Inesperado escrita por Rocker


Capítulo 26
Capítulo Bônus




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Inesperado

Capítulo 25 - Bônus

– Edmundo, espere. - pediu Selena, hesitante no alto da escada.

– Não tem com o que se preocupar. - respondeu Edmundo, subindo novamente alguns degraus. - A tia Alberta é um pouquinho chata sim, mas vai aceitar.

– M-mas... Nem uma história eu tenho! - insistiu ela, sentindo os olhos lacrimejarem em frustração.

Edmundo respirou fundo. Assim que Selena dissera, ainda em Nárnia, que viria com eles para seu mundo, ele tentava criar uma história para ela. Uma onde pudesse dizer em qualquer lugar, sem furos e erros. Aproximou-se mais de Selena e segurou seu rosto delicado entre suas mãos com leveza, como se ela pudesse quebrar a qualquer momento. O que realmente poderia acontecer.

– Vamos dar um jeito. - garantiu ele, secando as lágrimas que saíram de seus olhos e sorrindo confiante. - Acho que consegui a história perfeita.

Selena respirou fundo, e concordou. Edmundo entrelaçou-lhe os dedos e ambos desceram juntos até o andar principal da casa dos Mísero. Ali encontraram Eustáquio e Lúcia já conversando com uma garota magra e acanhada, que aparentava ter a idade de Eustáquio. E havia também dois adultos, que Selena julgou ser os tios de Edmundo, que os olharam de cenho franzido assim que eles se aproximaram.

– Quem é essa, Edmundo? - perguntou a mulher, cruzando os braços desconfiada e chamando a atenção dos outros que se encontravam na sala de estar.

Selena engoliu em seco, lembrando-se que realmente eram desafios a ser superados, e deu um passo para trás de Edmundo.

– É uma amiga minha, tia Alberta, Selena Restimar. - respondeu Edmundo, procurando ser o mais educado e convincente possível. - Ela perdeu a família há pouco tempo. Eles foram para a Alemanha atrás da irmã mais nova de Selena, mas foram pegos e levados todos os três para os campos de concentração. Ela não tem mais onde ficar.

Um arquejo atravessou a sala. Os adultos e a amiga de Eustáquio pareciam incrédulos e a olhavam com pena. Eustáquio e Lúcia olhavam confusos para Edmundo, até finalmente se darem conta de aquela seria a desculpa usada para a permanência de Selena naquele mundo. Mas a própria Selena constatou esse fato com um pouco de dúvida e confusão.

O que eram campos de concentração, afinal?, ela se perguntava, esforçando-se para não demonstrar mais surpresa do que os outros.

– Ela poderia ficar aqui conosco, para não ser mandada a um orfanato ou aos cuidados do governo? - Edmundo perguntou suplicante.

A mulher, que parecia ser a cópia fiel de Eustáquio, se aproximou dela e de Edmundo com um olhar penoso e levemente amargo.

– Mas não seria o melhor a se fazer? - perguntou ela, um pouco desconfiada.

Edmundo balançou a cabeça. - Provavelmente não. Selena não tem nenhum documento com ela. Agora é como se ela não existisse. - ele arriscou, rezando mentalmente para que o Aslam desse mundo os ajudasse.

A mãe de Eustáquio a olhou de cima a baixo, provavelmente constatando se seria uma boa permitir.

– Ela pode ficar na cama vazia do quarto de Lúcia enquanto vocês ainda estão aqui. Mas quando seus pais e irmãos voltarem das Américas, ela já não será mais responsabilidade minha. - disse a tia, por fim, e Edmundo virou-se vitorioso para uma Selena sorridente.

~*~

– Venha, vamos! - chamou Edmundo, enquanto Lúcia ainda tentava convencer Selena a entrarem no prédio. No mesmo prédio onde Edmundo tentara se alistar, há dias atrás em seu mundo, mas meses antes, considerando o tempo de Nárnia.

– M-mas... - Selena gaguejou. - Eu não sei nem o que é uma identidade!

Lúcia suspirou. - É um documento, Lena, que garanta que você exista. Aqui é um dos poucos lugares que pode-se fazer uma.

– Tudo bem. - cedeu Selena, olhando por cima do ombro de Lúcia e avistando Edmundo acenando exaltado para elas. - Você não acha que Edmundo está animado demais em vir aqui?

Enquanto se aproximavam da entrada, Lúcia viu Edmundo já adentrando o prédio.

– Melhor irmos logo, antes que ele tente se alistar de novo no exército!

– Ele não faria isso, faria?! - Selena perguntou, assustada. Depois de lhe explicarem qual era a situação atual daquele mundo, ela ficara incrédula ao saber que Edmundo arriscaria utilizar uma arma de fogo.

– Ele fez horas antes de termos ido para Nárnia. - respondeu Lúcia, arrastando Selena para dentro.

Ora, se não é o moleque que tentara se alistar semana passada!– elas viram um soldado uniformizado sentado atrás de uma mesa, e Edmundo em pé à sua frente, com a cabeça abaixada. - Ainda vai tentar de novo?!

Por um segundo, Selena imaginou que ele explodiria. Mas ele fez exatamente o contrário. Levantou a cabeça com um sorriso debochado e apontou para Selena, que se aproximava com Lúcia.

– Na verdade, não, existem coisas melhores para fazer. - respondeu o moreno, com um verdadeiro ar autoritário. - Eu queria um documento de identidade para ela.

~*~

– Selena! Selena! - ela acordou com seu nome sendo chamado.

Abriu os olhos com dificuldade e sonolência e viu uma cena um tanto inesperada. Lúcia pulava como louca sobre sua cama, desesperada para acordá-la, e sacudindo um papel em frente ao seu rosto. Edmundo e Eustáquio, ainda parados na porta, riam da cena um tanto cômica.

– Lú! Por quê diabos está me acordando?! - Selena exclamou, exaltada, enquanto empurrava a menina direto para o chão.

– Ai! Agressiva! - brincou Lúcia, levantando-se do chão e puxando os dois meninos para dentro do quarto delas.

O quadro, de onde eles saíram semanas antes, agora não havia qualquer sinal de barco. Apenas o mar sem fim, iluminado por um sol. A tinta sem qualquer movimento, ou qualquer indício de magia. Mas nem por isso os quatro deixavam de admirá-lo de vez em quando, recordando-se da incrível viagem no Peregrino da Alvorada.

– Bom dia, meu amor. - disse Edmundo, aproximando-se e dando um selinho sobre os lábios de Selena.

Ele se sentou ao lado dela, enquanto Eustáquio se sentava à cama de Lúcia, e a própria ainda pulava com animação.

– Por quê me acordou, afinal? - perguntou Selena.

– A resposta do Pedro! - exclamou Lúcia, estendendo o papel, que foi logo tomado pela outra menina, que tratou de ler em voz alta.

Cara irmã, fico feliz que tenha tido sua grande aventura em Nárnia. Uma pena, realmente, nunca mais podermos voltarmos, mas ela estará sempre gravada em nossas memórias. Mas estou conformado, afinal, se não fosse por Nárnia, não seríamos quem somos hoje. Se Eustáquio mudou quando foi junto, como você me diz, não posso fazer nada a não ser acreditar. Porque todos sabemos como Nánia tem a magia de nos tornar melhor. E fico satisfeito em saber que Aslam permitiu que sua amiga viesse. Fiquei surpreso ao saber que ela era prima de Caspian, ele nunca nos falara nada. E fico ainda mais exaltado em saber que ela derreteu o coração de gelo de nosso irmão.

Nesse momento, Selena não conseguiu impedir suas bochechas de enrubescerem sob o olhar malicioso de Lúcia e Eustáquio. Edmundo bufou, sabendo que quando contassem sobre Selena a Pedro, essa seria uma das reações esperadas. Mas Selena logo retornou à leitura da carta.

Ficaria feliz em conhecê-la, e mamãe logo aceitou acolhê-la em nossa casa quando retornarmos. Bem... Você conhece mamãe, ela aceitaria quem quer que fosse que tivesse amolecido Edmundo. Ainda me admira que a garota tenha conseguido. Vocês nos trouxeram uma boa notícia, mas agora eu lhes levo uma que não os agradaria. É sobre Susana. Ela passa a cada dia mais ocupada com festas da alto-sociedade. E esqueceu-se de Nárnia. Alega, sempre que menciono, que esse foi apenas uma fantasia feliz da nossa infância. E mal acredita que Selena caiu em nossa conversa sobre Nárnia.

– Sinto muito. - disse Selena, ao fim da carta.

Não sabia ao exato a quem se dirigia, mas sentiu o mesmo pesar dos outros, quando foi acusada de não ser de onde era.

~*~

– Eles estão chegando! - exclamou Alberta, da sala de jantar.

Era o dia de retorno dos Pevensie. Chegavam das Américas Pedro, Susana e a Sra. Pevensie. O Sr. Pevensie ainda se atrasaria em alguns meses, mas foi resolvido que os três viriam antes mesmo. E Selena mal podia caber em si de tanto nervosismo por estar prestes a conhecer o Grande Rei Pedro e a Rainha Susana, apesar desta última não mais acreditar em Nárnia.

– Selena, você está pálida. - constatou Edmundo, tocando levemente a pele alva do rosto da namorada.

– Ei, Lena, é só relaxar. - disse Lúcia, chegando com Eustáquio até o hall de entrada.

A campainha foi tocada, e Selena arregalou os olhos, enquanto ela e o moreno se levantavam do degrau da escada. Entraram então, uma mulher mais velha, morena e um pouco baixinha, uma moça esbelta e morena, de olhos azuis eletrizantes, e um jovem loiro e de bom porte, com os mesmos olhos da moça. A moça portava-se elegantemente, mas Selena logo reconheceu no jovem uma atitude digna de um rei.

– Oh, esta então é Selena?! - exclamou a Sra. Pevensie, puxando Selena para um abraço. - Sinto muito pelos seus pais.

– Tudo bem. - respondeu Selena, corando levemente sobre os olhares sobre si.

– Será muito bem-vinda em nossa casa, querida. - disse a Sra. Pevensie sorrindo-lhe.

– Muito obrigada, Sra. Pevensie. - agradeceu Selena, e a mulher acompanhou Alberta para a sala de jantar, deixando os seis jovens no hall de entrada.

Selena então, virou-se para os dois recém-chegados e fez-lhes uma reverência. - Grande Rei Pedro, Rainha Susana.

O loiro, com um sorriso de tirar o fôlego, pegou-lhe a mão e beijou-lhe os dedos cordialmente, fazendo Edmundo quase ter um ataque nervoso logo ao lado deles.

– É um prazer conhecer a linda prima da Caspian. - disse o loiro, fazendo a menina corar e o irmão bufar raivoso.

– Ainda não acredito que deixou-se enganar pela história infantil deles. - Susana disse com desdém, antes de ir atrás de sua mãe e sua tia.

– Não ligue para ela. - pediu Pedro.

– Nossa, me parece até que ela trocou de personalidade com o antigo Eustáquio. - comentou Lúcia, arrancando risadas dos presentes e um revirar de olhos do dito cujo.

~*~

– Tem certeza de que eu deveria estar nesse jantar? - perguntou Selena, assim que Dona Marta abriu a porta do casarão do professor Kirke.

Ela havia sido convidada também, juntamente com os outros conhecidos como amigos de Nárnia. Eustáquio e Jill já haviam tido sua viajem a Nárnia, onde resgataram o príncipe Rilian e presenciaram a morte de Caspian. Quando Selena lera a carta informando tal acontecimento, passara dias a chorar, precisando que Edmundo quase se desesperasse. Contara, então, tudo em uma carta ao professor, e ele os convidara para um jantar em sua casa.

– Absoluta! - disse Jill, sorrindo-lhe enquanto adentravam a sala de jantar. - Você estava incluída no convite.

– Ora! - disse uma voz, e Selena logo se virou para ver um casal mais idoso, mas com largos sorrisos e um nos olhares. - Você tem realmente traços narnianos, minha jovem. - comentou o homem, aproximando-se deles.

Ele cumprimentou os outros amigos e apresentou-se à menina. - Sou Digory Kirke.

– Selena Restimar. - ela respondeu-lhe. - E sou telmarina, na verdade.

– Telmarinos... - o professor pensou por um momento. - Eles ainda não existiam quando fui a Nárnia.

– Desculpe a pergunta, mas quando o senhor foi? - ela perguntou, curiosa.

– Eu e Polly fomos nos primórdios dos tempos. - respondeu o professor, apontando para a mulher.

– Venham, queridos, sentem-se! - chamou a mulher, e logo eles se sentaram para desfrutar do esplêndido banquete.

De um lado da mesa Edmundo, Polly, Kirke e Pedro. Do outro, Selena, Jill, Lúcia e Eustáquio. Estavam degustando do maravilhoso jantar, até que Jill, Lúcia e Eustáquio levantam-se de repente - Jill soltando um grito surpreso. Selena levantou os olhos, e viu uma imagem difusa de um homem, com coroa e trajes estranhos, mas que podiam ser reconhecidos de uma memória distante. Kirke deixou a taça cair, espatifando-se no chão; Polly ergueu-se de súbito, prendendo a respiração; Edmundo girou na cadeira, e Selena apenas arregalou os olhos.

Mas Pedro não fez qualquer movimento inusitado. Apenas cerrou o punho e disse. - Fale, se é que você não é um fantasma ou uma visão. Existe em você algo que lembra Nárnia. E nós somos os oito amigos de Nárnia.

O homem fantasmagórico abriu a boca, parecendo tendo o intuito de dizer algo, mas nada saiu pela sua boca. E Pedro logo voltou a falar.

Espectro ou espírito ou seja lá o que for! Se você é de Nárnia, ordeno-lhe em nome de Aslam que fale comigo. Eu sou Pedro, o Grande Rei.

Mas o homem nada disse, e logo sua imagem foi sumindo diante dos olhos de todos, que exclamavam "Está sumindo!" ou "Vejam! Está desaparecendo!". E a sala se tornou meio barulhenta. Mas Selena conseguiu, com certo custo, chamar a atenção de todos.

– Precisamos ir a Nárnia!

– É impossível! - disse Jill. - Não podemos mais voltar.

– Precisamos dar um jeito. - insistiu Selena. - Eu vi!

– O que viu, querida? - perguntou Polly, a expressão meio perturbada pela aparição anterior.

– O brasão da família real de Telmar no peito de suas vestes. - respondeu Selena firmemente, causando surpresa em todos. - Era um pedido de ajuda.

~*~

– Quando será que esse trem virá?! - perguntou Pedro, impaciente. - E ainda temos que esperar Susana e mamãe no outro trem!

– Relaxa, Pedro, eles já devem estar chegando! - disse Edmundo tentando acalmar o irmão. - Eustáquio disse que o trem deles nunca demoram muito.

Pedro suspirou, ainda impaciente, e Selena se inclinou sobre o corpo de Edmundo para conseguir enxergar o rosto do loiro, sentado do outro lado do banco na estação de trem.

– Ficar impaciente desse jeito não vai adiantar de nada. - disse ela, abrindo um sorriso relaxado que pareceu finalmente acalmar os ânimos do Grande Rei. - Já temos os anéis, Pedro, o que foi a parte mais difícil. Só nos falta agora esperar que Jill e Eustáquio cheguem logo.

– Ainda não entendo porquê Lúcia, Digory e Polly tinham que os acompanhar! - reclamou Edmundo.

Deus!, pensou Selena, revirando os olhos. Meninos só sabem reclamar!

– Porque parece que o professor quer passar mais tempo com quem tem o conhecimento de Nárnia. - respondeu Selena. - E parece que eu tenho que contar à Lady Polly como foi a minha vida em Nárnia até tomar a decisão de vir com seus irmãos.

– Eu não entendo. - disse Pedro, olhando atentamente para a cunhada. - Por quê resolveu largar tudo em Nárnia e vir?

Selena suspirou, e Edmundo apertou-lhe a mão confortavelmente. Selena abaixou a cabeça, levemente envergonhada, e disse.

– Porque eu não tinha o que largar. Já tinha perdido tudo e Caspian disse que não podia me pedir para ficar se meu coração estivesse vindo.

Edmundo abraçou-lhe os ombros e deu-lhe um beijo sobre os cabelos, sob o olhar atento do irmão, que meneou a cabeça e murmurou.

– Entendi.

E então, um barulho alto do trem correndo pelos trilhos foi-se ouvido.

– Devem ser eles. - disse Pedro relaxadamente jogado sobre o banco.

Mas então o trem fez a curva, sua velocidade aparentemente maior do que a permitida, e Edmundo só pode abraçar Selena protetoramente, antes de sentir o impacto.

~*~

Selena abriu os olhos, e deu-se conta de que estava em uma clareira. E, por incrível que pareça, uma clareira em frente ao castelo reconstruído de Cair Paravel. Ela olhou em volta, e encontrou Edmundo, Pedro, Kirke, Polly e Lúcia olhando ao redor, tão atônitos quanto ela. Kirke e Polly, por algum motivo, tinham a aparência mais jovem e exaltada que anteriormente.

– Onde estamos? - ela perguntou-lhes, mas a resposta não veio de nenhum deles.

– Estão no País de Aslam, Lena.

Selena virou-se e se deparou com a última pessoa que imaginava que veria. Um ratinho.

– Ripchip! - ela ajoelhou-se à sua frente e o abraçou. Os outros logo vieram cumprimentá-lo e Lúcia o tomou dos braços de Selena.

– Eu disse que aquela seria a única exceção! - resmungou o rato assim que ficou novamente ao chão.

– Já devia saber que essas duas nunca mudariam, Rip. - disse uma voz atrás deles e, ao se virarem, deram de cara com Caspian, muito mais rejuvenecido do que quando Eustáquio descrevera sobre sua morte.

– Cas! - exclamou Selena, pulando nos braços de seu primo e o abraçando forte.

– Oi, Lena! Está crescida! - comentou ele, ao se afastarem, e observou a menina de dezenove anos à sua frente.

– Caspian! - exclamou Pedro, se aproximando e abraçando o velho amigo.

Abraços e cumprimentos dados por todos, Selena logo voltou a perguntar onde estavam.

– Estão no País de Aslam. - respondeu Caspian. - Onde tudo é eterno e nunca tem um fim. Aqui são a junção dos mundos verdadeiros, o melhor de cada mundo. Nárnia e a Terra, aquelas Nárnia e Terra que conheciam, era apenas uma sombra do que existe aqui no Além-Mundo.

– Mas por quê estamos aqui? - perguntou Kirke.

– Porque morreram. - respondeu Ripchip, causando espanto a todos. - Desculpem, pensei que soubessem.

– Aquele impacto na estação foi... - começou Edmundo, incapaz de continuar.

– Um descarrilhamento do trem. - respondeu Caspian. - Soubemos que haveria esse acidente e viemos a Cair Paravel esperar por vocês.

– E Jill e Eustáquio? - perguntou Lúcia, preocupada.

– Foram para a outra Nárnia, ainda têm uma última missão por lá, antes de cair a noite sobre ela. - respondeu Caspian.

– Nárnia vai acabar? - perguntou Polly.

– Somente a outra. Essa aqui é eterna. - respondeu Ripchip. - Mas, vamos entrar! Estão em choque e precisam descansar.

Selena e Edmundo, porém, ainda ficaram.

– Selena! - chamou Caspian. - Acho que não precisa voltar a Telmar se não quiser, Cair Paravel tem muito espaço pra você. - e saiu para dentro do castelo, junto com os outros.

Selena e Edmundo se entreolharam, e algo faíscou entre eles. Edmundo se aproximou, e tomou-a em seus braços.

– Sobre o que será que ele estava falando? - perguntou Selena, sedutoramente inocente.

– Acho que ele podia estar se referindo a quando você disse que faria de tudo para criar boas lembranças. - disse Edmundo. - De quando nos conhecemos.

– Será? - perguntou Selena, mas deixando claro que sabia que podia ser.

Edmundo assentiu. - Mas eu digo a mesma coisa que eu disse na ocasião.

– E o que você tinha dito? Não me lembrou muito bem. - provocou Selena, entrelaçando seus dedos atrás da nuca dele, e puxando levemente alguns fios de cabelo, fazendo-o se arrepiar.

"– Eu terei o maior prazer em criar essas lembranças.

Seu sorriso se tornou levemente malicioso e Selena sentiu seu estômago se revirar enquanto Edmundo se inclinava e a beijava." (Capítulo 17).


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Notas finais do capítulo

Bem, gente, esse é o fim definitivo. Espero que tenham gostado de acompanhar tanto quanto gostei de escrever! ♥ Agradeço a todos e todas que acompanharam e recomendaram!