A Sublimável - O Preço Da Perfeição escrita por Mandika


Capítulo 12
Capítulo 12 - "Dia Internacional de Irritar a May"


Notas iniciais do capítulo

Voltei com mais um capítulo galera. Espero que gostem e comentem, por favor. beijoos



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Que se dane! Não importa quem Trevor merece. Só sei que Cassidy não é essa pessoa.

Enjoada de ver aquilo, saio procurando, fervorosamente, por Seth. Encontro-o finalmente sentado no barzinho bebendo algo que parece – espero – refrigerante.

– Você está... – ele começa a falar quando sento ao seu lado, mas interrompo-o pondo minhas mãos na parte de trás do seu pescoço e puxando-o para perto de mim. Eu quase caio da cadeira quando selo nossos lábios, mas Seth segura meu quadril para que eu não caia e se afasta um pouco. – o que houve?

– Shh. Cala a boca.

Seguro sua a mão e levo-o para um canto mais escondido. Preciso de qualquer jeito esquecer o que acabo de presenciar. Volto a beijá-lo com a maior vontade que consigo, ele põe as mãos na parte nua da minha barriga e me pressiona na parede. Ficamos ali por mais um tempo até que percebo o que estou fazendo. Pera, o que, exatamente, estou fazendo?

Afasto-me de Seth e vejo um pequeno sorriso em seu rosto se desfazer quando sinto minhas bochechas molharem. Começo a soluçar de tanto chorar e Seth tenta me abraçar.

– Não! Por favor, eu preciso.... eu... eu tenho que ir. – saio correndo a procura de Skyler e, graças a Deus, eu a encontro muito facilmente.

– M.? O que aconteceu? Você está chorando? – cabisbaixa, abraço-a – Ah, May! Sabia que não te faria bem voltar aqui.

– Eu... eu... não... você pode me levar para casa?

– Claro. Eu já estava indo embora mesmo. Jesse tem prova amanhã e estava pegando o carro. Vamos.

Andamos até o seu carro e Jesse me encara por um minuto e logo volta à atenção para a rua. Chego em casa, me jogo na cama e tento esquecer tudo o que aconteceu.

–---------

– Está atrasada, srta. Knight.

– Desculpe, sr. Baker – digo ofegante por ter corrido tanto – prometo não acontecer mais.

– Ótimo, vá se sentar.

Observo a sala à procura de um lugar e só encontro um: ao lado Seth. Não é que eu queira evitar falar com ele, eu quero evitar falar sobre ontem anoite. Por que nem mesmo eu sei ao certo o que aconteceu. Sento-me na cadeira e, sussurrando, isso é exatamente a primeira coisa que Seth me pergunta:

– O que aconteceu ontem anoite?

– Nada. – respondo olhando para lousa.

– Não minta para mim, May.

Encaro-o.

– Não estou. – volto a olhar para frente, mas ele continua insistindo em uma resposta.

– Então por que você...

– Sr. Blake. – o professor chama a atenção de Seth. – Aposto que senhor tudo da matéria, né?

– Sim. – Seth responde confiante.

– Então você saberia citar alguns dos números de pi, certo?

Seth limpa a garganta e diz:

– 3,141592653589793238.

– Está.... certo?

– Claro que está – Seth sorri.

– Classe, atenção em mim agora.

Eu o olho de canto de olho e começo a rir.

– Muito bem, Blake.

– Cala a boca. Ainda estou bravo com você.

Desfiz o sorriso e permaneci quieta até o sinal da terceira aula tocar e indicar o começo do recreio. Seth saiu correndo para fora da sala, ainda me evitando e saio atrás dele.

– Seth! – começo a gritar, mas ele continua me ignorando – Seth, por favor. Não somos crianças.

Ele para de repente e vira-se para mim. Seus olhos são pura ira.

– Ah, não. Então por que você fica brincando comigo como se fosse um boneco?

– Eu não estou brincando com você.

Ele abaixa a cabeça. Aproximo-me dele e forço-o a me olhar.

– Seth, eu realmente gosto de você.

– Mas você gosta dele mais. – diz com uma voz de choro ameaçando cair uma lágrima.

– Do que você está falando? – seguro sua mão e ele a solta rapidamente.

– Moore.

– Seth...

– Admita, May! – ele altera a voz e se afasta de mim. Dessa vez as lágrimas começam a cair de verdade – Você acha que não percebo como olha para ele?

– Eu... eu...

– Não diga nada. É só que...

Ele se aproxima rapidamente de novo e segura meu rosto com as mãos, puxando-me para um beijo. Quando nossos lábios se tocam consigo sentir o gosto salgado de suas lágrimas, o que me faz ter vontade de chorar, também.

– Eu não quero te perder. Não quero de jeito nenhum – ele diz tocando seu nariz com o meu -, mas acho que você precisa de um tempo para pensar.

– Não, não preciso.

– Precisa sim. “Se você ama uma coisa, liberte-a. Se ela não voltar é por que nunca foi sua.”.

Ele diz, finalmente, sai andando e me deixa sozinha.

A pequena pedra do meu colar começa a queimar levemente minha pele, toco-a e Ella aparece diante de mim com uma expressão preocupada.

– O que ele pensa que está fazendo? Ele esta destruindo tudo.

– Ahn?

– Me escuta. Vocês precisam voltar.

Abaixo a cabeça triste.

– Nós não terminamos.

– Ótimo, então dá um jeito nisso.

– Eu vou, prometo.

Ella bufa e desaparece tão rapidamente quanto apareceu. Fico um tempo parada, no mesmo lugar em que Seth me deixou no estado de choque. Instável demais para andar. Procuro Skyler pelo pátio da escola, mas não a encontro. Ótimo, minha melhor amiga faltou, meu irmão faltou e meu... e Seth está bravo comigo.

Sento-me do lado de Sierra, uma menina tagarela da minha sala que às vezes eu converso, mas fico o recreio todo pensando em como vou fazer para Seth perceber que não quero ficar com Trevor.

– Sierra – falo de repente, interrompendo algum discurso inútil dela. Algo sobre “salvar as formigas dos humanos”.

– Sim?

– Você tem namorado?

Ela se encolhe na cadeira.

– Os meninos acham que sou louca.

Nem imagino por quê. Penso.

– Eles são todos idiotas. Seria bem mais fácil se todos simplesmente desaparecessem.

Penso em como seria engraçado se todos os homens do mundo fossem justiçados e levados para o Mundo da Justiça. Rio com meu pensamento.

Sierra ri um pouco também, depois faz uma pausa e me encara.

– Por que estamos rindo?

– Algo muito engraçado. – solto uma ultima risada.

– Ah... – ela continua sem entender nada, mas ri de novo.

O sinal toca e volto para sala. Não consigo prestar muita atenção nas ultimas aulas então fico desenhando algo em meu caderno, algo meio indeterminado. Começo desenhar três formas humanas de costas cobertas por longas capas.

Tem vezes que eu não sei exatamente o que estou desenhando, eu só deixo o lápis seguir livre pela folha e esboçar o que ele quiser. É quase como se alguém estivesse segurando minha mão e desenhado parar mim.

Para os meus pensamentos e meu desenho no momento em que o sinal toca. Olho para o lado e Seth já tinha ido. Recolho minhas coisas rapidamente e saio da sala seguindo em direção à saída da escola.

Enquanto caminho fica pensando em como vou embora, já que RIley não veio para a escola, e penso em ligar para Trevor. Não, fora de cogitação, Seth iria pirar mais ainda e achar que realmente estava acontecendo alguma coisa, melhor não. Mas eu preciso de uma carona...

Assim que ponho o pé fora da escola, como se estivesse lido minha mente, vejo Trevor encostado em seu carro. Sorrio, mas logo meu sorriso de desfaz quando vejo Cassidy ao seu lado e... o que é aquilo na mão... Não, não pode ser.

Trevor segura entre dois dedos um cigarro, mas não é um comum, deve ser maconha. E na outra mão tem um isqueiro. Corro em sua direção, dou um tapa nele e bato em sua mão derrubando o cigarro.

– Ei, qual o seu problema? – ele diz passando a mão que agora estava livre, no rosto recém-barbeado.

– Qual o meu problema? Qual é o seu? Você está querendo se matar?

– Por favor, May. Era só tava me divertindo. Os personagens de Skins fazem muito pior do que isso e, por algum milagre, de todos que morreram, nenhum foi por causa das drogas.

– Você quer mesmo comparar uma série de TV com a vida real? – encaro-o até ele ficar vulnerável. Não funciona.

– May, você não é nada minha. Não tem que cuidar da minha vida. – ele fala perto do meu rosto e consigo sentir seu bafo horrível. Aquilo com certeza não era um simples cigarro.

– Eu deveria ser sua amiga, seu babaca. Mas que se dane. Você quer se matar? Então morra, eu não ligo. – encaro Cassidy por um segundo – Seja persuadido por vadias sem senso e morra. Realmente não ligo.

Saio andando na direção oposta até que ele agarra meu braço, de novo – sinceramente, já perdi a conta de quantas vezes ele me impediu de fazer uma saída dramática –, e me faz encarar seus olhos cinzas que mais pareciam tempestades, naquele momento.

– Não liga? – seu tom de voz não demonstra tristeza ou raiva, não demonstra nada.

– Nem um pouco. – tento permanecer firme, não posso ceder. Ele não pode saber que me importo.

– Ótimo.

– Ótimo

– Tá.

– Tá.

Finalmente me livro de sua mão e corro, corro até não saber mais onde estou. Escuto meu celular tocar e vasculho minha mala para atender: Mãe

– Oi mãe.

– Graças a Deus, onde você está? Já deveria ter voltado. – pela sua voz, deu para perceber que andou chorando.

– Como assim onde estou? Eu acabei de sair da escola, estou voltando para casa.

– Não, May. Já faz quarenta minutos que a aula acabou.

Tiro o telefone da orelha e checo o horário. Ela tem razão. Também vejo que tenho doze chamadas perdidas e cinco mensagens dela.

– Eu sinto muito, eu acho que me perdi. Já estou voltando, juro.

Ela desliga na minha cara sem me dar uma resposta. É eu estou bem ferrada.

Corro mais alguns minutos até finalmente achar minha casa. Assim que entro vejo minha mãe sentada no sofá com vários lenços de papel na mão e ao seu redor, quando ela nota minha presença me encara profundamente, como se estivesse decidindo se me abraça ou se me mata. Meu pai sai da cozinha e um olhar de alivio surge nele quando me vê, então corre e me abraça. Pelo menos um deles não quer me matar.

– Ah, minha princesa, você nos deu um baita susto.

– Desculpe, sinto muito mesmo. Comecei a andar e acabei ficando perdida nos meus pensamentos e não percebi quanto tempo tinha passado e que estava perdida.

Ele se afasta um pouco, sorri para mim e aponta a cabeça para sofá, indicando que deveria dizer isso à minha mãe.

Sento ao seu lado no sofá e o silencio reina por um momento, até que ela não aguenta mais e me puxa para um abraço.

– Você tem ideia do que fez, mocinha? Você quase me fez ter um infarto. – sua voz embargada de tanto chorar sai com dificuldade enquanto ela molha minha camisa com mais lágrimas.

Começo a chorar também, não sabia o quanto eu os tinha preocupado.

– Sinto muito mesmo, prometo que não vai acontecer de novo.

Ela para de chorar, se afasta e se recompõe.

– Não mesmo. Agora em diante, se Riley faltar, eu ou o seu pai iremos buscá-la. Você não sai mais sozinha, para nenhum lugar.

– Mas...

– Sem mas, May. Agora vá para o seu quarto e pense no que fez.

Subo as escadas batendo o pé, abro a porta do meu quarto com tudo e encontro Riley mexendo nas minhas coisas.

– RILEY!

– Eu só queria o Call of Duty, você foi a última a usar.

– Cai fora, agora! – falo rangendo os dentes.

– Mas...

– SAI!

Ele corre para fora do meu quarto e abro o Xbox para tirar o disco e botar na capinha. No mesmo segundo, ele abre a porta insistindo em pegar a porcaria do disco. Não o deixo falar, jogo o a capinha nele, que fecha a porta e sai correndo.

Jogo-me na cama e grito no travesseiro. Será que todo mundo decretou hoje o “Dia Internacional de Irritar a May”? Que droga!


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