No dia seguinte, Scorpius recebeu uma coruja urgente do ministério, dizendo que Hogwarts precisava de reforços, de mais gente protegendo a área e pessoas prontas para lutarem se fosse necessário. Descobri que meus primos também haviam recebido a mesma mensagem e estavam prontos para partir.

Eu contatei o ministério da França, mandei-lhes uma coruja dizendo que nos próximos dias não poderia trabalhar, pois estaria ajudando o ministério de Londres e iria para Hogwarts. Não sei se eles gostaram ou não, porque além de eu já estar afastada mais tempo do que disse que estaria, agora mandei uma carta dizendo que demoraria ainda mais para voltar. Bem, se eu não fosse despedida seria um milagre.

Deixei Beatrice sobre os cuidados de meus pais e parti com Scorpius e meus primos para Hogwarts no mesmo dia

Eu nunca havia sequer pensado no que fazer quando estiver em uma guerra – nem mesmo quando descobri que haveria uma de verdade, acho que estava com muitas outras coisas na cabeça –, e por isso estava completamente perdida em todos os aspectos. Eu definitivamente não sabia o que faríamos a seguir, e me sentia com tamanha burrice por causa disso.

Na viagem de trem Scorpius me explicou um pouco como seria se tivéssemos de lutar, e me disse que se eu ficasse assustada para não me sentir covarde, pois era totalmente normal em um cenário daqueles.

No trem além de nós, Alvo, Molly, James, Hugo, Lily e Cole, havia também outros funcionários do ministérios que haviam sido convocados. Eu não vi muitos rostos conhecidos por ali, mas talvez não estivesse mesmo era prestando atenção.

Scorpius passou o braço por meus ombros e me apertou contra ele de forma protetora.

–Ei – ele me chamou e olhei para cima, para seus fascinantes olhos cinza. – Sei que deve estar sendo horrível, e que você deve estar pensando que nem todos sairão dessa vivos. Mas eu te prometo Rose, que se depender de mim, nada de ruim vai acontecer a você.

Ele encostou nossos lábios um no outro e eu fechei os olhos, me deixando sentir plenamente o momento. Eu não queria, de forma alguma perder Scorpius Malfoy de novo, não tinha certeza se minhas estruturas aguentariam mais uma vez, e não só eu como Tris ficaria abalada demais.

E muito menos meus primos, meu irmão! Meu Merlin, a dimensão daquela coisa era aterradora, as chances de eu perder um parente ou alguém querido eram enormes e eu queria começar a chorar só de pensar nelas.

–Meu amor, princesa – Scorpius me chamou novamente e eu voltei à Terra, dei um sorriso fraco em sua direção com lágrimas nos olhos, e ele percebeu que eu não estava bem. – Não faça isso, não sofra por antecipação, eu odeio te ver assim.

–Eu amo você Scorp – e o puxei para um beijo longo e profundo. Havíamos pegado uma cabine só para nós, já que o trem não estava lotado de pessoas, então conseguimos ficar sozinhos.

–Ei, ei – ele me parou quando percebeu que minhas mãos estavam tremendo e que eu estava prestes a cair no choro. – Amor, tá tudo bem, não vai acabar, não vamos nos entregar tão rápido assim, ok? Essa guerra maldita não vai acabar com a gente, nem depois e muito menos antes de começar.

Assenti e respirei fundo, segurando as lagrimas, parecia que tudo o que eu sabia fazer era chorar, Merlin como eu sou fraca!

–Vem aqui – Scorp se levantou, segurou a minha mão e me puxou para ficar em pé junto a ele. Ele passou os dedos delicadamente por onde duas lagrimas haviam escorrido acidentalmente e sorriu para mim. – Meu anjo, minha princesa, meu amor, minha vida, eu sei que esse não é o local mais apropriado e essa não é a hora mais apropriada para um pedido dessa grandeza, mas... Eu sei que você ainda continua a mesma, e que o que importa de verdade pra você é mesmo o sentimento.

Ai meu Merlin, era mesmo o que eu estava pensando? Scorpius, meu Deus como eu te amo!

Eu sorri, já tendo quase certeza do que aconteceria a seguir, meu coração estava acelerado e se eu pudesse, explodiria de emoção.

–Eu planejava fazer isso tudo em um lugar romântico, com rosas para lhe dar e sua família em volta para ver o quanto te amo de verdade. Planejava, mas eu não tive a oportunidade e não quis adiar mais uma coisa que meu coração pedia, e percebi que era você e só você a quem eu tinha que provar o meu amor, porque somos nós dois que importamos e quando estamos juntos sinto como se nada mais existisse à nossa volta, porque estar com você é mágico.

Eu não iria chorar, eu já estava chorando, eu nunca imaginei que um amor tão profundo assim pudesse existir, nunca imaginei que alguém chegasse ao ponto de me amar tanto, era como um sonho realizado. Scorpius não era nenhum príncipe perfeito, afinal quem é? Mas era o meu sonho e eu o amava incondicionalmente.

–Rose Weasley, eu te amo tanto, tanto, tanto... – ele se ajoelhou e eu inevitavelmente coloquei as duas mãos em minha boca, não conseguindo evitar a surpresa, apesar de antes já ter tanta certeza do que aconteceria a seguir, era emocionante ver realmente acontecendo. Ele tirou uma caixinha preta de veludo do bolso, abriu-a e lá eu vi dois anéis de ouro, um deles com uma pequena rosa em cima. – Casa comigo?

Eu literalmente nem pensei, nem respirei para responder:

–Sim! Sim, sim, sim e quantas vezes eu puder dizer sim! – eu o puxei e ele se levantou, então o abracei forte até não poder mais, ainda emocionada e chorando.

Scorp colocou o anel com a rosa em meu dedo e o outro em seu, nós nos beijamos, sorrindo tanto o quanto era possível entre os beijos.

–Eu te amo, e sei que provavelmente eu já te disse isso varias vezes, mas você é meu sonho, meu amor – falei sorrindo. – E sempre torna tudo mais feliz.

–Como se você não fizesse o mesmo por mim! – Scorp diz. – Hã... Rose, olha ali na porta.

Eu olhei e vi meus primos, meu irmão e algumas outras pessoas que não conhecia nos olhando. Lily sorriu e começou a aplaudir, logo todos se juntaram a ela.

Eu abri a porta, sorrindo e minha prima foi a primeira a me abraçar. Depois Alvo, Molly, James e todos os outros.

–Escute aqui mocinho – Lily começou. – Eu acho bom o senhor fazer a Rose muito feliz e que não a decepcione, se não eu...

–Ah Lily, pare de ser tão durona! – Scorp sorriu e a abraçou, Lily riu e me abraçou novamente.

–Te amo– disse ela e saiu da cabine, assim como todo mundo que nos deixaram sozinhos novamente.

–Bem, eu não esperava ter plateia – Scorp disse sorrindo. – Desculpe.

–Tudo bem – falei rindo. – Amor, eu quero que saiba que... Eu te amo e independentemente de qualquer coisa que aconteça, sempre te amarei.

Ele assentiu, nós sabíamos das probabilidades de sobrevivermos e tínhamos que aceitar a realidade.

–Eu também, quero que saiba... Ah Rose, eu te amo e nada vai mudar isso – ele tomou minha mão e me abraçou forte, ficamos assim por um tempo, apenas sentindo um ao outro enquanto ainda tínhamos certeza de tudo, enquanto ainda nada havia acontecido.