa e Corvinal. Essas Casas nasceram a muitas eras atrás originadas de um único sangue, que é o Mestre da Linhagem dos vampiros. Não se sabe o que aconteceu com ele, sua história se perdeu ao longo das eras, mas todos tem em mente que ele era aquele que originou a nossa forma de vida.

–Sério? Qual era seu nome? – a curiosidade de Hermione aflorou.

–Ninguém sabe – Tom sorriu perante a curiosidade da menina – No entanto, sabe-se que ele viveu aqui neste castelo.

–O QUÊ??! – Hermione berrou – Tom! Isso é incrível!

Ele sorriu.

–Entendo. Para vocês humanos isso é algo que parece inacreditável, não é? Esse castelo realmente é muito antigo.

–Mas... Tão antigo assim?

–A magia dos vampiros é poderosa. Talvez ela tenha mantido esse castelo em pé após tantas eras.

–Você é descendente dele? – A menina olhava para Tom ansiosamente.

Novamente, ao invés de responder, ele apenas olhou para ela com olhos tristes. Neste momento, Avery chegou com o convidado.

–Senhor, aqui está o Mago Professor.

–Que ele entre.

Hermione olhou na direção da porta curiosa por saber quem era aquela pessoa que Tom queria tanto apresentar.

Um homem alto, com a tez branca e cabelos negros oleosos entrou o recinto. Ele fez uma reverência para Tom e olhou surpreso quando olhou para Hermione ao lado do Rei. Seu olhar respeitável rapidamente se tornou de nojo.

–Majestade, me chamou? – ele perguntou com uma voz fria como gelo, que fez Hermione se arrepiar.

–Severo Snape – Tom disse – Hermione, quero lhe apresentar o diretor da Casa de Sonserina.

Ah, então ele era um diretor. A menina reparou nas vestes do homem. Eram de um veludo negro lindo. E de longe dava para notar que era volumoso e fino.

–É um prazer senhor – Hermione disse com a voz baixa.

–Acredite, não é um prazer da minha parte conhecer você – ele respondeu. E antes de Hermione conseguir se pronunciar, o homem rapidamente se voltou para Tom – Majestade, se deseja algo de mim, estou aqui para servi-lo. No entanto, não entendo o motivo de ter me chamado aqui juntamente com essa humana.

–Snape, Hermione estudará em Hogwarts, a partir do mês que vem, quando as aulas começarem.

Por um momento o professor estava tão atônito que tudo que podia fazer era piscar indefinidamente.

–Perdão?

–Exatamente o que você ouviu. – Tom respondeu calmamente – Ela estudará lá. Sei que já sabe do incidente que aconteceu com Lorde Lucius.

–Ah sim – Snape não parecia aborrecido com o fato – Eu soube. Então esta é a humana que fez aquilo.

Ele olhou para Hermione de uma forma mais demorada e atenta do que antes.

–Levante-se! – ordenou.

A menina se levantou da cadeira com medo. Mas se pôs de pé dignamente. Não deixaria que aquele engomadinho troçasse dela.

–Hum... muito magra. Braços e pernas pequenos demais. Pés pequenos demais... Não duraria um dia lutando – o professor passou a circulá-la avaliando suas características – Não sei o que poderei fazer para ajudar essa menina.

Olhando para Tom, ele perguntou.

–Majestade, ela ficará na Casa de Sonserina?

–Sim. É a casa ao qual ela pertence – Tom respondeu resolutamente.

–Mas esta casa Milorde foi feita apenas para a linhagem de sangue puro – Snape olhava para Hermione de rabo de olho.

–Faça o que eu digo Severo – a voz de Tom ficou subitamente mais fria – Ou agüente as conseqüências.

Um frio intenso passou a pairar sobre a casa. Hermione desconfiou que a raiva de Tom pelo professor estava influenciando o clima. Estupefata ela observou os vidros começarem a congelar.

–Como quiser, Majestade – Snape observou a janela também – Como sempre, suas decisões são impossíveis de desvendar até sabermos o real motivo de tê-las tomado.

O frio sumiu subiamente.

–Obrigado. Agora que vocês já se conheceram, gostaria que você fosse além do diretor da Casa de Sonserina, mentor de Hermione também. Cada aluno tem um, e eu acredito que você seja o mais apropriado para a causa dela.

–Eu? – Snape estava irritado.

–Sim – Tom disse – Acredito que ela aprenderá bastante com você. Ensine-a tudo. Temos que recuperar o tempo perdido. O mundo não nos espera mais.

*********************

A noite, Hermione se encontrava em seus novos aposentos. Olhando pela janela, conseguia ver ao longe o Muro. Grande e imponente. Pensou em seus amigos e em como as coisas haviam mudado tão rapidamente. Antes ela era uma garota pobre e sem futuro.

Agora, estava descobrindo que tinha magia dentro de si, e que teria lições com os melhores professores do reino. Além do quê, estava morando na mesma casa do Rei, que parecia ter um carinho especial por ela.

Suspirando, ela olhou para o pôr-do-sol no horizonte, surpresa pelas horas terem passado tão rápido. E pensou no futuro.

Meu Deus, espero que dê certo.

Suspirando, ela fechou a cortina e deitou-se. Adormeceu em questão de segundos e sonhou com seus amigos.


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Notas finais do capítulo

Obrigada pelo apoio de sempre! ^^