Tudo Por Você escrita por Renata Leal


Capítulo 6
Decepção


Notas iniciais do capítulo

Só um aviso rapidinho. Eu não queria postar dois capítulos na mesma hora, mas eu quero muito que esses capítulos sejam lidos por vocês porque ainda vem mais conflitos, então vou adiantar o meu lado logo. Espero que entendam.



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E mais uma semana começa. Odeio segundas-feiras. Pensei um pouco antes de dormir e o Breno veio na minha cabeça. Ele não tinha dado sinal de vida nesse fim de semana. Eu estava ficando preocupada. Estava pronta para confronta-lo, saber o que estava acontecendo. A depender da conversa, vou pedir para ele vir na minha casa alguns dias da semana, uns dois, para estudarmos o que eu sinto dificuldade. Ele seria um grande instrutor.

Chegando no colégio, sentei do lado da Letícia e resolvi perguntar sobre o Breno.

– Eu desisti, Gabi. O Breno nunca foi assim, do nada começou a me ignorar, começou a me evitar... Evitar a nós duas. Tem dias que ele não senta com a gente. Ignora meus telefonemas, também.

– Muito estranho. Eu vou falar com ele. Vou dizer que preciso da ajuda dele em algumas matérias.

– Tente.

– O Breno é um grande amigo, gostei muito de conhece-lo.

– Somos amigos há uns três anos e isso nunca aconteceu. Já rolaram muitos boatos de que éramos namorados, mas longe disso! Só preservo a amizade dele e sempre vou querer a amizade.

Conversamos sobre diversos assuntos, esperando que o Breno passasse por nós, mas ele não passou. Desistimos e fomos para a aula. Onde será que ele se meteu? Será que vem para o colégio hoje?

O sinal tocou e saímos para o intervalo. Quando estava pegando o meu lanche, o avistei sentado num banco ouvindo música. Assim que peguei meu lanche, fui falar com ele.

– Breno? – chamei.

– Oi. – ele disse ainda com os fones de ouvido.

– Pode me ouvir um instante? – insinuei para ele tirar os fones, mas ele não estava afim de fazer isso.

– Estou ouvindo.

– Olha só... Pode tirar os fones, por favor? Preciso conversar. – eu falei, séria.

Ele me ouviu e tirou os fones. Ficou me encarando e eu a ele. Sentei do seu lado.

– O que está acontecendo?

– Por que tem que está acontecendo alguma coisa? – ele perguntou de volta. Odeio quando respondem minha pergunta com outra pergunta.

– Você está estranho. Tanto eu, quanto a Letícia estamos notando isso. Pode me falar o que está acontecendo.

– Não está acontecendo nada.

– Então, por que não senta mais com a gente?

– Prefiro ficar sozinho.

– Breno, eu te fiz alguma coisa?

– Não.

– Eu vou te deixar. Eu só queria te ajudar.

– Não preciso de ajuda.

Quando ele disse isso, sai sem olhar para trás. Pensei nele vindo atrás de mim arrependido por ter sido tão grosseiro, mas isso não aconteceu. Tinha algo de muito errado naquela história e parecia que eu estava envolvida.

Ao me encontrar com a Letícia, contei para ela e ficamos conversando sobre isso no intervalo.

– Estou preocupada com ele. – ela disse.

– Eu também. Ele foi muito grosseiro comigo. Frio. Ele nunca me tratou assim. Pelo menos no primeiro dia de aula foi legal, sentou com a gente, mas depois começou a nos evitar.

– Tem algo errado ai. Ele está longe de ser um menino com essas atitudes infantis. – ela parou. – Repare na mesa da Marcela. – obedeci. – Cadê o Rodrigo? – no momento em que ela perguntou isso, ele surgiu do nada e ainda pior: de mãos dadas com nada mais, nada menos que a Vitória. Eles tinham realmente voltado.

– Voltaram – falei terminando de comer o meu lanche e tentando ignorar aquela situação que me incomodava de leve.

۞

Não há nada que eu possa fazer com os meus dois problemas. Precisava de um amigo, o Breno, ele não quer saber de mim. Provavelmente, não vai querer me ensinar as matérias e eu não vou encontrar pessoa melhor. Só o Felipe mesmo. Se ele tiver tempo. O Rodrigo voltou com a Vitória depois de dizer o que sente pra mim. E aquela história da Roberta... Mexeu comigo. Ele deve ser assim pelo reflexo de decepções. Mas, porque voltou com uma menina que ele não gosta? Só para ser bem visto, com certeza.

Meus pensamentos me desviaram dos estudos. Resolvi me concentrar e consegui.

Estudei mais uma hora, assisti seriado e fui dormir.

۞

Uma semana depois...

Não tem nada de novo.

O Breno continua sem falar com a gente e o Rodrigo não respondeu a minha mensagem até hoje! A Letícia tentou ser legal e deu a desculpa de que ele não deve ter visto, mas... Oi? Alô? É claro que ele viu, fala sério.

– Ah, eu não aguento mais, Leti. Estamos estudando há umas duas horas e eu não consigo me concentrar. – eu disse um pouco irritada. Joguei o lápis sobre o livro e pus a mão na cabeça.

– Você estava concentrada, sim. Pelo menos na primeira hora. Você começou a se distrair por agora... Quem veio na sua mente? O Rodrigo?

– Ele não respondeu a minha mensagem... E ainda tem o Breno.

– Para de ser orgulhosa e liga para o Rodrigo, Gabriela! Te digo isso desde a semana passada.

– Você só pode estar maluca. Ligar para o Rodrigo só vai demonstrar que eu estou correndo atrás! Além do mais, ele está namorando.

– E daí? Você quer ser a namorada dele para está preocupada com ele está ou não namorando?

– Ai, credo! Não, mesmo.

– Então. Você só quer a amizade dele e amigos se preocupam uns com os outros.

– Estou preocupada com o Breno.

– O Breno que se dane. Não quero mais saber dele. Estamos falando do Rodrigo, não mude assunto, Gabriela.

– Tudo bem, tudo bem... O que você quer que eu diga, quando ligar? Me desculpe por ser tão idiota? Me desculpe por ser tão infantil a ponto de não saber diferenciar quando uma pessoa quer a sua amizade e quando não quer?

– Para de drama, Gabriela. Ligue para ele e diga que você sente muito pela sua atitude.

– Ah, para. Patético.

– Patético é você ficar perdendo tempo imaginando o que ele deve está fazendo a esse momento!

– O quê? Eu não fico pensando nisso...

– Aham. Ok. – ela disse.

Ela tinha razão. Isso era patético. Depois de muito tentar e conseguir me convencer, decidi ligar para ele.

– Rodrigo?

Gabriela?

– Sim, sou eu. Eu estou te ligando para pedir desculpas...

– Pelo quê? – ele pareceu surpreso.

Claro que está surpreso! Eu estava me sentindo uma ridícula por ligar uma semana depois do que aconteceu. Por que eu não liguei antes? Ou melhor, por que eu não liguei?

– Por eu ser tão idiota. Eu não entendia que você queria só a minha amizade. Eu não conseguia aceitar isso pelo que as pessoas falavam de você. Eu não conseguia entender como um mulherengo como você ia me querer como amiga. Eu só... Só não sabia que era só amizade que você desejava, me desculpa.

– Tudo bem, Gabi, calma!

– Calma, nada!

– Calma, sim. Por favor. Eu que tenho que te pedir desculpas por tudo o que eu disse naquela festa. Foi um erro aquilo tudo.

– Expressar o que você estava sentindo não é um erro. Aquilo deveria está entalado na sua garganta há muito tempo.

– Sabe... Eu nunca conheci uma garota como você. Uma garota que sabe exatamente como um menino se sente.

– Eu sou boa em compreender as pessoas.

Ficamos conversando por um tempo. Estávamos bem. Eu estava um pouco desconfortável, admito, mas, do mesmo jeito, eu estava me sentindo bem ouvindo aquela voz doce que ele tem.

Desligamos.

– E ai, morreu? – Letícia perguntou. Sarcástica.

۞


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