Pandemonium escrita por solaineo


Capítulo 8
O caçador perdido


Notas iniciais do capítulo

Sei que eu não posto há um tempão, e bla bla bla, mas eu não tinha ideia do que escrever e precisava ler para ter alguma inspiração. E eu já escrevi umas 3 versões desse capitulo e perdi todas então se contentem com essa.



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Eric se controlou como pode para dar espaço para Zoe pensar, deu seu tempo. Mas ao escurecer, começou a se preocupar com o isolamento dela, há horas ela estava no mesmo lugar, e se ele se concentrasse podia até ouvir seu choro, mesmo baixo -a Visão servia para isso as vezes, junto com o Encontro deles isso se tornava mais forte- e sentia uma enorme força que o puxava para perto dela.

Zoe por outro lado, se desligou de tudo ao seu redor e só conseguia pensar em seu pai, sua mãe, sobre o que ela descobriu, pensando sobre o que o futuro a reservaria, sobre como isso pode acontecer com ela, uma menina que nunca acreditou em nada magico, agora vivendo essa situação. 'Eu sou uma aberração, até no mundo magico onde ninguém é normal eu sou anormal" pensava. Nem chegou a se dar conta de que alguém havia entrado no jardim.

Estava num canto escuro, totalmente fora da luz e não emitia ruídos ali, não esperava que alguém a encontrasse, exceto, talvez Eric. Não levantou o olhar, só olhou a sua frente. A bota preta, as calças justas pretas também, e o longo manto da mesma cor. Era definitivamente Eric. Mas mesmo assim não olhou para cima.

Eric sentou ao lado de Zoe, ele era totalmente silencioso, nem sua respiração ou o movimento das roupas emitia ruídos. Por um breve momento suas mãos se tocaram , mas Zoe encolheu a sua em seu colo. Ficaram encostados apenas pelos ombros. Mesmo por cima de toda a roupa, era possível sentir os músculos de Eric, Zoe começou a imaginar que ele era bem forte e tinha um corpo definido, mas rapidamente afastou essa ideia.

–Não acho que deva estar confortável aqui, está frio, o piso é úmido e frio. Tome, pegue meu manto.

Eric tirou seu manto e colocou cuidadosamente envolvendo os ombros e as costas de Zoe. Ela podia sentir o roçar de suas mãos nela. Ele se demorou nos movimentos ao redor dela, como se a medindo.

–Não precisava.

–Ah, precisava sim. Está aqui fora a horas, nem ao menos se moveu.

–Não tenho vontade.

–Não acho que morrer de fome e sede seja uma boa forma de morte.

–Me diga uma mais agradável para demônios.

–Demônios não se alimentam de coisas como as que temos no jantar hoje, nem se água limpa e fresca. E nem ao menos controlam sua sede de carne, então não acho que você deva ser um. Mas se ficar aqui fora depois da meia-noite em noite de lua cheia vai acabar virando refeição de um lobo.

–Bom, pelo menos agora sei que existem lobos e eles podemo me comer.

–Só na lua cheia eles não se controlam plenamente, mas só os recém criados atacam os seres.

–Fiquei bem mais aliviada agora.

Eric deu uma risadinha.

–Já são quase 22hrs e acho que deveríamos entrar.

–Nós vamos, apenas me diga, me conte mais sobre mim, minha espécie...

–Tudo o que eu sei é o que está nos livros, mas sempre retratado como um mito. É como os anjos, ninguém nunca viu, mas acredita que pode existir.

–Me fale sobre meu pai.

–Bom, seu pai eu não conheci pessoalmente, apenas ouvi histórias e rumores por ai, eu era pequeno quando tudo aconteceu.

–O que aconteceu?

–Seu pai, Zoe, era um caçador, era um dos melhores bruxos, mas um dia ele resolveu se aliar aos demônios, ele conseguiu novos poderes a partir do sangue deles. Como punição ele foi amaldiçoado, e não apenas tinha poder vindo dos demônios, como se tornou um deles.

–Eu não entendo como minha mãe pode se apaixonar por ele.

–Ah, eles já eram apaixonados antes, mas ela preferiu ir contra sua família e amigos e ficar com ele. Isso foi antes dele ser amaldiçoado. Quando ele se tornou parte demônio, começou a ser mais agressivo e não se controlava. Eles se separaram, ela foi castigada perdendo o acesso ao mundo mágico, mas ainda detêm seu poder. Mas pelo jeito sua mãe já estava gravida de você antes de se separar dele.

–Não entendo o porque ela nunca me contou sobre esse mundo.

–Geralmente bruxas que vivem no mundo mundano contam aos seus filhos e filhas. Mas acho que como ela tinha sido banida, ela não queria explicar o motivo e nunca contou nada.

–Quando ela viu as lagrimas de sangue, ela disse que não esperava que eu tivesse herdado poderes, mas acho que ela estava se referindo ao sangue do meu pai.

–É bem provável que tenha sido isso mesmo que aconteceu. Eu não sei de mais nada sobre isso.

–É tudo tão confuso, e estranho...

–Não se preocupe, tudo vai dar certo.

Eric ergueu sua mão e a levou ao rosto de Zoe. Ela sentiu-se ficar tensa, mas não tirou a mão dele.

–Mas eu sou perigosa, eu posso estar colocando todos aqui em risco como eu fiz com Larissa e minha mãe.

–Não enquanto seus poderes, como eu posso dizer... seus poderes especiais, diferentes dos das bruxas, não se manifestarem.

–Você acha que vai demorar?

–Eu espero que sim.

Eric contornou a lateral do rosto de Zoe com os dedos, depois baixou a mão.

–Agora vamos entrar, por hoje você pode continuar no castelo, mas se não quer levantar suspeitas, deve ir morar com as outras moças.

–Tudo bem.

Eric se levantou primeiro, e com gentileza estendeu a mão para ajudar Zoe. Ela não havia se dado conta de que estava muitas horas sentada na mesma posição, seu corpo doía, sentia frio e as pernas travadas. Por um instante quase não pode parar em pé. Eric a segurou pelo braço:

–Está tudo bem?

–Apenas acho que fiquei tempo demais aqui, vamos logo.

–Oh, espere um momento.

Eric tirou do bolso um lenço, era branco e carinhosamente limpo o rosto de Zoe:

–Bem, um rosto manchado com lágrimas vermelhas não lhe cai muito bem e também não passaria despercebido por ai.


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