Já era umas 5:00h da tarde quando estava terminando meu treinamento. Faltava apenas o muro de escalada com lava. Mini estava treinando com Piper e Leo. Eles ficaram encarregados de ajuda-la. De onde estava treinando arco-e-flecha pude enxerga-la. Valdez a pegava e a girava no alto e ela gargalhava divertida. Piper apenas observava sentada numa pedra rindo e batendo palmas.

Suspirei soltando a flecha que quase acertou o circulo vermelho de 100 pontos. Dei o arco para Luigi -o instrutor filho de Apolo- e segui para a última atividade. Ficava num lugar coberto e pouco escuro, fazendo com que o brilho da lava de uma claridade sombria. Empurrei a porta larga e pesada e adentrei.

Meus olhos caíram direto sobre um corpo sentado a beira da parede. Estava abraçando o braço. Forçando os olhos consegui identificar os contornos de um cabelo cacheado. Ainda sem desgrudar os olhos da pessoa fui até a mesa de equipamentos e peguei o material que precisava. Vesti o colete, que depois de presa na corda sustentaria meu corpo, e segui até a beirada da parede de escalada. Estava prestes a colocar a mão na primeira pedra quando consegui ouvir um choramingo baixinho. Era uma garota. Mais especificamente, Annabeth.

Soltei-me da corda e corri até ela. Ajoelhei-me a sua frente e vi o cabelo chamuscado.

–Annie! Oque houve?

Minha voz tremia. Ela teria caído e quebrado o braço? Ou será que alguém a atacou?

Levantou o rosto e meus olhos turvaram-se por causa das lágrimas. Seus rosto possuía várias pintinhas vermelhas de onde a pele havia desgrudado, e em alguns lugares linhas por onde a lava havia escorrido.

–Óh deuses, Annie!

–Desculpa Percy..! -ela me disse.

Peguei-a no colo e saí a procura de ajuda. Logo haviam campistas me rodeando. Corremos para a enfermaria -eu e muitos outros curiosos- e mais que rápido a garota foi atendida pelos filhos de Apolo.

Me pediram para que saísse. Fiquei esperando na mesa do lado de fora, na área de descanso. Alguns minutos depois Malcon saiu para falar comigo. Era o mais habilidoso curandeiro do acampamento. Certa vez curara uma mordida de cão infernal que arrancara a perna de Mitchel.

–Bom, a situação não é das melhores, mas não está tão ruim. Ela teve queimaduras graves no braço direito e na perna esquerda e respingos pelo rosto. O importante é não deixar abafado, certo Percy? -assenti.- Decidimos não contar a Annabeth sobre a gravidade dos ferimentos pois você sabe que ela é durona de mais para simplesmente aceitar isso. Ela está sob efeitos de calmante para poder suportar a dor. Quer vela?

–Claro!

Entrei com Malcon e os outros curandeiros já haviam voltado a cuidar dos outros feridos. Anne estava no fundo. Sua perna içada estava recebendo vapor de água gelada. O braço estava mergulhado em uma bacia e quando chegamos Malcon apanhou uma compressa de gelo e começou a tocar as feridas do rosto de Annabeth com isto.

Levantei a mão para tocar seu rosto mas o curandeiro me alertou.

–Não toque por favor. A pele esta vulnerável demais e não queremos que as feridas infeccionem.

Os olhos da garota corriam feito louca pela extensão da enfermaria.

–Tudo bem, Annie. Tudo bem! Não se preocupe. Você vai ficar bem...

***

–Irmão? Que foi que houve? -perguntou-me Mini pela quinta vez.

Estava sentado com as mãos na cabeça imaginando como Annabeth havia se ferido. Ela estava tão mal.. Tão mal...

–Annabeth está machucada, Pequena.

–Ah não! -disse ela pondo as mãos na boca-Não, não!

Suspirei. Ela estava ficando preocupada. Notei a sujeira de seu rosto.

–Você não tomou banho ainda?

–Não.

Levantei-me e me dirigi até a comoda. Peguei uma toalha de estampa de golfinho e uma peça de roupas e me dirigi ao banheiro com Minerva, mas antes que pudesse colocar o pé para dentro da porta ela parou.

–Você não pode entrar! -me disse.

–Porque não?

–Você é menino!

–e daí?

–meninos não podem ver as meninas tomando banho!

Sabe de nada inocente, pensei.

–Você tem razão. Espere aí. Vou procurar alguém.

Os quinze minutos que se passaram foi de pura correria. Annie não poderia me ajudar. Piper havia desaparecido com Jason por aí. As outras semideusas não tinham permissão para entrar em meu chalé...

Estava passando pela borda da floresta quando avistei Grover e Juniper. O sátiro apoiava a cabeça no colo da namorada, enquanto a mesma ria e dava morangos em sua boca.

–Hey pessoal! -chamei.

Grover mal se virou.

–Siiim? -perguntou ele.

–Juniper, preciso de sua ajuda.

–Porque você precisa da minha namorada, seu tarado!?

–Porque alguém precisa dar um banho em Mini!!